De tempos em tempos, surge uma série que rapidamente alcança uma popularidade imensa na cultura Otaku. Foi assim com Saint Seiya, foi assim com Death Note e foi assim com o assunto de que trataremos hoje: Sword Art Online.
Baseado nas light novels de Reki Kawahara, mesmo autor de Accel World, Sword Art Online (que daqui em diante chamarei de SAO) conta a história de Kazuto Kirigaya, um jovem fã de video-games que serviu de Beta Tester para Sword Art Online, um MMORPG que roda direto do cérebro, no melhor estilo Matrix.
Porém, no dia em que o game é lançado, seu criador Akihiko Kayaba, revela que todos os jogadores estão presos naquele jogo e que suas mortes ali causarão suas mortes no mundo real. O único jeito de escapar é chegar ao último andar e derrotá-lo. Bom, ao menos essa deveria ser a trama do primeiro arco de SAO, mas não foi bem isso que aconteceu.
Porém, antes de continuar, um aviso: apesar de ter lido boa parte das Light Novels (é possível encontrar o primeiro volume em português e até o volume nove em inglês), o foco aqui será no anime e na sua repercursão. Desse modo, problemas existentes apenas no anime serão mencionados. Dito isso, sigamos adiante.
Desde a Grécia antiga, dizia-se que aquele que morresse num sonho morreria no mundo real. Isso surge da relação entre Morfeu e Tanatos, deuses do sono e da morte, e irmãos (o que foi explorado por Neil Gaiman em seu épico em quadrinhos Sandman).
O conceito de que alguém possa morrer dentro de um mundo virtual não é mais que uma extensão dessa ideia. E mesmo essa extensão não surge pela primeira vez aqui.
Em 1999, a história de sete crianças presas num mundo virtual já mostrava isso. De certo modo, é possível dizer que a premissa básica de Digimon Adventure é a mesma de SAO, diferindo apenas no público alvo e, consequentemente, na execução. Outra comparação muito comum é com a franquia .hack (embora comparação não seja exatamente o que costumam fazer).
O fato de SAO ter sido originalmente escrito em 2002, ano de lançamento do Project .hack, chegou a levantar em alguns fóruns acusações de que a série seria uma fanfic de .hack//sign (do mesmo modo que 50 tons de cinza é uma fanfic de Crepúsculo. Sério!), o que realmente é um bom ponto, ainda que questionável. A estrutura da narrativa também não é extremamente criativa, seguindo o esquema clássico da Jornada do Herói com forte influência das séries de harém e dos mitos arturianos. Em suma, não há nada de terrivelmente novo aqui.
Se for para falar em valor de produção, alguns dos nomes envolvidos podem impressionar. Em seu segundo trabalho como diretor (o primeiro sendo o divertido Seikimatsu Occult Gakuin) temos Tomohiko Ito, conhecido por ter trabalhado como assistente de Mamoru Hosoda nos elogiados Summer Wars e The Girl Who Lept Trough Time. Na trilha sonora, a famosa Yuki Kajiura (que também trabalhou em .hack…).
Cuidando da produção está o estúdio A-1 Pictures, que vem crescendo muito nos últimos dois anos, tendo sido responsável pelo popular Anohana e pelo… complexo Shinsekai Yori. O resultado? Visuais agradáveis, embora com uma animação de altos e baixos e um uso de 3D muitas vezes desajeitado, especialmente nas criaturas mais complexas.
Kajiura em um momento pouco inspirado depois de trabalhar nos intensos Madoka Magica e Fate/Zero, traz uma trilha sonora genérica (ou talvez, numa jogada de genialidade, tenha feito da sua trilha sonora um reflexo da própria série?) que peca pela repetição. E a direção, que escolheu adaptar boa parte do segundo volume de Light Novels; basicamente um conjunto de histórias paralelas; desvia-se o tempo todo do foco central, apresenta temas para logo depois ignorá-los e, no geral, revela-se incoerente. Tudo isso aliado a um roteiro que se suporta em Deus Ex Machina e clichês de gênero.
Óbvio, a série tem seus bons momentos nos quais deixa de lado o clima aventuresco para voltar a lembrar que objetivo do protagonista é retornar ao mundo real (ou ao menos deveria ser). Como um todo, uma execução bastante fraca.
Mas, apesar disso, a série foi um sucesso incontestável, atingindo popularidade o bastante para garantir figuras de personagens masculinos! A pergunta inevitável é: por quê? Talvez a resposta seja bastante óbvia: escapismo.
