Macross é uma franquia mecha e de ficção científica conhecida e adorada por muitos fãs de anime espalhados pelo mundo, mas já se perguntou por quê? Abaixo pode ser que encontre essa resposta, pois além de selecionar alguns tópicos sobre o que você encontrará em qualquer anime da franquia, ainda comentamos separadamente sobre cada série a fim de que você conheça um pouquinho de cada uma e decida qual assistir e em que ordem ;)
Características principais da franquia Macross
- Os protagonistas costumam ser muito imaturos e alguns irritantes no início dos animes da franquia, porém à medida que a história vai se encaminhando ao seu desfecho é possível observar um ótimo desenvolvimento de alguns deles;
- Os romances focados em triângulos amorosos são muito bem escritos porque sempre paira a dúvida sob quem a pessoa central do triângulo irá escolher. Muitas vezes chega a ser angustiante acompanhar sem prever o que pode acontecer, mas é uma angústia positiva, pois a surpresa final pode ser impactante. Os desfechos podem causar satisfação ou não dependendo de quem você torce, mas na maioria das vezes há justiça com as personagens que tiveram bons desenvolvimentos;
- A música sempre tem papel importante e é explorada tanto do lado lírico quanto científico. Lírico, pois as canções podem mexer com a mente ou sentimentos das personagens e científico, pois não podemos esquecer que a melodia é a combinação de diversos sons, que são comprimentos de onda numa determinada faixa de amplitude numa determinada frequência;
- Há interação de raças alienígenas com humanos, sendo na maioria das vezes através de guerras no espaço, mas não é uma regra. Assim como há batalhas, há conciliações a fim de mostrar que as diferenças culturais podem ser superadas através do amor.
Sabendo das principais características que estão presentes nos animes da franquia, vêm as perguntas: por qual anime começar? Será que todos valem a pena serem assistidos? Existe um Macross perfeito? Quais os principais pontos positivos e negativos de cada um? Hora de responder essas questões!
Macross – Guerra das Galáxias (1982)
Diretor: Noboru Ishiguro
Roteiristas: Ken’ichi Matsuzaki e Hiroyuki Hoshiyama
Total de episódios: 36
Estúdios: Artland, Tatsunoko Production
2009, ano em que a nave SDF-1 Macross é finalmente construída a fim de levar terráqueos para viver no espaço. Entretanto, no dia escolhido para a decolagem que marcaria um grande passo na história da humanidade, uma raça alienígena chamada Zentradi invade a Terra, dando início à primeira guerra espacial. O que ninguém imaginava era que a chave para o fim do conflito poderia ser… A música de Linn Minmay?
Pontos positivos: A história é bem escrita e todas as personagens são bem aproveitadas dentro do roteiro, com destaque para Misa que tem um desenvolvimento incrível. É um ótimo conto sci-fi que procura apresentar e desenvolver o conceito envolvendo os Protoculture de maneira satisfatória. O enredo ainda consegue equilibrar elementos científicos com romance, além de focar em bastante música e o crescimento de uma idol. As músicas são fofinhas e grudam na cabeça facilmente.
Pontos negativos: Como o anime é dos anos 80, a animação não é grande coisa e pode incomodar aqueles mais exigentes. Há alguns episódios na série de TV que são totalmente dispensáveis, como um recap que ocorre em certo momento. A segunda parte do anime não tem tensão de guerra ou batalhas e serve somente para resolver o triângulo amoroso principal, o que divide opinião de fãs quanto à qualidade do roteiro. Entretanto, vale lembrar que isso somente aconteceu porque o anime era tão popular na época, que obrigaram Kawamori a estender a animação na TV.
E o filme? Filme de 1984 dirigido pelo criador da franquia Shoji Kawamori e o diretor da série de TV Noboru Ishiguro, Macross: Do you remember love? é excelente e uma releitura de 36 episódios praticamente perfeita. Talvez os únicos problemas do filme são que o ritmo acelerado faz com que não haja um apelo emocional tão grande em algumas cenas e algumas personagens não brilham tanto quanto na série de TV, entretanto, possui drama na medida certa quando se trata de romance ou mesmo a batalha final que passa uma mensagem graciosa e o fará sempre lembrar do amor.
Vale a pena assistir? Com certeza! O anime pode ser considerado datado em termos de animação e trilha sonora, porém o bom roteiro que equilibra vários elementos supera tudo o fazendo praticamente ser obrigatório não somente para quem quer mergulhar nessa franquia, mas para qualquer fã de anime, pois é um clássico. Nunca viu nada de Macross? Óbvio que o primeirão é uma ótima pedida pra começar.
