Hoje (08), Chiaki J. Konaka soltou um texto em inglês comentando a polêmica relacionada a apresentação de Digimon Tamers, contendo um vilão chamado Politicamente Correto.

Ele começa dizendo que o conteúdo da peça é de responsabilidade total dele e não da Toei nem do Comitê de Organização da DigiFest. Ele lembrou que a apresentação é voltada ao público japonês e impossível de ser assistida legalmente no exterior, e, por isso, não teria obrigação de dar qualquer satisfação.

Apesar disso, já imaginava que eventualmente a peça ficaria disponível com legendas em meios alternativos e comentaria o caso mesmo assim.

Ele explica que não se pronunciou pois o evento ficou disponível por pay-per-view até o dia 7. Também conta que planejava fazer uma continuação de Digimon Tamers, intitulada no texto Digimon Tamers 2020, mas ela foi cancelada há tempos.

O roteirista comenta que se inspirou nesse projeto de continuação mas, devido ao formato da peça, não havia tempo para explicações, então ele criou um “inimigo virtual” para facilitar. Sua intenção original era trabalhar o personagem Malicebot, vilão em um áudiodrama de 2018, mas o formato não permitia.

Konaka diz ter usado palavras controversas, sem ter a intenção de ofender qualquer pessoa ou grupo. Segundo ele, se trata do Japão, “onde toda a mídia [ou imprensa] mainstream insiste chamar um teste PCR positivo de ‘infectados confirmados'” [alguns cientistas afirmam que o teste pode captar o vírus morto, mas o PCR segue como o principal teste para diagnosticar a doença].

Ele também afirma que os números estão aumentando todos os dias há quase 2 anos. Segundo o próprio, no início da pandemia, ele parou de acessar o Twitter e de assistir à CNN/EUA, a qual tinha assinado na TV a cabo para “saber o que realmente ocorria”, e atualmente lê o material de “jornalistas independentes e alternativos”, vindos de “fontes abertas” [open source].

Ele ainda diz que, na sua opinião, a “COVID-19 com certeza é real, mesmo sem o SARS-CoV-2 ter sido isolado e segregado”. Konaka ainda se diz frustrado com exclusão dos tais jornalistas alternativos das grandes plataformas e que a “contra-perspectiva” está sendo escondida. Segundo ele, esses sentimentos foram refletidos nas “palavras fortes de Yamaki”.

Konaka ainda acrescenta que o roteiro foi escrito no começo do outono [primavera no Japão] e a situação mudou de lá até agora. “Não é [mais] tanto sobre o Japão quanto é sobre as novas dificuldades de países ao redor do mundo. Então, não é mais oportuno mandar [essas?] mensagens ao resto do mundo”.

Ele ainda complementa “Pessoas me acusaram de ter uma etiqueta específica. Eu nunca expressei qualquer opinião política. Não tem animê que trouxe mais diversidade naquela época que Digimon Tamers. Então fiquei triste, mas não se preocupem. Como eu disse antes, meu plano de “2020” já foi cancelado”.

O roteirista diz que vai deixar o blog para ser lido no futuro pelos fãs de Tamers e deletará comentários acusando-o de ser uma “má pessoa”. E finaliza dizendo:

“Muitos me defenderam e dissseram para não pedir desculpas, mas é difícil ver essa divisão entre os fãs. Permitam-me me desculpar pelo fato que causei isso. Não quero mais debater essa questão.”

Leia o comentário completo em inglês no blog de Konaka. Caso leia, tenha em mente que inglês não é a língua nativa do roteirista. Konaka trabalhou no roteiro do Tamers original e também no aclamado animê Serial Experiments Lain.


Fonte: Chiaki J. Konaka


Inspirado no popular Tamagotchi, Digimon surgiu em 1997 pela Bandai, como uma série de bichinhos virtuais que também podiam batalhar. Em 1999 a Toei Animation lançou uma série animada derivada, sob o título de Digimon Adventure.

Creditada a uma equipe criativa denominada como Akiyoshi Hongo, Digimon Adventure fez sucesso suficiente para render uma continuação no ano seguinte, com Digimon 02. Depois foi a vez de Digimon Tamers Digimon Frontier, séries que possuíam seus próprios enredos, sem dar continuidade às duas primeiras. Após uma pausa, o título voltou com mais uma série original em 2006, intitulada de Digimon Savers (Data Squad no Ocidente). Entre 2010 e 2012 foi a vez de Digimon Xros Wars (Fusion) e em 2016 chegou Digimon Universe: App Monsters.

Trazida ao Brasil como forma de contra-ataque à mania PokémonDigimon ganhou grande destaque na programação da Rede Globo a partir de julho de 2000, sendo exibido também pelo extinto canal pago Fox Kids. Dublada nos lendários estúdios da Herbert Richers, foi um enorme sucesso comercial, rendendo inúmeros produtos estampados com a marca, como materiais escolares, alimentos, revistas, jogos e brinquedos.

Parte dos episódios da 1ª série foi lançada em DVD pela Focus Filmes. Atualmente, pode ser vista na íntegra com a dublagem original pelo serviço de streaming Looke. Entre 2015 e 2018, uma série de 6 filmes foi lançada, trazendo os personagens da série original na adolescência. Chamada de Digimon Adventure tri., foi exibida aqui no Brasil com os filmes divididos em episódios de meia hora, através da Crunchyroll.