Já se passaram 25 anos desde quando Kamen Rider Black RX, a última série original dos motoqueiros mascarados, estreou no Brasil pela extinta Rede Manchete. Quem assistia a terceira temporada de Power Rangers em 1996, nas manhãs de domingo da Globo, provavelmente viu a primeira aparição de Masked Rider, a contraparte americana de Black RX, num arco de três episódios. Sua série própria foi exibida por aqui pela extinta Fox Kids (estreando no mesmo ano, quando a série original era reprisada na TV aberta).
Kamen Rider Kuuga (2000) chegou a ser licenciado no início dos anos 2000 pela Imagine Action DaLicença, antiga empresa do sr. Luiz Angelotti (que trouxe de volta Os Cavaleiros do Zodíaco na ocasião). Mas infelizmente o projeto nunca saiu do papel e nenhuma emissora aberta e/ou paga adquiriu esse clássico. Em 2009, tivemos Kamen Rider: O Cavaleiro Dragão, que era uma adaptação ocidental de Kamen Rider Ryuki (2002), produzida pela Adness Entertainment, e que infelizmente não fez muito sucesso.
Desde então não tivemos sequer uma série da principal franquia do mangaká Shotaro Ishinomori no Brasil. Aliás, tivemos recentemente a volta de Kamen Rider Black pela Band, mas a alegria durou pouco. O clássico sofreu uma suspensão pela lei dos direitos conexos em setembro, mas que felizmente foi resolvida recentemente. Paralelo a isso, havia rumores de um lançamento de um Kamen Rider inédito e, não por acaso, o último da era Heisei, por meio da Sato Company. E a notícia, que circulou bastante no fandom de tokusatsu (com expectativa e incertezas), se concretizou.
Kamen Rider Zi-O foi a 20ª série do período imperial que chegou ao fim em 30 de abril de 2019, com a abdicação do Imperador Akihito e a entronização do Imperador Naruhito, iniciando a era Reiwa em 1º de maio do mesmo ano. Antes da estreia original no Japão, em 2 de setembro de 2018, a expectativa era da então nova série ser um fan service mais elaborado que Kamen Rider Decade (2009), que foi o 10º herói da era Heisei e que reuniu os nove antecessores. Ou melhor, todos eles (com exceção de Den-O) eram versões alternativas. O mesmo para os dois Issamu Minamis, Wataru Kurenai e outros que apareceram, embora tenham sido interpretados pelos atores originais.
A premissa de Zi-O é de viagem no tempo. Sogo Tokiwa, um jovem de 18 anos que deseja ser um rei, aceita a missão de ser tornar um Kamen Rider para salvar a história de seus antecessores, que é ameaçada pelos Time Jackers. Mesmo que isso seja um risco para ele se tornar num tirano chamado Ohma Zi-O, no distante ano de 2068.
Para quem esteve afastado da franquia e quer ver a nova série via streaming, ela vai ser interessante por apresentar os Riders que antecederam o rei do tempo. A grande maioria dos atores originais está lá. Os desfalques mais sentidos foram de Joe Odagiri (o Kuuga original; que já declarou e esclareceu mal entendidos sobre o fato de não gostar de tokusatsu) e Sota Fukushi (Fourze; o ator estrelou o filme live-action de Bleach na época). O problema é que os antigos heróis perdem seus poderes e até suas lembranças, por causa da má influência dos Time Jackers e do nascimento dos Another Riders, versões horrendas dos Riders de cada ano. Para vencê-los, Zi-O precisaria da aprovação de cada herói para obter seus poderes.
O começo da trama é interessante e parece não ser um “Decade 2.0”. Referências dos primeiros 16 episódios podem passar despercebidas, já que são explicadas numa web-série suplementar “fofinha” e que não deverá estar no catálogo do Prime Video. Os personagens não são tão marcantes graças à atuação canastrona de So Okuno e cia, por mais que eles tenham se esforçado para passarem algum carisma. Apesar disso, a série tinha um potencial a ser explorado com a chegada do ano de 2019. Vimos a aparição de novos Kamen Riders vindos do futuro, mas nem mesmo isso salvou a série, por mais interessante que fosse.
