National Kid

[div coluna1]National Kid
Produção: Toei Company, 1960
Episódios: 39 p/ tv
Criação: Daiji Kizumini
Exibição no Japão: (04/08/1960-?/04/1961)
Exibição no Brasil: Record – Globo – Manchete – Cine House
Distribuição: Sato Company (última)
Mangá: Vokura

Última Atualização: 02/11/2007

Por Tio Cloud

Muita gente da “nova geração” acha que Jaspion e Changeman foram os precursores do tokusatsu no Brasil. É certo que ambos viraram mania e fizeram com que dezenas de outras produções do gênero chegassem à nossa tv. O que muitos se esquecem é que, 25 anos antes, um super-herói estranho e espalhafatoso (hihihi) causou o mesmo efeito, abrindo as portas da tv brasileira ao gênero dos filmes de heróis japoneses. Seu nome: National Kid.

A origem
Em 1960, o desenhista Daiji Kazumine, recebeu uma proposta vinda de três frentes: da Kodansha, editora japonesa da qual era funcionário como desenhista da revista Vokura; da National Eletronics (Matsushita Electric, atual Panasonic) e Toei Company. O então jovem mangaká deveria criar uma série em mangá estrelada por um super-herói vindo do espaço (um dos maiores clichês dos anos 50/60), que serviria como garoto propaganda da marca de eletrônicos da National (que fabricava coisinhas modernas -como relógios de parede e radinhos trash de última geração – pra época). Pra dar um apelo maior ao personagem, a Toei entraria com uma série a ser veículada na tv e voi lá: um dos primeiros casos de maketing safado de que se tem notícia. Nascia daí National Kid, o herói cujo próprio autor define como a versão japonesa do Superman @_@”.

A produção
O seriado estreou em agosto de 1960, ficando no ar até abril do ano seguinte. Produzido em preto e branco, foi a quarta produção do gênero feita pela Toei Company. E como era de se esperar, não capricharam muito não. Pra começar, o personagem que era um garoto no mangá, acabou se tornando um adulto na versão televisiva. E como nos quadrinhos tudo é mais bonito, quando transportado pra tv, o visual do personagem ficou “meio” espalhafatoso.. Hehe.. E ainda com sua capinha que se dividia em duas e uma anteninha mirabolante na cabeça (que não tinha utilidade nenhuma…), o herói lembrava mais um barbeiro ou algum tipo de inseto desgringolado durante as cenas de vôo. =D

Mas, até que as cenas com o herói voando não eram muuuito ruins não, lembrando que quase não viamos os fios segurando o bonequinho (ao contrário de Spectreman, feito 10 anos depois, onde se via claramente os fios segurando um boneco de plástico no formato do personagem… Opa! Esqueci que isso era o charme =P).

As cenas de vôo eram a coisa mais bem feita na série. Pensando bem, era o único efeito especial que merece ser lembrado. Aliás, até onde temos notícia, National foi o primeiro herói da tv japonesa ter a capacidade de voar (essa informação mudou sua vida…). Ah tá, além de voar, NK tinha uma lanterninha com um cabo no qual fingia ser uma arma laser desintegradora…Hehehe. Detalhe: nunca saía raio nenhum de lá e o inimigo já aparecia como se tivesse sido atingido pela coisa. Ah é, o programa era feito pra crianças… E como a tv era p&b mesmo, pra que gastar din din fazendo raiozinhos…

Como não tinha muitos recursos pra produção, a Toei se virou como pôde. Volta e meia um personagem fixo aparecia fazendo pontas como outro personagem ou até mesmo figuração (@_@). Até o ator principal acabou fazendo ponta como outro personagem!! Vixi Maria! E se já não bastasse, o intérprete do herói, Ichiro Kojima caiu fora do barco por problemas de saúde (eu acho é que o cara ficou envergonhado de tanta capenguisse XD), e a partir da saga dos Seres Subterrâneos foi substituído pelo ator Tatsumi Shiutaro.

Como era de se esperar, a série não fez muito sucesso e acabou sendo cancelada depois de 1 temporada e meia (vai ver a Matsushita/National viu que estava era manchando sua imagem com o programa XD), sendo encerrada após 39 episódios.

