Em 1996, estreou no canal SBT o animê Guerreiras Mágicas de Rayearth (Magic Knight Rayearth – e só pra constar, “Reyarth” não é o nome do mundo onde elas se aventuram), cativando tantas crianças e ganhando seu lugar no patamar nostálgico dos animês no Brasil.
De vez em quando, eu ouço conversas casuais sobre a adaptação da série, e quase sempre alguém solta algo tipo “que pena que a dublagem usou os nomes americanos para as personagens” (o trio Lucy, Anne e Marine, que na versão japonesa são conhecidas como Hikaru, Fuu e Umi).
Mas esses não são os nomes delas na dublagem americana da animação. Lá, elas são conhecidas como… “Hikaru”, “Fuu” e “Umi”. “Ué?”, talvez algum de vocês questione, “então quem mudou os nomes? Os mexicanos? Os franceses? Nós?”... Não, amigo(a); na verdade, foram os próprios japoneses!
Esses nomes foram escolhidos pela própria produtora, a TMS, como “nomes internacionais” para a exportação do animê. Eram os anos 1990, e naquele tempo havia muito medo de os “estranhos” nomes japoneses afugentarem os telespectadores – ou pior, as licenciadoras! Por esse motivo algumas empresas japonesas tinham nomes internacionais preparados para essas ocasiões, como “sugestões”.
No caso de Rayearth nos Estados Unidos, diga-se de passagem, a sugestão simplesmente foi ignorada – quem licenciou a série, a Media Blasters, mirava especificamente no público fã de animê, que não gosta de trocas de nomes.
Isso é diferente de como foi aqui, onde a série foi direto para o bloco de desenhos infantis do SBT, e em algum ponto do processo de compra, alguém deve ter achado que os nomes sugeridos seriam melhores.
Aliás, como curiosidade extra: quando a TMS começou a vender o animê para os Estados Unidos, eles gravaram uma dublagem-piloto para distribuição, com a esperança de exibir Rayearth na TV, mas tudo acabou rejeitado. Essa dublagem-piloto usava os nomes internacionais.
Eu adoro descobrir esses pequenos detalhes, essas precauções que os estúdios japoneses tomam ao exportar suas obras. Infelizmente, nem todos os casos são tão na cara quanto o de Rayearth; para os outros, eu só posso fazer “deduções embasadas”.
Por exemplo: tenho quase certeza de que a troca do termo “santo” por “cavaleiro” em Os Cavaleiros do Zodíaco foi uma sugestão da Toei. Pode até ter sido uma decisão dos localizadores na França – o primeiro país a exibir o animê nos lados de cá, em 1988 – mas considerando que até hoje a Toei apela para o “Cavaleiro” em certos projetos sem relação com a França, como o remake da Netflix… bom, se não foi uma sugestão dela em 1988, definitivamente é hoje.
Outro caso parecido ocorreu com outra série da Toei: Dragon Ball Z. Acho que muitos já sabem disso, mas nos Estados Unidos, a versão do animê exibida na TV trocava o nome do personagem “Mr. Satan” para o menos religiosamente carregado “Hercule”; uma troca que também afetou os antigos jogos da série, direcionados a um público bem jovem.
Mas os EUA não foram o único país a usar “Hercule” para o personagem – a França também usou (não pela possível insensibilidade religiosa, mas porque lá já havia dois personagens com “Satan” no nome, esses sendo o Rei Cutelo, que era “Satanirus”, e Piccolo, que era “Satan Petit-Cœur”). Tudo indica que a Toei tinha esse nome como sugestão para esse tipo de situação, e que os americanos simplesmente aceitaram a sugestão.
E ainda no trem da Toei, temos o caso de Digimon Adventure – o nosso “Digimon 1”. Geralmente culpamos os americanos pelos “nomes apelidos” usados na dublagem (“Matt” no lugar de “Yamato”, “T.K.” no lugar de “Takeru” etc.), mas o mais provável é que tenha sido uma decisão conjunta das produtoras japonesas com a Bandai americana, e imposta sobre todas as línguas possíveis para facilitar a venda de brinquedos e merchandise. É muito mais fácil quando você não tem que mexer nos nomes que aparecem nas caixas!
