Guerra das Galáxias

[div coluna1]Guerra das Galáxias
Cho Jikuu Yosai Macross (Fortaleza Superdimensional Macross)
Produção: Tatsunoko e Studio Nue, 1982
Episódios: 36 p/ tv
Criação: Equipe de produção do Estúdio Nue
Exibição no Japão: Tv Mainichi (03/10/1982-26/06/1983)
Exibição no Brasil: Record – CNT/Gazeta

Última Atualização: 08/01/2008

Por Tio Cloud

No início dos anos noventa, a Rede Globo começou a exibir em sua programação um desenho animado chamado Robotech. Mas, o que poucos sabiam era que o dito cujo na realidade era a união de três animes. Um deles, o aclamado Macross. Fortaleza Superdimensional Macross, foi criado no Japão pelo Studio Nue e virou animação nas mãos dos estúdios da Tatsunoko Productions. A série estreou em outubro de 1982, se encerrando em junho do ano seguinte. O sucesso foi tão grande que poderia ser comparado à febre gerada por Mobile Suit Gundam três anos antes.

Macross é uma história que une elementos que todo mundo adora: ação, aventura, naves espaciais, mechas e (por que não?) romance. A importância da série foi tanta, que ela é considerada uma das obras mais influentes da animação japonesa, ao lado de Patrulha Estelar, Gundam (o original) e Neon Genesis Evagelion. Aliás, muitos consideram essas 4 séries como os “Ases da Animação Japonesa”.

Desde então, Macross passou a ser uma das franquias mais lucrativas de todos os tempos, tornando-se em pouco tempo o principal ganha-pão da Tatsunoko. Como a produtora do Speed Racer estava faturando horrores, o Estúdio Nue (desde o início, o principal idealizador da série) entrou com um processo judicial pedindo os direitos da produção. Mas falemos disso adiante.

O caos da criação
Macross nasceu do trabalho em conjunto do Estúdio Nue e da produtora Uizu Corporation no final dos anos 70. O projeto encabeçado por Shoji Kawamori, teve durante um bom tempo o nome de Battle City Mega Rodo. No começo dos anos 80, o designer Haruhiko Mikimoto definiu o visual da série como conhecemos, mas isso não agradou nem um pouco a Uizu Corp. A ideia da empresa era fazer o tal de “Mega Rodo” uma série voltada para o público infantil mas, pra sorte de Mikimoto, a empresa acabou sendo dissolvida e deixando a produção inteiramente a cargo dos Estúdios Nue.

Unindo-se à Tatsunoko para levar a saga animada ao ar, Kawamori teve que enxugar um bocado sua epopeia – sua intenção era fazer uma série com 52 episódios, mas acabou tendo que fazer apenas 39 – agora rebatizada de Macross. Com prazos pra cumprir, o Nue acabou perdendo controle de sua própria criação e a Tatsunoko (não acreditando no sucesso da série) assumiu junto com outros estúdios menores a produção e levou-a ao ar com apenas 26 episódios prontos em outubro de 1982. O sucesso de audiência, fez com que mais 10 episódios fossem produzidos e a série se encerrasse com os 36 capítulos.

Como a Tatsunoko estava faturando os tubos em cima da marca, e se proclamando a dona do brinquedo, o Nue entrou na justiça contra a produtora querendo uma indenização. A coisa piorou mais ainda quando a Tatsunoko “vendeu” a série para a distribuidora norte-americana Harmony Gold sem autorização. A luta se estendeu por anos nos tribunais japoneses e o parecer final acabou ficando favorável para os Estúdios Nue. Curiosamente, a Tatsunoko fez a mesma “graça” contra a Sega por conta do sucesso inesperado da versão animada do game Zillion. Bem espertinho o estúdio do Shurato, né?

