Tá certo que tokusatsu é mais conhecido no Brasil por clássicos, principalmente aqueles exibidos pela extinta Rede Manchete. Só que o gênero é muito mais do que uma época boa que já se foi e não volta mais. Felizmente temos materiais inéditos por aqui via streaming, mas falta algo muito importante para preencher uma lacuna que foi deixada quando a emissora carioca virou história.
Ao contrário do nicho de fãs nos EUA, por exemplo, a nossa realidade ainda é atrasada. Existem problemas que poderiam ser listados nesta coluna como dificuldade em encontrar mais produtos originais/licenciados como colecionáveis, desinteresse de algumas mídias em exibir produções do gênero etc. Mas considero o estigma contra o tokusatsu como o pior desses males.
Daí surgem estereótipos e até mitos como “tokusatsu é só pra criança”, “todas as séries são iguais”, “é só para o público masculino”, “é tudo tosco”, “o gênero é ultrapassado”, “não tem enredos importantes”, “tokusatsu não é mais popular no Brasil” e por aí vai.
Apesar dos problemas e mitos, o autêntico fã de tokusatsu sonha em ver seus heróis terem a mesma sorte que os animês por aqui. Acredito que o maior sonho seria de ver o gênero ganhar mais reconhecimento e respeito no nosso país, não somente como um mero entretenimento infantil, mas também como um gênero rico que pode, sim, ser apreciado por pessoas de qualquer idade.
Afinal, tokusatsu é tão bom que, além dos fãs das antigas, consegue cativar, por exemplo, adolescentes e jovens que realmente ficam empolgados em ver elementos de ficção-científica nas séries Ultraman, ou mesmo uma mulher adulta que virou fã recentemente e se encantou com a dramaticidade das séries Kamen Rider.
Como eu disse acima, felizmente temos materiais licenciados no Brasil que estão (ou estarão) disponíveis via streaming. Boa vontade as distribuidoras têm e essa iniciativa é importante. Agora o que falta mesmo é estratégia e divulgação para atrair antigos e criar novos fãs, independentemente da faixa etária.
Tendo uma boa oferta de catálogo, investimento na qualidade de som e imagem e também nas traduções das dublagens e legendas, especialização em tokusatsu e realização de promoções, o gênero pode sair do underground em médio-longo prazo. Não digo que volte a ter aquele boom de antigamente, mas se o tokusatsu ganhar o mínimo de destaque, isso pode incentivar potenciais novos espectadores a terem familiaridade com os heróis e os enredos que são oferecidos oficialmente no Brasil.
O tokusatsu está com uma boa safra de clássicos e lançamentos, mas ainda falta muito para ficar acima do ótimo. Havendo esforço e dedicação das empresas que detém os direitos dos materiais no Brasil, boas oportunidades podem ser criadas com a formação de novos fãs (de 8 a 80 anos) que procuram assistir algo para se entreter depois de um longo dia de trabalho, se informar sobre os títulos, se conectar com outros fãs, participar de eventos de cultura pop, compartilhar essa paixão com a nova geração, se emocionar e apreciar esse maravilhoso universo e refletir sobre a importância de valores como a justiça, a amizade e a incansável luta do bem contra o mal.
Como diria um conceituado locutor de rádio daqui da capital cearense, “sonho que se sonha só é apenas sonho, sonho que se sonha junto vira realidade”. Embora haja dificuldades, eu acredito nisso e já passou da hora da gente renovar o espírito de fã para passar a difundir essa cultura. Hoje somos gratos pelo tokusatsu em nossas vidas e amanhã poderemos ser ainda mais. 😉
O texto presente nesta coluna é de responsabilidade de seu autor e não reflete necessariamente a opinião do site JBox.
Se a toei fosse esperta ela ráfia bancando essa dublagem dos tokusatsu da Sato pois assim que acabar ela já ter os direitos daquilo pra ela, ou até trazer os antigos e mandar dublar
César Filho, no outro post você me falou que Kamen Rider Kugga estaria cotado para passar na Globo e na Fox Kids, legal mais e os outros que nunca ouve uma oferta ou algum interesse ( tirando aquilo da cinehouse que ninguén viu ).
A gente cresceu vendo animes. Podemos ver os antigos, ainda que infantis, por saudosismo, ou caçarmos os mais adultos.