Video-games são, por excelência, a forma de arte do escapismo. Diferente da literatura, das artes plásticas ou da animação, eles permitem ao indivíduo interagir com o mundo ficcional, ser parte da história que está sendo narrada, seja assumindo o papel de um soldado durante uma guerra, de um herói mítico destinado matar um dragão devorador de mundos ou de um homem quadrado que recolhe blocos e constrói coisas. A interação, a possibilidade de controlar o que acontece e superar por si mesmo os desafios são o maior atrativo desse tipo de mídia.
Nesse sentido, MMORPGs vão mais longe, pois num mundo virtual onde não há consequências para mortes, nas palavras do próprio Kirito, “pode-se ir a qualquer lugar somente com uma espada”. Não há injustiças, não há desigualdade (exceto se for um jogo da LUG…), uma meritocracia perfeita. É fácil se deixar levar por essa ilusão de poder. E se isso trás junto a possibilidade de interagir com um mundo praticamente real, com toque, cheiro e textura, como se poderia criar forma mais perfeita de fugir da realidade? E nenhum anime que eu tive a chance de assistir até hoje captura tão bem esse ângulo dos video-games quanto SAO.
E não é só isso.
Kirito, nosso protagonista, é, basicamente, o ideal masculino materializado. Forte, corajoso, bonito, capaz de chorar e de amar. Kirito não é uma pessoa qualquer, dentro de SAO ele é um super-homem que consegue tudo o que quer e realiza todas as fantasias masculinas. Como um cavaleiro errante dos antigos mitos Arturianos, ele viaja por um mundo mágico salvando donzelas, resolvendo mistérios e derrotando vilões, sempre virtuoso, sempre invencível. Ele é até mesmo escolhido pelo equivalente do universo de SAO a Deus como o protagonista destinado a derrotar o vilão. Kirito é perfeito. Eu quero ser ele. Você quer ser ele. Todos querem ser ele. A vida dele é perfeita e se algum problema surgir, ele resolve, porque ele é o Kirito e o Kirito pode. Ou ao menos assim o é na ilusão criada pelo mundo virtual.
E aí entra o conflito interno da personagem. Ficar no mundo onde ele tem tudo o que quer ou lutar sabendo que se terá que voltar para a realidade dura e crua? Foi a mesma questão feita a Aquiles. Foi a mesma questão feita a Odisseu. E assim como eles, Kirito escolheu lutar, estabelecendo a si mesmo como um herói perfeito. E quando o herói derrota o vilão, o destino se cumpre e o mundo da história acaba.
Mas não as aventuras de Kirito.
Diferentemente de outras séries, SAO não termina com a resolução de seu conflito original. Após Sword Art Online, nosso protagonista acaba indo parar em outro jogo, Alfheim Online, onde, novamente como um cavaleiro das antigas histórias, deve salvar sua dama prometida do terrível lorde rico que a prendeu numa torre. Mais arquetípico impossível. E com a inevitável queda do vilão, acabam as aventuras? Não. SAO ainda está sendo lançado e com o sucesso que faz (8 dos 10 livros mais vendidos no Japão em 2012 são volumes de SAO. Sério) não vai acabar tão cedo.
Aventuras, um mundo livre dos vícios da nossa dura realidade, ação e um protagonista mais perfeito impossível. Todos esses elementos contribuem para que SAO se torne o sucesso que é. Tanto sucesso, de fato, que, ao ser colocado de frente com críticas à sua obra, Kawahara desafiou o crítico a escrever algo mais popular, o que fez com que muitos o comparassem com Kurumada (como se as comparações entre SAO e Saint Seiya já não fossem o bastante…).
No fim das contas, por tudo que se diga, é impossível negar a popularidade de SAO. Todavia, muitas séries foram populares durante seu período de exibição apenas para serem esquecidas quando algo novo saíu.
A questão, portanto, não é quão popular a série é, mas quanto tempo essa popularidade irá durar. Nas palavras de Civilization, “apenas os melhores sobrevivem ao teste do tempo”.
Gostei do Kirito logo de cara ele é muito foda!
Foi exatamente o que me fez desistir da série: estava tudo indo bem (nem tanto), aí de um episódio para o outro eles mudam totalmente o foco da história, esquecem do principal e depois voltam como se nada tivesse acontecido.
Realmente não entendo o motivo de endeusarem tanto essa série.
essa ultimo paragrafo realmente eh retrata um ponto muito importante, eu sou um mega fan de SAO mas acredito que ele nao consiga continuar com a fama durante muito tempo.
