Em 1º de janeiro de 2022 – coincidentemente o mesmo dia em que surgia o ninja Kamen Rider Shinobi, no episódio 17 de Kamen Rider Zi-O (pelo menos no sonho de Sougo Tokiwa) –, a Sato Company havia anunciado um pacote com mais 9 séries inéditas dos motoqueiros mascarados. Duas delas foram legendadas recentemente e já aparecem no catálogo do site oficial da distribuidora, indicando que serão as próximas séries Kamen Rider a estrearem no Brasil (saiba mais aqui).
É claro que eu estou falando de Kamen Rider Kuuga e Kamen Rider Build. As escolhas foram acertadas para inaugurar o filão com o pé direito e arrisco em dizer, sem medo, que ambas podem superar as expectativas de quem só viu Kamen Rider Black e Kamen Rider Black RX, os dois clássicos da franquia que marcaram época na saudosa Rede Manchete.
Ainda não há data de estreia e nenhuma plataforma de streaming está confirmada, mas é provável que seja no Prime Video, considerando a estreia de Kamen Rider Zi-O em 2020 e a reestreia de Kamen Rider Black RX em janeiro deste ano.
KUUGA
Kuuga foi a primeira série Kamen Rider da mesma era imperial que vigorou no Japão de 1989 até 2019. Embora os filmes Shin: Kamen Rider Prologue (1992), Kamen Rider ZO (1993) e Kamen Rider J (1994) tenham sido exibidos durante o período, são considerados como parte da era Showa, por conveniência.
Historicamente falando, Kuuga é extremamente importante por marcar o retorno da franquia à TV japonesa depois de mais de 10 anos do final de Black RX – embora a Toei não tivesse a pretensão de firmar um retorno definitivo da franquia, coisa que ficou decidida em 2001, graças ao sucesso de Kamen Rider Agito (a série de maior audiência da franquia na era Heisei).
Outro fator que firma seu renome é o fato de ser a segunda série póstuma do mangaká Shotaro Ishinomori (a primeira foi Moero! Robocon, de 1999, que era o revival de Ganbare! Robocon), falecido em 28 de janeiro de 1998.
Quase tivemos o privilégio de assistir Kuuga na TV brasileira. O clássico chegou a ser licenciado pela Imagine Action Dá Licença, do sr. Luiz Angelotti, responsável por resgatar animês como Os Cavaleiros do Zodíaco, Dragon Ball e Sailor Moon lá no início do século. Em setembro de 2002, a revista Anime Kids cogitou a possibilidade da exibição da série na Globo e no também saudoso canal pago Fox Kids.
Mas nunca é tarde para conhecer um clássico, mesmo que datado. Kuuga é uma série que foi exibida nas manhãs de domingo, originalmente pela TV Asahi, e tinha um formato diferente, mais próximo dos doramas. Ou seja, era quase uma “novela de tokusatsu”. Um diferencial e tanto para a virada do século e do milênio.
Kamen Rider Kuuga tem um dos heróis mais carismáticos do tokusatsu, que é Yusuke Godai, o alter ego do herói-título. Sonolento, amigo de todos, gosta de viajar e diz ter duas mil habilidades. Um personagem brilhante que ficou marcado pela interpretação de Joe Odagiri.
Acredito que se a série tivesse o sinal verde no Brasil, há cerca de 20 anos, os fãs de séries japonesas (independentemente de ser entusiasta da Manchete ou um amante dos animês) aclamariam Kuuga da mesma forma que Black e Black RX. Afinal, o nome Kamen Rider ainda estava fresco na memória da galera. Mas isso só funcionaria se fosse exibida num bom horário e com ampla divulgação.
Como estamos na era do streaming, o espectador – seja ele fã de carteirinha ou alguém que terá a série disponível no catálogo como porta de entrada – poderá assistir a qualquer hora após o lançamento. Pela temática de suspense e violência, eu recomendo que o espectador assista na calada da noite. Séries do tipo funcionam melhor assim. Ah, recomendo também a leitura do mangá que a Editora JBC está publicando atualmente, com dois volumes até agora (escrevi aqui uma resenha sobre o primeiro volume desta versão).
BUILD
Já Kamen Rider Build é considerada por muitos a melhor série de toda a franquia. E eu confirmo. Se você curte uma trama com ficção científica, conspiração, surpresas e bastante reviravolta, vai curtir esta maravilhosa série de 2017, a penúltima da era Heisei.
Nem posso falar muito sobre a trama de Build, pois eu estragaria a surpresa. Mas posso adiantar que temos um vilão mais perverso que Shadow Moon, Taurus, Dasmader, Xaviax ou qualquer outro que você tenha visto ao longo de cinco décadas da franquia. Este foi o primeiro trabalho do roteirista Shogo Muto com tokusatsu e ele veio com tudo, criando uma trama perfeita pra nenhum fã botar defeito.
Be the one e no fear, no pain. Tanto Kuuga quanto Build são séries diferentes de uma mesma era e com seus próprios conceitos. São imperdíveis e vale fazer aquela maratona ou uma dobradinha dos heróis. Agora, uma humilde dica deste colunista para a Sato Company: seria ideal investir mais na divulgação destas séries antes das respectivas estreias. Impulsionar estas duas grandes obras é primordial para atingir mais fãs.
O texto presente nesta coluna é de responsabilidade de seu autor e não reflete necessariamente a opinião do site JBox.
Kamen Rider Build é a serie obrigatória para Sato mandar dublar, se não mandar dublar a Sato não tem condições e não merece adiquerir a franquia Kamen Rider.
kamen rider build poderia passar no sbt que ta decadente essa é a oportunidade perfeita pra um acordo pense nisso sato
Emissora certa é a Band que já tem contrato com a Sato, se Kamen Rider Build passar no horario nobre as 21 horas aos sabado garantirá uma otima audiência.
Nem SBT, nem Band. Não sejam trouxas de continuar acreditando que TV aberta ainda terá algum espaço para qualquer série de qualquer gênero de tokusatsu.
Diz aí qual título de todo o catálogo da Sato está na TV aberta, diz.
O negócio da empresa é streaming, Pluto TV e essas paradas. E se dêem por satisfeitos.
Não mentiu. E estatisticamente falando TV já é coisa morta. É só ver as inúmeras tentativas que a Globo faz de trazer um público jovem pra consumir o canal.