Talvez seja azar, quiçá dedo podre, mas as três “fantasias dark” que este que vos escreve pegou para resenhar nos últimos três anos foram decepções do pior escalão. As duas anteriores foram sucesso de público: Goblin Slayer, de 2018, sobre um grupo de aventureiros liderado por um cavaleiro mascarado obcecado por matar hobgblins, e The Rising of the Shield Hero, 2019, sobre um rapaz enviado como herói prum mundo de fantasias “gamer“, mas que é frequentemente boicotado pelo reino que ele deveria salvar. A mais recente, no entanto, por seu formato de distribuição, necessitará de mais tempo de espera para saber se vingou ou não, ainda que seja tão ruim quanto as precedentes.
Lançada como uma produção original da Netflix no último dia 17 de setembro, Dragon’s Dogma é cria do estúdio Sublimation, com direção de Shin’ya Sugai (009 Re: Cyborg) e coprodução de Hiroyuki Kobayashi (Devil May Cry) e Takashi Kitahara (Resident Evil: Condenação). A série, em sete episódios, é baseada no jogo de 2012 (para PlayStation 3 e Xbox 360), que vendeu cerca de 1,3 milhões de cópias, angariando um sucesso ainda maior em sua expansão do ano seguinte, Dark Arisen, com 2,1 milhões de vendas. Há também um mangá nesse meio-tempo, Dragon’s Dogma: Progress, péssimo (já falo mais sobre isso), publicado aqui no Brasil pela editora JBC em formato físico e digital, mas o animê parte é do jogo mesmo para se construir como uma mídia própria.
A história é ambientada num reino fantasioso e foca as atenções em Ethan. Enquanto caçava na montanha, seu vilarejo foi atacado por um dragão, com sua esposa grávida e seu filho adotivo sendo mortos no processo. Ao enfrentá-lo, a besta alada rouba seu coração. Contudo, ele sobrevive ao ser curado por Hanna, um “peão”, se transformando em um “Ressurgido”, título dado àqueles que, por passarem por essa experiência, são os únicos capazes de matar tais criaturas. Posto isso, Ethan começa uma jornada de vingança, tendo como principal foco o sangue do dragão que destruiu tudo o que lhe era importante.
A premissa é interessante e poderia dar pano pra manga, caso bem executada. Isso não acontece no citado mangá, com o roteiro não construindo de verdade uma história adaptada, mas tentando replicar em papel mecânicas literais do jogo que não funcionam sem a interferência direta do consumidor. Já no animê há um trabalho para que essas referências fiquem num espectro mais alegórico, com o ganho de pontos, subida de nível de dificuldade dos adversários e das quests, mortes e retornos sendo inseridos organicamente como parte comum daquele universo. É bem feito. E também a única boa qualidade da série, que não se salva em mais nada daí pra frente.
Não entendo o porquê dessas obras animadas japonesas recentes de fantasia “sombria” quase sempre caminharem lado a lado com, na falta de um termo melhor, um “conservadorismo” tão bocó e adolescente. Se ainda tomassem decisões narrativas mais transgressoras nessa pegada, daria para levar (pois não acho que uma obra seja bem ou mal feita por suas pautas defendidas), mas nem isso rola. Em Goblin Slayer, isso vem na forma dum punhado de cenas violentas sexuais estúpidas e desnecessariamente edgy (mas sempre com garotas, nunca com caras) que não casam com o resto mais infantil e positivo dele. No The Rising of the Shield Hero, essa bobagem se repete, acrescida de umas idiotices problemáticas que são romantizadas na trama (e abraçadas pelo público inconsequente), como uma garota fingindo ter sido estuprada, ou outra sendo comprada como escrava pelo protagonista e se apaixonando por ele por causa disso, e a lista segue.
São sete episódios em Dragon’s Dogma. Cada um deles é intitulado como um pecado capital. E cada um deles traz no enredo uma lição de moral juvenil, unidimensional, sem trabalhar qualquer tonalidade de cinza, tal como um panfleto de templo religioso.
