Sim, o ano de 2021 foi agitado como era esperado em janeiro. Foi um ano comemorativo das principais franquias. Tivemos imprevistos por conta da pandemia, mas tivemos alguns bons momentos para celebrar. Aqui faço minha retrospectiva deste ano, fazendo um balanço dos momentos mais importantes do tokusatsu.
Sem vencedores
Na última coluna de 2020, eu publiquei uma retrospectiva do que aconteceu de mais importante no tokusatsu naquele ano. Encerrei falando sobre as minhas expectativas com o canal Loading, que à época estava em seu quinto dia de transmissão.
Dias depois da publicação da coluna, mais precisamente em 22 de dezembro de 2020, Anderson Abraços, então diretor de programação do canal, havia anunciado a aquisição de 10 séries Ultraman. Ultraman Orb seria a primeira do pacote a ser exibida e, segundo nota de bastidores, estava prevista para estrear em algum ponto do segundo semestre deste ano. Além disso, a primeira temporada de Power Rangers: Morfagem Feroz e o (famigerado) Power Rangers Megaforce foram as únicas atrações de tokusatsu no canal.
Mas algo inesperado aconteceu em 27 de maio. A Kalunga, principal investidora da Loading, desistiu da parceria e cerca de 60 funcionários foram demitidos da emissora, incluindo Abraços e os apresentadores de programas como Mais Geek, Multiverso, entre outros. Uma programação tampão começou no dia seguinte com reprises de enlatados.
Um dia antes da demissão em massa, Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho (Tutinha), o CEO do grupo Jovem Pan, além de Rubens Menin e Renata Afonso, dono e CEO da CNN Brasil, respectivamente, estavam na sede da Loading, junto com o ministro das comunicações Fábio Faria.
Vamos lembrar que, em abril, os acionistas já discutiam o encerramento das operações da Loading. Por isso, os candidatos pela aquisição da concessão haviam se reunido para conhecer as operações. Ou seja, a Loading já estava mesmo com os dias contados e, consequentemente, haveria sim uma disputa pela concessão.
A CNN acabou abrindo mão por priorizar outros planos e o caminho se abriu para a Jovem Pan, que não pôde assumir a concessão de TV aberta (mas que acabou inaugurando a Jovem Pan News, seu canal de notícias, em outubro na TV paga).
De acordo com uma reportagem do site Notícias da TV, publicada na noite de 20 de agosto, a Justiça cassou a concessão do canal 32 de São Paulo. A Quarta Turma do TRF-3 considerou ilegal a venda do Grupo Abril (a mesma da extinta MTV Brasil) para Spring Comunicação, que lançou o canal Loading em 7 de dezembro de 2020.
Independentemente do resultado, e considerando a decisão judicial, não haveria como, por exemplo, o pacote com 10 séries Ultraman sair do papel. Ultraman Orb, por exemplo, poderia ser interrompido, assim como o animê Gundam OO (Double-O), que era exibido nas noites de sábado. Isso sem contar com a possibilidade de uma estreia do animê Ranma ½, que estava planejado para estrear em 19 de maio, no horário nobre (veja aqui a chamada que jamais foi ao ar), e poderia ser descontinuado.
Por mais boa intenção que a Loading tivesse, ela passou para muitos espectadores como um “amor de verão”. No fim das contas, todos saíram perdendo, inclusive os fãs de tokusatsu. É vida que segue.
E só pra registrar: o sinal ficou no ar até às 23h59 do dia 27 de novembro, após reprises diárias (a cada seis horas) dos animês Sakura Card Captors, Os Cavaleiros do Zodíaco: The Lost Canvas e Black Clover, além do jornal De Olho no Mundo, produzido pela agência francesa AFP.
Com isso, a Igreja Mundial do Poder de Deus voltou a ocupar a programação no canal 32 a partir da 0h do dia 28. Segundo informações do site Notícias da TV, o sinal do canal 32 continua no ar “porque a Abril entrou com um embargo de declaração para tirar dúvidas da sentença. A Justiça ainda vai analisar. No meio jurídico, os embargos são vistos como um método para atrasar a execução de alguma pena“.