Com tokusatu não tem adulto, ou se tem não bem investidos aqui. Desisti de ver o novo Kamen Rider Black porque a Amazon não se deu ao trabalho de dublar… Hoje eu não tenho saco pra ficar vendo tudo legendado… ou, se fosse como há uns anos, beleza, eu via legendado porque a série não tinha chance de vir oficialmente pra cá. Só que agora elas estão vindo e o mínimo que se espera é dublagem.
Oi, Diego O. Então, na TV, depois da tentativa frustrada com Kuuga, tivemos uma única reprise de Ultraman Tiga (desta vez com os episódios finais), em 2005, na Rede 21 e Ryukendo na RedeTV!, a partir de 2009. Os materiais inéditos que vieram depois foram lançados em streaming.
Na real, mesmo sendo fã, reconheço hoje a mídia tokusatsu como LIMITADA, e acho que é inclusive essa limitação que impede que essas produções alcancem uma popularidade maior do que a que tem hoje somada a outros fatores aqui no país.
Tokusatsu é basicamente sustentado hoje por 3 franquias e suas respectivas fórmulas: Ultraman, Super Sentai e Kamen Rider e todas elas tem como força-motriz a venda de brinquedos para crianças, crianças que aqui no Brasil se desacostumaram desse tipo de produção desde o fim da Rede Manchete, e isso ainda é tão realidade que até mesmo os Power Rangers, que são a franquia do estilo mais consolidada entre o público geral no Brasil, parecem sofrer para capturar e sustentar o interesse da geração Tik Tok/Free Fire.
Se uma pessoa em idade adulta ou infantil não consegue gostar de nenhuma das produções desse estilo ou mesmo das séries que hoje fedem a mofo dos tempos da Manchete, ela não vai ter muito mais o que procurar para talvez mudar de opinião, pois é uma vez na vida e outra na morte que aparece alguma produção nova que tente desafiar a hegemonia dessas marcas consolidadas como um GranSazers ou um Tomica Rescue ou mesmo produções voltadas para um público mais velho, como uma releitura de algum Kamen Rider clássico, do Godzilla ou algum outro kaiju ou até mesmo uma série totalmente nova tipo Garo que às vezes pode dar sorte de virar uma franquia. Cenário esse completamente diferente de mídias como animes, animação, jogos, filmes e quadrinhos, mesmo se limitasse esse último a quadrinhos de super heróis.
Então sinceramente…acho praticamente impossível outro fenômeno comercial e de popularidade como foi com Jaspion e Changeman na década de 80, mesmo porque Toei e Tsuburaya só estão pensando formas de alcançar o resto do mundo agora já tendo perdido muito tempo ignorando o mercado externo e intermediárias como a Sato são incompententes de mais naquilo que se propõem a fazer mesmo com o apoio de influenciadores digitais que supostamente deviam fazer uma ponte mais sólida entre os interesses do público e essa empresa para ações mais assertivas.
O problema é a Sato virou entrave para os Tokusatsu no Brasil infelizmente o produto legendado não é sustentável pq o público brasileiro quer ver dublado, Sato só manda dublar filmes por ter baixo orçamento, infelizmente a Sato é uma distribuidora pobre e capenga.
Primeira coisa que eu faria para a situação do tokusatsu melhorar no Brasil é deixar de usar uma empresa para intermediar. Ou seja, da mesma maneira que a Toei lança aqui no Brasil alguns de seus animes mais populares, como Dragon Ball, CDZ, One Piece, etc, cabe a própria Toei trazer suas séries para cá, sem ficar dependendo de Sato Company, etc.
Segundo, streaming. OK, nem todos tem condição de assinar um streaming, e TV aberta é mais democrática por ser de graça. Porém, TV aberta não se sustenta mais hoje em dia sozinha, então a menos que vendesse bonecos como antigamente (não vai) ou arrumar bons patrocinadores para bancar o horário dessas séries na TV (não vai), o canal que topar exibir vai ficar colocando elas em horários péssimos, exibições ruins, sem respeitar a continuidade, mudando de horário, mudando de dia, etc. Se quer tratar o tokusatsu de maneira série, o streaming seria a única forma que a pessoa poderia ver da maneira que tem que ser.