Quer explicar que a gula é uma coisa errada? Coloque um prefeito se esbaldando num banquete enquanto os moradores de seu vilarejo passam fome. É errado sentir inveja? Represente isso com um marido fracote que é traído pela esposa porque ela prefere homens “de verdade” que matam com a espada. É feio se deixar levar pela preguiça? Faça um episódio inteiro anti-consumo de drogas, pois “apertar unzinho” na caverna da hidra faz com que os habitantes de uma cidadela prefiram se divertir a trabalhar para um duque explorador. Sabiam que a cobiça é errada, que ter ganância e querer lutar para melhorar de vida é algo que mancha a honra de um cidadão? Pois o animê ilustra isso com um nobre cavaleiro assassinando seu melhor amigo ao ser enfeitiçado para roubar uma fortuna em ouro, agora pertencente ao rei, mas que havia sido conquistada a partir da exploração de pobres. E a luxúria? Essa é a pior de todas! Uma dezena de viajantes foram mortos porque caíram na tentação de… transar.
No episódio final, enfim mostrando o embate entre o Ressurgido e o dragão, a criatura alada gasta vários minutos em tela explicando como a humanidade é suja, errada e está se deteriorando por se deixar levar por esses pecados. E na reviravolta final, que pouparei por conta de spoilers, vemos que acaba sendo isso aí mesmo em tal mundinho, com um personagem sendo castigado por ceder a determinado sacrilégio.
O bizarro é que, em aspectos técnicos, o desenho consegue ser ainda pior. O roteiro é ridículo, cheio de coincidências absurdas e soluções fáceis demais para problemas que deveriam exigir um pouco mais de esforço. O texto é uma cafonice sem tamanho, além de expositivo demais. O cgi é menos fluido que os de comerciais da Dolly, com os personagens se movendo como bonecos duros num cenário estático, com destaque especial para o dragão, que consegue ser menos aceitável aos olhos que os dinossauros em Dinozaurs, sendo que há uma distância de duas décadas entre uma série e outra.
Com todos esses problemas somados, acredito que Dragon’s Dogma seria uma ótima opção para o público de novelas bíblicas da Record. Só que disponível na Netflix, não no PlayPlus. Fica a dica.
Esse texto teve como base os 7 episódios dublados de Dragon’s Dogma disponíveis aqui no Brasil oficialmente através da Netflix. A versão brasileira aconteceu no estúdio Som de Vera Cruz, do Rio de Janeiro, com direção de Leonardo Santhos e tradução de Gabriela Queiroz.
Seria “Dragon’s Dogma da Netflix” uma Versão Anime CG do Clássico “He-Man e os Defensores do Universo” misturado com o Estilo dos Quadrinhos da “Turma do Dudão” (Luan KCT Produções/Turma da Mônica de Chernobyl) e utilizando da Mitologia do jogo Original da CAPCOM (“Dragon’s Dogma”)?
HUAHUAHUAHUAHUAHUAHUHAUHAUA, bem isso!
Essas produções originais da Netflix em sua grande maioria são ruins, um ou outro se salva, mas ela preza mais pela quantidade do que pela qualidade.
ver anime sem em animação 3D já não é bom, com enredo ruim então……
Som de Vera cruz é menos pior dos outros estúdios de dublagem carioca até que é aceitável a dublagem desse anime.
O anime é assistivel, é menos pior que algumas séries de sucesso, então dá pra passar o tempo.
Esqueceu de comentar a dublagem do Dragão, um efeito de voz meio bosta com um “S” muuuito puxado, ta mais pra uma dublagem de cobra.. as dublagem dos demais personagem ta perfeita.
E qual e o melhor estudio de dublagem rio e sp
E só eu que acho que a maioria do originais Netflix são uma porcaria
Nenhum dos dois os melhores estúdios já faliram.
Em sentido de adaptar visualmente do jogo pro anime, eu diria que ficou excelente, a representação dos monstros. A pawn é uma mistura de magic archer com archer e também mage. Também senti que o 3d utilizado deixou a desejar. Poderia ter sido uma animação estilo Castlevania. Agora o enredo em si ficou pobre e rápido demais para apresentar a história. Quem já jogou o jogo pelo menos entende algumas coisas, mas quem nunca jogou vai achar extremamente mal explicado. Era pra no mínimo serem uns 20 episódios, ou então a primeira temporada sendo mais explicativa quanto ao surgimento do arisen, pawns e pelo menos até ele chegar na capital. Mas se você for querer comparar, uma caralhada de coisas ficou de fora. Não precisa nem citar a expansão, que poderia ser feita estilo as 12 casas de CDZ, onde cada passagem levaria pra um boss diferente, até chegar no final, mas o anime termina de forma totalmente fraca e sem a mínima capacidade de se imaginar uma segunda temporada. Poderia até se tratar de uma história anterior à retrata no game, o problema é que usaram várias passagens idênticas ao jogo original. Perderam a chance de fazer algo muito foda, se tratando de um excelente rpg que é Dragons Dogma.