Aquecendo os motores
2021 começou com uma curiosa novidade para os fãs de Kamen Rider. Desde 15 de janeiro, o canal Toei Tokusatsu World Official, no YouTube, tem lançado semanalmente episódios selecionados das séries da franquia. Na realidade são os dois primeiros de cada título, além dos principais filmes.
É uma boa iniciativa, ainda mais por cada vídeo ter legendas em inglês – com tradução automática para português nas configurações do YouTube. Essa seleção deve se encerrar nas próximas duas semanas, pois é esperado que os dois primeiros episódios do vigente Kamen Rider Revice sejam adicionados neste sábado (11) e no próximo dia 18.
Mas no quesito YouTube, a Toei ainda está atrás da Tsuburaya, que segue atualizando sua programação de clássicos e principalmente a série inédita Ultraman Trigger: New Generation Tiga. A Toei poderia ter aproveitado a audiência dos Riders na plataforma para lançar um simulcast de Kamen Rider Revice – que tem sido uma boa série até aqui, apesar de aparentemente pular etapas do roteiro.
Problemas à parte, isso é apenas um aquecimento para o que está por vir. O dia 3 de abril foi a data do cinquentenário de Kamen Rider. Na ocasião, tivemos três grandes anúncios: FUUTO PI (animê baseado no mangá de Kamen Rider W) para o meio de 2022, Kamen Rider Black Sun (o reboot de Kamen Rider Black) para o primeiro semestre do mesmo ano e o filme Shin Kamen Rider (reboot da série original de 1971).
A expectativa mais forte neste momento, especialmente para nós brasileiros, é com Black Sun, que teve seu visual e atores principais revelados no último dia 20. Se você acompanha as notícias sobre a nova produção desde o anúncio em abril passado, sabe que o teor será voltado para o público formado por jovens e adultos. Ou seja, tem tudo pra seguir a mesma fórmula de Kamen Rider Amazons (2016~17), o reboot de Kamen Rider Amazon (1974~75), que usou e abusou de sangue e violência. Inclusive, a série está disponível no Brasil pelo Prime Video.
Falando em Brasil, a Sato Company lançou o filme Kamen Rider Zero-One: REAL×TIME na semana passada, durante a Mostra de Cinema Japonês 2021, parte do Japan Foundation Festival. Houve reclamações dos fãs justamente por ser um filme que se passa após o fim da série de TV. Mas a distribuidora esclareceu em comunicado oficial que a escolha do filme foi do próprio festival.
O mesmo comunicado também informou que a distribuidora adquiriu os direitos da franquia Kamen Rider para a América Latina. Não ficou claro se todas as produções estão inclusas, mas sabe-se que a distribuição será “de forma gradual a partir de 2022“. Cá entre nós: é menos arriscado do que anunciar várias séries de uma vez.
Até o momento temos as confirmações da volta de Kamen Rider Black RX (que deverá ficar sem dublagem, por causa do impasse dos direitos conexos) e a estreia de Kamen Rider Kuuga (que chegou a ser adquirida pela antiga distribuidora Dalicença no início do século, mas sem uma chance de lançamento por aqui). O ano que vem promete dar o que falar.
A luz de Ultra
A Tsuburaya está na frente da Toei (pra não dizer que está anos-luz dela) e segue com sua expansão global, através de seu canal oficial no YouTube. Sempre acompanho a programação de clássicos, principalmente o Mirrorman (1971~72), que nunca tive a oportunidade de assistir antes e estou curtindo bastante, mais por causa do seu teor sombrio (digno de ser assistido na calada noite preta [♪noite preta♪]).
Sobre Ultraman Trigger: New Generation Tiga, acompanho religiosamente nas noites de sexta e acabo revendo os episódios mais importantes nos fins de semana. Tem lá seus momentos meio bobos, mas isso não tira o brilho (sem trocadilho) da série que comemora os 25 anos de Ultraman Tiga.