A série
National Kid, ninguém sabe porquê, veio de Andrômeda para proteger nosso planetinha, e aqui, assume a indentidade do Prof. Massao Hata. Seus alunos (todos de shortinho e meião até quase no joelho – era moda na época, filho!), Goro, Kurazo, Yukio, Kioko, Tomohiro e Thiako, sempre estavam metidos em confusões e quando a coisa apertava, eles logo usavam seu Ultra-Fashion-Modernoso rádio à pilha da marca National pra entrarem em contato com o herói e pedir ajuda. O elenco fixo ainda contava com a participação do delegado Takakura (de qual doença? :P) e seu assistente Hisako.

A série pode ser dividida em 5 histórias: National Kid Contra os Incas Venusianos, Contra os Seres Abissais, Contra o Império Subterrâneo, Contra os Zarrocos e O Mistério do Garoto Espacial. O mais engraçado é que os Incas Venusianos (o “venusianos” foi criação da dublagem brasileira) inexplicavelmente possuíam um “Z” no peito, idêntico ao do logo do anime Dragon Ball Z. Coincidência ou homenagem? Coincidência. XD

Os principais inimigos do herói eram a Imperatriz Aura (a líder dos Incas, que vieram do espaço pra dominar nosso planeta – dããã), Dr. Koroiva (líder dos Seres Subterrâneos que queria sair pra superfície e dominar a Terra XD), e o Imperador Nelkon (que lideravam os Abissais, seres que viviam no oceano e queria, adivinhe o que?). Ah, o herói ainda enfrentou os Zarrocos, que tinham uma “arma secreta” que deu muito trabalho pro herói: o monstro Giabra, uma espécie de Godzila pobre feito de látex barato (chega ser cômico de tão mal feito!).

Pra enfrentar seus adversário, National Kid contava com golpes de karatê tão ridículos que só conseguem arrancar risos. Pra apanhar de uma capenguisse dessas, só mesmo em um seriado japonês. Além dessa sua super habilidade em lutas corpo a corpo (~_~), o herói ainda contava com seu vôo (hilário ver ele enfrentando discos voadores feitos de pratos de papelão dependurados em fios) e sua lanterninha mortal destruidora de vilões, como já comentado…Hehe..

A primeira exibição
National Kid estreou no Brasil por volta de 1964/65 (a data correta é desconhecida) e logo se tornou um grande sucesso entre os (até então) poucos telespectadores, lembrando que na época, a tv não era um veículo de comunicação em massa como hoje, e estava restrita a poucas pessoas de classe média das grandes cidades. O sucesso do programa é fácil de ser explicado: assim como Jaspion e Changeman, National conseguiu êxito por ser diferente de tudo que a tv exibia até então.

No meio de tantos desenhos da Hanna-Barbera e seriados americanos de espionagem, NK se sobressaiu por mostrar situações diferentes do que as pessoas estavam acostumados a ver na época. E com o sucesso, as tv’s logo perceberam que esse tipo de programa esquisito, no caso, os heróis japoneses, poderiam atrair um número grande de espectadores. Foi a partir daí que chegaram ao Brasil Ultra Q (logo em seguida), Ultraman, Príncipe Dinossauro, e tantos outros que reinaram absolutos na tv brasileira até o fim dos anos 70.

O seriado foi exibido por dois canais: Record e Globo. As fitas originais, com a dublagem feita na AIC, foram perdidas em um incêndio. O que ninguém sabe ao certo é em qual das duas aconteceu tal incêndio. Algumas fontes dizem ser a Globo e outras, Record. Mas isso pouco importa, porquê o herói voltaria anos mais tarde…

O retorno
No início dos anos 90, inexplicavelmente National Kid passou a ser considerado cult (hauhauahuaha) pelos veículos de imprensa brasileiros. Até então, ninguém falava do herói e os poucos que tiveram oportunidade de assistí-lo na infância quase não se recordavam dele (ou achavam ser uma alucinação). No advento dos 30 anos de exibição no Brasil, uma série de jornais e revistas começaram a publicar matérias referentes ao herói, entitulando-o cult e dando origem a uma onda retrô “pró-National Kid”. Na época, o herói virou propaganda de um banco (hoje falido… Será que tem alguma coisa haver com o garoto propaganda? @_@) e volta e meia aparecia um ator da Globo fazendo declaraçõesa à série num Vídeo Xô da vida.

