Mesmo com sua trama de luta do bem contra o mal, Precure é uma dessas séries em que os eventos cotidianos são importantes para o desenvolvimento da sua trama. E uma parte importante do cotidiano de Manatsu em Tropical-Rouge! é a definição do nome do seu clube na escola, algo que ela finalmente fez no sexto episódio da série.
O clube tropical começa
Neste episódio em questão, a líder das novas precures decidiu que o seu clube escolar seria o Clube Tropical, mas demorou um pouco para ela conseguir descobrir qual seria o objetivo desse novo clube fundado junto de suas companheiras.
Na tentativa de responder essa pergunta, as 4 precures (e Laura) resolveram que cada uma poderia indicar uma atividade para o clube, algo que permitiu que o episódio explorasse de forma individual a personalidade de suas protagonistas além de gerar situações incrivelmente engraçadas.
Sim, este foi o episódio mais engraçado até agora, sendo impossível não esboçar ao menos um sorriso com Manatsu constantemente tendo suas ideias para clubes rejeitadas pela presidente do conselho estudantil ou com as constantes alfinetadas de Asuka em relação ao comportamento de Laura.
No fim, após ajudar um grupo de ex-alunas de sua escola, Manatsu decide que o objetivo de seu clube seria fazer aquilo que era “importante” para o momento, já que essa seria uma forma de “tropicalizar” sua vida estudantil. Confesso que, assim como a presidente do conselho estudantil, continuo achando esse objetivo do grupo muito vago e creio que o roteiro poderia apenas ter feito Manatsu decidir o foco do clube em “ajudar pessoas” ao algo do tipo, mas aparentemente quiseram inventar algo novo aqui.
Não houve ataque dos vilões na cidade nesse episódio (o monstro da semana surgiu apenas por uma ação indireta de uma vilã), mas ainda assim conseguimos descobrir mais sobre eles e sobre os planos da Bruxa da Protelação. Aparentemente, ela está reunindo energia da motivação para fazer um receptáculo crescer e, como é de se esperar, quando esse receptáculo explodir, grandes problemas devem vir para nossas heroínas.
Os vilões ainda tiveram um breve e divertido momento de interação. Eles parecem bem humanizados e longe do esperado de caras “maus”. Claro, eles odeiam toda a motivação das pessoas, mas o modo como agem me faz acreditar que, fora a Bruxa da Protelação, esse grupinho maligno deve ter um arco de redenção no final. Esse episódio também apresentou Elda (ou Eldinha), uma das empregadas da bruxa que ganhou um pouco mais de destaque no episódio seguinte – cujo o foco foi uma nova e fofa aliada das precures.
Uma fada do mar
O sétimo episódio contou com a apresentação apropriada da fada do mar Kururun (ela já havia aparecido no primeiro episódio), que chegou à superfície para entregar um presente para Laura. Como sempre, a sereia tenta se gabar para cima das precures e diz entender tudo o que Kururun fala (a fada é como um Pokémon que só repete o próprio nome), mas sua mentira foi por “água abaixo” (desculpe o trocadilho), quando fica óbvio que ela não compreende nada do que é dito pela fada. Coube a Minori ajudá-la nesse processo de comunicação.
Foi um capítulo interessante, capaz de explorar como funciona a cabeça e os pensamentos de Minori e como isso pode estar relacionado com seu hábito de leitura. Infelizmente, esperava que um episódio focado na querida Cure Papaya tivesse entrasse na sua relação com o clube de literatura e não sua empatia com fadas do mar, mas acredito que em breve algo assim será abordado.
Ao compreender o modo como Minori enxerga o mundo, Laura também pareceu se tornar mais empática. Muito provavelmente vimos o início do processo de transformação da sereia, que deve deixar de ser mais egoísta conforme a série se desenrola.
Não foi um episódio tão engraçado como o anterior, mas a aparição de Eldinha como vilã gerou situações bem cômicas. Além disso, o monstro invocado por ela foi o mais legal até agora graças à sua habilidade única de rodar e lançar espinhos, permitindo que Minori explorasse suas capacidades de dedução e criação de estratégias de combate.
A única questão deixada pelo episódio é em como Kururun será de fato útil para o grupo de heroínas. Ela não parece ter qualquer poder mágico e como aliada de suporte, Laura consegue dar conta de ajudar as heroínas e explicar tudo relacionado ao universo do Grand Ocean. Kururun, infelizmente, parece apenas a mascote fofinha do grupo.
Por fim, vale dizer que estou impressionado com esse início de Tropical-Rouge!. Em geral, após a introdução de todas as heroínas, as séries de Pretty Cure costumam se focar em capítulos mais episódicos, sem grande conexão entre si, pelo menos até o primeiro ponto de virada na trama (geralmente depois do episódio 10).
Entretanto, Tropical-Rouge! tem costurado muito bem sua história até agora, seja introduzindo uma nova aliada, uma nova vilã ou finalmente solucionando o problema do novo clube das protagonistas. Os capítulos mais episódicos virão muito em breve, mas ao menos esse começo foi muito amarrado – e divertido, diga-se de passagem
Tropical-Rouge! Precure é exibido pela Crunchyroll com legendas em português de forma simultânea com o calendário japonês. A empresa fornece ao JBox um acesso à plataforma. Confira as outras resenhas da série: episódios 1, 2-3, 4-5.
O texto presente nesta resenha é de responsabilidade de seu autor e não reflete necessariamente a opinião do site JBox.
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