Se você gosta de ler notícia sobre o Japão, já deve ter visto sobre as prisões de “piratas” e a pressão das empresas por leis mais rígidas. A grande razão disso (pelo menos no mercado de mangás) é a queda contínua da venda da maioria das publicações nos últimos anos.
A “queda” não é grande o bastante para acabar com o mercado neste momento, acalme-se, mas é uma amostra de que a “era de ouro” do mangá passou e estamos no declínio. O que não quer dizer que o mangá como conhecemos vá sumir, a longo prazo a coisa pode se inverter drasticamente, quem sabe.
Imagino que muitos que entraram na onda de mangás e animes recentemente, ou que mantêm um interesse mais causal, não percebam o quão novo tudo isso é. As grandes obras que conhecemos e seus autores surgiram a menos de 30 anos atrás (excluído coisas como Ozamu Tezuka e Hagio Moto, que tem cerca de 50 anos). Compare isso às coisas como Super-homem que tem mais de 70 anos, Asterix com 50 anos ou clássicos como Príncipe Valente fazendo 75 anos.
A primeira revista de mangás contemporânea foi a Gekkan Manga Shounen da Kodansha, lançada em 1947 e extinta em 1955. Mesmo esta tendo falhado, grandes nomes nasceram na época de sua morte como: Ribon (1955), Shuukan Shounen Sunday (1959) e Nakayoshi (1954). Mas foi na próxima década que a coisa expandiu, a Kodansha ressurge com a Shounen Magazine em 1960, a Margaret nasce em 1963, Big Comic nasce em 1968, a Shounen Champion em 1969 e a grande Jump em 1968.
Na próxima década são lançadas pelo menos 20 novas magazines. Conforme nos aproximamos dos anos 1980, a coisa aumenta ainda mais e durante os anos 1980 e 1990, ápice de vendas, houve pelo menos 80 novas magazines, muitas já extintas. Após isso, entra o declínio, 30 dessas revistas morrem, embora muitas mais tenham sido lançadas na época.
A “era de ouro” foi os anos de 1985-2000 quando algumas revistas vendiam mensalmente 5 milhões de cópias, época de Samurai X, Dragon Ball e Slam Dunk. Em 1995 foi o grande recorde, a Shounen Jump (a semanal) vendeu mais de 6.53 milhões de cópias. Mas já em 1998, com o final de tais séries, a revista passou a vender uma média de 4.45 milhões, chegando, mais tarde a perder sua primeira posição em vendas para a Shounen Magazine (a semanal). Enquanto isso competidores menores ainda sim vendiam mais de 1 milhão de cópias, algumas chegavam aos 2 milhões.
Em 2007 houve outra queda grotesca: em questão de meses a venda das revistas caíram em 2 milhões de cópias. Nesta época a Shounen Jump passou a vender 2.75 milhões. A partir daí as revistas se estabilizaram e chegaram a crescer. A Shounen Jump, por exemplo, subiu de volta para 2.9 milhões e atualmente tem se aguentado nos 2.8 milhões de cópias. Sua maior concorrente, a Shounen Magazine, não teve tanta sorte, caiu e vem caindo desde 2000, perdendo cerca de 50~100 mil cópias vendidas por ano, sendo que em 2012 ela está na casa dos 1.4 milhões.
Embora terrível, a queda não ameaça matar tais revistas, vender milhões é mais que o suficiente para sobreviverem (talvez os autores comecem a morrer de subnutrição, mas a revista sobrevive).
Agora, se pararmos e pensarmos nas pequenas, nas revistas de público feminino… Elas nunca venderam tanto, muitas são inclusive muito novas (de 1995 em diante) e foram lançadas para aproveitar o BUM. Algumas chegaram a alcançar alguns milhões, mas atualmente 200 mil é uma tiragem excelente, e a grande verdade é que elas ficam presas aos 50 mil exemplares.
Essas revistas com 50 mil de vendas, mal se sustentam e constantemente estão sendo fechadas e novas com mesma cara são lançadas, uma tentativa de que o “novo” na capa gere mais lucro. Ou estilos cada vez mais inovadores e alternativos tem sido criados na esperança de encontrar uma mina de ouro escondida. O que mantém estas revistas são a vendagem dos volumes encadernados no Japão e no mundo.
(100 bilhões de ienes equivalem a ~1.3 bilhões de dólares)
(clique nas imagens para ver uma versão mais clara)
Nos gráficos acima é possível perceber a relação entre as quedas individuais vezes a quantidade de revistas. A queda de venda das revistas no total fica menos evidente devido ao lançamento de várias novas no período de 1995-2000, mas a longo prazo com a extinção de várias delas é possível ver o declínio.
Mas, mais que isso, fica evidente como desde 2005 é a venda de volumes que tem carregado o mercado. Embora o gráfico pare em 2006, até 2010 os dados oficiais do Japão mostram a mesma tendência, volumes gerando mais que as magazines, com uma queda contínua no total.
Comparando ambos os gráficos, o número de cópias vezes o valor das vendas, percebemos que a quantidade vendida está estável, mas os preços dos volumes crescem continuamente para suportar o mercado.
Conquistando o mundo
Pare e pense: quando foi que você viu seu primeiro mangá? Se você é mais velho, deve ter testemunhado como a “era de ouro” dos quadrinhos japoneses chegou a tentar invadir o Brasil. Nos anos 1980 e 1990 tivemos Lobo Solitário, Crying Freeman e A Lenda de Kamui, por exemplo. Títulos adultos e alternativos, sem muita propaganda ou apelo para o público mais jovem.
Mas, foi em 2000 que a coisa realmente começou por aqui, não apenas por influência dos animes, mas as editoras japonesas em declínio perceberam que estava na hora de buscar mais mercado, oferecendo bons preços, divulgando e estimulando editoras do mundo todo.
Nos Estados Unidos, essa invasão foi um pouco antes, por volta de 1996 e 1997. Foi nessa época que editoras como Viz e Tokyopop começaram a divulgar agressivamente os mangás para o público jovem americano. E a coisa pegou bem, atualmente é o segundo maior mercado de mangás, gerando cerca de 200 milhões de dólares por ano.
Na Europa, a situação foi similar, embora mangá lá não fosse algo desconhecido poia muitos autores japoneses e europeus mantinham contato ou influenciavam um ao outro. Em meados de 1990, entretanto, mangás para o público mais jovem começaram a aparecer e foram muito bem recebidos, em especial na França e Alemanha. Atualmente só estes dois geram 250 milhões de dólares por ano. Nesses dois paises os mangás movimentam mais de 60% do mercado de quadrinhos.