Macross II: Lovers Again (1992)
Diretor: Kenichi Yatagai
Roteirista: Sukehiro Tomita
Total de episódios: 06
Estúdios: AIC e Oniro
Exatamente 80 anos haviam se passado desde a primeira guerra espacial entre humanos e Zentradis. Em 2089, os humanos são ameaçados novamente, porém agora por uma raça alienígena auto proclamada Marduk. Será que eles realmente são uma ameaça? Não é bem isso que o repórter Hibiki Kanzaki pensa da garota Ishtar e seu povo, mas como convencer os humanos do contrário? Quais as consequências deste encontro?
Pontos positivos: Discussões sobre a manipulação de informações que a imprensa faz para enganar a sociedade, boas cenas de ação e a utilização da música como arma contra a humanidade.
Pontos negativos: Há personagens pouco carismáticas e o enredo não consegue aproveitá-las muito bem. A história avança de maneira simples e se perde completamente no final com soluções fracas ou sem explicação nenhuma para resolver diversos conflitos de uma vez só.
Vale a pena assistir? Não. O OVA não é considerado canônico dentro da franquia por se passar muitos anos depois do primeiro Macross e também por aproveitar os principais conceitos de maneira ruim. Macross II é uma série que joga as principais características da franquia em um liquidificador e a mistura disso tem um gosto amargo.
Macross Plus (1994)
Diretores: Shoji Kawamori e Shinichiro Watanabe
Roteirista: Keiko Nobumoto
Total de episódios: 04
Estúdio: Triangle Staff
No ano de 2040 já é possível encontrar humanos vivendo em diferentes colônias e planetas. O Planeta Eden, por exemplo, é conhecido por ser o centro de grandes avanços tecnológicos, afinal é o atual lar da idol virtual Sharon Apple e de pilotos de caça que participam do Projeto Supernova. Porém, Eden também é o lugar de reencontro dos amigos de infância Isamu, Guld e Myung, que se separaram há 7 anos e agora enfrentam situações constrangedoras devido a este tempo afastados. E se este reencontro trouxesse uma tragédia? A música seria a salvação novamente? Ou desta vez dependeríamos exclusivamente das habilidades de pilotos em treinamento?
Pontos positivos: Mostra a busca do ser humano por avanço tecnológico através de testes com valkyries e música, afinal é o único anime da franquia em que temos uma idol virtual. As personagens não são adolescentes, são adultos próximos aos 25 anos de idade e por isso há uma atmosfera mais madura. Os rivais são amigos de infância, então além de competirem no amor, competem em praticamente tudo, inclusive quem é o melhor piloto. A história possui excelente ritmo, ótimas reviravoltas e boas cenas de ação. A trilha sonora de Yoko Kanno é fantástica.
Pontos negativos: Não há guerra, logo não existe uma grande tensão nas batalhas assim como conflitos entre alienígenas e humanos no espaço. Exatamente por não possuir uma guerra, o conceito Protoculture é inexistente não tendo um choque cultural que afeta duas raças diferentes e as faz se aceitarem. As cenas de testes de aviões caças são repetitivas.
E o filme? Macross Plus Movie Edition de 1995 dirigido pelos mesmos diretores possui pequenas mudanças em relação aos OVAs, o que faz o filme ser tão bom quanto ou melhor. Há cortes de inúmeras cenas repetitivas no que tange aos testes dos pilotos e há cenas adicionais e esclarecedoras, que nos OVAs ficam apenas subentendidas. Tem algumas músicas diferentes, mas a essência, a mensagem e desfechos são idênticos em ambas às mídias.
Vale a pena assistir? Sim, porém não comece por ele. Macross Plus realmente é um anime que dá um “plus” à franquia, por isso não é ideal iniciar por ele, já que não existe um conflito entre alienígenas e humanos, que pode gerar uma guerra e que possibilita amplificar os conceitos culturais que Kawamori se apoia. Em Plus, o conflito é embasado em sentimentos, tecnologia e a vida cotidiana, sendo muito mais outro bom anime de Watanabe do que algo conceitual de Kawamori.
Macross 7 (1994)
Diretor: Tetsuro Amino
Roteiristas: Katsuyuki Sumisawa, Sukehiro Tomita, Tetsuro Amino e Yukiyoshi Ohashi
Total de episódios: 49
Estúdio: Production Reed
Em 2045 existe um homem especial chamado Nekki Basara, que deseja que as pessoas escutem sua música, pois acredita que suas canções têm um poder misterioso. Vocalista e guitarrista da banda Fire Bomber, Basara vive na colônia City 7, que tem seus dias de paz ameaçados devido a ataques nada convencionais de seres estranhos que vivem para roubar o “spiritia” das pessoas. O que seria isso exatamente? De onde são estes seres? Será que as músicas de Fire Bomber podem realmente impedir este e tantos outros conflitos?