Com seu quebra-cabeça sendo montado aos poucos, Ultraman Trigger segue um caminho diferente da série de 1996 e respeita o seu legado com justas referências. Não tem a mesma carga dramática de antes, mas já garantiu momentos marcantes para a trama e principalmente com a impetuosa volta de Ultraman Tiga. E pra quem ainda não assistiu, o leitor pode encontrar fácil fácil os episódios anteriores no canal da Tsuburaya com legendas em português. Considero a melhor série tokusatsu de 2021.
A série deve terminar mesmo em janeiro, com 25 episódios. Tomara que a Tsuburaya siga essa mesma linha comemorativa e homenageie Ultraman Dyna, que é a continuação de Ultraman Tiga e completa um quarto de século em 2022.
Falando em Tiga, bem que a série original poderia ser exibida no canal da Tsuburaya no YouTube. Pelo menos nesse momento, o título está restrito à plataforma japonesa de streaming Tsuburaya Imagination. Quem sabe um dia a Tsuburaya faça esse agrado pra gente, né?
Comemoração chata
Confesso que tem vezes que eu não consigo acomanhar direito alguma ou outra série Super Sentai nos últimos tempos, justamente pela pegada mais infantilóide (entenda: excessivamente infantil). Gokaiger se tornou a principal referência de comemoração de aniversário da franquia. Tanto é que o sucesso rendeu o filme Ten Gokaiger, que estreou em novembro nos cinemas japoneses e mostra os nossos piratas do espaço de volta após 10 anos.
Uma pena que não dá pra dizer o mesmo de Zenkaiger, que celebra os 45 anos da franquia. Tá certo que a série passa boas lições, faz referências às séries anteriores, tem trilha sonora da lenda viva Chumei Watanabe, mas nem isso salva o programa. Não sei você, mas sempre que tento ver algum episódio eu me sinto deslocado.
É claro que a trama fala diretamente com crianças da idade primária, por isso é uma dureza, em alguns casos, um adulto na casa dos trinta ou quarenta anos tentar acompanhar. Tá certo que o alvo principal são mesmo as crianças, mas não precisa forçar a barra, né?
De longe, Zenkaiger é a pior série comemorativa de Super Sentai. Quanto mais você tenta ver o que acontece no próximo episódio, mais vontade o espectador tem para (re)ver um Gokaiger, um Boukenger ou um Gaoranger da vida. Será mesmo que Kaito e cia vão deixar saudades daqui a dez anos? Duvideodó.
Debandada
Todo ano entra alguma novidade de tokusatsu nas plataformas de streaming. Mas uma baixa bastante significativa foi sentida em 2021. Séries que foram adicionados no auge da década passada, principalmente, ficaram indisponíveis de forma oficial.
A primeira debandada – que já era esperada desde agosto de 2020 – era de várias temporadas de Power Rangers, além das séries derivadas VR Troopers, Beetleborgs e As Tartarugas Ninja: A Próxima Mutação. Grande parte desses títulos foram adicionados em 2012 e tiveram suas respectivas licenças expiradas em 1º de fevereiro deste ano.
Sobrou pouca coisa, principalmente a primeira temporada de Mighty Morphin Power Rangers. Não demorou muito para a segunda, a terceira temporada e a medonha reversion de 2010 retornarem. Por ora, Power Rangers Ninja Steel/Super Ninja Steel e Power Rangers: Morfagem Feroz estão disponíveis. E a partir do dia 1º de janeiro de 2022 será adicionada a primeira temporada de Power Rangers Dino Fury, mantendo a velha tradição de Ano Novo conhecida pelos fãs brasileiros dos heróis multicoloridos.
Em tempo, a Hasbro inciou sua distribuição gradual de episódios de Power Rangers em seu canal oficial no YouTube – em português.
