Saudações inca-venusianas! (Awika!) As primeiras séries Ultra sobem mais um degrau na expansão global pela Mill Creek. Atriz veterana de Super Sentai participa de episódio de Ryusoulger. Primeira atração confirmada do Ressaca Friends 2019 é uma atriz de Flashman. E ainda hoje, um bate-papo com nosso amigo Ricardo Cruz, que estará logo mais no evento Alma Tokusatsu. Tudo isso e muito mais a partir de agora na Coluna do Daileon, um espaço voltado para crianças de 8 a 80. :D
Clássicos em HD
Prosseguindo com a recém-iniciada expansão global dos heróis da Nebulosa M-78, o movieSPREE, serviço americano de streaming da distribuidora local Mill Creek Entertainment, anunciou recentemente os lançamentos das séries Ultra Q e Ultraman. Os clássicos da Tsuburaya, ambos produzidos em 1966, serão disponibilizados em alta definição.
Assista o trailer:
https://www.youtube.com/watch?v=vqexFVQhwxY
Em julho passado, as distribuidoras norte-americanas Mill Creek Entertainment e Indigo Entertainment anunciaram a licença da biblioteca completa da Tsuburaya para distribuição na América do Norte e iniciaram a pré-venda de Ultra Q e Ultraman em Blu-ray, que serão lançadas logo mais no dia 15 (veja mais aqui).
E aqui no Brasil, a empresa Encripta está preparando um pacote com sete filmes de Ultraman, sendo cinco inéditos (saiba mais aqui).
Ultraman foi criado em 1966 pela equipe de Eiji Tsuburaya, um dos nomes mais importantes do cinema de efeitos especiais no Japão. A série rendeu 39 episódios e seu sucesso ajudou não só a ditar o estilo dos programas de heróis orientais, mas a também criar uma das franquias mais longevas e rentáveis do gênero.
Na história da série original, Ultraman é um ser vindo da Nebulosa M78, que acaba chegando à Terra enquanto estava à caça de um monstro. Durante sua missão, ele acaba sem querer tirando a vida de Hayata, um membro da Patrulha Científica (ou SIA), que combate ameaças alienígenas. Pra remediar a situação, Ultraman revive Hayata como seu hospedeiro, passando a defender nosso planeta enfrentando monstros que causam destruição.
Ultraman foi exibido no Brasil entre o fim dos anos 1960 e meados dos anos 1980 pela TV Bandeirantes, TV Tupi, TV Record e TVS/SBT, retornando com uma nova dublagem nos anos 1990 pela Rede Manchete, reprisada na CNT e Cine House. Essa versão redublada, distribuída pela Sato Company, chegou a ser lançada também em uma coleção de fitas VHS. Outras exibições posteriores e lançamentos em DVD levantaram suspeitas de ilegalidade.
Após Ultraman, seguiu-se uma franquia de séries que dura até hoje (com algumas pausas). Pela televisão, o Brasil acompanhou Ultra Seven, O Regresso de Ultraman e Ultraman Tiga. Via streaming, a Netflix chegou a exibir Ultraseven X, enquanto a Crunchyroll exibiu Ultraman Max, Ultraman Leo, Ultraman 80 e Ultraman Mebius, e ainda exibe Ultraman X, Ultraman Orb e Ultraman Geed. Além das séries, vários filmes foram lançados no mercado de home-video e serviços on-demand.
Fora do ar!
Neste fim de semana, noticiamos aqui sobre o lançamento de Kiba: A História do Cavaleiro Negro (2011), o segundo filme da franquia Garo, pelo Prime Video. Inédito no Brasil, o filme teve um problema: o áudio da versão brasileira foi extraído de uma fandublagem. (Oi???)
Após a bomba deflagrada na internet, escrevi esse texto onde expliquei a situação e teci minha análise. O post foi atualizado com a nota oficial da Sato Company, que foi publicada horas depois nas redes sociais.
Até o fechamento desta coluna, o filme permanece fora do catálogo da plataforma de streaming da Amazon.
Nota do colunista: Reforço aqui o meu apoio aos materiais oficiais e erros podem acontecer. Agora, fica o alerta deste que vos escreve para a licenciadora redobrar o cuidado com o que vai ao ar nas plataformas para que esse tipo de equívoco não ocorra mais. Credibilidade é uma marca indispensável que se constrói com qualidade e relação arraigada com o público. Uma eventual repetição dessa gravidade seria catastrófica.
Nefer no Brasil!
Sayoko Hagiwara, a vilã Nefer de Flashman, é a primeira atração confirmada do Ressaca Friends, com presença marcada para os dias 21 e 22 de dezembro. Veja mais informações aqui.
Figure 01
Kamen Rider Zero-One já está no ar no Japão e, sem perder tempo, a Bandai anunciou a figure do novo herói para a popular linha S.H.Figuarts.