Acho eu que a empresa que produziu o anime poderia ter entrado de cabeça em SAO, pq com a historia dava pra criar no minimo uns 150 episodios dentro da primera temporada, que era o mundo de Aincrad contando toda a passagem de cada chefao e blablabla.
mas ta ai :D esperamos agora o proximo anime da franquia que eh Gun Gale Online :P
Na minha opinião, a maior falha de SAO foi justamente a falha em representar um universo de videogames. Cadê os inimigos marcantes? Cadê as armas lendárias? ALfheim Online possuía 9 raças diferentes. Só 4 apareceram.
Ótimo post Gustavo,como sempre consegue transcrever minunciosamente os detalhes da series do Otaku neoclássico,não tenho nada a discorda,apesar de acha que nos pontos fortes você foi um pouco irônico,
Na Minha humilde opinião, acho que o trabalho da A1 pictures veio a concretizar as ótimas sequencias de animes lançadas,eu sou fã do estúdio,e boa parte do sucesso se SAO se deve a eles.
Porem eu queria ver se a gigante kyoto animation pegasse esse trabalho, porque pra min,um dos principais chamativos do Sword art Online eh a ideia desse Herói Arturiano atras da donzela em perigo com um design MOE”perdoe-me se eu estive errado porem eu achei a arte bem parecida com a de hyouka por exemplo”
No mais parabéns pelo post, e você futuramente poderia gravar um vídeo pro Otaku neoclássico.
trash
meu amigo , eu gostei de SAO mas ele não chega aos pés de evangelion!!!
eu naõ gostei do final de SAO
essa droga tem que ter 2° temporada ou os japoneses vão se matar (como sempre né)!!hausrhaurshuars XD
mas parabéns eu gostei desse seu comentario!!
Sendo muito sincero, espero que isso aconteça com SAO, tanto aqui no Brasil quanto no Japão, se bem que no Japão é mais provável, já no Brasil…os Otakinhos já ficam insistindo com Death Note no Facebook, um anime que já deveria ter ido pro limbo da fama há muito tempo, e com SAO talvez não seja diferente, anyway, espero estar enganado :smile: .
Os dois primeiros episodios chamam muito a atencao. Apos ve-los pensei que seria uma serie bastante intenca e dramatica. No terceiro episodio ja fiquei preocupado, mas o final triste foi legal. Mas do quarto em diante, td que eu estava esperando da serie foi por agua abaixo. Eu curto series ecchi, mas eu nao estava esperando q SAO fosse ser uma o q me decepcionou. No geral, eu gostei da serie, mas eu estava esperando alvo mais epico.
Apesar de gostar muito, e estar sentindo falta, essa hora era pra eu estar assistindo no Crunchyrlol, SAO era um grande plot que foi desperdiçado, assim como Chaos;Head.
“ÉPICO!” É a palavra correta para definir Sword Art Online.
Não é toda temporada que aparece um novo anime representando o mundo dos Jogos/RPG.
P/ mim SAO não errou em nada, também não gostei muito das histórias paralelas, até porque os episódios não estavam com muito sentido. Mas depois começou a seguir a Light Novel corretamente. (apesar de que o processo da série foi extremamente rápido)
Alguns falaram que não gostaram de ALO, concordo que não foi igual ao de SAO, mas no meu ponto de vista, o anime não perdeu qualidade.
Se não gostei de algo, foi de fazerem o anime rápido demais.
Sobre o Kirito, não preciso nem dizer, ele é FODA, personagem muito sinistro HAHAHA.
E QUE SE FODA OS HATERS.KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
É uma coisa que sempre repito quando comentam sobre SAO: é um anime que apresenta diversas falhas na sua trama, mas que apesar disso consegue divertir bastante o seu expectador. Também acredito que um fator que contribuiu para o sucesso do anime foi o carisma dos personagens principais, é como foi dito na matéria “Todos queriam ser o Kirito”.
Eu não sei se SAO vai ser lembrado daqui a um tempo, é até bem provável que não, no entanto devo dizer que mesmo com todos os seus defeitos foi um anime que me divertiu bastante.
Aff…não sei pra que endeusarem tanto esta série….é apenas uma obra comum com acontecimentos convenientes e um personagem principal tosco que quer bancar o foda….
Fizeram a mesma coisa com Guilty Crow ano passado e a série é tosca igual SAO
Não gosto de fazer comparações…mas .hack//SIGN(primeira série de .hack// que saiu antes mesmo dos 4 jogos de ps2) é muito melhor que SAO… aborda o mesmo tema, mas de uma forma mais adulta e dramática, fora que os personagens não são apenas mulheres…como vem acontecendo com as séries de hoje em dia…
Bom, não acho a OST de SAO tão ruim assim, tem uma das músicas que considero uma das mais épicas dos animes que é:
http://www.youtube.com/watch?v=flbLHK1JiOc
http://www.youtube.com/watch?v=AjIbhR1PSoc
:]
Daqui a 1 ano todo mundo vai esquecer do anime…
Perdi o interesse em SAO quando o principal da história começou a ser largado. Pela premissa da história, poderia ser muitas vezes melhor.
