Creio que concorrência é algo essencial pra qualquer mercado. Creio também que todos acreditam nisso, certo? Ou vocês gostam de ter que depender esmagadoramente de um único serviço para ter suas entregas, por exemplo? Acredito que uma alternativa seria melhor, sim, mas não é disso que vim falar.
O mercado brasileiro de mangás é uma guerra (não tão) fria atualmente. Isso não é errado, pelo contrário, é bom que haja o estímulo. As editoras fazem seus anúncios buscando ter mais sucesso que as outras, em todos os meios são assim. Um “problema”, porém, é quando algum título acaba sendo “vazado” por algum site da dita mídia especializada (pff).
Sim, “pff”. O jornalismo “otaku” não é levado a sério e concordo com os vários motivos pelo qual ele pode não ser, até porque parece que agora praticamente trabalhamos apenas com traduções de notícias de algum site gringo ou escrevemos uma resenha feita nas coxas só pra marcar presença. Não estou generalizando, claro, mas devo dizer que boa parte anda assim (não me excluo).
Mas então, como criar uma pauta? É do que dependemos, pauta! Poderíamos ir atrás dos belíssimos barracos que, por exemplo, o Mais de Oito Mil traz (continue assim, Mara, por favor!), mas, como um site, digamos, de seriedade, devemos trazer algo tido como relevante para o mercado, que, ao menos atualmente, o grande foco tem sido o anúncio de mangás.
Qual a reclamação então? Não falta mangá para redigir sobre, não? Sim, não falta, mas continua sendo apenas um passa e repassa de notícias, então quando estamos com um mangá que vai ser anunciado na mão, por que não divulgar para o público? O vazamento do título vai ocasionar a queda de vendas? O único impasse que vai causar é que provavelmente o público não vai ficar tão na expectativa para saber qual mangá de tal editora será anunciado numa palestra. Aliás, até pode criar a tal da expectativa sim, mas de outra forma. No que isso atrapalha? Não vai lançar mesmo assim? Ou vão desistir de lançar um mangá simplesmente porque algum site como, hipoteticamente, o JBox vazou?
Bom, existem alguns atritos sim que, de certa forma, não concordo que influenciem no fator de vazamento, porém se temos acesso a algo que será publicado aqui, por que não falar para o público? Isso acaba sendo nossa forma de obter algum anúncio exclusivo, certo? Já que parece que as editoras não dão muita bola para os sites que trabalham no nicho, mas sim para algum mais conhecido que trabalha com todo meio “nerd”. Mangá não é algo que a maioria dos “nerds” se preocupam muito, no fim das contas…
Será que se as editoras olhassem mais para sites como nós pararíamos com essa confusão de vazar mangá? Talvez sim, só uma atitude dirá. Eu realmente não direi que vazar é uma forma de protesto pois seria sensacionalista demais da minha parte e, ah, isso eu odeio aparentar. Há certa diversão em deixar o público na expectativa por algo, é compreensível, porém o importante não é o produto final? Você, leitor, vai comprar o mangá ou o anúncio? Algum leitor, quando estiver lendo seu mangazinho, pensará “pô, esse mangá tá uma merda porque aqueles caras vazaram”? Acabarão as reclamações sobre preço, transparência de páginas, demora pra lançamento, tradução, lombada caso o mangá não vaze? Não, não é? Então pra que essa masturbação de expectativa? Nem o hype irá diminuir por causa de um vazamento. Vazado ou anunciado oficialmente, os leitores manterão suas expectativas para o título, só muda o alcance, claro; e no fim o alcance da editora será maior de qualquer forma, mas acho que podemos nos dar ao luxo de deixar um gostinho na boca para quem conseguirmos alcançar, pelo menos.
Outra coisa que vejo é que tem gente que acha que site tem espião dentro de editora. Vocês realmente acham isso? As informações vem e vão! Querendo ou não, há formas diferentes de sabermos se um título vai ser lançado. Pode ser algo que, por exemplo, a LigaHQ deixou escapar ou alguém mais próximo de funcionários das editoras conseguiu, chegou pra gente e falou. Corremos o risco de espalhar informação mentirosa? Sim, corremos, porém também nos responsabilizamos por isso. Se eu vazar algo e não se concretizar podem tirar satisfação comigo mesmo, responderei com toda a calma.
Até hoje, citando um exemplo, fazem piadas com o JBox sobre o possível lançamento do mangá Steve Jobs, de Yamazaki Mari, pela JBC. Passaram uns anos e a notícia não se concretizou, mas estamos seguindo. Próximo dessa época, foram vazados alguns mangás da NewPOP que foram anunciados ano passado, como Gagoze, porém esse ficou totalmente esquecido pelo público. Esse ano, novamente, tivemos alguns vazamentos no site: UQ Holder, Knights of Sidonia (confirmados pela JBC) e o recentíssimo suposto vazamento de Hokuto no Ken. Pode não ser real? Pode! Parece ser mais improvável que provável, até, mas viemos aqui com o risco de falar. Se não lançar, mais uma piada; se lançar, uma ótima notícia pro público.