Por influência francesa, Itália, Espanha e Portugal passaram a consumir mangás também. A Itália foi um dos países que melhor recebeu os mangás e seu mercado tem crescido bem. Espanha e Portugal, por outro lado, consumem títulos em francês, italiano ou, o que não é incomum, brasileiro. Da mesma forma, a Alemanha influenciou seus vizinhos e praticamente todos os países Europeus possuem um comércio de mangás saudável. Inclusive a Rússia, que teve tantos problemas econômicos, possuem um mercado bem grande de mangás, sendo um dos primeiros a licenciar as novidades japonesas.
Além do mercado ocidental, as empresas olharam para seus vizinhos, em especial a Coreia, Taiwan e Hong Kong. Estes países absorveram a cultura japonesa ainda mais agressivamente, é absurdo a quantidade de títulos traduzidos em coreano e chinês. E é claro, vendo essa venda absurda, as empresas coreanas começaram a perceber que elas podiam produzir seus próprios trabalhos e não ter que pagar nem um centavo para os japoneses. E eis que nasce os primeiros Manhwas, games e animes coreanos em meados dos anos 1990.
O público coreano apoiou e muito a cultura nacional, a quantidade de empregos devido a esse novo fenômeno foi muito alta, atualmente por volta de 700 mil pessoas trabalham na área. A Coreia, que não é boba, começou a fazer a mesma coisa que o Japão, invadiu-o com o “novo” e afundou ainda mais as editoras nipônicas.
Em resposta à “ameaça”, as editoras passaram a “roubar” coreanos para trabalharem nas revistas japonesas, sendo que um dos mais bem sucedidos é a dupla Yang Kyung-Il e Youn In-Wan, autores de Defense Devil e Shin Angyou Onshi. Fato curioso, Youn possui uma empresa especializada em encontrar “talentos” coreanos e lançá-los no Japão, chamada Youn Story Lab.
A Coreia não foi a única pedra no sapato dos japoneses. Os chineses, em especial Taiwan, seguiram a mesma ideia e começaram uma produção nacional pesada dos “manhua”. Embora não tenha se expandido pelo mundo, é muito forte dentro de seus países e aos poucos se vê coisas aqui e ali. Vá se acostumando. Vale a pena informar que Manhwa e Manhua são como os coreanos e chineses leem os kanjis de Mangá. E não como “os coreanos/chineses falam quadrinhos”. É literalmente uma cópia dos mangás.
Atualmente a Coreia começou a expandir para outros países que não Estados Unidos e Europa e um dos frutos desse esforço é Freezing pela JBC. Vale a pela mencionar que eles tem exportado também música, o famoso KPop e suas coreografias, filmes e dramas.
Países europeus tentaram fazer suas próprias magazines, mas a coisa não pegou muito bem. Ainda existe uma ou outra, e algumas das obras conseguem até uma popularidade global.
A ameaça da Internet
Lá estão nossas editoras japonesas, vendendo para todos os lados que podem, tentando se segurar, e BAM, vem a época do “share”. Chega a Santa Internet na casa de todo mundo, mais que isso, chegam as conexões rápidas e com elas o P2P. (P2P, Peer-to-peer, ponto-a-ponto é um tipo de sistemas de distribuição descentralizada onde cada usuário baixa um do outro. Donwloads via MIrc, E-mule, Kazaa, Ares e Torrent são exemplos de P2P.)
Em 2003 nasce o P2P mais famoso de sua época, o Winny. Ele foi uma revolução no Japão, pessoas de todos os cantos distribuíam animes, mangás, músicas, livros. Apenas 3 anos depois, a coisa ficou tão grande que o Japão teve que tomar medidas sérias, prendeu o rapaz criador e um punhado enorme de usuários na tentativa de acabar com a zona. Inocência…
E veio o Share, mesmíssima coisa que o anterior, dessa vez um autor anônimo, esse ninguém conseguiu fechar, embora volta e meia alguém é preso. Atualmente existe o Perfect Dark, feito para salvar o Share, que anda sendo cada vez mais atacado pelo governo. Este entretanto faz algo que nunca nenhum outro vez, é também em inglês e de fácil entendimento para americanos e europeus. Basicamente um “vamos piratear todos juntos, YEAH!”.
Imagina a cara das editoras japonesas, quem vai comprar volumes e revistas quando no dia seguinte tá tudo na internet? E as pessoas preferem assim, o que fazer? Chegam finalmente as web magazines com os mangás e sites de leitura online oficiais. Além disso várias editoras oferecem serviço de leitura por celular, que é bem famoso por lá. Ironicamente, nos Estados Unidos a ideia pegou e vários sites piratas oferecem leitura online de mangás não-licenciados.
Enquanto os japoneses tentam salvar seu próprio mercado, a coisa começa a se complicar do outro lado do globo. Ao mesmo tempo que o Winny e o Share, os scanlators e fansubs multiplicam-se, afinal agora eles tem como conseguir material de graça e fácil. E mesmo tendo qualidade duvidosa em muitos casos, o “de graça é mais gostoso” é simplesmente irresistível para os ocidentais. Várias ameaças foram feitas a esse público no decorrer dos anos, vários sites foram fechados e multados, mas aqueles que apenas tinham materiais não licenciados saíram ilesos, já que o único que poderia invocar com eles era o Japão, e internet é terra-sem-lei.
Para piorar, os scanlator e fansubs tinham uma vantagem, poder lançar com poucos dias de atraso em comparação aos japoneses. Como competir? Surge, em 2002, a Shonen Jump americana, disposta a trazer o mais rápido possível os novos capítulos para o ocidente, embora pareça não ter dado muito certo e tal foi extinta em março de 2012. No mundo dos animes surgem sites especializados em animações online também quase ao mesmo tempo que os japoneses.
Mas, a dura verdade é que tudo isso meramente alivia a situação, porque tanto os animes quanto os mangás continuam em queda. É absurdamente fácil baixar-se algo na internet, inclusive em velocidades absurdas. Você baixa um filme em menos de meia hora com uma conexão alta. Comparado ao sufoco que era dias de download antigamente, levava a noite toda para baixar o capítulo do anime X. A facilidade e comodidade de piratear é simplesmente grande demais para se competir.
Ofensiva legal
Atualmente as empresas e editoras têm partido para outra ofensiva, a legal. Várias leis e acordos tem sido estimulados nos países, mais recentemente o SOPA e o PIPA, nos Estados Unidos. Para sorte dos “piratas”, tais leis são ferozmente combatidas pela população.