S.H.Figuarts Kamen Rider Zero One Rising Hopper está em pré-venda desde o último dia 4, custando 3.000 ienes. O lançamento acontecerá em fevereiro de 2020. A Bandai lançou esse teaser especial que você assiste a seguir:
https://www.youtube.com/watch?v=JIOXGufeqss
Drive da rede
A Premium Bandai anunciou um Driver exclusivo de Kamen Rider Zero-One. É o Zetsume Riser, usado pelos capangas da MetsuboJinrai.net para transformar HumaGears nas criaturas chamadas Magia.
O DX Zetsume Riser inclui 2 Zetsumerize Keys que podem criar os Magias Mammoth e Dodo (na série de TV, é claro).
O lançamento está marcado para fevereiro do ano que vem e custará 7.700 ienes. Veja imagens na galeria:
Participação especial
Nao Nagasawa (35), a Hurricane Blue da série Ninpuu Sentai Hurricaneger (2002), fará uma participação especial no episódio deste domingo (13) de Ryusoulger. Ela fará o papel de mais uma pretendente para o noivado de Canalo/Ryusoul Gold. O episódio será dirigido por Koichi Sakamoto.
No episódio do domingo passado, Hikaru Yamamoto, a Akiko Narumi de Kamen Rider W (Double), fez uma participação especial em Ryusoulger como Yui, uma pretendente de Canalo.
Nota do colunista: Só quem viu W (ou ouviu falar sobre isso, como diria a Akiko) deve ter notado uma referência em Yui.
Grande mestre
Gilberto Baroli, dublador veterano que marcou a dublagem de séries tokusatsu exibidas na extinta Rede Manchete, é atração confirmada do evento Alma Tokusatsu. Confira os detalhes aqui.
Chef Kabuto
Hiro Mizushima, o astro principal de Kamen Rider Kabuto, inaugurou seu canal de culinária no YouTube, o Hiro-Meshi, onde ele prepara diversos pratos japoneses. Em seu vídeo de estreia, Mizushima, faz um kaarage, também conhecido como frango frito no estilo japonês.
Ultra cabeleira
Meus amigos do Senpai TV fizeram um vídeo curioso sobre os “cabelos” dos Ultras. Pode parecer um tema bobo, mas o Professor Haterman explica com didática e bom humor. Dá uma olhada no vídeo acima. ;)
Bastidores de um clássico
E nessa semana eu visitei o Blog Sushi POP, do meu amigo/mestre Alexandre Nagado. Em seu bloco de bate-papo, perguntei a ele sobre a curiosa participação dele e de Marcelo Del Greco (atual gestor de conteúdo da Editora JBC) na redublagem do episódio 15 de Ultraman, aquela feita lá nos anos 1990. Confira aqui.
Música e tokusatsu
O que seria das séries e filmes de tokusatsu se não fosse uma boa trilha sonora, né? A combinação é perfeita, principalmente nos momentos de ação que ficaram eternizados por BGMs eletrizantes e também por cantores que fizeram história no gênero. No Brasil, tanto a música quanto o tokusatsu são muito bem representados por um fã de super-heróis japoneses que conseguiu formar uma carreira feita com a alma.
Ricardo Cruz é uma das atrações confirmadas do evento Alma Tokusatsu, no final de outubro, e o convidei para falar um pouco mais sobre sua experiência na coluna de hoje e como esses dois elementos estão presentes em sua vida.
Ricardo, como o tokusatsu e a música ajudaram na inspiração de sua carreira?
“Bom, as músicas de tokusatsu, principalmente, são a minha carreira. Sem elas, nada aconteceria. Não foi algo que inspirou, foi um combustível essencial para aquilo acontecer. Diferente de muita gente da minha idade, eu cresci ouvindo praticamente só os temas de tokusatsu. Eu ouvia bastante temas de anime também, mas muito mais de tokusatsu.
Na minha adolescência, eu cresci no final dos anos 1980 e começo dos anos 1990, tava rolando muito metal, muito hard rock. Muita gente da minha idade fica lembrando das bandas, um milhão de bandas que ouvia. Quando eu era moleque, eu só lembrava de Ichiro Mizuki, Isao Sasaki, Hironobu Kageyama, Akira Kushida, Takayuki Miyauchi, MoJo, Isao Taira, Mitsuko Horie… Essa galera são meus ídolos musicais. Do Ocidente, era pouca coisa que eu acompanhava. (risos) Gostava muito do Michael Jackson, do Aerosmith, pouca coisa assim. Então eu realmente cresci ao som de animesong e principalmente de tokusong. É mais que uma influência. É a única coisa que eu poderia fazer na música, porque era minha grande inspiração e grande referência.