Um pouquinho da história de Macross…
Em 1999 (já passou!), uma enorme nave cai no nosso planetinha que estava no auge de uma guerra mundial. Com medo de que se tratasse de um ataque alienígena, os governos da Terra se unem pra formar uma força de defesa e acabam por reconstruir a tal nave – batizando-a de SDF – 1 Macross (Super Dimension Fortress –1 Macross). Anos depois, uma estranha raça de ETs gigantes chamados de Zentraedis vêm à Terra à procura dessa nave, e como não são bobos, aproveitam a visitinha pra conquistar nosso mundinho. Básico, né?

Durante a guerra contra a frota alien, o sistema de hiperpropulsão da Macross é ativado fazendo com que ela vá parar na órbita de Plutão. Só que a Macross leva consigo a ilha onde estava ancorada, com mais de 50.000 habitantes @_@. O que fazer? Iniciar a volta pra casa oras! E como você já deve ter deduzido, essa volta não será nada fácil… Entre os civis abordo da Macross está a cantora Lin Minmay. Com sua voz única, ela dá esperanças a todo contingente humano da nave, de que um dia conseguirão voltar pra casa.

Minmay se torna a “arma” capaz de desarmar os Zentraedis. Ao ouvir as músicas da bela, a raça alienígena se encanta e deixa as armas de lado – dando uma brecha para o ataque dos caças Valkyries (capazes de se converter em mechas). Daí entra o piloto Ichijo Hikaru que acaba criando um triângulo amoroso com a capitã Misa Hayase. Por falar em triângulos amorosos, eles se tornaram característica marcante na série. Tanto que todas as versões/continuações de Macross tem que ter um. No meio desse dengo todo, ainda sobra muito espaço (e bota muuuito nisso!) para batalhas espaciais de tirar o fôlego e fazer Gundam Wing repensar sua existência. Só pra você ter noção, os Zentraedis invadem a Terra com uma frota de 5 milhões de naves e se chocam com a Macross numa batalha onde Minmay é a única esperança da raça humana!

Macross: A Batalha Final
Cho Jikuu Yosai Macross: Ai Oboete Imasu ka?
Produção: Tatsunoko e Studio Nue, 1984
Criação: Equipe de produção do Estúdio Nue
Exibição no Brasil: Manchete
Disponível em: VHS

Antigamente (leiam anos 70 / 80 :P) era comum o lançamento de longas-metragens resumo de séries (principalmente de temática espacial) que sempre conseguiam chamar atenção do público e contribuir para a consolidação da série como “clássica”. Exemplos de anime que usaram esse artifício? Gundam, Patrulha Estelar e até Evangelion – mais recentemente. Em 1984 os cinemas japoneses recebiam em suas salas as cópias de Macross: Ai Oboete Imasu Ka? (Macross: Você se Lembra do Amor?).

Com uma animação bem mais caprichada e uma belíssima música tema (cantada por Mari Ijima, que despontou na carreira depois disso), o filme de quase 2 horas de duração cumpriu o papel de “tornar clássica” a saga espacial. Tudo bem que há algumas variações com a história vista na série, mas as cenas de combate bem produzidas compensam esse detalhe. Outra coisa: a animação com mais de 20 anos, consegue ser bem melhor que muito lixo produzido atualmente.

Nasce Robotech
No fim de 1984, a distribuidora americana Harmony Gold adquiriu da Tatsunoko os direitos da série Macross para ser exibida nos Estados Unidos e Ocidente. Mas ao chegar à terra do Tio Sam, ela se deparou com um grave problema: nenhuma emissora queria exibir um desenho japonês (que era considerado um produto ”inferior”) nos sábados de manhã, o ”horário nobre” dos desenhos animados por lá. Foi então que a distribuidora resolveu vender a série para as emissoras independentes (os chamados Syndications, que exibiam a maioria dos animes que chegavam por lá, já que nas grandes emissoras não havia espaço pra esse tipo de produção), que deveriam exibí-lo durante todos os dias da semana (como é feito no Brasil).