Mas o fato é que a maioria dos países não possuem leis específicas para a internet e existem vários dilemas envolvendo a mesma, como localidade física vezes público direcionado. Como punir um scanlator americano num servidor tailandês? Seja um PIPA da vida ou não, todos os países serão cada vez mais pressionados a terem leis básicas envolvendo a privacidade e posse na internet. Como isso irá impactar esta situação ainda está para ser escrito.
Situação atual
Seja qual lado você defenda, a verdade é que sem lucro as magazines irão se extinguir ao poucos. Abaixo uma tabela comparando os 3 últimos anos de um mesmo período da tiragem de algumas das principais delas:
Um exemplo assustador é a CoroCoro Comic, no mercado desde 1977, que teve uma queda de mais de 200 mil em 2 anos. Nesse ritmo a revista morrerá em cerca de uma década.
Outras mostram uma flutuação, mas os crescimentos nunca superam os últimos 5 anos. Algumas caem aos poucos, 2~5 mil ao ano, mas a maioria ao redor das 10~50 mil cópias.
A queda é clara até mesmo se olharmos mais de perto. Abaixo também o estudo de tiragem de outubro de 2011 a junho de 2012.
Nesta tabela há apenas duas exceções extremas, a Shounen Sunday Super e a Gessan. Neste período a SSS recebeu novas séries e transferências, como um novo Gundan, King Golfe, Meitantei Conan – Seikimatsu no Majutsushi, spin-off de Shijou Saikyou no Deshi Kenichi, versão em mangá de AURA e Colorful♪ Hayate no Gotoku!. Quase uma nova revista, então fica complicado comparar a suas vendas anteriores, veremos o futuro da mesma em alguns meses.
A Gessan por sua vez lançou no mês em questão um novo Mitsuru Adachi, chamado Mix, e finalizou Q&A. Outras séries também foram finalizadas e começadas, o que pode ter influenciado o aumento.
O mesmo declínio é claro aqui, entretanto no caso dos mangás mais adultos (isso incluso os josei), geralmente os volumes vendem muito bem. Sendo assim, uma revista como a Ikki consegue sobreviver. Mas, como os volumes são igualmente pirateados, mesmo elas correm riscos.
Shoujos são um gênero correndo muito, muito perigo, nunca venderam tão bem assim, e suas revistas mais vendidas estão caindo vertiginosamente. A Ciao, desde 2010, teve uma queda de 230 mil cópias.
Algumas editoras têm tentado inovar neste gênero: a Shogakukan, por exemplo, lançou a Anekei Petit Comic, uma revista shoujo voltada para mulheres de 30 anos. Uma tentativa de recuperar um público já velho que ainda guarda lembranças de sua juventude e as revistas shoujos. Publica grande nomes como: Chie Shinohara, Kazumi Ooya, Michiyo Akaishi, Mitsuru Fuji, Miyuki Kitagawa, Rie Takada, Tomomi Nagae, Yasua Imai, todas senhoras que eram O sucesso de uns 15 anos atrás. Esta revista ainda não aparece nos dados, mas seus volumes já estão entre os mais vendidos do Oricon (rank mensal de venda de volume).
Como dito acima, os volumes mais adultos costumam vender bastante, então a venda baixa das revistas não é tão alarmante. Embora algumas delas estejam descendo demais, como a Cocohana.
E aqui eu finalizo meu estudo. Ressalto que não é minha intenção discutir pirataria, se é errado ou não, se sou contra ou não, mas, sim, discutir as consequências de tudo isso no mercado de mangás japonês. Cabe a você mesmo pensar no assunto, nas consequências e tomar alguma atitude, ou não.
E ressalto que mercado em queda não significa mercado entrando em falência, é improvável que isso ocorra, mas muito provável que ela mude e se adapte a um público menor.
_________________________________________
Por último alguns esclarecimentos sobre as tabelas:
1. Os dados de tiragem e ranking são calculados numa base trimestral (de 3 em 3 meses). No caso de revistas não faz o menor sentido manter uma análise semanal ou mensal pelo simples fato de que muitas delas são bimestrais, mensais e quinzenais. Um período de 3 meses vai, com certeza, pegar pelo menos um volume de cada uma.
2. Isso não é um ranking de vendas, mas sim de tiragem. Tiragem é o número de cópias postas a venda, no mercado. As tiragens são geralmente maiores que o número de venda (descartando situações de esgotamento), mas se considerarmos que um produto pode ser lido por mais de uma pessoa, as tiragens são bons dados para supor a quantidade de leitores.
3. Temos que manter em mente que essas revistas são extremamente descartáveis, é raríssimo que pessoas as colecionem. A maioria é jogada fora após a leitura, geralmente reciclada. Sendo assim, as empresas buscam produzir o número mais próximo do número de vendas e minimizar as perdas que dificilmente venderiam após o lançamento do próximo volume. Um grande aumento aqui, uma diminuição ali pode ser um forte indicador de baixas ou altas vendas no mês anterior.
Fonte dos dados e tabelas: Jinsei o karuku suru himitsu no backyard, Shuukan Shounen Jump kei log Souko e JMPA.
Solução para a pirataria nunca é proibir, aumentar penas e etc, etc.
Solução para a pirataria é fornecer um serviço MELHOR que a pirataria a um preço justo. Como acontece com empresas como netflix, iTunes Music Store e steam.
As editoras japonesas precisam começar a usar a internet em seu favor e não culpá-la pela queda das vendas.
Cadê um serviço de assinatura digital da Shounen Jump? Cadê um serviço para ler mangas antigos sob demanda como existem para Comics americanos?
Fantástico texto. Dados muito bem apurados e claros, para não gerar dúvida. Verificou a integridade de algo que eu acreditava há algum tempo já e todo mundo debochava quando eu falava.
A verdade é que mangá é um negócio sem futuro hoje.
Artigo muito bem escrito! Só dar uma revisada pois tem uns errinhos de digitação, bem perdoáveis :D AUHAHU
Quanto ao assunto, de fato os números são alarmantes. A nova geração de fãs (e eu acho que devo me incluir nela, já que tenho 18 anos, vai saber né?) não tem noção que o simples fato de baixar um mangá para ler prejudica bastante o mercado do qual ele se originou.
Por isso que tento fazer “minha parte” quando posso, compro sempre mangás publicados no Brasil. Me sinto ajudando a indústria não só brasileira como a japonesa.