Outra falta sentida foi a despedida das séries séries Ultraman Gaia (1998~99), Ultraman Nexus (2004~05), Ultraman X (2015), Ultraman Orb (2016) e Ultraman Geed (2017) do catálogo da Crunchyroll, em 31 de março.
Desde então, o catálogo brasileiro não possui mais títulos de tokusatsu, o que é uma pena. Isso provavelmente tem a ver com a expansão global da Tsuburaya.
Aliás, Ultraman X foi a primeira série tokusatsu transmitida por simulcast. Ou seja, transmissão (quase) simultânea, com apenas meia hora de diferença. Ultraman Orb e Ultraman Geed foram pela mesma linha (um com uma hora e outro com meia hora de diferença, respectivamente).
As três séries foram as mais rápidas a virem para o Brasil, superando Jiban que estreou por aqui com menos de um ano de sua estreia e faltando apenas seis dias para o episódio final. Além de atender aos fãs mais inveterados, a disponibilidade dessas séries serviu como porta de entrada para uma parte do público otaku, que nunca teve contato com a franquia Ultraman.
O Prime Video também sofreu com as saídas de clássicos como Jaspion, Jiraiya, entre outros títulos licenciados pela Sato Company. É que ainda circula um processo de negociação dos direitos conexos entre a distribuidora e dubladores dos clássicos.
Estranhamente, Kamen Rider Black, que foi adicionado sem a dublagem clássica (por motivos óbvios), está fora do catálogo desde março. Felizmente ainda temos séries tokusatsu disponíveis como Kamen Rider Zi-O e Garo.
E 2021 ficou marcado pela despedida de Changeman e Flashman no Brasil. Segundo informações do canal Resistência Tokusatsu, o contrato com a Sato Company expirou em 23 de junho e os direitos das duas séries Super Sentai de maior sucesso no Brasil foram automaticamente transferidos para a Hasbro, a atual dona de Power Rangers. Foi bom enquanto durou. Quem tem os DVDs de ambos os clássicos (em que pese os erros da Focus Filmes) tem relíquias em casa.
Vida longa aos reis!
Depois de uma novela sobre os adiamentos da estreia nos cinemas brasileiros, Godzilla vs. Kong se tornou a maior bilheteria desde o início da pandemia, à época, e chegou a ultrapassar a bilheteria mundial de Godzilla II: Rei dos Monstros.
Aqui em Fortaleza teve mais adiamentos do que em São Paulo, por exemplo, e perdi a conta de quantas vezes eu tive que pedir aos chefes para adiar minhas folgas do serviço para assistir (duas vezes, como nos demais filmes de Godzilla). Não foi nada fácil fugir de spoilers e pegar as sessões na reta final das exibições em cartaz. Fiz e faço questão de ver lançamentos no cinema e sem apelar para meios escusos. Valeu a pena esperar.
Godzilla vs. Kong não foi melhor que o filme anterior, mas honrou o legado dos dois gigantes mais famosos do cinema. E pra minha surpresa, o filme caiu no gosto da imprensa não especializada em tokusatsu e filmes kaiju, que normalmente costuma torcer o nariz para esse tipo de produção. Kong roubou a cena várias vezes e mostrou sua força para continuar tocando o barco da saga MonsterVerse no futuro próximo.
É sempre bom ver Godzilla em evidência nos cinemas e ganhando novas animações. Mas infelizmente o Rei dos Monstros não teve a mesma sorte com o animê Godzilla Ponto Singular, que é uma produção entediante e descartável. Jet Jaguar, coitado, pior que estava… ficou.
Muito drama, pouca ação
A reprise de Gridman, a série que deu origem ao nipo-americano Superhuman Samurai (exibido na Manchete entre 1996 e 1997) foi um dos destaques do canal da Tsuburaya no YouTube durante os lançamentos semanais dos seus 39 episódios – entre 30 de outubro de 2020 e 30 de julho de 2021.