Aqui vemos que, muitas vezes, a prática dos “nomes internacionais” é uma ação conjunta com estrangeiros, complicando um pouco a definição da prática. Por exemplo – os nomes de Digimon definitivamente são “internacionais” porque a própria Toei japonesa os utilizava quando era conveniente (em materiais de imprensa etc.).
Mas para dar um exemplo inverso, alguns dos nomes abrasileirados nas nossas velhas dublagens de animês de Captain Tsubasa (ou Super Campeões, como era conhecido na época), como o “Carlos” Misaki, não foram usados em nenhuma outra dublagem ao redor do globo; portanto, provavelmente são nomes locais, não internacionais.
Outro caso que eu acho interessante é o da Enoki Films. Essa é uma produtora japonesa criada em 1975 e que, nos anos 80, criou uma subsidiária internacional para distribuir animes internacionalmente – inclusive vários que vieram para o Brasil, como El-Hazard e Demon Lord Dante.
Ela tinha nomes internacionais para alguns de seus produtos – mais infamemente, para o cultuado Utena – A Garota Revolucionária (Shoujo Kakumei Utena), que a empresa até hoje distribui com o título sugerido de Ursula’s Kiss (“O Beijo de Úrsula”).
Como o título sugere, o nome sugerido para a protagonista seria “Ursula”, “Juri” viraria “Julie”, “Touga” viraria “Tommy” etc. Poucas línguas parecem ter adotado esses nomes – com destaque dado ao espanhol.
Mas, como eu disse, nem toda mudança de nome é decisão japonesa; algumas são genuinamente domésticas. Um segundo exemplo super interessante é Zatch Bell!, chamado Konjiki no Gash Bell no Japão. A versão do animê que recebemos aqui no Brasil foi antes “retocada” pela americana VIZ Media, e contou com vários nomes trocados – “Gash“ para “Zatch”, “Suzume” para “Suzy” etc.
O parceiro do pequeno personagem-título do animê, Kiyomaro, teve seu nome encurtado para “Kiyo”… mas olha que curioso: no site da Toei (versão em inglês), na página da série, esse personagem não aparece nem como “Kiyomaro”, nem como “Kiyo”; mas sim, como “Kory”. Seria esse um nome internacional sugerido para o personagem? Seria um erro de digitação repetido? Talvez nunca saibamos!
Outro exemplo nesse estilo está em As Super Gatinhas (Tokyo Mew Mew). A versão exibida por aqui, pelo Cartoon Network, passou pelas mãos da infame 4Kids Entertainment, e, como esperado, teve vários nomes personagens trocados: “Ichigo” virou “Zoey”, “Keiichiro” virou “Wesley”, “Ryou” virou “Elliot”… e ao que tudo indica, esses nomes realmente foram escolhas americanas, sem intervenção japonesa.
Mas quando o animê foi inicialmente anunciado pela 4Kids, o personagem Ryou/Elliot era referido como “Ryan” – que, por coincidência, é o nome do mesmo personagem na dublagem italiana da série, adaptada direto do japonês. Achamos outro, amigos – “Ryan” muito provavelmente é o nome internacional sugerido desse personagem!
Até mesmo a grafia de um nome pode ser imposta como um “nome internacional”. Por exemplo: no Japão, os vários animês e jogos de Pokémon sempre foram publicados como “Pocket Monsters”. E a palavra “pokémon” sempre foi uma abreviação utilizada por eles, mas a grafia exata dessa abreviação não era fixa no começo; é por esse motivo que nos primeiros episódios do animê, é possível ver o nome escrito como “Pocke Mon”, “Pockemon”, “Poke-mon” etc.