Primeiramente quero agradecer a Alenna pela matéria, parabéns.
Antes que apareçam “especialistas” tocando a trombeta do apocalipse por aqui vamos esclarecer, o mercado de mangás NÃO vai acabar. Assim como os comics americanos a “Era de ouro” dos mangás acabou.
Inclusive (guardando as devidas proporções é claro) podemos traçar um paralelo entre os comics e os mangás, ambos tiveram o seu “boom” e sofreram (ou sofrem) um considerável declínio, ambos buscaram o mercado estrangeiro e isso foi bom e ruim para ambos (aumento de vendas/concorrência/pirataria).
É nesse ponto que as editoras devem começar a mudar de pensamento, disponibilizar material na internet à um preço justo assim como material para download, assinaturas etc. como colocou o Caio Viel.
Para mim pelo menos, é sempre prefirível o material original.
Cara, o que eu não entendo é por que a Shueisha não lança um serviço de assinatura on-line de seus mangás aqui no Brasil. Se ela cobrar, sei lá, R$9,90/mês, por exemplo, para termos acesso a revista, on-line, aqui no Brasil, e no minimo, 6 horas, após lançado no Japão, e se, por exemplo, chutando baixo, 500.000 pessoas assinarem, já são quase R$5 milhões por mês. Junte a isto um sistema de assistir propagandas para aqueles que não puderem pagar. Sei lá, eu não ligaria de ver 1 min. de propaganda para ler um capitulo do Naruto (que esta animal agora YEAH :laughing:).
Eu acho que a Shueisha esta perdendo muito dinheiro dos brasileiros por não tentar algo deste tipo.
Sobre a “pirataria”:
Isso é ruim apenas quando o produto é disponibilizado oficialmente no país. Quando isso não ocorre, a empresa não perde nada, apenas deixa de ganhar.
A única coisa que resta para essas empresas é se adaptar a essa nova realidade, afinal, a internet não vai acabar.
Não sei muito sobre outros mercados, mas no Brasil, um dos grandes responsáveis por esse “mal” são os impostos absurdos, que prejudicam o consumo e consequentemente o crescimento de um mercado com produções locais, e não me refiro apenas aos quadrinhos no estilo oriental, mas pelo menos tentamos
(Holy Avenger e Combo Ranger).
100% de acordo
Excelente texto!
Parabéns pela pesquisa :wink:
As empresas nunca “perdem” algo, elas sempre deixam de ganhar. O mal da pirataria é o fato de “roubar” lucro das empresas. Já parou para pensar por que “pirataria”? Piratas são aqueles que roubam o produto alheio e o usam para seu próprio propósito, lucrativo ou não.
É claro que pirataria pode gerar lucro, eu mesma já comprei o original ou versões oficiais de muita coisa pirata por 1. gostar muito; 2. estar cansada de ler absurdos. O mal dos scanlators, fansubs e P2P não é o lado propaganda, mas o fato de que após ler e gostar, os consumidores não sentem a necessidade de adiquirir o produto oficial, seja por causa de preço, qualidade de tradução e edição ou por simples comodismo.
Não vou ser hipócrita e dizer que é feio piratiar. Eu faço isso, a diferença é que eu também consumo, eu compro os volumes da Panini de Claymore e nunca abri para ler, li todo do inglês. Tá tudo lá na estante guardadinho. E não é por amor à editora ou mercado de mangás, mas por amor e respeito ao autor. É o meu jeito de pagar o AUTOR. É uma questão de educação e respeito à pessoa que dedica a vida a fazer aquele mangá que você tanto gosta.
Pirataria é como ler emprestado de um amigo, mas multiplicado por milhões. Tá tudo bem ler um ou outro do amigo, descobrir coisas novas com seu amigo, mas aquela obra que realmente te surpreendeu, custa muito investir um pouquinho no cara?
Bom texto. Gostei muito dos dados!
Só uma pequena correção: É Freezing e não Freenzing. E o contexto que você usou esse exemplo foi para dizer sobre os quadrinhos produzidos dentro da Coreia (manhaw) estão se expandindo para outros países, certo? O Freezing é um mangá feito por coreanos em uma magazine japonesa (a Comic Valkyrie), então ele não se encaixa como manhaw sendo exportado para outros países e sim como mais um dos vários mangás que são trazidos para essas bandas. Talvez eu estou sendo muito rígido ou não tenha entendido o contexto direito, mas só estou comentando para não passar batido.
Voltando ao assunto, acho que faltou você comentar uma das desculpas mais utilizadas pelas magazines – o atual baixo índice de natalidade no Japão. Se você pegar a alta divisão que há nas atenções atuais das crianças/adolescentes e somar a isso a pirataria e principalmente a que existe pouco mais da metade das crianças que existiam na época de ouro do mangá, a queda nas vendas é algo bem inevitável.
Outra coisa que queria comentar é sobre os encadernados. Eles claramente são bem melhores que os capítulos das magazines. Eu até entendo uma criança comprando magazines semanais, mas um jovem/adulto que tenha pouco tempo sobrando e nem tanto dinheiro para gastar (o que é a maioria), normalmente espera o encadernado que vem cheio de extras e revisões em texto e cenários malhorados do que simplesmente comprar uma magazine semanal/quinzenal/mensal. A única coisa que se perde é o imediatismo dos acontecimentos. Acho que por isso fica bem evidente que nesses casos dos encadernados que sustentam as magazines.
Não sei como o n foi parar ali. Obrigada.
Na verdade, Freezing é uma parceria Coreia-Japão, os capítulos são simultaneamente lançados em ambos os países. Logo discutir nacionalidade da coisa é inútil. No caso de Freezing, a JBC previamente em 2011 informou que, após visita coreana, iria lançar um Manhwa. O autor em questão é um dos autores mais famosos de Manhwa, independente ou não deste volume ser “mangá”. Sendo assim, a divulgação do autor foi fruto coreano.
< < Uma das notícias da época.
Embora eu seja um “facilitador de pirataria”, sempre tento comprar algo original, mas como citaram ali em cima, o governo brasileiro gosta de punir quem compra o original, como eu cito aqui:
http://eternalanimes.org/2012/08/03/jogo-da-capo/
kkk, este cara consegue ser mais odiado que o diretor do Animax.
A única forma de acabar com a pirataria é justamente fazer pressão junto aos governos (federal,estadual,municipal) para reduzir os impostos e consequentemente a redução dos preços…Off.: Aqui no Brasil, as editoras norte-americanas e algumas nacionais não estariam sacaneando para impedir a invasão dos mangas,mahwas,animes e etc?