“Ah, mas isso é perseguição com a JBC” é algo bastante comentado aqui, mas disso eu me retiro, pois não fala por mim. Afirmo, porém, que pode ser apenas o caso de serem informações que aparecem de forma mais fácil, talvez. Fica o pensamento.
Bom, no fim não direi que aprovo o vazamento, mas concordo com a existência dele. Vivemos numa era que é difícil manter um site onde a esmagadora maioria das matérias é baseada em notícias traduzidas ou resenhas semanais de anime. Ainda tem o fator que é difícil acompanhar o crescimento do YouTube. Não podemos manter o canal de vídeos sempre ativo, demanda tempo e dinheiro, que é algo que não está fácil. Tudo isso se soma ao fato de estarmos falando sobre uma cultura um tanto desvalorizada como a de mangás e animes. Por essas e por outras o vazamento se torna quase como o nosso jornalismo investigativo, devo dizer. Há falhas e fatores de erro nisso, porém é melhor um projeto mal feito de Sherlock do que deixar a mídia especializada (pffffffffff) morrer.
Pra mim o problema nao foi o vazamento. Voces sempre deram com um formato e ontem, com HnK, no texto nao diz a editora e na tag tem piadinha.
Ótimo texto, e em relação à surpresa e expectativa numa situação de vazamento, PRA MIM, não diminui em nada, o contrário, até aumenta, porque nessas horas a gente fica apreensivo pra saber se o vazamento que a gente quer que seja verdade vai ser confirmado ou não.
Em Sidonia tinha o mesmo tipo de “piadinha” e no fim estava certo.
Sobre o post, acho que se vocês conseguirem algum tipo de informação que leve a noticia, tem mais é que divulgar mesmo, é a função da mídia especializada (pff), azar da editora se não tem a capacidade de evitar o vazamento.
“Ah, é errado” Errado porque? Honestamente, é esse o tipo de noticia que eu quero em um blog especializado e dessa vez sem o pff. Como disse antes, a editora que melhore seu trabalho e evite que vaze as informações.
Quanto ao Jbox, estão mais do que certos em noticiar.
Esse “vazamento” pode até ajudar a editora, pq já sabendo o provável lançamento do título já reserva o dinheiro (seja salário ou mesada dos pais) do início do mês pra isso, se lançar ótimo, senão gasta o dinheiro reservado com outra coisa.
Os vazamentos não representam nenhum risco para as editoras, pelo contrário dá mais visibilidade. Se as editoras daqui entendessem um pouquinho mais de marketing, principalmente de divulgação isto não estaria ocorrendo. As editoras poderiam, por exemplo, entrar em contato com sites como o Jbox e trabalharem em conjunto.
Por fim, gostaria de propor uma reflexão ao JBox. Preocupa-me mesmo o que foi mencionado nesta matéria, dando margens para interpretações como está, por exemplo: “publicamos qualquer coisa, verdade ou mentira pouco importa, certo?”. Em outras palavras, é a famosa “Lei de Gerson” que dizia mais ou menos o seguinte: ” O correto é levar vantagem em tudo, certo?”, ou seja, publicamos qualquer coisa, o importante são os acessos e a divulgação do nosso conteúdo.
Pessoal, publicar uma matéria, assiná-la e não se responsabilizar por isso é algo extremamente grave. Podem dizer que editoras e demais profissionais da área não ligam para os sites especializados, porém será bem pior quando os próprios leitores descredibilizarem o site por completo. Não é incomum ver compartilhamentos referentes ao Jbox e as pessoas tratando com total escárnio e descrédito. Os vazamentos são bacanas demais, mas põe em cheque toda a credibilidade do site, portanto tomem cuidado com isso e tentem conversar com as editoras e chegarem a uma denominador comum, algo que seja bom para ambos os lados.
Não sei o porque desse mimimi todo… Noticiou porque quis e tem publico (fama) para falar e ser ouvido, mesmo que duvidado. Agora, se é verdade ou não só o tempo dirá.
O que me incomoda em alguns vazamentos é a frustração quando estão enganados, por toda expectativa incitada para alguns lançamentos.
Eu pessoalmente uso o Jbox e outros sites de notícia como referência para lançamentos e para me planejar, além de como uma forma de entretenimento e de “compilado” de notícias (eu admiro a empolgação da JBC e do contato com o público, mas nem sempre tenho paciência para acompanhar seus vídeos).
