Não foi só no nosso mundo que as aulas voltaram. Em Tropical-Rouge! Pretty Cure, as férias da heroína Manatsu também acabaram e os dois episódios mais recentes do anime tiveram como foco justamente a vida escolar da garota.
Minha amiga, a sereia
Logo no início do segundo episódio, descobrimos como vai funcionar a dinâmica da sereia Laura vivendo no mundo humano e acompanhando Manatsu. A ideia de que ela pode viver dentro do frasco mágico que trouxe consigo me pareceu muito boa e soluciona boa parte dos problemas de comunicação que poderiam ocorrer entre a sereia e as personages humanas, ao mesmo tempo em que permite que Laura acompanhe Manatsu para qualquer lugar que ela vá, inclusive na escola.
Como era de se esperar, esse primeiro momento de Laura convivendo entre os humanos foi recheado de situações cômicas já esperadas – e a divertida cena em que ela entra dentro da banheira da casa de Manatsu me fez recordar do filme Splash: Uma Sereia em Minha Vida. Afinal, do que adianta ter uma sereia em seu elenco de personagens se ela não vai justamente fazer coisas que não devia e quase ser descoberta por humanos comuns, não é mesmo?
Entrentanto, além da comédia, o episódio buscou estreitar a relação de Manatsu e Laura. Enquanto a primeira ia para a escola, a segunda era obrigada a ficar presa no frasco e tentar procurar por outras precures. O fato de Manatsu se dedicar com afinco à sua vida escolar acabou causando uma desavença entre as duas.
Laura havia revelado seu sonho de ser rainha das sereias há pouco tempo e explicou como era importante para ela encontrar as precures para derrotar a Bruxa da Protelação. Ela sentiu que Manatsu não se importava muito com suas obrigações como heroína, já que o sonho da colegial era ter uma vida ativa na escola participando de diversos clubes escolares. As duas então brigaram a ponto de Manatsu dizer que não queria mais ter nenhuma relação com ela.
Claro, na hora em que um yarane-da atacou a cidade, ambas voltaram a se unir para derrotá-lo e Manatsu chegou a dizer que a sereia era muito importante para ela. Confesso não ser muito fã de histórias em que os heróis desistem de suas responsabilidades, já que essa decisão nunca pode durar muito tempo, mas fico feliz que Tropical-Rouge! tenha colocado essa narrativa em seus primeiros episódios, em um momento em que fazia sentido Manatsu recusar (mesmo que muito brevemente) essas responsabilidades.
Ainda assim, vejo dois problemas nessa resolução: o primeiro é a forma breve como Manatsu decide que sim, ser uma precure é muito importante para ela. Em Smile Precure! há um episódio bem no meio da temporada em que o quinteto protagonista fica em dúvida entre continuar ou não com a vida de heroínas após a derrota por uma vilão.
Por terem tido uma larga experiência lutando contra o mal, mesmo durante o momento de dúvida, era compreensível que elas decidissem aceitar seus destinos como precures. Manatsu, por sua vez, toma essa decisão de forma muito súbita, mesmo para uma série infantil.
O segundo problema está no fato de somente Manatsu rever suas atitudes. Mesmo que, ao final, Laura tenha agradecido à amiga pela ajuda, em nenhum momento ela se colocou ao lado de Manatsu, buscando apoiar o sonho da colegial em ter uma vida escolar ativa, reforçando a crítica de Manatsu quanto ao fato da sereia ser arrogante.
Esse segundo episódio também foi importante por introduzir propriamente Sango Suzumura, personagem que havia aparecido brevemente no primeiro episódio e ganha destaque no terceiro capítulo do animê.
Cure Coral mostra sua beleza
Entre uma ou outra situação cômica de Manatsu e Laura, o terceiro episódio se focou em desenvolver melhor a personalidade de Sango, que no final se transformaria na Cure Coral, a segunda heroína do quarteto da nova série.
Sango parece ser a garota fofa do grupo, já que desde o início é apresentada como extremamente gentil e altruísta. Entretanto, sua personalidade esconde um grande problema de autoconfiança, não conseguindo expor suas verdadeiras opiniões quando está perto de um grupo de colegas. Como é de se esperar, é na superação do medo de expor seus pensamentos que Sango vai encontrar sua força interior – chamada do animê de sua verdadeira “beleza” – para conseguir se tornar uma super-heroína.
Um dos pontos mais interessante foi a descoberta de um poder incomum de Cure Coral: criar escudos protetores ao cruzar seus dedos. Embora não tenha entendido como exatamente esse poder específico se enquadra na “temática” da heroína (em Precure, todos os poderes das personagens costumam estar alinhados ao “tema” de cada heroína), ao menos espero que a trama saíba usá-lo com perspicácia durante as lutas da temporada, colocando Coral no meio de diversas estratégias de combate.
Esse é um ponto em que tudo pode acontecer: enquanto algumas temporadas sabem usar muito bem os poderes individuais de cada personagem, outras parecem se esquecer que a heroína Y tinha o poder X que seria ótimo na batalha contra o vilão Z.
No geral, o episódio foi bem desenvolvido, mas preciso dizer que sentir falta de uma coisa: um maior desenvolvimento da estima que Sango tem, assim como Manatsu, por maquiagem, algo brevemente citado no episódio 2.
Claro, é compreensível que isso será desenvolvido futuramente, mas a crítica é válida a partir do momento em que o episódio se inicia com a personagem demonstrando apreço por uma nova linha de batons apresentados por sua mãe. Desse modo, o início do capítulo cria essa expecativa de vermos mais da paixão de Sango por cosméticos e moda, algo não concretizado.
Com duas heroínas na equipe, metade do time de Tropical-Rouge! está na ativa – já sabemos pela prévia desse último episódio que Cure Papaya está chegando pra transformar essa dupla em um trio.
Tropical-Rouge! Precure é exibido pela Crunchyroll com legendas em português de forma simultânea com o calendário japonês. A empresa fornece ao JBox um acesso à plataforma.
O texto presente nesta resenha é de responsabilidade de seu autor e não reflete necessariamente a opinião do site JBox.
Mds, a surra de fofura q foi a Sango, sempre foi minha fav desde q bati o olho no primeiro vazamento