Provavelmente mais lembrado pelos adultos de hoje como a série de videogame que deu origem aos jogos da Turma Mônica nos anos 90 — isto porque a TecToy, autorizada pela Sega, reprogramava os gráficos e textos dos jogos originais e lançava-os no Brasil como um game dos personagens de Maurício de Sousa —, Wonder Boy está de volta com um remake de Monster World IV, um título do Mega Drive lançado em 1994.
“Mas o que Monster World tem a ver com Wonder Boy?”. Na realidade, nunca nem mesmo existiu especificamente um game da franquia intitulado Monster World I, mas os jogos alternam entre o nome Wonder Boy e Monster World no Japão (há casos com os dois juntos!), e, por isso, Monster World acaba sendo considerada uma subfranquia de Wonder Boy – ou, ao menos, são séries relacionadas.
Talvez, o nome Monster World sirva também para evitar algumas confusões: esse jogo, Monster World IV, é protagonizado por uma garota. Vale mencionar também que o remake é o primeiro lançamento do game fora do Japão.
Entendida a diferença, voltamos para 2021 e o lançamento de Wonder Boy: Asha in Monster World. Na era em que as grandes empresas descobriram uma mina de ouro conhecida por nós como nostalgia, e cada dia que passa encontramos novos remakes, este realmente valeria a pena?
A resposta é sim.
Wonder Boy: Asha in Monster World foi publicado pelo STUDIO ARTDINK, com cópia física publicada pela ININ Games. A versão digital pode ser comprada nas lojas da Nintendo (eShop) e Sony (PlayStation Store) e, em breve, na Steam. Já a edição física é um lançamento especial que acompanha uma edição exclusiva do Monster World IV original.
Salve Rapadgna
Na história inteira você controla Asha, uma jovem forte e treinada que sai em viagem de sua terra até a cidade de Rapadgna desejando encontrar a rainha Praprill XIII, e receber o título de guerreira. No entanto, a reencarnação de um antigo mal parece ter colocado suas raízes no reino e o sequestro dos quatro espíritos que protegiam o mundo, conduzem Asha em sua primeira missão designada pela rainha: salvar os espíritos.
Não há dificuldades para entender a trama, a história é contada de uma maneira bem simples e rápida, sem cansar e te trazendo logo de volta ao gameplay. Mas não vá subestimando, o enredo é bom e funciona muito bem com o tipo de jogo que o estúdio quer te apresentar. É como aqueles livrinhos de contos infantis de 12 páginas que líamos ou ouvíamos na infância; você gosta e tudo é te contado brevemente com muita clareza.
O game conta com áudio em japonês e a atriz Ai Fairouz interpreta uma boa parte dos personagens (se não interpretar todos).
Um jogo divertido, bonito e carismático
Tudo foi feito para te lembrar o Monster World IV original, mas o remake é tão atual quanto qualquer outro jogo de plataforma feito atualmente. A jogabilidade é divertida do início ao fim, e todo o tempo você precisará montar algum tipo de estratégia, seja para passar por um algum desafio do cenário, ou para descobrir a melhor maneira de enfrentar os inimigos.
Se olhando os visuais do jogo a primeira vista te faz pensar que é algo muito simples, você está enganado. A sensação de jogar é que foi feito com muito capricho, pois há animações divertidíssimas pra tudo! Se morrer, você não verá só uma tela preta escrito “game over”, mas Asha subindo aos céus como um anjo; e se tiver estocado um Elixir, seu Pepelogoo (as criaturas fofinhas de Wonder Boy) ainda pode te trazer de volta a vida.
Se precisar salvar ou carregar seu progresso, haverá ali também algo especial. Cada cantinho deste Wonder Boy tem uma surpresa bonita aos olhos, pois há detalhes nas mínimas coisas que a maioria dos estúdios não fazem, por isso te surpreende.
O Pepelogoo também não é só um bichinho que você olha desejando comprar uma pelúcia igual. O mascote de Asha tem papel muito importante na jogabilidade e te ajudará a alcançar plataformas altas, botões de difícil acesso e mais coisas se você lembrar de alimentá-lo e evoluí-lo.
Os cenários também são bem interessantes, e o ambiente mudará de vulcão para estruturas subterrâneas, pirâmides congeladas, um santuário no céu e muito mais. Os espíritos também são criaturas muito legais e após salvar o primeiro, você vai querer ainda mais passar pelas próximas fases e conhecer os demais.
Vale a pena
Wonder Boy: Asha in Monster World é um remake que traz todas as qualidades do jogo original e um pouco mais, devendo agradar tanto aqueles que jogaram o game de 1994, quanto aqueles que estão conhecendo a história pela primeira vez. Como alguém que nunca jogou nada da franquia anteriormente, posso afirmar que este título também é uma boa “porta de entrada” para novos amantes da série.
Toda a campanha é bela e divertida, e você nota o quanto o time de desenvolvimento cuidou do game até nos mínimos detalhes, por isso te surpreende, pois sempre tem algo de especial até naquelas pequenas coisas que a maioria dos outros títulos no mercado não fazem justamente porque é simples e “não precisa” — como a já mencionada tela de save, que neste jogo, é bem engraçada.
A jornada de Asha para salvar o mundo é uma aventura com entretenimento garantido pra qualquer idade, então certamente não julgue pela capa; neste conteúdo há um trabalho muito competente em assegurar a diversão dos jogadores.
Por curiosidade, os três jogos da Turma da Mônica (lançados no Brasil pela TecToy) que eram modificações de jogos da série Wonder Boy são: Mônica no Castelo do Dragão (originalmente o Wonder Boy in Monster Land), de 1991; Turma da Mônica em O Resgate (originalmente Wonder Boy III: The Dragon’s Trap), de 1993; e Turma da Mônica na Terra dos Monstros (originalmente Wonder Boy in Monster World), de 1994.
Esta resenha foi feita com base em cópia para PlayStation 4 gentilmente cedida ao JBox pela equipe de RP de Asha in Monster World. O texto presente é de responsabilidade de seu autor e não reflete necessariamente a opinião do site.
Outras informações
Data de lançamento no Japão: 22 de abril de 2021.
Data de lançamento internacional: 28 de maio de 2021.
Plataformas: PlayStation 4 e Nintendo Switch.
Desenvolvedora e publicadora (digital): Studio Artdink.
Publicadora (física): ININ Games.
Gente, na verdade a nomenclatura é bem confusa.
No Japão “Monster World” era uma subsérie do Wonder Boy.
Eles consideraram a subsérie assim:
1 – Wonder Boy in Mosnter Land (Super Wonder Boy: Monster World no Japão);
2 – Wonder Boy III: Dragon’s Trap (Monster World II no Japão – só que o jogo nem saiu oficialmente lá, só o port pra Game Gear anos mais tarde);
3 – Wonder Boy in Monster World. (Wonder Boy 5: Monster World III no Japão);
4 – Monster World IV.
Oi, obrigada pelo aviso. Após uma pesquisa em sites japoneses, dei uma reformulada nessa passagem.
Vale mencionar também que o remake é o primeiro lançamento do game fora do Japão.
na verdade foi o lançamento do original pro vc de wii o primeiro