A mangaká Moto Hagio publicou um livro de memórias chamado Ichido Kiri no Oizumi no Hanashi (Uma Narrativa Única Sobre Oizumi), contando sua experiência em Oizumi, uma região de Tóquio, entre 1970 e 1972, onde vivia com diversas outras mangakás que se tornaram grandes nomes do shoujo.

No livro, ela conta sobre seus encontros com outras autoras e, pela primeira vez, fala publicamente sobre suas dificuldades com Keiko Takemiya – que já falou algumas vezes sobre o caso. Takemiya, na época, sentia inveja de Hagio e um complexo de inferioridade.

Já Hagio agora diz que se sentiu traída quando Takemiya quis se distanciar e também por acusações de plágio. Elas cortaram relações em 1973 e Hagio alega não ter intenções de retomar qualquer tipo de relação com a outra autora.

Além disso, a autora também diminui seu papel na criação do na época chamado shounen-ai, dizendo que Keiko foi a pioneira e que não gosta quando colocam as duas no mesmo grupo. O shounen-ai surgiu na década de 1970 trazendo relacionamentos entre garotos em revistas shoujo – é o precursor do BL (o termo “shounen-ai” caiu em desuso).

Muitos consideram a obra Toma no Shinzou (1974), de Hagio, o primeiro shounen-ai mas a mangaká agora diz que não “entendia shounen-ai” ao criar a trama. Por fim, ela alega não ter intenção de voltar neste assunto e não responderá entrevista sobre seu passado.

As duas autoras são consideradas, junto com Riyoko Ikeda e outros nomes do anos 1970, autoras com enorme impacto dentro da indústria shoujo, trazendo obras com temáticas mais diversas e por vezes mais maduras que o gênero até então costumava trazer.


Fonte: ANN