As pré-estreias de séries inéditas de Kamen Rider pela Sato Company estão movimentando fãs que aguardam há tempos esse tipo de material chegar no Brasil. Foram 9 meses de espera entre o anúncio oficial realizado no primeiro dia deste ano e o último dia 1º de outubro, quando finalmente foram lançados os dois primeiros episódios da série Kamen Rider Kuuga, que foi trazida pra cá no início da década de 2000, mas que infelizmente nem chegou a ter um sinal verde à época.

Esse tempo de “gestação” poderia ser melhor aproveitado com os lançamentos de Kuuga e também de Kamen Rider Build, cujas as legendas estão prontas desde o começo do ano. Até agora, não há previsão de um lançamento completo destas e outras séries da franquia de Ishinomori em plataformas de streaming. Tudo o que sabemos até agora é que elas serão agregadas ao Amazon Prime Video, segundo Nelson Sato em recente entrevista para o portal Omelete — considerando que a plataforma possui exclusividade de Kamen Rider Amazons e Kamen Rider Black Sun, que estreou nesta sexta (28).

A Sato está seguindo um caminho parecido com o canal Toei Tokusatsu World Official, que lançou os dois primeiros episódios de cada série Kamen Rider em 2021, sempre nos finais de semana. Vejo isso como uma forma de divulgação dos produtos, mas o potencial da franquia ainda não está sendo tão bem explorado como deveria. Os lançamentos poderiam ser a conta-gotas via streaming, com uma ou duas séries disponibilizadas por vez e periodicamente até o pacote acabar.

A distribuidora poderia seguir a receita da americana SHOUT! Factory, que divulga amplamente todas as séries tokusatsu adquiridas e não costuma deixar uma lacuna tão grande entre anúncio e lançamento. Kuuga é um ótimo exemplo. A série estreou nos EUA em 1º de maio de 2020, depois de poucos dias do anúncio oficial pela plataforma de streaming TokuSHOUTsu. O sucesso entre os fãs rendeu um lançamento em Blu-ray na terra do Tio Sam em setembro passado, também pela SHOUT! Factory.

Tudo indica que os primeiros títulos do pacote a ganharem lançamentos completos sejam mesmo Kuuga, Agito, Ryuki, 555 (Faiz), Build e Zero-One — que atualmente estão na seleção de episódios aos sábados. Mas a impressão que fica é que a Sato está esperando para que todas as séries sejam lançadas de uma vez ou talvez em partes, o que é arriscado, pois acaba restringindo a chance de ouro para a franquia vingar no Brasil.

Ora, se até a Netflix (que não pretende mudar no geral seu esquema de lançamentos “maratonáveis”) já teve algumas produções originais orientais exibidas a conta-gotas, por que não lançar cada série completa à medida em que os trabalhos de legendagem forem concluídos? Assim tanto os antigos e novos fãs poderiam ver e rever as séries Kamen Rider sem tanta pressa.

Que a franquia tenha o destaque merecido daqui pra frente, com passos de cada vez — na medida, de preferência — para que o público possa apreciar as aventuras dos motoqueiros mascarados longe de alguma saturação.

O texto presente nesta coluna é de responsabilidade de seu autor e não reflete necessariamente a opinião do site JBox.