Se você é um brasileiro que gosta de quadrinhos e não é mais tão jovem assim, provavelmente já ouviu em algum lugar que o Osamu Tezuka e o Mauricio de Sousa foram amigos. Talvez isso pareça a princípio um tanto inusitado, mas de fato eles se conheceram e sabiam do trabalho um do outro — inclusive, atualmente, Turma da Mônica é um tanto conhecido no Japão e, recentemente, o desenho animado foi dublado em japonês e é exibido num programa infantil.
Por causa dessa relação com Tezuka, Mauricio de Sousa foi convidado para publicar uma história na TezuComi em 2018 num tributo aos 90 anos do quadrinista japonês. E assim nasceu A Princesa e o Cavaleiro: A Noite da Princesa, uma colaboração entre a Tezuka Productions e a Mauricio de Sousa Produções que foi publicada este ano no Brasil pela editora JBC.
A edição brasileira reúne os seis capítulos do quadrinho em um volume único. O encadernado é bem bonito, com uma sobrecapa colorida que tem até letras douradas em relevo, e a encadernação também não deixa a desejar.
Quanto à história de A Noite da Princesa, podemos dizer que é uma espécie de continuação e spin off do mangá do Osamu Tezuka — sim, meio que as duas coisas ao mesmo tempo.
A história segue a princesa Ann, que é a reencarnação da princesa Safiri, numa aventura em Roma na qual ela foge de seus afazeres de jovem da realeza. A narrativa é inspirada não apenas em A Princesa e o Cavaleiro, mas também no filme A Princesa e o Plebeu de 1953.
O enredo é bem simples: a princesa Ann foge dos seus compromissos de princesa, encontra um jovem jornalista e se mete em algumas confusões. Pra completar, ainda contamos com a presença de três personagens bastante conhecidos de A Princesa e o Cavaleiro: o anjo Ching, a bruxa Heckett e a Madame Inferno. Entretanto, talvez o que torne a experiência de leitura verdadeiramente agradável são os “personagens escondidos”.
Ao longo de todo o quadrinho, vários personagens famosos de Tezuka e de Mauricio aparecem. Eles estão ali compondo o cenário, se destacando no meio da multidão e até mesmo invadindo a cena e participando da narrativa principal. Isso faz com que a história se torne um verdadeiro rolê aleatório.
Em um capítulo mais ou menos na metade do quadrinho, você tem uma salada de Turma da Mônica Jovem e A Princesa e o Cavaleiro temperada com A Princesa e o Plebeu.
A presença dos personagens conhecidos ao fundo torna a experiência de leitura bem mais divertida. O leitor tem uma surpresa a cada página e começa a jogar uma espécie de “Encontre o Erro” com o quadrinho. É um detalhe bastante simples, o puro suco do fanservice, mas funciona muito bem.
Uma questão interessante é que, curiosamente, o quadrinho consegue parecer tanto algo que o Tezuka faria quanto algo que o Mauricio faria. A história é leve, engraçadinha, por vezes um pouco caricata e até meio caótica. Fica mesmo parecendo uma colaboração entre os dois autores.
A parte menos bacana da história é o final. A narrativa caminha de uma forma que quando acaba, você fica meio: “Nossa é isso? Acaba assim, aqui?”. Porém, também não tinha como ter um fim mirabolante nem nada do tipo por causa do próprio enredo inicial. Então, o que fica é uma experiência divertida.
No fim das contas, A Noite da Princesa é o rolê aleatório do mundo dos quadrinhos que ninguém sabia que precisava, até ele de fato acontecer.
Galeria de fotos
Confira algumas fotos da edição brasileira de A Noite da Princesa:
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Essa resenha foi feita com base na edição cedida como material de divulgação para a imprensa pela editora JBC.
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