Na época do anime de Ao no Exorcist, todo mundo só falava dele. E agora? Imagino que a mesma coisa venha a acontecer com Sword Art Online.
Mas muito provavelmente SAO vai ter continuação, visto que tem muitos volumes pra adaptar ainda, e Ao no Exorcist não fez tanto sucesso no japão quanto SAO faz né.
Mas enfim, animes são entretenimento enquanto estiverem sendo lançados, depois disso o que vir é lucro, eu já assisti, e recomendaria para alguém que está começando a assistir animes.
Curti muito o anime, único anime do ano que conseguia me deixar sempre louco pra ver o próximo.
Supervalorizado ? não sei, existe um grande problema que a maior parte dos críticos ignora ou tem dificuldade de entender. Um bom roteiro + boa direção + boa historia não significa um bom anime ou mesmo um anime que vai agradar ao publico.
Exemplos dessa temporada, Psycho Pass, tem um bom roteiro, boa animação, é bem executado mas…..muito pouco gente esta vendo, é o tipico sucesso de critica e fracasso de publico. Um exemplo ainda mais extremo seria SSY, fracasso total de publico e sucesso total de critica. Só pra constar eu gosto das duas obras, eu me considero um meio termo entre o “grande publico” e críticos, aspectos técnicos são importantes mas diversão e entretenimento é superior a todos eles pra mim, e neles SAO é superior(na minha opinião).
O que os críticos e blogueiros veem de problemas em SAO dificilmente vão incomodar ao “grande publico”, eles nem mesmo notam essas coisas, pede a um pessoa normal pra analisar aspectos de roteiro, direção e ect pra você ver o que acontece…….eles sabem te dizer se “é bom” ou “ruim” e se gostaram ou não, muito pouco gente analisa mais que isso.
Mas admito que não esperava essa repercussão, eu mesmo fiquei impressionado, da uma olhada na comunidade de SAO no facebook, nunca tinha visto isso, cheio de gente que nunca viu um anime na vida assistiu a SAO. E o livro não é a melhor coisa que já li mas é sim muito divertido e agradável de ler. E que venha a próxima temporada.
O começo de SAO eu achei realmente MUITO BOM. Porque eu particularmente adoro mmorpgs. Mas lá pelo episódio 11… Começou a desandar a coisa. Acompanhei a série até o final e pelo menos o fim da segunda temporada foi melhor do que aquele final horrível da primeira. Mas ainda espero que façam uma continuação e, quem sabe, resgatar a essência dos primeiros episódios, que eu gostei tanto.
Ótimo comentário. Bem pertinente.
Pra mim, tem animes que servem pra pensar e outros pra relaxar (ou os dois juntos em alguns casos). A primeira parte de SAO serviu bem para relaxar, já a saga em Alfheim foi um ótimo teste de paciência.
Perdi horas da minha vida vendo SAO.
Quer romance veja crepusculo, pior é perder mais horas lendo o Jbox.
olá,
achei seu post muito interessante e inteligente, em parte acho que a trilha sonora propositalmente feita ao estilo contagiante, se encaixa as cenas de SAO, PRINCIPALMENTE nas cenas de lutas, onde o estudio A1 PICTURES é terrivelmente POBRE… em algo mais elaborado como SAO é pouco notavel, mas se compararmos com Fairy Tail, a coisa fica mais clara que água,
bom é isso até mais!
Não gostei da série.
pessoal alguem sabe se tem um jogo baseado no anime muito loco
Resumindo as milhões de coisas que eu poderia escrever: Se você ASSISTIU Sword Art, esquece tudo que você viu e procure as LN.
Foi bom ? Foi. Mas não era Sword Art Online.
SAO foi bom, apesar q prefiro o LN, mas sempre acreditei que essa obra e de volume único, ou dois volumes já que o 2º volume tem seu valor.
Fique satifeito foi com Accel. Haruyuki uma protagonista muito mais interessante que Kirito. Acredito que cabe a comparação já que são obras do msm autor.
Agora se vcs acha Kirito foda, espere por Shiba Tatsuya de Mahouka Koukou no Rettousei em 2014…
Ele é
Layfon (Chrome Shelled Regios – Poder)
Wolverine (X-Men – Regeneração elevado a 100)
Hei (Darker than Black – personalidade)
To vidrado nesse novel.
Quero lhe informar q isso ñ aconteceu