No meio dos anos 1990, quando eu descobri o Neo Animation, que é um dos primeiros grupos de fã com um foco bem grande em tokusatsu, no fato de poder compartilhar o meu gosto por esses assuntos com outras pessoas que também eram muito fãs, isso faz com que a sua paixão pelo negócio cresça ainda mais. Você começa a descobrir que existe um mundo gigantesco além daquele que a televisão brasileira me mostrava. Foi quando eu descobri a grandeza das franquias Super Sentai, Metal Hero, Kamen Rider… Os heróis do Ishinomori, por exemplo, eu nem sabia que existiam. A gente começou a achar livros na Liberdade. Isso tudo foi chegando pra gente assistir e trilhas sonoras chegavam junto com as séries inéditas também. Principalmente as séries de Super Sentai e Metal Heroes. Metal Heroes a gente conhecia porque passou quase tudo no Brasil, mas Sentai passou pouco. Então eu comecei a ir cada vez mais fundo nas trilhas sonoras, descobrindo sons, descobrindo compositores, estilos diferentes.
Quando eu morei no Japão em 1999, através dos compositores e dos cantores de tokusong, que eu já gostava, eu comecei a explorar o que mais eles cantavam, para quais outras séries eles cantavam. Aí fui descobrindo muitos animes também que eu nunca assisti até hoje na vida, mas conheço muito bem a trilha sonora porque eram cantadas ou compostas por artistas que eu tenho muito respeito e admiração. Eu fiquei muito fã do Ichiro Mizuki e fui atrás de tudo que ele fez. E aí conheci muitos e muitos e muitos animes e tokusatsu. Coisa que nunca vi até hoje, mas sei a música, que nem eu falei antes. Depois eu entrei numa vibe de ficar muito fã do Takayuki Miyauchi. Isso morando no Japão. Eu saía de bicicleta pra tudo quanto era sebo e lojas de CD atrás de relíquias, de CDs do cara ou a trilha sonora de algo bem específico que tinha uma musiquinha do Miyauchi e eu comprava. Por exemplo, a trilha do Mach Go Go Go (Speed Racer), versão de 1997, tem uma trilhazinha ali no meio com o Miyauchi. Comprei esse CD. E ficava ouvindo e isso foi expandindo a minha influência musical, vamos dizer assim, porque o animesong é uma congregação de muitos estilos. Depois que eu virei muito fã do [Hironobu] Kageyama, eu tive que ouvir a discografia dele inteira de Dragon Ball. São 18, quase 20 CDs de músicas cantadas só de Dragon Ball Z. Então é música pra caramba. Muitas pérolas, muitos estilos. Tem de jazz a bossa nova em música de DBZ. Coisas cantadas pelo Shinichi Ishihara, que foi uma outra paixão gigantesca musical e comecei a colecionar tudo o que ele fazia.
Então você vai descobrindo muitos estilos. Coisas que flertam com o enka, com o rock, muito pop rock, muita música tradicional japonesa. Instrumentos japoneses também misturados com rock. O animesong é um universo muito experimental musicalmente. E como nascido e crescido no animesong, isso me trouxe uma bagagem de vários estilos. E uma vontade muito grande de poder contribuir para isso de alguma maneira, que é o que eu faço hoje. Além de cantor, eu também sou compositor e tenho feito muitas músicas, tanto pra minha carreira solo quanto para o JAM Project. Ano que vem a banda completa 20 anos, vai sair um disco novo no dia 1º de janeiro e vai ter música minha lá no disco. Fiz uma trilha sonora para o anime One-Punch Man nesse ano com o JAM. Então é uma felicidade muito grande responder, fazer o caminho inverso, poder contribuir com composições próprias. Todas as composições tem em comum uma chamazinha, uma característica em comum que remete lá longe de quando eu assistia na Manchete os meus primeiros heróis de tokusatsu, de quando eu ouvi pela primeira vez as trilhas do Chumei Watanabe, as músicas cantadas pelo Hironobu Kageyama, do Akira Kushida. Esse espírito original das músicas de tokusatsu é uma coisa que, por mais que eu vá explorar diversos outros gêneros, é um elemento que eu não quero que se perca nas minhas músicas. Quero que todo mundo que ouve uma música minha, nem que seja em algum momento, sinta aquela energia comum aos temas de tokusatsu.”
Ricardo Cruz estará presente nos dois dias do Alma Tokusatsu. No dia 26 (sábado) ele participa de um talk show a partir das 17h30. E no dia 27 (domingo) o cantor estará no palco a partir das 18h com um repertório totalmente voltado aos nossos heróis.
O Alma Tokusatsu será realizado na Rua Santa Luzia, 74, no bairro da Liberdade em São Paulo. Mais informações sobre programação, atrações e ingressos no site oficial do evento.
E na próxima edição teremos mais uma atração do Alma Tokusatsu, desta vez com uma banda que vai tocar muito tokusatsu. Banda Okami na sexta que vem, aqui na Coluna do Daileon. Não percam!!!
Deixe um comentário