Ficou meio bosta mesmo, eu tava com algumas espectativas e me frustrei
Eu concordo em alguns pontos com essa crítica, mas ela me parece feita com uma má vontade gigante, além de uma espécie de birra ideológica. O anime realmente peca na forma como ele apresenta o universo. Não conseguem construir decentemente os personagens, entram na história e saem sem q tenham peso algum. Ele tenta criar uma narrativa dark e misantropica, que é comum no gênero, mas falha na execução. Visualmente o maior erro é o CGI dos monstros, principalmente o do dragão. Não fica claro se queriam fazer algo texturizado na pegada do game, ou puxado para o estilo anime, ficam num meio terno desagradável visualmente, destoante de todo o resto. A animação dos personagens humanos eu tenho q elogiar. Ja fui assistir com receio, traumatizado com o uso de CGI em Berserk, Kingdom, etc. Mas eles conseguiram entregar uma boa fluidez de movimento e excelentes expressões faciais, que eram os principa8s defeitos nos animes em CGI. Em alguns momentos você ate esquece q se trata de CGI, mas é sempre lembrado quando um mosntro aparece.
Concordo plenamente, em minha opinião Mushikago no Cagaster é um q se salvou. Aliás q garota é essa na sua foto de perfil? É para meu TCC…
Cagaster realmente é bom, o CG é ruim, mas o enredo bizarro se salva.
A minha foto de perfil é a Sonsaku Hakufu do mangá/anime Ikkitousen ( também não é grande coisa LK)
Eu gostei e muito. Diferente das coisas cabulosas que ocorrem em alguma animes absurdos que vemos sendo premiados por ai.
Achei horrível a sua resenha.
Cara, concordo contigo. Só faltou o crítico xingar a obra. Assisti até o fim, foi bom? Não. Foi péssimo? Também não. Foi mediano. Já vi muito anime em 2D, ruim.
Caramba, é a análise mais bosta e tendenciosa que já vi na vida, parabéns, no nível de lixo que ta o “jornalismo” de hoje é difícil fazer algo tão merda nesse nível cara!
Resumindo vc não é crítico e sim militante, não entende da cultura japonesa não sabe nem oq é um sucubo, por favor apaga isso.
Prum, dum… É o nível dessa resenha risível q tô marcando aqui pra nunca mais aparecer pra mim. Que lixo
Eu tbm acho, com exceção de Castlevania que eu acho muito bom.
Desconsiderem essa resenha. Além de ser politizada e militante, cospe rancorzinho mascarado como “pontos mal trabalhados” em cima de temas cruciais para o andamento da trama e finalização da obra. O enrendo é simplista? Sim, mas é proposital, visto que ele segue a trama dos 7 pecados capitais. No entanto, o autor da crítica, ao invés de criticar (com razão) detalhes técnicos por si só, resolveu atribuir os erros à premissa principal da trama. Fazendo com que a resenha pareça mais uma birrinha contra a “ideologia” abordada pela obra, do que necessariamente uma critica aos fatores medianos da anime.
No mais, digo: “Vai descansar, militante.”
Gosto dessas pessoas com 16 anos que autointitulam jornalistas. Review basicamente de criança dando rage
Grigori não aprova essa gongacao e vai mandá-lo direto para uma conversinha com Seneschal.
Nossa que Review ruim, sem qualidade. Já começa errado falando que goblin Slayer é fissurado em matar “hobgblins”, sendo que ele mata goblins e tem um ótimo enredo onde demonstra toda a dificuldade de ser aventureiro, não aquelas cenas que tudo se resolve no amor e compaixão.
Percebe se claramente que o indivíduo que se intitula jornalista nao conhece os enredos que comenta e isso é muito frustrante para quem está lendo.
A sua crítica tem um defeito: foi generosa demais com essa porcaria.
O dragão do jogo, anos mais antigo que o anime, é mais bem trabalhado que do anime. aff
Netflix, vamos comprar aí uns animes bons, não essas tranqueiras de 3 p/ 5.
Igor sua analise é muito rasa, e você nao consegue observar os objetivos e mensagens reais da série. Sugiro que analise novamente, mas com uma visão madura e pscicologica sobre o assunto. E não como se estivesse vendo um “naruto”( nada contra, eu gosto também)- mas são estilos completamente diferentes e para você entender a mensagem, você precisar ter uma mente mais atenta.
O cara que escreveu essa análise fez com a bunda.