Geralmente em Pretty Cure, assim que a primeira heroína de cada temporada aparece, rapidamente as demais integrantes do grupo surgem nos episódios seguintes. Entretanto, Delicious Party Precure parece ter dado início a uma nova tendência em que há um espaço maior para a apresentação de um time completo.
Por isso mesmo, antes de Cure Prism fazer sua estreia em Soaring Sky! Pretty Cure (Hirogaru Sky! Pretty Cure), tivemos uma dupla de episódios em que Sky agia como uma heroína “solo”.
Se para alguns fãs antigos isso pode parecer uma simples forma de “enrolar” o desenvolvimento da história, Hirogaru Sky! provou que é possível fazer um bom uso desses “capítulos extras” antes de colocar Cure Prism em ação.
O começo de uma amizade
Foi o que vimos no segundo episódio, que estabeleceu as bases da amizade de Sora e Mashiro, e reforçou que juntas elas são mais completas.
Sora é muito ativa e aberta para novidades, ao mesmo tempo em que sabe de coisas que a amiga não sabe. Já Mashiro chega a ser um pouco preocupada e atrapalhada demais, mas tem a difícil missão de apresentar a Sora esse novo mundo em que ela se encontra.
Quando unidas, elas formam uma espécie de dupla perfeita, seja para resolver problemas, seja para cuidar da pequena Elle.
A dinâmica das duas no episódio foi realmente muito boa. A sensação foi que nesses apenas 20 minutos o roteiro conseguiu criar uma conexão entre elas de forma orgânica, ao mesmo tempo em que explorou as singularidades de cada uma.
Sora e Mashiro podem se tornar heroínas muito profundas, de modo que a série parece apenas estar nos apresentando o que se encontra na superfície da personalidade de cada uma delas com seu misto de ação e comédia.
Duas amigas e um bebê
Desenvolver a amizade entre duas personagens não é simples. Fazer isso com o adicional de um bebê é ainda mais difícil, mas Hirogaru Sky! quer provar que é possível.
De forma doce e delicada, o roteiro conseguiu aprofundar a relação das duas protagonistas em meio a situações triviais e até educativas, mas sem nunca menosprezar a capacidade intelectual de seu público-alvo.
Há de fato certa fofura nos diálogos de Sora e Mashiro, enquanto elas tentam acalmar a pequena Elle. Entretanto, nada parece forçado ou estar ali apenas para trazer uma lição. Tudo parte naturalmente dessas personagens, que nesses dois episódios já parecem ter se tornado bem reais.
Se há deslizes nos dois capítulos, estão nas sequências de luta, que parecem ter sido incluídas apenas para cumprir a “cota” de ação de cada capítulo. Isso não é um grande problema, uma vez que há bom dinamismo nas cenas e o vilão Kabaton é dono de uma série de piadas eficientes, mas seria interessante se em breve a inserção dos inimigos fosse melhorada.
Que entre Cure Prism
O terceiro capítulo foi bem agitado. Antes mesmo de Mashiro se tornar Cure Prism, tivemos a apresentação de outra personagem importante: Ageha. Fácil notar que ela se tornará em algum momento a Cure Butterfly, mas, mesmo sem poderes, a personagem conseguiu roubar a atenção para si.
A jovem é divertida e animada, com uma espécie de veia cômica que é muito bem-vinda. Mesmo sendo adulta, ela passará por situações similares ao dia a dia das Precures mais jovens no que diz respeito a estudos, uma vez que a vemos se matricular em uma escola para professoras.
Aliás, trabalhar essa aspiração da personagem (e também desmembrar essa ideia para as outras protagonistas) foi uma ótima forma de apresentar novos detalhes da personalidade de Ageha em poucos minutos.
Ageha também teve importante papel na introdução de Cure Prism, outra aplicação eficiente do roteiro do episódio. Os sentimentos de amizade dela com Mashiro ficaram bem expostos e auxiliaram no próprio amadurecimento da nova heroína.
Por falar em Cure Prism, sua estreia seguiu o ritmo das boas batalhas dos restantes capítulos dessa temporada. Foi interessante descobrir que ela realmente atua de modo diferente da Cure Sky nas batalhas, lutando de longe com sua habilidade de atirar esferas de energia. Será ótimo ver essa nova dupla em mais embates contra o mal no futuro.
Se há alguma coisa que Hirogaru Sky! Precure ainda deixa a desejar, isso diz respeito apenas aos objetivos das heroínas. Claro, elas obviamente querem ajudar Elle a voltar para Skyland, mas a série ainda não mostrou como elas podem fazer isso.
Falta algo que mova de fato as ações das garotas, do mesmo jeito que a busca por uma pedra mágica as motivou no episódio 3. Felizmente, ainda há tempo para incluir esses elementos na história.
Confira as outras resenhas da série:
Soaring Sky! Pretty Cure é exibido pela Crunchyroll com legendas em português de forma simultânea com o calendário japonês. A empresa fornece ao JBox um acesso à plataforma.
O texto presente nesta resenha é de responsabilidade de seu autor e não reflete necessariamente a opinião do site JBox.
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