Com o lançamento da franquia internacionalmente, finalmente foi decidido que a grafia seria “Pokémon”, e assim se mantém até hoje por todo o mundo, incluindo o Japão.
Mas todos esses são exemplos antigos, porque essa é uma prática antiga – agora que animês estão mainstream a ponto das Casas Bahia usá-los para fisgar os jovens (tsc, tsc), não há muito motivo para tomar essas precauções anti-pânico-de-estrangeirismos (a menos que estejam escondendo da gente!). Agora, títulos, por outro lado? Esses continuam uma mina de nomes internacionais escolhidos pelos japoneses. Na verdade, nessa área, a prática provavelmente se intensificou.
Vemos isso muito com títulos de animes baseados em light novels, que têm a fama de serem longos e explicativos.
Coisas como “My Teen Romantic Comedy SNAFU” e “That Time I Got Reincarnated as a Slime” não são títulos que os americanos escolheram; eles já vieram preestabelecidos do Japão (com o auxílio de algum gringo, provavelmente – eu duvido que tenha sido ideia de um japonês usar um termo tão específico quanto “SNAFU”) para uso fora do país.
Infelizmente, esses andam bem menos “sugestão” e muito mais “imposição”, com todos os países tendo que usá-los, seja na publicação de animações, mangás ou de light novels.
Um dos exemplos mais famosos disso é a obra “The Ancient Magus’ Bride” (Mahou Tsukai no Yome, no Japão; animê disponível dublado na Crunchyroll, mangá publicado pela Devir) – que mantém esse longo título em inglês em todos os países fora do Japão, ignorando o quão pouco acessível ele é em alguns desses países.
É uma consequência do mercado globalizado em que vivemos, mas não posso dizer que é a solução mais elegante que há. Sim, o inglês é muito falado mundialmente, inclusive aqui, mas não quer dizer que queiramos ver tantas palavras do idioma em obras da cultura japonesa, né?
Mas os nomes sugestões (não imposições)? Esses eu acho infinitamente fascinantes – e o caráter “escondido” deles os torna ainda mais interessantes, como um tesouro a encontrar, um segredo para desvendar. E a investigação continua: estou sempre disposto a descobrir mais deles! Desta vez, só tenho uma pergunta: para os fãs de Utena… “Ursula”: dez ou zero? É muito “vilã de novela mexicana”? Digam aí e até a próxima!
O texto presente nesta coluna é de responsabilidade de seu autor e não reflete necessariamente a opinião do site JBox.
Ótimo texto, mas só uma observação, “Magic Knight Rayearth” chegou no Brasil como “Guerreiras Mágicas de Rayearth” e não como “Garotas Mágicas…”
Nada disso me incomodo no passado e não vai ser que eu vou me sentir desconfortável.
O que realmente me interessa e assistir novos anime sendo dublados em estúdios de alta qualidade e sem nenhuma censura, contanto que sigam essas 2 regras, eu ja to mais que satisfeito.
A mim nunca me incomodou essas mudanças de nomes, aliás, acredito que isso auxiliou e muito em como determinada obra sai do círculo otaku. Até quem não curte anime curte Digimon ou animes como Beyblade (que também teve os nomes dos personagens alterados). Obs: Tsubasa Ozora, ao redor do mundo, é conhecido como Oliver Atom, que possivelmente deve ser o nome internacional dele. Oliver Tsubasa (ou Oliver Tsubasa Ozora, segundo a versão brasileira de Super Campeões 2002) deve ser invenção do Mario Lúcio de Freitas, da Gota Mágica. Aliás, o nome Serena em Sailor Moon é coisa brasileira, ou veio da distribuidora espanhola/mexicana?
Antigamente n me incomodava pq eu n tinha acesso a essa informação, mundo n era globalizado e blá, blá, blá. Mas hj me incomoda sim, como sei q é algo oriundo do Japão, muitas vezes se passando lá a história, me deixa puto os caras quererem alterar coisas pra deixar mais a cara do ocidente.