Pontos positivos: Por mais que sejam repetitivas durante a exibição do anime, as músicas da banda Fire Bomber são muito boas e vale a pena correr atrás de álbuns e performances da única banda de rock de toda franquia. Se tratando do enredo, o anime aprofunda o conceito de Protoculture visto no primeiro Macross e a conexão que eles possuem com Zentradis e vilões Protodeviln. O anime ainda acerta ao mostrar a evolução da música como arma de combate.
Pontos negativos: Macross 7 é uma verdadeira montanha russa: tem um início ok, fica ruim, fica bom, fica horrível, apresenta melhoras, cai de qualidade de novo e o final da série de TV é muito fraco. O ritmo da história é horrível e a execução pior ainda. Alguns episódios são muito repetitivos e quando os conflitos são resolvidos não há impacto nenhum. O roteiro não é bem planejado, pois não existe um início, meio e fim definidos, além das personagens serem mal aproveitadas e o trio de destaque não ter desenvolvimento nenhum mostrando imaturidade e irritação constante. Senão há desenvolvimento de personagem, menos ainda desenvolvimento romântico. Infelizmente as cenas de batalha são fracas e o design dos valkyries pouco atraentes, apesar de haver melhoras nos OVAs.
E os OVAS? Macross 7 tem um filme de 30 minutos lançado em 1995 logo após o fim da série, que no fim das contas é mais um episódio especial que apresenta uma nova personagem interessante para quem assistiu a série de TV. Em 1996 há ainda uma continuação intitulada Macross 7: Encore que possui três episódios complementares e divertidos! Por fim, em 1998 foi lançada a continuação oficial Macross 7 Dynamite, série de quatro OVAs que tem um conceito novo interessante, boas personagens novas e é divertido, porém falta romance e algo a mais para fazê-lo ser dignamente bom.
Vale a pena assistir? Talvez, porque Macross 7 tem um lugar especial na franquia e toda hora é aproveitado de alguma maneira, mas saiba que os pontos negativos citados são superiores aos pontos positivos e é pra se pensar se é válido dedicar suas horas ao anime. Se você tiver muita curiosidade, mas pouco tempo uma boa alternativa é assistir Macross FB7: Ore no Uta Wo Kike!, filme lançado em 2012 que é um ótimo resumão dos principais eventos de Macross 7 assistidos por personagens de Macross Frontier e com uma performance final de perder o fôlego!
Macross Zero (2002)
Diretor: Shoji Kawamori
Roteiristas: Shoji Kawamori e Hiroshi Ohnogi
Total de episódios: 05
Estúdio: Satelight
O piloto Shin Kudo colapsa em uma ilha misteriosa após ter confrontado membros de uma facção anti governamental e se vê em apuros, pois é difícil acreditar que em 2008 há pessoas que vivem sem energia elétrica ou em contato com tecnologia, porém para os habitantes da ilha Mayan isso é algo totalmente normal. Quais serão as consequências deste encontro de um povo ancestral com um homem que pilota uma máquina?
Pontos positivos: Bom prólogo para conceitos científicos vistos nos animes anteriores de Macross, além de contar a fonte do poder da música usado constantemente na franquia. Há um ótimo equilíbrio de cenas de ação com as mais calmas, que muitas vezes mostram questionamentos sobre o ser humano. Há bastantes simbolismos interessantes quando há explicações da origem dos Protoculture e a fotografia é excelente. Um dos personagens mais queridos da franquia, Roy Focker, está presente na trama.
Pontos negativos: A animação é pouco fluída e há uso excessivo de CG. O final apresenta uma mudança de tom brusca e talvez as loucuras do Kawamori possam incomodar.
Vale a pena assistir? Certamente, porém não caia na armadilha de começar por ele mesmo sendo o primeiro na cronologia da história. Para assistir Macross Zero é extremamente necessário assistir o primeiro, pois uma das principais propostas é explicar com mais detalhes recursos sci-fi que Macross possui, além do conceito protoculture. Assistir Zero antes do primeiro é ter respostas sem saber quais perguntas questionar, ou seja, ter uma informação, mas não saber o que fazer com ela.
