Bubblegum Crisis Tokyo 2040
Bubblegum Crisis: Tokyo 2040
Bubblegum Crisis: Tokyo 2040
[youtube:http://http://www.youtube.com/watch?v=4IBsWISR_tk 480 320]
Produção: AIC, JVC, 1998
Episódios: 26 p/ tv
Criação: Toshimichi Suzuki
Exibição no Japão: Tv Tokyo (08/10/1998-31/03/1999)
Exibição no Brasil: Locomotion
Última Atualização: 20/09/2007
Podemos dizer que o “anime boom” brasileiro teve início a partir do estouro que Os Cavaleiros do Zodíaco causaram na mídia. Embora nas décadas anteriores diversos animes tenham sido lançados em vídeo e outros até tenham sido exibidos na tevê com certa repercussão (como por exemplo, Zillion), nenhum emplacou de forma tão forte como Saint Seiya. Em outros países, porém, o “anime boom” se deu em doses homeopáticas. Nos EUA, onde eles se consolidaram de maneira invejável (pelo menos pra nós brasileiros, que sonhamos com um mercado decente e cheio de lançamentos como ocorre na terra do Homem-Aranha), um dos responsáveis pela popularização dos “desenhos de zóio grande” foi Bubblegum Crisis. Mas o que um anime de nome tão estranho (Crise do Chiclete @_@) tem para conquistar tantos fãs? Continue lendo para tentar entender…
Cyberpunk: A moda dos anos 80
A criação do gênero cyberpunk na ficção científica, se deu através da mistura de elementos tecnológicos com o caos urbano de um futuro pessimista no ramo da literatura norte-americana. O precursor do gênero foi o escritor Bruce Sterling, que lançou um fanzine chamado Cheap Truth nos primórdios dos anos 80, que não passava de um folheto de uma só página (!). O futuro nebuloso, onde a evolução tecnológica apenas ajudou a ampliar os problemas típicos que o mundo naquela época já observava (explosão demográfica, desemprego, exclusão social…), serviu de inspiração para diversas obras consideradas cults, na literatura e no cinema, como Neuromancer, do escritor William Gibson, e Blade Runner: O Caçador de Andróides de Ridley Scott.
Do outro lado do planeta, o cyberpunk também foi absorvido pelo universo dos animes. O mais célebre dos célebres dessa “cultura” é o clássico Akira. Mas no final dos anos 80 (mais precisamente em 1987), Toshimichi Suzuki (quem?) lançou a obra que entraria para os anais da história da animação japonesa… Nos EUA! O fato é: o sucesso de BGC nos EUA contribuiu para fazer aquilo que Os Cavaleiros do Zodíaco fizeram no Brasil.
A primeira produção da franquia que BBC se tornou, foi concebida sob formato de OVA (ou seja: diretamente pro mercado de home vídeo) em 8 capítulos, lançados de 1987 a 1991. A produção ficou a cargo de uma parceria entre a AIC, os estúdios Artmic e a Yumex. Contando com o design do já famosinho Kenichi Sonoda (que criaria Gunsmith Cats um tempinho depois, e que antes tinha sido o character design de Gall Force – outra série conhecida dos anos 80, mas que só vimos as piores partes no U.S Mangá), a série conquistou os fãs não só pelo visual e roteiro, mas também pelas músicas! Quando ouvidas hoje em dia, podem parecer um tanto “bregas”, mas naquela época, o pop das anisongs venderam centenas de milhares de disquinhos…
Com o sucesso da série, o oportunismo das empresas patrocinadoras fez com que duas novas séries de OVA do mesmo universo de BGC fossem lançadas: A.D Police Files (em 1990) e a continuação da história original com Bubblegum Crash em 1991. Enquanto A.D Police foi um “prequel”, mostrando fatos anteriores a 1ª série, BGC foi uma continuação frustrada que, segundo dizem por aí, foi cancelada prematuramente pela falta de verba. Em 1998, a AIC se une com a JVC e lançam o foco de nossa matéria: Bubblegum Crisis: Tokyo 2040!
Tokyo 2040
O cenário de BGC: Tokyo 2040 recria o ambiente da série original, dando aquela “tunada” no visual das personagens. Pode-se considerar a série um tipo de “remake de atualização”, tal como foi aquele Babel II que saiu em DVD por aqui. Existem sutis diferenças, mas a essência da história permanece a mesma. E claro, a trilha sonora continua bacana, mantendo o padrão das séries de OVA clássicas.
Tokyo. Após um grande terremoto que arruinou a metrópole japonesa, surge uma nova cidade com o imponente nome de Mega-Tokyo. Tal reestruturação é fruto do investimento de mega-corporações, que passam a assumir o controle econômico e social de todo o país. Implementando a mão de obra de robôs chamados de Boomers, paralelo ao surgimento de uma super-potência tecnológica e industrial, gerou-se um cenário social abalado onde o desemprego assola, e os revoltados com a substituição da mão de obra humana pela dos andróides criados pelo Dr. Stingray, cometem atos terroristas quase todos os dias. O Dr. Stingray projetou os Boomers para exploração espacial mas, obrigado por uma corporação chamada GENOM, readaptou-os para servirem como ferramentas úteis para reconstrução de Tokyo.
Entretanto, existem Boomers que “inexplicavelmente” entram em parafuso e começam a atacar as pessoas. Os casos se tornam tão recorrentes que é criada uma força tarefa especial apenas para lidar com Boomers defeitusos: a A.D Police. Mesmo armada até os dentes, a A.D Police também não parece ser párea para um Boomer piradão. Entra em cena as misteriosas vigilantes (que também fazem uns bicos como mercenárias) chamadas Knight Sabers. Trajando super armaduras, as meninas descem o k-7 nos robôs e dão aquela moral, que salva o dia.