Quanto a isso Wanwisa, é uma discussão muito interessante, quanto a ética jornalística. O que acontece, na minha opinião, é que o efeito disso nestes sites é mínimo para a sociedade (diferente de notícias de grandes jornais que acabam com a vida de muitas pessoas), o impacto maior se resume então a dois aspectos que você citou:
1- Vendas e editoras
2- Credibilidade do site
Quanto ao 1, eu até acho que serve como marketing (alguém uma vez disse que não existe marketing negativo…), isto é, as editoras perdem muito por falta de divulgação, ainda mais nessa época de escassez de animes na televisão (não que na época de abundância elas aproveitassem….). Eu mesmo, uso o site como referência pessoal e concordo com o que você escreveu sobre uma associação entre editoras e mídia ser muito vantajosa para todo mundo (é só pensar nas contribuições do Jbox na época do relançamento dos DVDs de FullMetal Alchemist pela FlashStar).
Quanto ao 2, é um caso mais complicado, mas real. Usar muito disso cria má fama e afastamento. No caso do Jbox, eles ao menos sempre fizeram uma distinção entre “notícia” e “boato” e acho que isso faz toda a diferença. Eu sempre presto atenção a uma dessas palavrinhas e tenho ciência de que “boato” é incerto, mas ao mesmo tempo animador pensar na possibilidade, pois, quando certo, minha empolgação é ainda maior na medida que aquela “possibilidade” se torna “certeza”.
Inclusive, muitos “boatos” (acredito que a maioria deles) se mostraram verdadeiros ou, quando falsos, tinham alguma base de verdade, como um lançamento suspenso ou cancelado, ou mesmo uma pista errada ou mal interpretada que levava a outro lançamento.
Contanto que haja a distinção, não vejo nada de muito ruim em vazamentos. Por exemplo, estou a MIL com a possibilidade de Hokuto no Ken (“Eu quero acreditar”)! Mas vamos dizer que esteja errado. Quem sabe a empolgação do público não incentive um lançamento real por editoras desinteressadas?
Sério… Hokuto no Ken não vai vim. TENHO CERTEZA. Só não posso falar o porque eu sei disso.
Olá, Wanwisa. Primeiramente, obrigado pela opinião. Sobre essa questão de “publicar verdade ou mentira”, acaba sendo uma questão de estarmos tratando como uma possibilidade. Uma fonte, por mais certa que seja, não é 100% de certeza. Por exemplo, alguns títulos que estão para sair quase sempre estão com postagens prontas para ser liberadas. Só que às vezes pode acontecer o infortúnio de não ser verdade, o que pode complicar para o nosso lado. Estamos com um descrédito nesse quesito desde o caso Jobs. Creio que muito dos vazamentos desse ano tenham sido por uma busca de um pouco de credibilidade novamente, o que conseguimos com UQ Holder e Knights of Sidonia. Hokuto no Ken foi outra informação que chegou até nós e foi uma aposta maior, que pode ter impactos grandes depois.
Por isso não acho que entre nessa questão de “publicamos qualquer coisa”. Nós publicamos algo que tenha uma fonte no mínimo confiável; buscamos um teor verdade sempre. Não vamos, por exemplo, falar que JoJo tá chegando ao Brasil só por falar. Esse é o ponto que queria passar. Espero que tenha esclarecido um pouco.
A editora faz de tudo para ter um relacionamento transparente com o público, cria expectativa do público para os seus futuros anúncios e chega um site e quebra todo o cronograma da empresa fazendo o anúncio por ela, sem se responsabilizar e sem nem mesmo sua autorização. E finalizam dizendo que isso não prejudica a editora…
Então publicar inverdades não importa mesmo nos dias de hoje, não é? Não sei se vocês entendem o termo “checar veracidade de informação”, sabe, isso é importante para o seu meio.
É, rapaz… Se isso é jornalismo, só posso dizer: que bosta.
Uma coisa que penso sobre vazamentos é que isso também é o que chamam de “clínica”: com um vazamento, é possível saber a opinião de vários compradores em potencial e assim saber se vale ou não o risco de lançar um produto. Vale para tudo que for comercial.
Vide que “Hokuto no Ken” mesmo, pelo que senti quando “vazaram” a notícia, é para saber o potencial de lançamento. Afinal, agora olhando o mercado de cultura japonesa, sabemos que no Brasil há a questão da pirataria já aculturada, e um produto que não houve lançamento no Brasil, mas houve esforço dos “fanstranslators/ssubers” para trazer o mesmo, já é um produto que teve sua “perda comercial”: muitas pessoas compram por curiosidade, mas sabendo que há uma outra forma mais barata e prática para “experimentar”, vão lá e usam aquele método.