Puxando isso um pouco pro lado dos games, me irrita muito.ver em Dragon Quest XI os personagens chamando o Heroi de um termo inventado, sendo q no japonês ele só é chamado de heroi, então pq caralhos vão inventar um nome tão específico e complicado pra ele. N faço ideia se foi imposição da Square, mas fica estranho
Dessa de anime me incomoda muito o q fizeram com Kinnikuman, q aqui virou um festival de nomes bizonhos pra se adequar aos WWE da vida, sendo q no original meio q já fazia isso. Ae somos presenteados com nomes merdas como Dik Dik Van Dick, q em inglês deve da pra fazer algum trocadilho bosta com a palavra dick. Até o heroi da história q tinha um nome (Mantaro Kinikku) perdeu ele pro seu apelido besta de Kid Musculo.
Depende muito, fugindo dos animes, Seu Madruga é muito melhor que Don Ramón, Caco é melhor do que Kermit… Sem citar Alita.
No geral eu gosto dos nomes localizados, tanto que muitas vezes tendo a preferir usar esses no lugar dos originais.
Simplesmente não comprei o relançamento de Reyearth da JBC porque fiquei com birra que usaram os nomes japonesas (além de manter honoríficos na tradução, que é uma prática que abomino)
No caso de Digimon, é bom lembrar que a versão que recebemos das 5 primeiras séries (Adventure – Savers) apesar de ser baseada na original japonesa, usaram os nomes americanos (ainda que tenha inconsistências com digimon como Dukemon e Yukidarumon tendo os nomes originais em uma série e depois usam os americanos em outra). Mesmo nas legendas do tri, usavam os nomes e terminologia americana.
Mas no geral, eu não me incomodo se mudam os nomes. Se o dono da marca/personagens permite a mudança do nome, quem sou eu pra chiar? Problema pra mim é quando alteram o texto e até a caracterização dos personagens, vide as aberrações que a 4Kids fez com Pokémon
Já imaginaram se “João e Maria” usasse os nomes originais, “Hansel e Gretel”? Pelo menos em obras infantis acho certo colocar nomes mais fáceis de lembrar. Mas no caso de Guerreiras Mágicas, onde onde apenas a protagonista Lucy/Hikaru é a Guerreira Mágica de Rayearth, a mudança no título acabou confusa. Pelo menos a dublagem nacional não fez como nos países de língua espanhola onde o personagem Águia de Autozan recebeu voz feminina por uma possível relação com outro homem, igual aconteceu com Sailor Moon.
Será que a Toei tinha “Hercule” como sugestão de nome mesmo? porque antes desse nome, ele era conhecido como “Mr. Savage” nos EUA
Acho Utena um saco, então tanto faz o nome
Com as coisas antigas eu não me incomodo, mas os bagulhos atuais eu prefiro que deixem como tá no original, agora se foi troca do próprio Japão então não posso fazer nada.
Esse bagulho de usar os nomes em inglês dos animes é burrice por parte do Japão, pois geral conhece pelo nome em japonês.
Então sobre a pergunta, como um fã de Utena é óbvio que prefiro infinitamente Utena.🍦
Acho que traduzir títulos principalmente de mangás e novels, se o objetivo do titulo é resumir para o leitor não faz sentido deixar em japonês. Já traduzimos conteúdo americana: Vingadores, Homem-Aranha, Lanterna verde. . .
Com relação a Pokémon e outras obras
censuradasamericanizadas pela 4Kids, o dono da marca também permitiu, ou pelo menos, deu carta branca para as alterações. Do contrário, não teriam ido ao ar daquele jeito.Ainda com Pokémon, é interessante destacar que os japoneses tanto aprovaram que quando pegaram os direitos de distribuição fora da Ásia na 9ª Temporada (através da subsidiária norte-americana), ao invés de seguirem a versão japonesa mais fielmente, simplesmente seguiram o mesmo esquema da 4Kids (e é assim até hoje).
