No final de outubro, a Conrad finalizou a primeira temporada (de seis capítulos) de Echoes – Além do Limiar, mangá nacional escrito e ilustrado por Eliana Oda, publicado pela primeira vez em 2017. A editora gentilmente forneceu ao JBox os três primeiros capítulos da história, sobre os quais esta resenha se trata.
Echoes se passa no mundo de Feera, um mundo que lembra um pouco a “estrutura” de mundo de RPGs: cidades pequenas, tecnologia “antiga”, coisas assim. Os dois primeiros capítulos apresentam a protagonista, ainda não nomeada, e a personagem Celine, que passa um momento muito complicado: seu noivo está prestes a ser sacrificado para acalmar uma “divindade”.
Ao final do segundo capítulo, descobrimos não só o nome como a identidade da protagonista: Machi, a “herdeira” de Ikhael (uma religião aparentemente importante desse mundo). É claro que a Machi é aquele tipo de protagonista carismática, com um jeitão bem sincero e aparentemente desinteressado, que não faz nenhuma questão dos títulos que têm (e não gosta de como as pessoas reagem a eles) – fator que já me faz amá-la.
No terceiro e último capítulo disponível (para essa resenha), temos o começo de um arco de “exorcizar” uma rainha meio… louca, num reino onde há um grupo étnico historicamente explorado. Com metade da temporada em mãos, creio termos um bom material para ter já algumas opiniões, mesmo que a história por vir possa ainda mudar impressões.
O mundo de Feera não é só interessante, ele é apresentado de uma forma interessante. No começo, achamos apenas estar lidando com uma protagonista errante andando por aí, mas, aos poucos, vamos descobrindo uma religião importante (cuja estrutura eu tenho muita vontade de conhecer melhor), um mundo aparentemente dividido em vários reinos, enfim, coisas muito além de “a moça calhou de aparecer nessa vila do nada”.
A personalidade da Machi lembra um pouco a Ran de Ran, the Samurai Girl (Kazemakase Tsukikage Ran, em tradução livre Ran Tsukikage Caminhando com o Vento), animê exibido por aqui pelo saudoso canal Animax. Trata-se de alguém seguindo um senso de justiça e uma vontade de ajudar os outros sem querer bancar a imagem de herói, um tipo de personagem que me agrada muito, confesso. Ela parece, na verdade, meio entediada com a burocracia ao redor de sua vida, deixando aquela curiosidade com suas motivações.
Os diálogos são bastante divertidos e soam bem naturais, as interações da Machi com a Celine foram muito divertidas de acompanhar – aliás, todo o humor da história agrada bastante (mas eu rio fácil), sem tomar espaço dos momentos de tensão e ação. Aliás, as cenas de luta com os espíritos “do mal” são muito bacanas. Não só elas, o estilo de desenho da Eliana agrada bastante, é perceptível a influência de obras shoujo no repertório dela – algo que sinto um pouco de falta no cenário nacional de mangás.
Enfim, como esse é um começo de história, é óbvio que a proposta é atiçar o leitor ao invés de fechar pontas. Não posso dizer de como as coisas se fecham, mas certamente a impressão desses capítulos iniciais é: essa história promete. Ficamos no aguardo dos próximos capítulos.
O texto presente nesta coluna é de responsabilidade de seu autor e não reflete necessariamente a opinião do site JBox.
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