A falta de uma reviravolta convincente acabou criando furos de roteiro e a premissa da viagem no tempo se perde ao longo da trama. Falei que Zi-O não parecia um novo Decade? Então, acabou sendo isso e de maneira que a série de 2009 se tornasse (pasme!) a “melhor” série comemorativa da era Heisei. O famigerado destruidor dos mundos teve uma compensação de 18 episódios, considerando que ele teve apenas 31. Normalmente as séries recentes de Kamen Rider terminam com 49 episódios, como é o caso de Zi-O. Tsukasa Kadoya/Decade acaba tendo certa importância nessa história que só acumulou inconsistências na reta final. Nem mesmo Freud ou Emmett Brown (aquele cientista da trilogia De Volta para o Futuro) saberiam explicar tais situações espaço-temporais.
Aliás, a premissa de Zi-O perde todo o sentido já na reta final e – ironicamente – nos episódios de tributo ao Decade. O grande problema foi a reintrodução de um elemento antigo, que acabou destruindo toda e qualquer conexão já feita em filmes e nas próprias séries (que um dia era considerada como canônica) e resultou num “dito por não dito” com os eventos do programa e até da própria cronologia.
Kamen Rider Zi-O é uma série complexa, extremamente confusa e tinha tudo para fugir dos erros do passado. Não espere que perguntas sejam respondidas de prontidão e que as pontas sejam amarradas. Não existe qualquer possibilidade de coesão nesta série, pois não passa de um fan service feito apenas para entreter o público infantil e sem o menor compromisso com a lógica. Está anos-luz de se tornar um clássico memorável entre os fãs de Kamen Rider. Um “legado” deixado por Zi-O é resultado da falta de estabelecimento de um multiverso coeso, como funciona em Ultraman e Power Rangers. A experiência pode ser intragável, se você for exigente com qualidade de roteiros. Teria sido melhor um lançamento de Kuuga (que estreou recentemente nos EUA) ou de Build (considerada a melhor série de todos os tempos da franquia) no Brasil.
Até o “filme do Pelé” é melhor que as aventuras do rei do tempo. O enredo (nonsense) pode não ser nada convidativo para um público que não está habituado com tokusatsu. Na dúvida, confira e tire suas próprias conclusões.
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Foi pior escolha da Sato.
O grande problema do Zi-O, fora tudo isso apontado no artigo, são as produções complementares à série, principalmente o Rider Time do Ryuki, que fecha ponta solta lá de 2002 e quem não acompanhou a série, vai boiar grandão.
Não precisa ter um multiverso coeso para se conseguir realizar uma série de qualidade. O mundo dos Super Sentai também não apresenta grande coesão, apesar de se esforçar recentemente um pouco mais nisso, e Gokaiger foi uma ótima diversão, além daquela Mini série de 4 episódios que antecedeu Ryusoulger, reunido membros de algumas equipes diferentes. O problema é que, por algum motivo que vem de cima, sempre que se tenta fazer o mesmo com Kamen Rider acaba sendo de maneira confusa demais.
Oi, Fabiano. O mundo do Super Sentai (ou “Shinkenger no sekai”, como era na série do Decade) até tem coesão e já teve menções aos heróis do Ishinomori (vide JAKQ vs. Gorenger). Gokaiger (de 2011) teve um pequeno problema: o tempo que se passa depois do final de Goseiger. Não há um tempo preciso, mas deve se passar aproximadamente dois anos depois. Tanto que, no episodio 40, houve uma menção que a Tokyo Skytree já estava construída (a torre foi inaugurada em maio de 2012). Só que quando chega o Super Hero Taisen, o tempo presente é o ano 2012. Outro problema foi o especial de primavera que reuniu Kamen Rider Drive e Ninninger, com a narrativa de que ambas as séries são de mundos diferentes. Nem Frued explica esse furdúncio…
Pois é, aí em Zyougher Ghost é do mesmo mundo que eles, os filmes são as produções que mais estragam qualquer encaixe cronológico.