Terceiro, investir em dublagens. Vamos ser sinceros: quem queria ver essas séries legendadas, já viu. Foi através de maneiras “não legais”, mas viu. Então qual seria a novidade? Um motivo para fazer assistir? A dublagem, isso seria algo inédito. Além disso, pessoas que nunca viram legendado porque não queriam ou não podiam, agora finalmente terão um motivo para ver. É sabido que a maioria da população brasileira prefere ver conteúdo dublado, então que dublem, mas dublem em estúdios bons, pois essas séries merecem dublagens de qualidade. Como a Toei usa muito a Unidub para dublar seus animes, poderia manter nesse estúdio, principalmente porque lá temos diretores de dublagem que conhecem, entendem e gostam de tokusatsu, o que seria um diferencial para evitarmos os erros de tradução/adaptação de antigamente. A Unidub ainda tem a seu favor o fato de trabalhar com praticamente todo mundo de São Paulo, e ainda poder contar com dubladores do RJ para diversificar as vozes de diferentes heróis, algo que novamente consertaria um problema de antigamente, que víamos muitas vozes repetidas em personagens de destaque.
E, por último, e aqui não cabe especificamente ao Brasil: uma diversificação de suas séries. Ultraman, Super Sentai e Kamen Rider são todos muito bons, mas sinto falta de tokusatsus mais “isolados”, que não fazem parte de série nenhuma, e que não necessite de conhecimento prévio para se gostar. Até voltar com Metal Heroes novos já seria uma diferença legal (e até saudosista). Talvez a Toei poderia deixar SS/KR mais infantil, para vender bonecos, e usar os MH como algo “mais sério”, para um público mais adulto. Claro, ainda poderia vender produtos, mas aí seriam produtos mais voltados para o público mais velho, como aquelas estátuas colecionáveis lindíssimas (e caras rs) que tanta gente compra de tantos animes, quadrinhos e filmes diferentes.
Quem vai perder tempo com isso? Só os marmanjos do brasil saudosistas mesmo, se não tem retorno financeiro pode esquecer, toei é uma empresa quem nem sabe o que é marketing direito, produções com péssimos atores, kdrama dá muito mais dinheiro, acorda pra vida.
A resposta pra essa pergunta é a mesma que o Chaves disse ao seu Madruga sobre ter algo errado na cara: tudo.
Problema é que lá fora metal hero morreu por assim dizer, o foco deles é dinheiro, e em comparação demográfica, Super Sentai é mais infantil enquanto Kamen Rider abrange de 10 até 16 anos na faixa etária, e mesmo sendo “infantis” essas histórias ainda tem momentos mais maduros e mortes de personagens, coisa que a gente nem vê nas animações americanas direito, ainda mais nos Power Rangers, o lance é q aqui vai ser difícil ou quase impossível de tokusatsu ter um reconhecimento próximo dos animes, ainda mais pq passou o tempo e demorou muito pra tentarem lançar coisas novas, a Netflix não vai querer bancar algo que pra ela vai dar menos lucro q série teen, Crunchyroll tbm não vai querer, muito menos o Max agora da Warner, então só sobrou a Amazon msm, mas aí pra ter dublagem depende da Sato, e bem… Nem contratar estúdios como ATMA ou Dubrasil eles conseguem pra tokusatsu, usaram a Unidub nos filmes de My Hero pq o lucro era garantido já com tokusatsu….
Po brother vou ser sincero com vc, acho q o maior problema do Tokusatsu no Br é o proprio “fã” de Tokusatsu. O produto é interessante e pode sim atingir um novo publico, mas a parcela q mais faz barulhos são aqueles dinossauros mancheteiros q a qualquer sinal de um tokusatsu novo já tacam um hater forte em cima. Simplesmente n importa qual Kamen Rider lançarem aqui, vão chiar pq não é o Black, se fazem realmente uma versão seria e adulta (Bem diferente do original, ao qual na cabeça deles é mega sombrio) q foi o caso de Black Sun, reclamam pq tem “lacração”.
Simplesmente esses caras afastam não só um novo publico q não vai conseguir consumir um produto antigo por conta de um ritmo completamente diferente da atualidade, como tbm afastam a empreitada de novos produtos pois eles sempre vão ter alguma reclamação mega imbecil pra gerar problemas.
O pior de tudo é que no meio desses fãs tem caras “conceituados” por conta das revistas atigassas aqui do BR q endossam essa postura. Logicamente esse preconceito q vc aborda no texto existe e somente um novo publico consumidor vai fazer ele sumir, o problema é q o publico antigo faz questão de reforça esse problema com reclamações estupidas achando q Tokusatsu bom era só o q passava na manchete.
Concordo com tudo que disse
KR O Cavaleiro Dragão achei ótimo, mesmo sendo americano, sua história é infinitamente superior a sua versão japonesa. Na versão americana a temática é mais séria e sombria, o que me agradou mais.