Atenção: o texto a seguir contém spoilers do décimo terceiro e do décimo quarto episódios de “Digimon Adventure:”.
Anteriormente, em Digimon Adventure: (gravado assim mesmo, com os dois pontos): Os digiescolhidos se separaram em dois grupos, de modo a cobrirem a maior área possível em menor tempo para chegar onde estão os digimons sagrados. Nesse intervalo, eles conseguiram atingir a super digievolução com MetalGreymon, WereGarurumon e Lilimon.
No décimo terceiro episódio, apicultura e robôs gigantes…
Nesse segmento, as atenções voltam para o segundo grupo, formado por Yamato (Matt), Sora e Joe, viajando por cima de uma densa floresta de carona na Birdramon. Enquanto episódios atrás eles eram levados por ela numa cesta, como se fosse um balão improvisado, dessa vez as crianças precisam se equilibrar sentadas num tronco, centenas de metros acima do chão. Fico imaginando, e se um dele escorrega, será que morre? E imagino que o Joe pense nisso também, já que estava passando mal com o passeio.
No meio do caminho, a molecada encontra um enxame de Funbeemons fofinhos que estavam sendo caçados por Vespomons assustadoras. Uma exemplificação da cadeia alimentar digital na frente de nossos olhos? Não exatamente. Na verdade, as Vespomons estavam afetadas pelo miasma negro, trabalhando junto com o gigantesco Cannonbeemon. Tipo, gigantesco mesmo. A criatura é, literalmente, uma nave de proporções embasbacantes…
Com os digiescolhidos se envolvendo no embate, ocorre de o Joe, realmente, cair do tronco nessa altura. Eu genuinamente achei que ele poderia ter morrido na queda, mas os galhos das árvores no caminho devem ter servido de amortecedores. Nessa, o garoto, junto com o Gomamon e alguns Funbeemons, é abduzido para a “nave mãe” Cannonbeemon.
Ironicamente, as Vespomon acham que pegaram o Joe por engano, jogando ele no compartimento de lixo em vez dos favos de colmeia onde os demais são colocados.
Depois de ouvirem o relato de um Funbeemon, contando que a vida dos enxames era boa, até que alguns dos colegas começaram a se comportar agressivamente e juntar vítimas para serem ingeridas pelo Cannonbeemon (fagocitose?), Yamato e Sora decidem se deixar ser capturados, entendendo que, se não têm muita chance de enfrentar o gigante por fora, a sorte por ser maior por dentro.
A operação dá certo só mais ou menos, com eles quase sendo derrotados. Até que, durante uma fuga, Sora deixa aflorar seu amor pelos amigos capturados, pelos Funbeemon recém-conhecidos, talvez até pela vida, o que reacende seu digivice e, consequentemente, Birdramon super digivolve para…
Garudamon!
Eventualmente, a nova forma super derrota o inimigo e os digiescolhidos seguem viagem.
E no episódio 14, desligaram o wi-fi do Izumi!
Do outro lado da roda, o primeiro grupo, composto por Taichi (Tai), Koshiro (Izzy) e Mimi, chega num “labirinto” natural formado por vários precipícios rochosos, incluindo alguns cristais coloridos que servem de espelho aos viajantes. O problema é que o local não é tão bom para o “sinal” do tablet do Koshiro, que se sente tão útil quanto o cidadão médio 2020 quando cai a internet de casa numa tarde de terça-feira.
O pivete fica tão desnorteado sem a ajuda do aparelho que, quando o trio é atacado por um enxame de Kuwagamons, ele simplesmente trava, já que não consegue catar informações online sobre como enfrentar os insetões vermelhos.
O ataque fica ainda pior quando surge em cena Okuwamon, super digievolução dos Kuwagamons, praticamente impossível de ser abatido naquelas condições. Previsivelmente, a criançada é escorraçada pelos adversários, com Koshiro sendo separado do grupo por certo momento, precisando lidar sozinho com o monstrão em forma perfeita.
Lendo a situação mortal a qual estava submetido, Kabuterimon dá um sacode em seu digiescolhido, explicando que sua sagacidade não está no aparelho eletrônico que ele usa, sim em sua cabeça. Com isso em mente, o menino traça uma estratégia para que eles consigam escapar dali: mirando o ataque na parede de pedras acima do Okuwamon, o que provocaria uma avalanche e o prenderia por tempo o suficiente.