Pra evitar a (futura) deturpação, vou assistir no piratão!
Alita, é um nome que foi mudado previamente pela editora japonesa ou foi uma ideia da americana Viz Media quando publicou o mangá por lá (e outras adaptações de nomes foram feitas)? Sei que atualmente Alita é o nome internacional, por causa do filme.
Para os animês dublados, eu sou muito mais a favor de eles trocarem os nomes, do que “japonizarem” a língua portuguesa. Mas, é muito difícil dar uma opinião, realmente. Por exemplo, eu acharia MUITO estranho se, em vez de Naruto, fosse, sei lá, Carlos rs. Mas, acho que, ainda assim, ficaria muito melhor eles chamarem os personagens com apelidos, quando for de forma informal, e pelo nomes, quando for formal, do que ficar usando “-kun” e “-chan” na dublagem em português. Mas, somente nas versões dubladas. Nas versões legendadas, ai já prefiro que se mantenha os nomes originais e o uso dos honoríficos.
Agora, com relação aos mangás… Ai complica muito realmente. Sinceramente, eu não compraria os mangás se os nomes estivessem todos adaptados para o português. Mas, não sei como funciona a venda dos mangás. Será que a faixa de pessoas “não otakus” que compram mangás tem relevância? Se sim, diria que até nos mangas a mudança de nomes seria interessante (apesar de que, neste caso, eu não compraria). Mas, se o foco for realmente nos “otakus”, ai é não tem como adaptar os nomes, realmente.
Com relação aos títulos, eu sou totalmente a favor de traduzir os nomes. E, acho horrível quando eles deixam tudo em inglês. Se não for para colocar em PT-BR, deixa em japonês mesmo. Lembro que a Crunchyroll, em sua estreia no Brasil, traduzia os nomes para PT-BR, mas o povo chiou tanto que eles pararam de traduzir. Mas, agora eles ficam deixando em inglês. O povo reclamou quando eles traduziam para PT-BR, mas não reclamam quando eles deixam em inglês.
cara acho que foi uma mudança em conjunto mesmo, pq o nome original “Gunnm” acho bem ruim, então quando o mangá mudou de editora lá no japão depois da briga com o autor eles relançaram com esse nome internacional. E agora é alita em todo canto foi assim que saiu no estados unido e aqui além do filme que veio depois também, (se não me engano alita era o nome de um gato que tem no mangá pq a alita mesmo se chamava “Gally” kkkkkk)
animes voltados para o público infantil acho bem acertado essas mudanças pq acho que fica mais fácil para uma criança falar “Ash” do que “Satoshi”, eu mesmo só conheço digimon ou yu-gi-oh pelos nomes americanizados. Agora animes para um público mais velho e que já acompanha de longa data é melhor manter no original mesmo, pra não acabar descaracterizando a obra, imagina você ler o mangá da kobayashi e quando chega no anime a “Tooru” virou “Marinete” kkkkkkkk
Eu sou da opinião que o público brasileiro aprecia os nomes japoneses, por mais complicados que alguns sejam
O nome Serena vem da distribuidora espanhola (que usou os nomes da dublagem americana).
Eu acho que depende bastante, tem vezes que funciona e tem vezes que não
Eu por exemplo, odeio os nomes americanos em Yugioh (deve ser porque eu relaciono isso com a 4kids e odeio cada alteração feita no animê e também depois vi completo legendado, então acabei gostando mais dos nomes originais)
Acho que troca de nomes em pokémon, muitas vezes são desnecessárias. É claro que muito melhor e mais cômodo chamar de Bulbasaur em vez de Fushigidane, mas tem nomes que não tinha tanta necessidade de mudar, como por exemplo o piplup (pochama no original) ou treecko (kimori no original)
Mas enfim, pokemon já tá enraizado, então nem adianta querer falar dos nomes original, pois 100% do povo no Brasil sempre vai falar a adaptação americana da Nintendo/gamefreak