Havia uma estratégia que só foi percebida com o lançamento do episódio 22, quando surge pela primeira vez o mecha Dyna Dragon (Drago em Superhuman Samurai), lançado pelo canal em 2 de abril deste ano.
É que nesta mesma data estreava SSSS.Dynazenon, o segundo animê do Gridman Universe. O então novo robô gigante era uma referência ao Dyna Dragon e também ao (desengonçado) God Zenon (ou simplesmente Zenon em Superhuman Samurai).
Infelizmente o animê ficou aquém ao SSSS.Gridman, que tinha lá seu dramalhão, mas que cumpriu a missão de resgatar a nostalgia da série tokusatsu de 1993. O excesso de dramaticidade de SSSS.Dynazenon deixa tudo muito arrastado em vários momentos. Comparar com a série clássica é praticamente inevitável.
Por um lado, Dynazenon foi importante para afirmar mais uma vez a relevância de Gridman. Por outro, ficou a impressão de que o animê serviu praticamente para cumprir uma tabela de fanservices. Quem sabe a coisa fique mais agitada em Gridman x Dynazenon, que foi anunciado em junho pela Tsuburaya e o estúdio TRIGGER, sugerindo um possível crossover entre os dois animês, né?
No mais, bateu ainda mais a vontade de rever os clássicos, tanto a versão original quanto sua contraparte.
A era dos mangás no Brasil
Se no ano passado foi agitado pelo lançamento do mangá nacional O Regresso de Jaspion, os fãs ficaram ainda mais felizes em 2021 com os lançamentos do mangá original de Kamen Rider pela NewPOP, Kamen Rider Kuuga pela Editora JBC e Spectreman pela Pipoca & Nanquim. Logo mais serão publicados o mangá de Kamen Rider Black pela NewPOP e a série de quadrinhos A Ascensão de Ultraman pela Panini. Ah, não posso esquecer do mangá nacional de Jiraiya, que será publicado a partir de 2023 – quando a série de TV completa 35 anos.
Como eu escrevi na edição anterior da coluna, vivemos um momento ímpar e que era tido por muitos de nós como um sonho distante. Se a peteca não cair, creio que poderemos ter mais alguns lançamentos do tipo. Materiais como esse se tornarão raridade daqui a 20, 30 anos. Para um fã mais inveterado (como eu), vale cada centavo, tanto por suas histórias (de diferentes épocas) quanto pelo valor que cada um desses títulos representa.
Isso sem contar que isso pode, de alguma maneira, despertar o interesse de um público que consome quadrinhos, mas que não seja necessariamente fã de tokusatsu. Então, devemos aproveitar muito bem. 🙂
Nada será como antes
Já que iniciei falando sobre TV, finalizo sobre essa parte que eu mais gosto (como diria Milton Neves). Eu tenho observado os rumores por parte dos saudosistas sobre a hipótese de uma volta da saudosa Rede Manchete, já que o leilão do acervo da emissora foi realizado recentemente, em outubro. Alguns sites de notícias apontam a possibilidade do empresário Luciano Hang, dono das Lojas Havan, ter adquirido os materiais. Nada confirmado, pois a identidade do comprador sequer foi revelada.
Sabe-se que o vencedor também adquiriu para si o direito de uso da marca TV Manchete pelo valor de R$500,5 mil. Isso pode ser um indício de que uma nova emissora, com o nome da original criada por Adolpho Bloch (1908~1995), poderia ser lançada daqui a alguns anos. Temos que considerar que a digitalização do material é um custo pesado de tempo e dinheiro, caso o comprador (seja ele quem for) tenha realmente interesse em seguir adiante com essa empreitada.
Uma verdade precisa ser dita diante dessa e de outras realidades: mesmo que a Manchete volte sob nova direção, ela não será como antes. As produções originais da emissora até poderiam ser reprisadas, quem sabe. Mas parte da essência certamente ficaria de fora, como é o caso do inconfundível (e inimitável) locutor-padrão Eloy Decarlo, que foi “a voz” da emissora ao longo dos seus 16 anos de transmissão.
