Push Start Button #57: Metal Gear Rising – Revengeance

A série Metal Gear é uma das mais aclamadas dos videogames e segue por diversas gerações (o prólogo do quinto episódio saiu recentemente) e desde 1998 (com o lendário Metal Gear Solid), Kojima tem feito na franquia o que sabe de melhor, contar histórias.

Ainda que nisso tenham coisas que te deixam mais enrolado que cabelo de bunda (afinal, algo que começou simples, acabou tendo muitos jogos inseridos lá – Portable Ops e Peace Walker que o digam) e sua cronologia exige tempo, dedicação e cérebro para ser compreendida.

Mas enfim, em 2009, Hideo Kojima anunciou Metal Gear Rising, jogo que tiraria o foco da espionagem tática e colocaria o jogador no controle de Raiden, o protagonista de Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty e explicaria a transformação que aconteceu para que ele chegasse ao ponto em que estava em Metal Gear Solid 4: Guns of Patriots, um ciborgue ninja.

O tempo passa, e a Kojima Pro cancelou o game devido a falta de experiência do time com jogos de ação. Então, a Konami passa o desenvolvimento para a Platinum Games, e sob a batuta de Atsushi Inaba, “ganha vida” Metal Gear Rising: Revengeance (adoro as palavras inventadas pelo Kojima, Transfarring por exemplo, é sensacional).

Quatro anos após a destruição dos Patriotas (em MGS 4), as Empresas Militares Privadas (EMP’s na sigla em português) foram divididas em diversas facções. Raiden, agora trabalhando para a Maverick (uma EMP) acaba sendo levado ao combate, devido as ações da Desperado, outra EMP e se mete em uma trama que pode mudar o mundo e trazer o fantasma de uma nova guerra.

Para ajudar em sua contenda, Raiden vai contar com a ajuda de seus camaradas da Maverick: Boris, Kevin, Courtney e o Doktor, além de uma ajuda de uma aliada passada.

Sabe o conceito de espionagem e furtividade que aprendemos em Metal Gear Solid? Esqueça-os. Revengeance é ação do começo ao fim. Sim, ainda há lá algum stealth, mas ele só é obrigatório em um único momento do jogo, em todos os outros ele é um mero acessório opcional para evitar combates.

Combates aliás que são divertidos pra caramba. No começo temos apenas a espada, mas conforme conseguimos AP’s (a grana do jogo), armas secundárias são adquiridas. A mecânica de combate funciona de uma maneira extremamente intuitiva. E com a adição do modo Katana (um modo slowmotion aonde você pode usar o analógico para desmembrar o oponente e conseguir recarregar a energia) as coisas fluem e você pode brincar de Fruit Ninja.

As batalhas contra chefes são o ápice do título, onde desde a sensação de escala contra os Metal Gears até os momentos em QTE, os combates são muito gostosos de se jogar.

Se Metal Gear Rising tem um defeito é a sua curta duração, podendo ser terminado em menos de 10 horas. Ao menos as versões do PC (via Steam) e PS3 (Ultimate Digital Edition, da PSN) vem com os DLC’s inclusos, tendo assim uma sobrevida com novas VR Missions e os DLC’s do JetStream Sam (Aka O ciborgue Brasileiro) e BladeWolf (O Cachorro do Raiden).

Em se tratando de termos de história, a trama não é complexa como a de MGS e não necessita de conhecimento prévio da franquia, mas caso você o tenha (especialmente conhecendo os eventos de MGS 2 e MGS 4) haverá uma melhor apreciação dos detalhes da história. Sim, você vai sorrir quando ver a Sunny mais crescidinha.

E Metal Gear sempre foi sinal de galhofa. Por mais séria que a trama seja, há aquele humor característico do Kojima que você vai rir de tão ruim que é. Desta vez temos a roupa de Mariachi (cujo sombreiro não é coberto pela caixa de papelão ou o latão), e inclusive referências ao filme das Tartarugas Ninja em um momento. Sim, as Tartarugas Ninja, cujos jogos mais famosos foram produzidos justamente pela Konami.

Graficamente impressiona. Desde as cutscenes bem trabalhadas, até os cenários que são lindos, o jogo se sai bem mesmo rodando com as opções de qualidade mínima nos gráficos. Apesar de um bugzinho aqui ou outro ali, é um game bastante fluído de se ver. A qualidade do trabalho de tradução da Konami vem melhorando a cada trabalho, sem nenhum erro nos textos, e não somente legendas, mas menus e HUD’s do jogo completamente trabalhados para o português brasileiro. Uma aula para uma certa produtora de jogos de animes.

Sonoramente o jogo destoa das trilhas tradicionais da série Metal Gear. Com uma pegada que mistura Heavy Metal e um toque de musica eletrônica, ela casa com os combates frenéticos, sendo totalmente incrível de se ouvir, mesmo quando não estamos em jogo (pode colocar a trilha em seu player favorito, coloca pro seu amigo não gamer que ele vai achar que é Heavy Metal).

A dublagem é boa e Quinton Flynn retornou para o papel de Raiden e desempenha seu papel com competência (embora eu me pergunte porque diabos a voz dele oscila tanto em tom), e os outros atores também são satisfatórios.

Finalizando, se fosse um pouco mais longo, seria bem possível que Metal Gear Rising: Revengeance recebesse nota máxima aqui no JBox, mas a curta duração impede isso de acontecer. Recomendado para fãs e não fãs de Metal Gear.

Avaliação do JBox: 90%