Parabens à você Mad.Allena! Matéria extremamente boa, pesquisa, graficos tudo mostrado estaticamente. Muito bem tirou total!
Mas enfim, na minha opinião realmente como você disse e mostram os dados isso não significa o fim. Porém não significar o fim não impede de que os Japoneses e o restante que produzem mangas ao redor do mundo tomem atitudes escrotas, pode parecer besteira, mas digamos que eles comecem a investir cada vez mais em mangas para tablets e smartphones e isso crie algo como downloads privilegiados tipo o estilo download content dos video-games… aqui no Brasil isso seria pessimo para a população, visto que em termos de mundo os download contents não geram prejuizos para as empresas de games, apesar de gerarem algum repudio por parte de jogadores, principalmente brasileiros que não tem como pagar quantias absurdas por algumas melhorias (visto os impostos que os games sofrem por aqui).
Enfim na minha opinião a atitude a tomar é lutar a favor da distribuição de conteudo gratuito via internet.
JÁ BASTA O CONTROLE O QUAL A SOCIEDADE VIVE NOS DIAS DE HOJE (não sou anarquista, as pessoas em sua maioria assustam quando as coisas ocorrem da forma diferente que para elas deveria ser ) Ou seja, por que a internet deve ser como o mundo real? Afinal ela é algo projetado para o polpavel (real) e ao mesmo tempo não é polpavel, então pra mim é correto que as leis de la sejam diferentes, ou seja a lei maior é a não existência da lei.
A verdade é que nada vai dar certo no BRASIL enquanto não reduzirem os impostos.
Acho que a questão maior é o desinteresse dos novos públicos que preferem vídeo-game a mangá/anime… por isto os mais antigos continuam fieis, enquanto os mais jovens compram menos (além de serem mais familiarizados a ler no PC, sem ter o hábito do papel tão forte.
ainda assim, acho que é mais uma mudança de hábito da nova geração.
Por sorte o mercado de mangás no Brasil não é tão ruim, muito pelo contrarío vai mto bem obrigada. Tem varias editoras lançando titulos fortes e até alternativos e muita gente compra com serviços bons como descontos em eventos de animes como a Comix.
Isso pelo fato que o povo brasileiro prefere ler mais na mão mesmo, pois ler no PC cansa muito, só lêem quando não aguentam esperar.
Outro ponto acertado foram as re-publicações, pois tem muitos mangás que estão com volumes muito raros de achar e quando acham estão com valor absurdo (o 1° volume publicado de Sakura Card Captors tá 80 reais) e tem muito otaku que começou a colecionar mangás a partir de agora, já que completaram os estudos e estão trabalhando, pois antigamente era impossivel e com isso estão interessados em acompanhar os mangás que queriam colecionar na epoca.
Eh, que o faturamento de Hollywood nao para de aumentar isso ninguem comenta neh?
Essas industrias todas ae, tirando a de musica na minha opiniao, tem q entender q o mercado MUDOU dos ultimos 10, 15 anos pra agora.
Quando eu era pequeno e gostava de um cantor X, eu tinha q comprar o album inteiro dele, mesmo eu so gostando de 1 ou 2 musicas, hoje em dia o cara tem q fazer um puta album pra nego comprar, pq senao o cara baixa ou compra do itunes a unica musica boa por 1 dolar e pouquinho.
O mercado consumidor hoje nao compra pra CONHECER, pra DESCOBRIR, pra EXPLORAR. A coisa sai na internet antes, ou na TV, ou seja la onde for. O mercado compra pra TER, pra COLECIONAR, pra AJUDAR O AUTOR, como o outro cara falou ae.
Ou seja, se eles querem vender, tem q fazer um negocio bom, um negocio bem feito, enxe de extras. “Ah mas os extras podem ser pirateados tambem” sim, mas quem vai querer ficar armazendando toneladas de arquivos no computador? Vamos raciocinar, ter uma estante com produtos originais, BONS e de QUALIDADE vale 20 mil vezes mais do q uma pasta de Windows cheia de pirateado.
So que pra isso o produto tem q ser bom, de qualidade e com PRECO JUSTO(Estou sem acento aqui, acho q ja deu pra perceber). alguem ae ja viu o preco dos DVDS de Fate Zero?
E isso nao inclui so as produtoras, editoras, estudios, etc. Inclui tambem as proprias obras, os autores. Sinceramente, peguem os animes e mangas de hj em dia e comparem com 10, 15 anos atras, da pra comparar? One Piece q nao para de vender, comecou antes de 2000, Full Metal Alchemist sucesso aclamado comecou em 2001.
Isso sem mencionar todos da antiga, que crescemos assistindo, Rurouni, Yu Yu, Dragon, etc.
Oq temos agora? Toriko? SWORD ART ONLINE? pelo amor de deus…
Tem q parar com essa ladainha das industrias, parece ate o cinema brasileiro, fica reclamando de verba e preconceito a anos, q nao da lucro, nao sei oq. Ae vem um cara e faz Tropa de Elite, da sequencia com uma continuacao melhor ainda e vira o filme mais visto da historia do Brasil, DEU LUCRO, e poderia ate ter sido vazado antes como aconteceu com o primeiro, q mesmo assim ainda daria LUCRO.
Falta trabalho de qualidade dos autores e trabalho bem feito e justo das produtoras e editoras. ESSE EH O SEGREDO DESTA POR*A. O q eu nao aguento, eh pela saco de corporacao, os caras tao nadando na grana e nego ainda vem defender.
Excelente texto!
Uau, um daqueles textos que só a Mad. Allena consegue escrever, com dados bem pesquisados e expostos, argumentos claros e opinião firme e bem embasada.
Vale dizer que o mangá, como estilo, veio para ficar, por isto não ficaremos “livres” deste gênero mesmo que os japoneses parem de investir nele.
Quanto a isso já não sei, tudo tem seu tempo e sua data de validade. Assim como não se vê mais aquele estilão de página de jornal como Tarzan, Príncipe Valente, White Indian… Pode chegar um dia em que a população consumidora ache algo mais interessante.
Imagino em 2112, que algo novo terá nascido e artistas do estilo mangá seriam produções retrôs.
Preço de Fate/Zero? Não seria o preço geral dos DVDs/BDs japoneses? Fate/Zero está na média, meu Hidan no Aria Blu-ray completo saiu pelo mesmo preço, exceto que veio em volumes mensais ao invés da pedrada de uma vez. E não me arrependo em nada. Qualidade perfeita do material usado, disco extra com character songs e BGMs e uma novel. Enquanto no BR temos uma porcaria nojenta.