Outro ponto é que agora as concorrências mudaram. Vendo a entrada do Daisuki, Crunchyroll e outros distribuidores internacionais, noto que é preciso ser esperto e tentar aproveitar o máximo do que tem em mãos, sob pena de perder o gás.
E uma terceira coisa é também a cultura otaku, que sinto um teco fechada (os caras que começaram isso lá pelo início do século :tongue: )
Eu como ex-membro do Jbox só acho engraçado como é ridículo que tudo isso vire “pauta”, tanto do lado de lá (+8000) quanto do lado de cá.
Caras, foi o Eduardo (“Dudu”) que postou essa notícia na época. O Fábio Garcia (“a Mari”) é chegado do Dudu, e isso virou piada entre eles e não tem maldade nisso. Nao tem porque ficar mordido com um assunto que é pauta de um blog e meia dúzia de arrobas no Twitter.
Sobre Hokuto no Ken, nem há o que se dizer. São apenas otakinhos que vivem em seu mundinho paralelo reclamando de uma divulgação antecipada. O site não é obrigado a dar satisfação sobre como e quando divulgar as notícias, desde que não sejam falsas ou que não deixem claro caso seja rumor/boato.
Sabe porque não se leva a tal “mídia especializada” a sério? Porque nenhum desses sites (incluindo o Jbox) tem CNPJ. Nenhum tem um escritório ou uma hierarquia empresarial pra ser levada minimamente a sério e infelizmente o mundo funciona dessa forma. Apenas isso. Por isso é muito mais fácil que a JBC, Panini e afins deem press-releases pra portais como Omelete, Jovem Nerd e afins, porque eles sairam há muito tempo do amadorismo, enquanto que Genkidamas, Jbox e Mais de Oito Mils continuam trabalhando como hobby.
Oras, se vocês levam o site como um trabalho paralelo e feito nas horas vagas, porque esperar que as empresas não os vejam como tal? É um pouco estranho isso.
Só gostaria mesmo de ver a famigerada mídia especializada sem essa guerrinha de egos, pois é triste ver adultos que falam de anime discutindo como as crianças que deveriam ser o público-alvo desse material.
Não vou responder pelo JBox, mas vou jogar umas coisas para servirem como reflexão a todos nós.
Ao menos no universo da cultura japonesa, quem hoje são os profissionais no caso são o Henshin (nas mãos da JBC), e só. Não conheço nenhum outro site que “seja profissional”, ou seja, tenha CNPJ, ou ao menos um repórter reconhecido no meio.
Sou da época (Como leitor) do Manga Xplosion, talvez um dos poucos que tentou se profissionalizar também, mas depois caiu (e salvo engano, a equipe foi para o Henshin). Desde quando os animes começaram a serem “apreciados” por aqui, houve diversas tentativas, profissionais (como a revista Herói, a AnimêDO e outras) ou “amadoras” (os inúmeros blogs, fóruns e sites) para cobrir isso tudo. Veio a internet e resultou na facilidade de qualquer um ter a possibilidade de agir como um informante ou jornalista.
Tal como em qualquer mercado, sobrevive o mais capaz de se adaptar, de manter seu legado. Pelo que vejo, JBox é um deles.
Por mais que o JBox tenha um jeito ainda de “blog feito quando tem tempo”, ao menos aqui seja tu ou qualquer outro membro que passou ou ainda mantém o site, dá um tratamento diferencial, de certa forma que soa profissional.
Muitas vezes leio também um “ser profissional” como “aja como o mercado pede”. No meio jornalístico, noto que “agir como o mercado pede” é muitas vezes omitir uma informação interessante ou agir contrário ao público e a favor de quem é o alvo de uma matéria. Talvez isso seja uma diferença que deixe “amador” o JBox e outros.
Não sei o que reserva para o futuro, mas acho que se um dia o JBox ganhar mais relevância, isso se deve justamente a toda esta aprendizagem que teve como amador. :)
O problema não é o vazamento. O que vocês fazem é justamente o mínimo do jornalismo. Se vocês têm um furo, têm que divulgá-lo. Furos não atrapalham negociações que já estão fechadas.
No final, o que está acontecendo é a “mídia otaku caviar pró-mídia”, um mix de ser a favor do “governo”, que aqui são as editoras. Ganhando mortadela – que no caso são os próprios mangás para fazer resenhas. E, “caviar” porque seriam boizinhos com seus Galaxys e Iphones falando e se queixando um tiquinho mas servindo ao “sistema”.
Acredito que muita gente também deve saber destes mangás, mas tem “medinho” de divulgar para não perder os “benefícios” de estar próximo e tudo mais. E, medo de ser excluído das tais “coletivas de imprensa especializada”..
No final, é todo mundo querendo se sentir importante…
Continuem assim. Não esmoreçam pessoal do Jbox.
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Sandra Monte
http://www.papodebudega.com