Estou na metade da temporada e só vou terminar por pura insistência mesmo. A estrutura narrativa é péssima, os protagonistas são caricatos. Os episódios com os riders futuros são os melhores na minha opinião (dos que eu vi até agora). Uma pena não terem aprofundado neles. Eu particularmente gostei muito do Rider Quiz. Como um fã das antigas, que não acompanha Kamen Rider com regularidade a um bom tempo, fiquei mais decepcionado com o enredo, do que com as homenagens às temporadas anteriores
Hahaha PQP hein, É crítica quando acabou a série em 2019 e Crítica quando está na Amazon kkkk ainda bem q a página aqui só olha quem é da Tokunet Tóxica e já conhece todas as séries né 😂😂
A única crítica válida seria q a Sato trouxe a série Errada pq teria q o pessoal ter visto outras antes, se ñ for isso, é tudo parte de querer destruir a série e desmerecer completamente, nem cita q o final da série é para se fechar nos Filmes depois da série, Assim como foi com o Zero-One !
Todas as séries tem seus altos e Baixos, porêm o Zi-O é o mais Criticado pq o pessoal estava com um Grandiosa expectativa para a série comemorativa, e só pq o Sougo ñ é um protagonista tão bom assim, aí generalisam TUDO da série q é Ruim, a História só é Complexa pq inclui viagem no Tempo e espaço-tempo, outros mundos e Fim do mundo !!.
Mas podem chorar mais, o Zi-O vai aparecer em vários Filmes e especiais, com outras armaduras e mais Poderes e mais maturidades, Aí TODO MUNDO vai falar q ele é Foda Pra KRL seus Haters Boomers de Black e Build !
“Em 2009, tivemos Kamen Rider: O Cavaleiro Dragão, que era uma adaptação ocidental de Kamen Rider Ryuki (2002), produzida pela Adness Entertainment, e que infelizmente não fez muito sucesso.
Desde então não tivemos sequer uma série da principal franquia do mangaká Shotaro Ishinomori no Brasil.”
É engraçado que o Cesar se diz “especialista” no assunto, mas sempre que recapitulam as series Rider que vieram para o Brasil ignoram Kamen Rider Amazons, O fato de ela não ter legenda em português, não exclui o fato dela está licenciada oficialmente e disponível no Brasil há pelo menos 3 anos. Como sempre os produtores de conteudo de tokusatsu cometendo os mesmos erros de sempre….
Estou assistindo agora na Amazon, já assisti 14 episódios e estou gostando, acho um bom divertimento. Acho que é porque eu “desligo o cérebro” e entro na onda quando vou assistir a algum Kamen Rider.
Eu estou assistindo na Pluto TV e tbm estou curtindo, mas confesso que fiquei com receio do que virá pela frente, com tantas críticas negativas rs
Não esquento a cabeça com isso. A crítica negativa só vai valer se lá no final da série eu concordar com ela. Para mim vale o que sinto assistindo cada episódio.
Então, voltei para comentar que terminei de assistir e gostei bastante da série. Talvez minha falta de conhecimento prévio sobre os outros Riders Heisei tenha algo a ver com isso… Concordo que lá pelo meio a trama acaba ficando desnecessariamente confusa, misturando viagem no tempo e multiverso. Mas coleciono hqs de super-heróis. Quem está acostumando com a cronologia/futuros alternativos de X-Men e as inconsistências cronológicas dos constantes reboots da DC não chega a se sentir tão perdido em Kamen Rider ZI-O.
A série conseguiu me prender, me importei com a jornada de Sougo e seu destino, gostei muito do Decade , me diverti e ainda me estimulou a buscar sobre os outros Kamen Riders. Sou pouco exigente mesmo!
Eu não tenho que reclamar da série!!!! Gostei de tudo, inclusive da música,
Eu não tenho o que reclamar da série, adorei tudo. As armaduras, e os maneira que eles se trransformam é sensacional,