A Mangateca DICRIA, projeto idealizado pelo Anime DICRIA, foi inaugurada neste sábado (9), em Santa Teresa, bairro do Rio de Janeiro. A iniciativa, que contou com o apoio logístico e de divulgação do JBox, tem como intuito incentivar a leitura dos jovens da comunidade através dos mangás.
Localizada no Morro do Fallet (veja como chegar), região central do Rio, a Mangateca já possui um acervo de aproximadamente 4 mil revistas, entre quadrinhos japoneses e diversos outros tipos de materiais destinados ao público infanto-juvenil.
Ainda em fase de implementação, a biblioteca não terá sistema de empréstimos por enquanto, sendo permitida a leitura apenas dentro do espaço. Vale destacar que não é preciso ser morador do Fallet para ter acesso às revistas.
A inauguração está sendo comemorada com uma festa, iniciada ao meio-dia e que só deve acabar na madrugada, segundo a organização do evento. Dentre as diversas atividades, direcionadas a vários públicos e divididas ao longo do dia, estão exposições de arte, torneio de videogame, pula-pula, oficina de desenho, apresentação de dança, graffiti, além de apresentação de DJs convidados.
Dentre as atrações está o rapper niLL, autor de Regina, um dos mais aclamados discos de hip-hop brasileiro dos últimos anos. Nascido em Jundiaí (SP), o músico é conhecido por incluir em suas letras referências ao universo dos animês e mangás.
A organização do evento informou que segue aberta às doações de mangás e quaisquer revistas que sejam apropriadas para crianças, como HQs, livros e almanaques. Atualmente, a banca que recebia doações na Feira da Glória está desativada, mas a entrega pode ser feita pessoalmente na sede da Mangateca, ou até mesmo por correio. Para saber como enviar uma doação, entre em contato com a página no Instagram.
A Mangateca Dicria fica na Rua Jorge da Silva, 121, no bairro Santa Teresa e é aberta a todos os interessados.
O que é o Anime DICRIA?
Criado por Ed Cura, carioca do Morro do Fallet, o Anime DICRIA é perfil nas redes sociais que coloca personagens de animê em cenas do cotidiano do Rio de Janeiro. O nome é uma alusão ao modo como as crianças criadas nas favelas do Rio são chamadas, os “crias”.
A página do Instagram, que já conta com mais de 27 mil seguidores, foi criada em fevereiro para servir como uma espécie de “válvula de escape” em relação à pandemia, que interrompeu o trabalho de Ed como fotógrafo de eventos, como ele conta ao jornal O Globo. Em agosto do ano passado, quando o assunto ocupou as páginas de diversos veículos, a página tinha cerca de 16 mil seguidores.
Com um jornal publicado no Instagram, o perfil comenta desde assuntos relacionados ao universo da cultura pop japonesa – como a estreia de um animê numa plataforma de streaming – até informações específica das comunidades cariocas, além das principais notícias da atualidade (como atualizações sobre a pandemia, resultados dos Jogos Olímpicos de Tóquio, inflação, preço da gasolina e divulgações em geral).
A página também possui outros quadros, como reacts de animês que estão em alta, análises, além das inconfundíveis fotografias protagonizadas por personagens de Naruto, Jujutsu Kaisen, Fire Force e companhia.
Desde o início da página, a construção de uma biblioteca comunitária sempre foi o grande objetivo da equipe, que enxerga na Mangateca a possibilidade de integração efetiva entre o Fallet (além as comunidades vizinhas) e a cultura dos quadrinhos japoneses. Em dezembro de 2021, uma campanha de financiamento coletivo foi ao ar no Catarse — e segue recebendo apoiadores.
O JBox é um dos parceiros do projeto da Mangateca e auxilia na parte logística e de divulgação. O site não foi (nem será) beneficiário de nenhum valor arrecadado pela campanha.
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