Não entendi o comentário de Sword Art Online… é um trilhão de vezes melhor que coisas extremamente medianas como Fullmetal Alchemist e SAO não é o melhor da temporada. Fora que números como “ASCII Media Works’ Dengeki Bunko imprint reported this month that over 5.85 million copies of Reki Kawahara’s light novel series Sword Art Online are in circulation.”, “BD Sword Art Online Vol.1 [Completely Limited Production Edition]” é o BD com maior quantidade de pre-orders no AmiAmi e o segundo no CDJapan. Então vai vender pra kct.
Parabens ótima matéria!
Allena, senti falta de suas matérias ^^
Não menospresando os outros, mas é que mulher consegue ver o q homens não veem… Eles fazem coisas “cruas”, mas mulheres conseguem ir além!! rsrs
Mas enfim, a matéria está realista… Achava q vc ia colocar tudo numa visão do tipo: OMG!! TUDO ESTÁ PERDIDO, NUNCA MAIS TEREMOS MANGÁS DAKI A 10 ANOS!! rsrsrs
Ver através de gráficos fica mais facil de aceitar o FATO de q mta coisa mudou… Mesmo os mais nostaugicos e “antigos” (como eu) ainda sonhando q tudo vai melhorar… rsrsrs
Dever ser mesmo a idade isso de não gostar de ver as coisas pela net / celular / qualquer outro forma q não seja no papel de um encadernado…. Mas preferir o encadernado não é de todo ruim, o q tenho q aprender é o q a matéria diz: o consumidor mudou e o “mercado” está “rebolando” para chegar a ele ‘-‘ (ou algo assim)
Fico feliz por vc dividir seu arduo esforço de saber / fazer tudo isso… Pq, antes d querer fazer a matéria vc pesquisou tudo só pra saber como anda o mercado né? rsrs O esforço valeu mesmo, parabens ^^
vish…
Bem, eu já “sabia” da situação porque acompanho. Tive que sair procurando dados e tabelas… E tive que traduzir as coisas. Achei umas tabelas infernais e super interessante sobre a venda em relação ao final de “super-obras”. Mas, muitas das coisas são meio desconhecidas aqui e a tabela em si possuia uma porção de observações que eu seria obrigada a traduzir também, tudo do japonês. A preguiça foi mais forte! xD
Eis um verdadeiro exercício de futurologia, que eu não me atrevo a fazer. Mas o estilo destes artistas que citastes foi absorvido e readaptado por outros grandes nomes como Allan Moore, George Perez… Assim como o próprio Frank Miller se inspirou nos mangas da série “Lobo Solitário”…Bem, entendo que tu prefiras falar só sobre o que conheces e podes “garantir”, por isto teus textos são tão bons. Obrigado!
Teu Hidan no Aria custou de 350 dolares pra cima por 13 episodios?
E estou ciente das vendas de SAO, especialmente por isso que citei ele, agora se vc acha SAO melhor q Full Metal Alchemist, so posso sentir pena de vc..
Na verdade, eu não sou muito fã de shounens. One Piece, DBZ, Naturo, FMA, tudo a mesma tosquice, sendo que dos citados, FMA é o único mediano, o resto é lixo tóxico. Ainda acho o primeiro FMA melhor que o Brotherhood, mas talvez seja a idade na época que vi o primeiro.
Well, vamos pegar Nobuna:
http://slist.amiami.com/top/search/list?s_seriestitle=The+Ambition+of+Nobuna+Oda+BD&pagemax=100
7000 ienes cada volume. Ou seja, cada volume custa R$182,60;
182,60 * 6 = 1095,72 reais.
350 dólares = 707 reais.
Oh, veja! Os 12 episódios de Oda Nobuna no Yabou são mais caros. E tem o mesmo preço de cada volume do Hidan no Aria, exceto que o primeiro custou a metade do preço, mas eram 7 volumes.
http://eternalanimes.org/2012/01/13/hidan-no-aria-bds-6-7/
BD Sword Art Online Vol.2 [Completely Limited Production Edition](Preorder)
11% OFF – 6,940 JPY
Ah, o preço americano manteve o padrão japonês no Fate:
http://www.cdjapan.co.jp/detailview.html?KEY=ANZX-9431
Geralmente os BDs americanos são tão sem graças quanto os nossos, mas como mantiveram tudo do japonês…
BDs japoneses são caros. Mas como no link que passei de Hidan no Aria ali em cima, eles são lindos.
BD1 do SAO
Content:
-Episode 1 and 2
Completely limited production edition bonus:
-Original author Reki Kawahara original short novel “Sword Art Online progressive (tentative)”
-Character original designer abes original illustration used Aincrad arc storage box
-Character designer Shingo Adachi original illustration used digijacket
-Bonus CD (character songs)
-3-sided clear case
-Special 16pages booklet
-Endcard pinup x 2
-Bonus footage
(Reki Kawahara mokunin “sword art offline” part.1″ *SD characters audio commentary, non credit OP)
-Audio commentary
como estudante de economia, eu estou feliz por uma materia como essa. é um deleite saber como anda um mercado como o de manga. gostari da saber aonde posso extrai essas informaçoes, para eventual pesquisa, se não for incomodo.
Tem ali nas fontes, é tudo site japonês. O http://www.geocities.jp/wj_log/ é um dos mais divertidos de mexer.
Eh, nao adianta eu discutir com vc, ate pq nossos gostos sao completamente opostos, eu acho lixo toxico esses animes ae q vc mostrou.
Agora ja nos blu-rays, por mais bonito q sejam acho um pessimo negocio pagar 700 por isso, com essa grana dava pra comprar ate 2 edicoes completas de DVD de aniversario de Friends ou talvez o proprio blu-ray q vao lancar ainda. Ficaria com pouco mais de 200 episodios de 1 hora ao inves de 12 de 20, 25 minutos.
Os que citei não seu meus favoritos. Suzumiya Haruhi, Kara no Kyoukai, Usagi Drop, Code Geass, Fate Zero e poucos outros conseguiram notas máximas comigo. Well:
http://myanimelist.net/animelist/SSTHZero&status=2&show=0&order=4
Agora eu não compro BDs para assistir. Todos os meus são apenas material de coleção e só pego edições especiais de colecionador/First Press. BDs como os lançados no Brasil não me interessam e os americanos tem baixíssima prioridade.