Mas aí iniciava-se um outro pepino: Macross era curto demais para a exibição diária. Foi então que começou o rolo: no mesmo pacote de Macross, a distribuidora também adquirira as séries Southern Cross e Mospeada e como as duas também eram curtas, o chefão da Harmony Gold, Carl Macek, resolveu editá-las e uní-las em uma só, tornando-as 3 temporadas de uma única série. Soutern Cross e Mospeada não tinham nada a ver com Macross, na realidade eram muito inferiores, já que além dos roteiros, a animação era ruinzinha de doer (como quase tudo que a Tatsunoko produzia na época). Mas, como pouco problema é bobagem….

… A empresa americana Revell havia comprado da Bandai os direitos de distribuição dos brinquedinhos baseados na série Macross, os quais foram rebatizados de Robotech Defenders. Foi aí que a empresa viu que poderia ter uma propaganda grátis na tv e alavancar a venda de seus produtos (que na época juntavam poeira nas prateleiras das lojas – alguém aí falou em Sailor Moon no Brasil? :P). Como a Harmony Gold não queria comprar briga com a Revell, e via que Macross não era um nome que soava bem para os padrões ocidentais, resolveu ceder ao “pedido”.

Surgia então Robotech, que apesar de ser uma picaretagem tem seus méritos, como o de abrir o mercado americano (junto com Patrulha Estelar e outras produções clássicas) para o até então discriminado ”desenho japonês”. Falaremos de Robotech com maiores detalhes posteriormente.

Macross no Brasil: A Baderna
O longa de Macross chegou ao Brasil inicialmente em VHS pela Sato Company (quando ainda se chamava Brazil Home Vídeo) em 1988, sob o título de “Macross: A Batalha Final”. A fita foi lançada em versões dubladas e com legendas em português e era relativamente fácil encontrar o filme nas locadoras no começo dos anos 90. No ano seguinte, o filme foi exibido na Rede Manchete como uma mini-série de cinco partes.

Em 1990 o bastardo Robotech chegou ao Brasil via Rede Globo. A série foi apresentada inicialmente na extinta Sessão Aventura e depois foi jogada no Xou da Xuxa. Toda parte referente à fase “Macross” de Robotech foi exibida. Não muito tempo depois, por volta de 1992, a série original Macross começou a ser exibida por emissoras regionais da Record sob o título de Guerra das Galáxias. A série foi dublada na Herbert Richers e contou com praticamente o mesmo elenco de vozes do He-man XD. Bizarramente, Robotech também foi dublado no mesmo estúdio e teve vozes diferentes pros mesmos personagens @_@.

Por volta de 1993, a CNT passou a apresentar a série (junto dos clássicos Pirata do Espaço e Don Drácula) e tal exibição durou até meados de 1995. A série era exibida sem abertura ou encerramento e como Os Cavaleiros do Zodíaco eram o anime da vez, as Heróis da vida deram pouca bola pro clássico.

Se hoje as sequências de ação de Macross fazem qualquer um babar, imagine o estrago causado a mais de vinte anos atrás! É por esses e outros motivos que Macross é uma das principais séries da animação japonesa de todos os tempos, tanto que até hoje ela ainda está mais viva do que nunca, ganhando sempre novas versões mas que, infelizmente, nunca conseguiram superar ou se equiparar à série original. Sabe como é, não é todo dia que se cria um clássico…

Checklist de Episódios
01- Armadilha
02- Contagem Regressiva
03- Dobra Espacial
04- Lynn Minmei
05- Transformação
06- Ataque Daedalus
07- Adeus Marte
08- O mais longo aniversário
09- Miss Macross
10- Jogo cego
11- Primeiro contato
12- Grande fuga
13- Vento azul
14- Relatório de Global
15- Chinatown
16- Kung Fu Dandy
17- Fantasma
18- Salada de abacaxi
19- Ponto de ruptura
20- Paraíso perdido
21- Micro cosmos
22- Concerto do amor
23- Debandada
24- Adeus garota
25- Estrada virgem
26- Mensageiro
27- O amor passa
28- Meu álbum
29- Canção solitária
30- Viva Maria
31- Bonecos de Satã
32- Coração partido
33- Noite chuvosa
34- Momento privado
35- Romântico
36- Adeus ternura

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