E não adianta imaginar uma volta triunfal das séries japonesas numa versão ressurreta da Manchete. Contratos de vários títulos de animê e tokusatsu foram expirados há vários anos. Seria uma missão impossível resgatar, por exemplo, as dublagens originais de animês como Os Cavaleiros do Zodíaco, Shurato, Sailor Moon e Yu Yu Hakusho, que estão legalmente defasadas. Jaspion, Jiraiya, Jiban e Kamen Rider Black são séries tokusatsu que, atualmente, possuem direitos no Brasil, pela Sato Company. Mas as suas respectivas dublagens estão suspensas pela questão dos direitos conexos.
A volta de programas originais da emissora seria uma ideia muito bem-vinda, mas não é tarefa fácil erguer essa vitrine dos anos 80 e 90. Tal retorno seria parcial e carregado de simbolismo, que remeteria ao saudosismo – o que seria muito bom. Mas reunir todos os enlatados da época, principalmente os japoneses, é apenas uma utopia. Enfim, tudo pode acontecer depois desse leilão. Ou melhor, quase ou nem tudo.
Parafraseando um clássico bordão de fim de ano: invente, tente, faça um 2022 diferente. A Coluna do Daileon entra em hiato e volta no dia 7 de janeiro. Feliz Natal e um 2022 com saúde, paz e bastante tokusatsu e até a próxima.
O texto presente nesta coluna é de responsabilidade de seu autor e não reflete necessariamente a opinião do site JBox.
Eu estou adorando Zenkaiger, das séries semanais que eu assisto acho que a que mais me deixa animado e me faz rir é essa, além do último episódio ter sido muito ótimo!
Revice tá melhorando a cada episódio e mantendo a qualidade, tô curtindo ver!
Espero que os Rider cheguem logo em algum streaming pra eu parar de ter que baixar
Também tô na torcida pra que saía algum simulcast de Kamen Rider. As noites de sábado seriam sagradas. hehehe!
Concordo sobre Zenkaiger. Larguei no episódio 5. Pelo menos pra mim não empolgou.
Mas tudo que foi revelado até agora sobre DonBrothers parece bem promissor.
Sobre Trigger, eu tô achando MUITO fraco. Até que é assistível mas está muito abaixo do nível das outras séries de Ultraman do período da Nova Geração em diante (Ginga até hoje). A mais fraca que eu assisti até hoje.
Revice tá bem bacana. Tenho curtido.
Ultraman Trigger tem uns episódios bem bestas e descartáveis. O Ignis demorou pra ter algum reconhecimento desse que vos escreve. No mais, a série é bem legal. Mas dentre as séries Ultra da nova geração, acho que Trigger fica atrás de Ultraman Orb e Ultraman Z.
Pior que a franquia toda Kamen Rider licenciada no Brasil esta nas mãos do Sr Nelson Sato no Brasil, nos vamos ver apenas legendado por Gustavo nas plataformas como Pluto TV, VIX e Amazon Prime Video, enquanto a Dublagem infelizmente nunca vai rolar, se a Sato for inteligente eu mandaria dublar primeiro o filme de Kamen Rider Zero-One em Campinas no estudio Dubbing Company e escalaria Roberto Rodrigues no Protagonista Aruto Hiden combinaria bem.
Pra mim ficou abaixo de todas. Até de R/B que costuma ser hostilizada (opinião que não partilho)
“Zenkaiger é a pior série comemorativa de Super Sentai”
Meu conssagrado, tu nunca viu Ohrangerm e Turboranger não né ?
Na real, Gaoranger e Boukenger são bem fracas também
Só Gokaiger prestou, mas quem não viu as séries acha que as outras também são boas como ela
Galera, ninguém tá lembrando que Zyuohger também era comemorativa? 😂 Foram os 40 anos de Super Sentai.
É deveras lindo de se ver.
https://www.youtube.com/watch?v=0gQkCWux66c&t=1s