Foi então, que, muito espertamente, o Sr. Nelson Sato, proprietário da Sato Company (dããã), em sua ida ao Japão para comprar Ultraman, resolveu trazer o programa junto na bagagem, visando trabalhá-lo junto ao público adulto que cresceu assistindo ao seriado. Como já era de se esperar, os japas quase caíram da cadeira ao ouvir do Sr. Nelson que ele queria comprar a série. Afinal, hoje o programa não é mais lembrado no Japão (o máximo que houve foi o relançamento do mangá em forma de livro nos ano 90), já que não fez sucesso em sua primeira exibição e caiu no esquecimento. Curiosamente, não temos notícia de nenhum outro país que tenha exibido o seriado (ou seja: como isso veio parar aqui?!). O espanto foi tanto por parte dos japas que eles nem garantiram que a série estaria em bom estado pra exibição.

Nesse retorno, só veio pro Brasil as 4 primeiras sagas. A última, entitulada O Garoto Espacial, que mostra a origem do espalhafatoso herói não veio pra cá, apesar de ter sido comprada. Motivo: faltou $$ pra pagar a importação das fitas… Êita…

A série foi lançada em 6 fitas de vídeo pela Sato, cada uma com uma fase. Só que tais fitas eram editadas pra parecerem longa-metragens, ou seja, continham cortes. Pelo menos, chamaram o dublador original do personagem, Emerson Camargo, pra voltar a fazê-lo.

A repercussão do retorno do herói ao Brasil foi tão grande que, além de matérias em tudo quanto é jornal e revista informativa, NK ainda ganhou matérias em programas como o Vitrine e (pasmem! pasmem!) um bloco INTEIRO do Fantástico. Além disso, ainda “participou” do clipe “Epitáfios” dos Titãs, e mais recentemente foi até sacaneado num comercial do MSN.

Pouco tempo depois do lançamento dos VHS, em 1996, a Sato Company fechou um contrato com a Manchete para a criação do Japan Action. A idéia do programa era ser uma espécie de vitrine para os lançamentos da distribuidora, onde a princípio seriam exibidos tokusatus. National Kid estreou no programa, sendo exibido às sextas no lugar de Super Human Samurai, sendo seguido de Ultraman. Mas como a alegria de pobre dura pouco, o programa não deu certo (mesmo tendo uma loira gostosa como apresentadora) e saiu do ar pouco tempo após a estréia, e junto com ele foi NK sem ser exibido por completo (estranho falar assim de uma série que não veio inteira XD).

National Kid ficaria fora do ar até meados de 2002, quando a Sato vendeu todo seu pacotão de toku pro canal Cine House (na época, disponível apenas à assinantes da Tecsat e hoje falido). Depois disso, a série nunca mais foi ao ar. Nesse mesmo ano, a Cinemagia resolveu lançar a série em dvd, e disponibilizou os 2 primeiros discos contendo os 13 primeiros episódios (correspondentes à saga dos Incas Venusianos). Como as vendas não foram muito boas (o box com 2 discos não saía por menos de 80 paus!!), os planos de lançarem o restante (e trazer pro Brasil a última parte) foram por água abaixo. E junto, o projeto de Cybercop em dvd…

Pra finalizar, só a título de curiosidade, o nome original do o alter ego do herói, o Prof. Massao Hata é Ryusaku Hata. Nem precisa dizer porquê a AIC decidiu mudar o nome, né? Ah, e também tinha um Inca Venusiano com o nome de Dom Aparício!! Se a AIC teve que mudar pra esse nome bizonho, imagina como era no original…

E antes que perguntem: Awika (a frase que sempre aparece relacionada ao herói em tudo quanto é matéria que o cita- e que ficou como Avica na redublagem XD) é o nome do Deus dos Incas. Na série, é um tipo de cumprimento usado pelos venusianos sempre cruzando os antebraços na altura do peito. Então… AWIKA!!!

Checklist Episódios
Saga National Kid contra os Incas Venusianos
1. “O Ataque do Disco Voador Desconhecido”
2. “O Rapto do Doutor Yamada”
3. “O Terror da Grande Metrópole”
4. “A Alteração dos Cérebros”
5. “A Vingança de Awica”
6. “National Kid em Perigo”
7. “O Incêndio”
8. “O Ataque da Nave Escal”
9. “Uma Manhã de Domingo”
10. “À Procura de Petália”
11. “A Arma de Fogo Alfa”
12. “A Invasão dos Discos Voadores”
13. “A Grande Guerra Espacial”

Saga National Kid contra os Seres Abissais
Saga National Kid contra o Império Subterrâneo
Saga National Kid contra os Zarrocos
Saga National Kid e o Mistério do Garoto Espacial

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