Macross Frontier (2008)
Diretores: Shoji Kawamori e Yasuhito Kikuchi
Roteirista: Hiroyuki Yoshino
Total de episódios: 25
Estúdio: Satelight
A frota espacial Macross Frontier é invadida por insetos alienígenas conhecidos como Vajras, trazendo muita destruição ao local, porém também o início da mudança na vida do estudante Alto Saotome. A coragem que ele mostrou ao enfrentar esses monstros faz com que ganhe novas responsabilidades, mas também novas pessoas com quem se importar, como a idol Sheryl Nome e a garota sonhadora Ranka Lee. Como Alto lidará com esta nova vida em 2059? Será que ele está pronto para protegê-las ao lado de seus companheiros de uma organização militar secreta?
Pontos positivos: Ótimas músicas cantadas por Megumi Nakajima e May’n, acompanhada da excepcional trilha sonora de Yoko Kanno. As cenas de batalha costumam ser bem animadas e impactantes. Há referência a todos os animes de Macross, ora utilizados como fanservice, ora fazendo coesão com a história de Frontier. O ritmo da história vai evoluindo episódio por episódio e a parte sci-fi é bastante satisfatória.
Pontos negativos: A animação não é consistente em todos os episódios. O início de Frontier não é tão sério, algo que pode incomodar quem não busca diversão à primeira vista. Infelizmente não há um grande desenvolvimento de personagens e os protagonistas são imaturos. Se você não comprar a ideia de Kawamori, a série de TV deixa um vazio por não ter uma resolução do triângulo amoroso. O final corre um pouco para explicar as motivações dos vilões.
E os filmes? Pressionaram tanto Kawamori sobre o final da série de TV, que ele foi obrigado a fazer dois filmes para dar a resposta definitiva sobre quem Alto escolheria entre Sheryl e Ranka. Em 2009, Macross F: Itsuwari no Utahime mostrou muitas similaridades com a série de TV, porém tiveram modificações satisfatórias, pois as personagens são mais maduras e alguns pontos ficaram mais esclarecedores. Em 2011 tivemos Macross F: Sayonara no Tsubasa, que é continuação do primeiro filme e apesar de não ter um final que queríamos, é coerente e bem-feito. O roteiro dos filmes é melhor, porém aconselho assistir as duas mídias pra ter o pacote de entretenimento completo.
Vale a pena assistir? CLARO! Caso você não queira iniciar pelo primeiro Macross por ser antigo, Macross Frontier é perfeito para introduzi-lo na franquia! Apesar do anime fazer referências a obras anteriores, Macross F não exige conhecimento prévio, pois a história apresenta tudo aquilo que você precisa saber! Entretanto, se você assistir ele depois dos outros pode apostar que será muito mais satisfatório.
Macross Delta (2016)
Diretores: Shoji Kawamori e Kenji Yasuda
Roteirista: Toshizo Nemoto
Total de episódios: ?
Estúdio: Satelight
A galáxia enfrenta sérios problemas em 2067 por conta da misteriosa síndrome Var, que está afetando diversos seres diferentes fazendo com que estes percam a cabeça e cometam loucuras. Entretanto, nem tudo está perdido, pois o grupo idol Walküre juntamente com os pilotos competentes do esquadrão Delta combatem os efeitos da síndrome com canções curadoras e força bruta quando necessária. Qual a origem da síndrome? Teria alguma ligação com o misterioso esquadrão do Reino do Vento? Seria a alegre garota Freyja Wion detentora de algum segredo?
Pontos positivos: ?
Pontos negativos: ?
Vale a pena assistir? Exibido em 31 de dezembro de 2015, o episódio piloto de Macross Delta mostrou que o anime tem potencial, mas ainda é muito cedo para afirmar qualquer coisa. Portanto, fica aqui registrada a promessa de que quando o anime chegar ao fim, os espaços com pontos de interrogação serão preenchidos da mesma maneira como viram anteriormente neste guia. O anime oficialmente iniciou sua exibição na TV em 3 de abril de 2016.
Resumindo: Enquanto você acompanha Macross Delta semanalmente, comece sua graduação na franquia assistindo Macross ou Macross Frontier e vá seguindo a ordem de produção dos animes, aproveitando todos os pontos positivos e relevando os pontos negativos que encontrará no caminho. As matérias opcionais seriam Macross II e Macross 7, mas de resto é obrigatório assistir pra ganhar seu certificado Protoculture (?). Hehe.
Ficou alguma dúvida? Tem alguma reclamação ou sugestão quanto ao guia? Agora é sua vez de opinar! Comenta aqui! A principal intenção deste post é divulgar e incentivar você a assistir uma das franquias mais importantes da animação japonesa, e também uma das que mais tenho carinho. Espero ter ajudado um pouquinho e continue acessando o JBox pra ver muitas novidades que ainda aparecerão por aqui.