O filme Kamen Rider OOO 10th: Core Medal of Resurrection foi lançado há dois meses nos cinemas japoneses e provavelmente o leitor já deve estar ciente do resultado final disso. Acho que já passou o período de waiver e já podemos fazer uma análise sem medo de citar spoilers, né? Se ainda não viu, seguir adiante é por sua conta e risco. Então, vamos lá.

Eu escrevi sobre as impressões em meu blog, ainda em março – e sem spoilers, como é de praxe. Afirmei que o filme reserva surpresas que deixam o espectador ainda mais apreensivo e com uma genuína sensação de despedida. Pois bem, o filme comemorativo de 10 anos de Kamen Rider OOO (O’s) veio para matar o herói principal. É uma continuação que nem deveria existir. Certas obras não deveriam ser revividas e/ou atualizadas. É mexer no que está quieto.

OOO 10th: Core Medal of Resurrection nem chega a ser de todo ruim. Foi legal ver o elenco principal representando seus respectivos personagens mais uma vez. Só que OOO merecia uma homenagem mais justa, até pela nostalgia. A Toei deixou matar um de seus personagens mais carismáticos das últimas décadas e a impressão que fica é de um final de um ciclo que sequer deveria ter recomeçado. Moral da história: o filme é extremamente carregado e nem mesmo a própria série de TV chegou a tanto. O que vimos foi uma forçada de barra tremenda.

Imagem: O ator de Eiji Hino.

Não dá pra aceitar a morte de Eiji Hino, o alter ego do herói-título | Foto: Divulgação/Toei

Daí a gente pensa que Eiji Hino, o alter ego do Kamen Rider, pode surgir nos próximos filmes crossover da franquia como um espírito, assim como Gai Yuki/Black Condor de Jetman.

O contexto do herói da série Super Sentai de 1991 era totalmente outro e, venhamos e convenhamos, era um personagem que não teria muito futuro na vida e, talvez por isso, o roteirista Toshiki Inoue resolveu dar-lhe um destino trágico no último episódio.

Algo bem radical para os padrões da época. É claro que Gai tem seus méritos e até seu jeitão meio “Jece Valadão” foi um dos fatores que consagraram Jetman como um cult do tokusatsu nos anos 90.

Voltando a falar sobre Kamen Rider OOO: Eiji Hino era um andarilho que se preocupava em deixar suas… cuecas limpas para o dia seguinte e encontrar um propósito na vida em sua jornada.

E encontrou quando cruzou o caminho com Ankh e a Fundação Kougami para enfrentar os Greeds. No final da série, Eiji entendeu o real sentido de lutar ao lado de seus aliados, aqueles que lhe apoiaram até o fim.

Ao relembrar de momentos importantes como esse, não dá pra gente aceitar a morte de Eiji. Ninguém esperava por isso e não faz o menor sentido para a mitologia da série. Tudo o que restou até agora foi o especial OOO 10th Kamen Rider Birth: Birth X Secret Story, que estreia no dia 3 de julho e vai contar a origem da nova forma de Shintaro Goto, o segundo Kamen Rider Birth, além de vermos Hina Izumi se tornar em Kamen Rider OOO.

Até penso que Hina poderia ter sido uma Kamen Rider na série de TV, com um traje próprio. Afinal, ela tem uma super força. Mas não é a mesma coisa. E isso não é preconceito de minha parte, veja bem. A questão é que Eiji morreu de uma maneira besta, absurda e desnecessária. E ele é insubstituível, independentemente de qualquer situação.

Quem sabe o nosso herói retorne das cinzas como a fênix. Mas conhecendo a Toei, talvez isso aconteça daqui a dez anos, se a produtora lembrar do personagem. Enfim, nada será como antes depois desse filme.


O texto presente nesta coluna é de responsabilidade de seu autor e não reflete necessariamente a opinião do site JBox.