Para assistir, eu baixo. O disco é para ficar intocado.
Gostei muito da matéria! E eu tb faço isso, baixo um pirata como forma de conhecer a obra, saber se ela é do meu gosto e etc. Se eu curto algo, eu tambem acredito que tenho que prestigiar o autor/produtor. Eu vejo a pirataria como meio de divulgação, não sou a favor do uso indiscriminado e torpe, também vejo como opção ao produto que não existe mais no mercado (frente ao relançamento original, descarto os piratas e adquiro-os). Hehe, seria um uso consciente dos produtos piratas… : )
Então, no caso dos mangás que são lançados oficialmente no Brasil, acredito eu que, lendo num site de scans ilegal chega a ser uma sacanagem com o autor e com todas as pessoas envolvidas na sua publicação (a editora, os tradutores, os revisores…). Quase fico com um pé atrás toda vez que eu fico sabendo de gente que lê Naruto via internet.
Contudo, ninguém falou nada sobre mangás que nunca serão lançados aqui no Brasil por meramente falta de mercado. Nesse caso então serei obrigada a comprar o mangá do Japão mesmo?
Esse assunto sobre pirataria é muito complicado. Num rápido momento, você começa a achar que você é praticamente obrigado a pagar por todos os mangás que você quer ler, mesmo sabendo que a maioria delas não será lançada no Brasil (não estou defendendo os fan-scanlations muito menos os downloads ilegais, afinal quando sei que algum mangá que eu nunca esperava que seria lançado por aqui já adquiro, caso da série Hetalia, que compro toda vez que um novo número é lançado). Contudo, você vê dados, informações, número de vendas e nota que alguma coisa está errada no mercado de mangás.
Uma curiosidade ente os Seinen é o fato recente de antigas séries de Shonen como Cavaleiros do Zodíaco terem suas continuações em revistas Seinen, destinando-se ao mesmo público que lia a revista 15 ou 20 anos atrás.
De fato, o advento dos video-games, Ipods, Ipads, etc., além dos games online entre outros, são os principais responsáveis por essa situação. Como as editoras não acompanharam a evolução das tecnologias, é de se esperar que isso acontecesse.
Seria interessante reunir editores, autores(as) de mangás, executivos e criadores de video-games e jogos online para que ambos cheguem a uma solução para o problema. Quem sabe algo assim: mensagens no começo ou no meio dos games, incentivando os jogadores a lerem mangás e a não ficarem tanto tempo jogando. A mensagem pode ser direta ou até mesmo indireta (o que inclui até mesmo o uso da polêmica tecnologia das mensagens subliminares, se bem que neste caso, é para incentivar a leitura, o que é bom).
Além do problema da tecnologia (videogames, etc.), é preciso levar em conta outras causas que não foram citadas, tais como:
1. A prolongada crise econômica japonesa e seu efeito a médio e longo prazo nos hábitos de consumo dos japoneses, mais preocupados em garantir uma reserva de dinheiro para a aposentadoria;
2.O envelhecimento da população japonesa, que a cada ano agrava ainda mais a situação, com menos crianças e jovens e mais pessoas de meia-idade e idosos, o. que se reflete no consumo dos mangás;
3.O predomínio do “moe”, com suas personagens que só servem de enfeite (tipo “garotas fofinhas fazendo coisas engraçadinhas”, como é o caso de Lucky Star, K-On !, Mouretsu Pirates, entre outras), já citado várias vezes por Alexandre Lancaster (um inimigo figadal do gênero), do blog Maximum Cosmo. Como se trata de algo que só agrada o “nicho” (os otakus moezeiros), o moe 9e sua falta de roteiro, conteúdo e trama) só agradam àqueles que só querem ver garotas fofinhas e bonitinhas (que não fazem absolutamente NADA, apenas servem de enfeite apesar de serem as protagonistas das séries em que aparecem);
4.A perda da capacidade de diálogo entre as editoras japonesas e o público japonês. Sem essa capacidade de diálogo, não há como oferecer material que seja interessante para o grande público.
5.O aumento dos preços dos mangás, para compensar a queda nas vendas e, o que é pior, cobrar preços altos pelo licenciamento dos mangás no exterior. Isso é como dar um tiro no próprio pé. O certo seria reduzir os preços dos mangás no japão e njo exterior e explorar outras fontes de renda, como o licenciamento dos personagens para uso em produtos de consumo variados, que podem ir de brinquedos e produtos alimentícios até aparelhos de barbear (no Japão, personagens de Evangelion já apareceram em propagandas de aparelhos de barbear da marca Schick, colírios e até mesmo comerciais de corrida de cavalos da Associação Japonesa de Corrida / AJC e – acreditem ou não – inseticida específico contra baratas).
5. Só cuidado, Nekomimi, cada editora é um caso. A gentosha, por exemplo, vende seus mangás bem barato, absurdamente barato para o exterior. Mangás mais caros são os que fazem sucesso no Japão ou de autores e revistas populares.
3. E “moe” é nicho no Brasil, no Japão moe agrada quase todos os jovens rapazes, a cultura deles prega isso em todo lugar, as cantoras e “idols” são todas assim, as atrizes, as dubladores de anime, as garçonetes de cafés temáticos e até as “prostitutas” e gueixas seguem o padrão que você vê no MOE. Moe é uma interpretação do próprio ideal japonês de mulher. As editoras mnão iriam pôr dinheiro em moe se não vendesse, Kon mesmo, bobo do jeito que é, vende litros e litros no Japão, fora que vende muito acessório, inclusive instrumentos com adesivos delas. Então ter MOE não é motivo nenhum de queda, muito pelo contrário, coisas com MOE VENDEM. Agora, se você fala de queda de qualidade, isso aí já vai de cada um.
4. Perda de diálogo? Todas as magazines tem diálogo mais que aberto com o público, tão berto que é o público que vota em qual manter ou não. Japoneses são bem sérios quanto à leitura de cartas e é quase religião ler as cartas que recebem. Enviei uma carta uma vez para uma autora e ela depois de uns 5 meses me respondeu e ainda e português, a mulher achou um tradutor de português só porque ficou honrada com o meu esforço em mandar um em japonês. (E ela disse não poder dar entrevistas sem permissão /cry)
Então, de onde você tirou falta de diálogo?
Bem interessante o artigo.
Como diria Marshalll McLuhan, um meio não elimina o outro…
O mercado de mangás não vai acabar no Japão, assim como as novelas não vão acabar no Brasil.
