Death Note é um produto que já foi usado e abusado das mais variadas formas possíveis, mas claro que sempre tem mais uma maneira a se explorar. Por que não um drama da série com uma boa repaginada?
O live-action em formato de seriado estreou no dia 5 de julho em terras japonesas, com um capítulo de mais de 70 minutos, trazendo novamente “Kira” em busca de sua própria justiça e modo de fazer a paz. Como é conhecido do grande público, Death Note já teve um anime finalizado com 37 episódios, adaptado do mangá de Tsugumi Ohba e Takeshi Obata. Além do anime e mangá, o título ganhou adaptações em novels, filmes e musicais. Enfim, foi e ainda é um sucesso enorme entre o público, com isso, nada mais justo que o investimento em mais uma mídia.
Falando sobre a série, Death Note nos traz novamente a história de Light Yagami, interpretado por Masataka Kubota, um estudante comum que um dia acaba se deparando com um misterioso caderno que lhe proporciona o poder de matar quem quiser, apenas escrevendo o nome de uma pessoa. Através desse caderno, Light busca criar sua própria justiça, assassinando diversos criminosos que acabam morrendo de ataques cardíacos. Com o estranho surto de mortes súbitas, a polícia começa a investigar o caso de forma mais séria e um renomado detetive internacional entra no caso, atendendo apenas pela letra L, personagem aqui estrelado por Kento Yamazaki.
Pela sinopse, as diferenças não parecem ser tantas da obra original, porém aqui Light é bem mais humano (humano, live-action, entenderam, entenderam?). A frieza do personagem original não é mostrada, mas sim alguém que se preocupa bastante com o fato de estar matando pessoas daquela forma, mesmo que seja tudo pela justiça. Outro ponto importante é que ele não é apresentado como um gênio em nenhum momento, mostrando certa discrepância do sádico que conhecíamos.
As alterações mais notáveis de personalidade e contexto estão em Light, mas é possível notar uma mudança na forma de agir de cada personagem aqui e ali se observarmos bem. A questão incômoda dessas mudanças é justamente isso: que agonia do Light bonzinho!
Kira sempre foi um personagem com um senso de justiça distorcido incrível. Como opinião pessoal, posso dizer que não gostava dele, mas é estranho vê-lo tão diferente do original. Parece que a série decidiu deixá-lo mais como o bonzinho e o L como um vilão. É mais viável, mas ainda assim é bem estranho.
O efeito CG para a representação de Ryuk está bem robótico, mas não se pode falar muita coisa sobre isso, já que efeitos especiais nunca foram o forte de muitas produções japonesas. Se considerarmos isso, tá até bem feito. As questões de filmagem e interpretação ficam nesse mesmo ponto. Pode ser estranho pra quem não está acostumado.
Conclusão
A série em live-action de Death Note pode deixar a desejar para muitos fãs antigos, mas ainda é válido assistir. Não dá pra tirar muito do primeiro episódio, principalmente sobre o Light. A questão das coisas ocorrerem de forma diferente também ajuda, pois abre um leque de possibilidades para como certas coisas podem ocorrer no decorrer da série.
Nota: 3/5
Death Note está sendo exibido pelo Crunchyroll. Os episódios saem três dias depois do Japão no site aqui no Brasil, ou seja, pelas quartas-feiras, às 23h30min.
Em relação ao primeiro live action, qual seria o melhor?
Sinceramente, está bem melhor e mais verossimil dessa forma, já que é um Dorama e não um anime, o Light ser mais humano é muito melhor do que a versão original de um psicopata, mas acredito que Light irá se tornar mais frio ao longo dos episódios.
Para evitar o CGI, não dava pra criar um Ryukku com feições mais humanas? Com um pouco de criatividade daria pra adaptar bem.
Eu não acredito que o Light vai ser bonzinho e o L ser tratado como vilão.Acho que o Light começa bonzinho e vai sendo destorcido pelo poder e nos últimos episódios será o Light sádico e egocêntrico do mangá.
Também achei bem melhor essa versão mais humana do Light,no mangá e no anime eu nunca consegui sentir empatia por ele,nesse primeiro episódio eu já simpatizei um pouco;
Infelizmente o abuso de CGI é uma tendencia atual nos
live-actions japoneses, nos sentais é usado para algumas
coisas ridiculas, como um monstro chorando.
em um caso assim,em que já vimos essa história ser contada e recontada mais de uma vez,até que será interessante ver até que ponto será diferente.
Até porque acho mais inteligente um Light que prefere ficar na dele do que ser egocentrico e tentar atrair o L pra matá-lo e com o risco de ser pego só por ter sido chamado de criminoso na TV e querer se achar Deus.Se voce possui um troço como o Death Note,só dá pra ser pego se voce mesmo deixar que te peguem de propósito.
Prometeram que teremos L,Near e Mello interagindo e trabalhando juntos nessa série,isso é outra coisa que estou interessado em ver.
Não dá pra julgar muito por ser apenas o primeiro episódio, mas é certo que a história poderá ser melhor desenvolvida em um dorama.
Assisti hoje. Realmente algumas coisas batem com o que tu deixou no review, mas concordo com o pessoal nos comentários: a sensação é que é uma nova forma de contar a história, com um ponto de vista diferente.
[lá vai uma penca de SPOILERS sobre todo o universo do DN]
O Light “humano”, para quem conhece a série no mangá e viu o One-Shot, lembra um pouco justamente a história do One-Shot, onde o garoto acabava matando por um sentimento de vingança. Para quem viu a histórinha, lembremos também que existia a borracha que fazia “voltar a vida”. Neste caso, se assistirem o live, vão se perguntar em uma cena que lembra este evento.
O L não está bem “o vilão”, tá mais para aquele personagem descolado das histórias que dá um jeito de salvar o dia, tipo o Han Solo.
O que senti neste primeiro episódio é que, diferente do mangá/animê (no primeiro Live, acabei esquecendo como era o enredo :p) , a história no “novelão” :tongue: vai assumindo-se mais filosófica, questionando as atitudes; algo que não era buscado pelos autores originais, mas que de alguma forma a essência do roteiro de Death Note acaba gerando esta discussão sobre crime, castigo, vilões e mocinhos. Isso vai ficando realmente interessante, como diz o deus da morte.
PS: Falando nele, o Ryuk está extremamente exagerado e muito mais tagarela. Acho que a ideia de “tentar humaniza-lo”, como sugerida por um dos comentaristas, cairia bem neste drama. Primeiro pois Ryuk poderia virar um personagem bem mais ativo (justificando a tagarelice e atitudes), segundo pois abre novas possibilidades no enredo.