Quem são as Knights Sabers?!
Lideradas pela misteriosa Sylia Stingray, o grupo das KS é composto por Priscilla (Priss) Asagiri, Nenê Romanova e se completa como Lina Yamazaki. Cada uma possui uma particularidade especial. Como se pode deduzir, Sylia tem ligação com o Dr. Stingray, criador dos Boomers, e como fundadora do grupo, possui seus motivos pessoais para agir como uma justiceira de armadura. A mais famosa do quarteto é Priss. Líder de uma banda de rock, a garota é impulsiva e rebelde, mas bate muuuuito nos vilões. Perita no sistemas de operações NATO, Nenê Romanova é a mais mongolzinha. Completando, temos a ex-professora de aeróbica Linna, que possui habilidades marciais bastante competentes na hora do pau e foi a última a entrar na gangue cibernética.
O desenrolar da série é bacana e prende atenção com histórias tendo desfecho apenas no episódio posterior. Os mistérios que envolvem o passado das personagens revela uma sub-trama interessante até. Por alguma razão, apenas adolescentes com uma conexão “especial” com a Sylia podem vestir os trajes das Knight Sabers. Também surge uma tal “Galáctea” que acaba fazendo o papel de “grande mal” por trás de tudo (até mesmo da GENOM) e rende um desfecho bastante eufórico para série.
Entretanto, alguns fãs reclamam do ritmo arrastado que o anime possui como um todo. Aliás, os fãs mais hardcore, simplesmente odeiam BGC: Tokyo 2040! Isso porque ficam traçando paralelos com a série original… Particularmente, algumas personagens como Linna e Sylia ficaram a desejar nessa nova versão. Mas dá pra digerir tranquilo!
Após o final do anime, foi lançada uma série “spin-off” (série derivada… Tal como a Xena foi do Hércules ou o Angel da Buffy XD) da AD.Police. O personagem principal é Leon (namorado de Priss na série) e referências constantes às KS são feitas. Surgiram rumores de que uma continuação direta da série de tevê, entitulada BGC: Tokyo 2041 seria produzida, mas até agora nenhum fato se consumou (e nem deve!).
Crise do Chiclete no Brasil
Depois de ter deixado o público eufórico com a estreia de Neon Genesis Evangelion, a Locomotion surpreendeu mais uma vez anunciado a vinda de BGC: Tokyo 2040 em sua programação. Por intermédio de revistas como a Japan Fury (putz! Alguém se lembra?) e a Animax, a série não tinha um nome completamente desconhecido no Brasil. Para nossa sorte, ela foi devidamente dubladinha na Master Sound, com direção de Élcio “Shiryu” Sodré.
A dublagem ficou bem bacana e o elenco deu conta do recado direitinho. Graças a boa mixagem de som da Master Sound (onde também foi dublada Saber Marionette e Street Fighter II V) e a tradução competente, o trabalho final ficou ótimo. As quatro guerreiras cibernéticas ficaram a cargo de ótimas profissionais: Rosana Beltrame (Sylia – e a Sailor Urano); Letícia Quinto (Nene – e a Kagome); Márcia Regina (Linna – e a Sailor Netuno) e por fim Adriana Pissardini (Priss – a Sidel de Saber Marionette e a Lois Griffin de “Family Guy”). Suas interpretações e entrosamento proporcionaram um trabalho excelente.
Tendo estreado em setembro de 2000 na Loco, o anime foi exibido exaustivamente até o vencimento do contrato (em 2004).
Parte da onda de remakes de animes que assolaram a década de 90, provando uma escassez da criatividade de ideias na criação de animes legais pelos japas, BGC: Tokyo 2040 pode até desapontar os fãs que viram a série original… Mas aqui na terra brasilis, onde nem saberíamos da existência e do sucesso de BGC se não fossem revistinhas de anime, esse fato não comprometeu o propósito final da produção: divertir (e vender bugigangas… Mas não saiu nada por aqui mesmo :P). E procure as MP3 pela internet: vale a pena – tanto da série original, quanto do remake.
Uma curiosidade: os títulos dos episódios são originalmente nomes de músicas americanas de sucesso dos anos 60, 70 e 80. Você consegue reconhecer algumas no checklist abaixo? ;)
Elenco de Dublagem
Priss: Adriana Pissardini
Nene: Letícia Quinto
Linna: Márcia Regina
Macky: Rodrigo Andreatto
Sylia: Rosana Beltrame
Galactea: Denise Poptiz
Galactea (forma infantil): Fernanda Bulara
Anderson (o mordomo): Fábio Tomasini
Leon: Guilherme Lopes
Checklist Episódios
001 – Can’t buy a thrill
002 – Fragile
003 – Keep me hanging on
004 – Machine head
005 – Rough and ready
006 – Get it on
007 – Look at yourself
008 – Fireball
009 – My nation underground
010 – Woke up with a monster
011 – Sheer heart attack
012 – Made in Japan
013 – Atom heart mother
014 – Shock treatment
015 – Minute by minute
016 – I surrender
017 – Moving waves
018 – We built this city
019 – Are you experienced?
020 – One of these nights
021 – Close to the edge
022 – Physical graffiti
023 – Hydra
024 – Light my fire
025 – Walking on the moon
026 – Still alive and well