Ao se tocar que sua sabedoria não depende de apetrechos, seu digivice brilha novamente e Kabuterimon super digivolve para…
AtlurKabuterimon!
Seguindo nisso de usar a cabeça sozinho, ao reencontrar Taichi e Mimi, perseguidos pelos Kuwagamons, Koshiro explica que eles devem usar os cristais espelhados para confundir os inimigos e, só então, atacá-los. A ideia parece boa e aparentemente funciona para Mimi e Togemon, mas quando chega a vez do Taichi ele super digivolve o Greymon para MetalGreymon e destrói o enxame quase completo com seu canhão, o que me faz questionar se tudo não teria se resolvido em poucos instantes se o mesmo não tivesse feito isso logo de cara.
Por fim, AtlurKabuterimon salva o dia derrotando o Okuwamon. Todos se dão bem e Koshiro aprende uma lição que pode vir a calhar nessa aventura daqui em diante…
Ou não, já que o tablet volta a funcionar no final do episódio e o grupo volta a se guiar por ele. Mas sejamos positivos a respeito da confiança do menino Koshiro.
Honestamente, esse par de episódios foi bem… fraco. Ambos foram bem pouco ousados em seus roteiros, além de extremamente formulaicos na execução. Basicamente: os digiescolhidos passam por um lugar, são atacados por digimons mais poderosos, precisam enfrentar eles, alguém digivolve e pronto, habemus uma nova forma no grupo.
Vários outros nessa pegada já apareceram nessa temporada, com o impacto de entretenimento diminuindo a cada nova repetição. E pensar que, semanas atrás, rolou algo tão esforçado e completo como aquela trama do robô se apaixonando pela Mimi e a “natureza” vencendo a “máquina” com a Lilimon derrotando o Andromon e tudo se cobrindo de mato, impressionando visualmente tanto quanto a ação se propõe.
Faltou muito para os capítulos dessa quinzena: criatividade, desenvolvimento de personagem, exploração do universo criado, conflitos internos e não só externos. Melhorem isso aí, Toei.
Comentários dos episódios 1, 2, 3, 4 e 5, 6 e 7, 8 e 9, 10, 11 e 12.
Com transmissão simultânea ao Japão por aqui através da Crunchyroll, Digimon Adventure: é um reboot do animê original de mesmo nome (mas sem os dois pontos), produzido pela Toei Animation, em 1999. Assista aqui.
Sinopse pela Crunchyroll:
É o ano de 2020. A Rede tornou-se algo indispensável para a vida dos humanos. Mas o que eles não sabem é que, por trás da Rede, existe um mundo de luz e trevas conhecido como o Mundo Digital, habitado pelos Digimons. Quando Taichi Yagami tenta salvar sua mãe e sua irmã, que estão a bordo de um trem desgovernado, ele entra na plataforma… e um estranho fenômeno o leva para o Mundo Digital. Ele e outros Digiescolhidos encontram seus parceiros Digimons e embarcam numa aventura em um mundo desconhecido!
O roteiro é assinado por Atsuhiro Tomioka, que já trabalhou em várias séries infantis como Bucky, Hamtaro, Super Onze e Pokémon. No Japão, o animê substitui o horário de GeGeGe no Kitarou na FujiTV, série que se encerrou ao fim da última temporada de inverno japonesa e também foi exibida por aqui pela Crunchyroll.
Engraçado como pontos de vista podem ser bem diferentes… eu já gostei bastante desses dois episódios (especialmente o protagonizado por Izzy e Tentomon, minha dupla de personagens favorita da série) e detestei o episódio da digievolução da Togemon para Lilimon, considerando-o o mais fraco de todos os que assisti até agora. As reviews do episódio em dois canais do youtube que acompanho (Geração Digimon e Gennai) e algumas explicações mirabolantes de gente defendendo a maneira como os eventos do episódio se desenvolveram diante das minhas críticas foram melhores e mais coesas que todo o episódio em si, que possuía, na minha opinião, excesso de referências em pouco tempo de tela para deixar tudo coeso.