Na semana passada, a Agence France-Press entrevistou Mamoru Hosoda, diretor de Belle. Na entrevista, Hosoda revelou o que pensa sobre as representações femininas na mídia japonesa e o que levou ao tema do seu mais novo projeto.
Sobre as mulheres nas produções do Japão, ele disse que elas geralmente são retratadas como “sagradas e fora da realidade em que vivem”, citando ainda um “grande mestre da animação que escolhe garotas como suas heroínas”, afirmando:
Francamente, penso que ele faz isso por não ter confiança em si mesmo como homem. Essa veneração por mulheres jovens me preocupa seriamente e não quero fazer parte disso.
Apesar de não citar nomes, a AFP identificou Hayao Miyazaki como o sujeito oculto da conversa.
Segundo Hosoda: “é só assistir a animês para ver como as jovens são subestimadas e não são levadas a sério pela sociedade japonesa”. Também disse que em seus trabalhos evita retratá-las como modelos de “virtude e inocência” − para ele, isso representa a “opressão de ter que viver como todos os outros”.
Ele discutiu essas questões no contexto de seu novo filme, Belle, trazendo a história de uma jovem de 17 anos sofrendo por ser introvertida. Ela encontra conforto no mundo virtual, onde se torna uma cantora extremamente famosa.
Sobre o tema de seu novo filme, Hosoda disse querer mostrar o mundo virtual como um ambiente positivo para os jovens e deseja que as novas gerações se sintam empoderadas na internet, mesmo que tenham crescido ouvindo o quão perigoso e maléfico ele é. O diretor também criticou obras mostrando esse ambiente como distópico, como Jogador N° 1, de Steven Spielberg. Por fim, disse:
As relações humanas podem ser complexas e extremamente dolorosas para os jovens. Quero mostrar que este mundo virtual, que pode ser difícil e horrível, também pode ser positivo. Os jovens nunca poderão se separar dele. Eles cresceram com ele. Temos que aceitar e aprender a usá-lo melhor.
Belle foi ovacionado no Festival de Cannes, mas ainda não tem previsão de estreia no Brasil. Seus outros trabalham como diretor estão Digimon: Bokura no War Game (que chegou retalhado no Brasil como parte de Digimon – O Filme), Summer Wars e Mirai no Mirai – esse último concorreu ao Oscar de Melhor Animação, mas perdeu para Homem-Aranha no Aranhaverso.
Fonte: ANN
Alguém conhece algum fansub que já pegou esse filme? Quero ver!
Vai demorar a sair,saiu pouco tempo nos cinemas japoneses,eu também estou muito ansioso pra assistir esse filme.
Tomará que a Netflix distribua ele aqui no Ocidente.
Hosoda sempre muito certeiro e atual… Por mais que eu adore os fiomes do Miyazaki, ele tende a idealizar demais suas protagonistas mesmo.
O mesmo Hosada que tava praticamente dando conotação de incesto na relação do Tai com a Kari? Esse Hosoda, produção?
Também acho que as personagens femininas nos animezinhos precisam melhorar, mas o Hosoda tá longe de ser a pessoal ideal pra representar essa demanda.
Ele mesmo.
Serio ainda não consegui compreender essa fala desse sujeito. Ele que dizer que o Miyazaki não é homem de verdade e por isso suas personagens femininas são fortes do jeito que são? Tipo logico que tem um pouco de lúdico nas personagens, mas acho que a representação tá longe de algo impossível.
E outra como falaram ae, é um camarada que a uns anos atrás insinuou incesto entre crianças em um anime infantil, então já não da pra levar muito a serio. Provavelmente quis polemizar em cima do Miyazaki.
Eu acho que ele quis dizer isso aqui: “Miyazaki esquisito vive colocando novinha casta/inocente como protagonista, deus me dibre”. Se é verdade ou não, já não entra no caso. Mas essa citação aqui já rola há algum tempo: https://myanimelist.net/forum/?topicid=1848253. Desconheço a fonte original e a veracidade.
Minha pergunta foi meio retórica mas tô surpreso que todo mundo esteja dando tanto crédito por ele criticar o Miyasaki quando ele não é flor que se cheire. Não assisti os filme do Miyasaki ainda mas a impressão que eu tenho é que ele tenha ser assertivo com suas heroínas. Não vejo nada de objetificação. Já o Hosada… O cara praticamente falando que sugeriu incesto. Entre menores. É pra acabar
A gente tá vendo o relato de alguém que ouviu algo que o Miyazaki falou sob efeito do alcool. Bem diferente do que o que o Hosoda falou sóbrio em uma entrevista. Relato de terceiros e sem contexto dificulta as coisas. Tipo, ele pode ter falado no sentido “qual o problema de amar uma protagonista de 12?” e o ouvinte entendeu errado ou teve mal vontade e quis ter outra interpretação.
Sem querer defender ou passar pano mas eu sempre tive a impressão que o Miyazaki fazia isso mais como desafio as tradicionais convenções do anime. onde era sempre um menino estrelando esses tipos de histórias.
Cara o Miyasaki tinha uma visão até bem a frente da época, pois ele faz as heroínas fortes e decididas sem serem apelativas. Como disse tem um pouco de lúdico, mas nada que não se veja na vida real. Talvez se esse doido fizesse esses comentarios em 1900 e bolinha seria mais entendível do que hj.
Foda é o cara fazer uma critica que soa um tanto quanto retrograda e ao mesmo tempo afirma que ele que entende o verdadeiro martírio da atualidade. Se ferra.
Isso vindo do cara que sugeriu um incesto entre Tai e Kari quando um tinha uns 5 anos e outra 3. É cada uma.