Mas, os dados só nos mostram um fato claro, que há uma crise… isso há. Como em todos os países, há uma crise naquilo que é característico do país…
Sandra Monte
http://www.papodebudega.com
http://www.twitter.com/papodebudega
Quanto ao “moe” e a perda da capacidade de diálogo, pode ser que sejam apenas cisma do Lancaster., mesmo.
Mas e quanto aos outros fatores citados (no caso, os fatores 1 e 2), além da concorrência com os videogames, jogos online, gadgets como Ipods, Ipads, etc?
Bem, Nekomimi, minha intenção nunca foi fazer uma tese sobre tudo e qualquer coisa, adimito que não lembrei nenhum pouco sobre a questão da idade, passei batido mesmo. E quando e concorrência, isso é amplo demais, quer dizer em última instância mangás competem com comida, água e luz. Fica difícil de generalizar quais são os competidores dos mangás e revistas, a não ser os próprios mangás e revistas. Se um dia alguém fizer uma pesquisa e os japoneses dizerem “não compro mangá porque estou guardando dinheiro para jogos” ai é outra coisa.
E quanto à crise, “crise econômica” é uma generalização que se faz quando vários setores de comércio e indústria entram em crise. O fato das revistas estar em crise não é criado pela crise, é parte da crise. A crise é claro se auto-alimenta. Seria diferente se, digamos, a indústria de papel estivesse em crise, por causa disso a indústria de mangás estava sofrendo, por exemplo, aumento de preço e, por causa disso, as coisas estivessem indo mal. Mas do jeito que está é uma flutuação nacional da economia que inclue a indústria de mangás, falar disso seria meio off-topic e massante para quem não quer saber de economia. Preferi falar de fatos que agravam a situação diretamente.
eu sempre procuro comprar os mangas que me agradam, e acho melhor ler um manga na mão do que no computador, até mangas que eu já li eu compro pra ajudar o autor. Se bem que não tem títulos que me agradem muito nas bancas.
Comecei a comprar mangas já a algum tempo e o ruim disso é que você não encontra todos os volumes de um título especifico antigo como Karekano que devo ter até o 7, não tendo muito a ver com a matéria, mas vários títulos eu não compro por faltar algum volume específico, até um titulo novo como The Gentlemen alliance( não sei se ta certo), já tem um volume faltando, ou até Hollow Fields, eu já não acho o volume 1.
Eu vi muita gente falando que eles deveriam mudar para o digital e se atualizar mas eles já estão fazendo isso, eles estão disponibilizando mangas em ingles on-line por um preço em conta.
nesse site:
http://www.jmanga.com/
eu só não assino porque inglês não é o meu forte, mas soluções eles estão procurando.
Excelente artigo! Parabéns! Sair do factual às vezes faz bem pro site e pros que acessam.
Acho que muitas pessoas leram errado o título do artigo, que se chama “Mercado interno JAPONÊS de mangás”. Aqui no Brasil é outra realidade.
Existem várias maneiras de diminuir a pirataria aqui no Brasil e essa é uma delas, que por sinal eu concordo totalmente. Na verdade a não-compra de um produto com alta taxação de impostos é uma resposta pras editoras, empresários, Estado e a própria indústria em si de que a estratégia adotada (preço, promoção ou distribuição) está inadequada. Essas indústrias deveriam organizar melhor o lobby pra diminuir tarifas que comprometem o mercado, aqui no Brasil ou em outros países.
Pra mim essa definição já valeu todo o artigo e todos os comentários referentes a esse assunto tão complexo. E viva os Fansubs! Grandes amigos…
Falando nisso, lembreide uma notícia que eu li no Folha de São Paulo há meses atrás, na qual o famoso autor de comics, Stan Lee, disse a seguinte frase (mais ou menos isso): “não compre arquivos, compre gibis” .
Segundo a notícia, ele quis, com essa frase, incentivar os leitores de quadrinhos a comprarem as revistas no formato físico, para favorecer as “comic stores” americanas, lojas especializadas na venda de quadrinhos e coisas relacionadas.
Essas lojas, comuns nos EUA, parecem estar passando por uma crise devido à concorrência com os formatos digitais, tanto os arquivos “piratas” quanto os vendidos legalmente nas lojas virtuais.
Mesmo a notícia não mencionar em nenhum momento os mangás, e sim os comics, pode-se fazer comparações com o que pode vir a acontecer no Japão: a concorrência com os mangás digitais (desta vez, vendidos legalmente pelas lojas virtuais). Será que veremos autores de mangá repetindo aquela frase do famoso autor americano?
Bem, quem sou eu para dizer como será o futuro. Mas, comics são extremamente mais “falidos”, veja só: Comic sales. Em todo o caso, falência das lojinhas de comic é algo natural para os comic, já que a venda digital diminue e muito os custos de produção. Lugar para salvá-las é lutar contra a maré.
No caso de mangás, que se vendem tiragens muito maiores que aquilo aí em cima, o papel é na verdade um problema social. O governo e editoras influenciam o consumo digital legítimo. Então, não acho que exista um “problema” de concorrência.
faço a eu as opiniões de Caio Viel,
excelente texto, só agora comecei a comprar mangás (comecei a trabalhar XD) e a descobrir coisas maravilhosas na área. não nego que já li scans, massss nada se compara ao prazer de ver a coleção em sua estante!
P.s: Ohh, eu conheço o trabalho do Marcelo Del Greco desde os tempos da revista Heroi (é a nova!) e não entendo o por quê de tanto ódio, afinal PARA MIM, ele foi o maior divulgador dos Cavaleiros do Zodiaco por aqui e isso me basta para gostar dele…
não sei qual queda foi maior: quantidade vendas x nível das histórias publicadas? não tem estudo científico sobre o cavaleiros do zodíaco gaiden G zeta omega 3D kay beta ou qualquer versão “nova”? aqui no BR pessoal compra mangá com qualidade duvidosa mesmo, isso sim merece estudo!
Allena: LOL
[…] http://www.jbox.com.br/2012/09/12/especial-o-mercado-interno-japones-de-mangas/ […]
Quando o mundo acaba tomara que so o E.U.A sofra com isso..esse povo so pensa em si equcese que tem milhoes de pessoas [ 7 milhoes pra ser exata ] que acessam internet elas devem pensar [ Foda-se ] todos as musicas que as pessoas baixavam seram extintas Isso e9 um absurdo, Manifestem sua raiva nos sites do E.U.A usa google tradutor e fala cara volta com o Mega Upload pelo menos =/