Ao contrário do que se poderia esperar, a estreia da Cure Butterfly em Hirogaru Sky! Precure não trouxe grandes reviravoltas para a trama do animê. Na realidade, os capítulos mais recentes foram razoavelmente mais calmos do que os vistos há semanas atrás, com arcos bem emocionais.
O foco atual tem sido o desenvolvimento de personagens. Isso ofereceu alguns pontos altos e baixos aos últimos episódios, mesmo que o bom humor seja um elemento frequentemente bem trabalhado na série.
Rivalidade entre amigos
Com a chegada de Ageha à equipe, os roteiristas logo se mexeram para criar a dupla Wing/Butterfly do mesmo jeito que fizeram com Sky/Prism. O fato de já terem preparado terreno para isso em capítulos anteriores facilitou esse processo.
Era óbvio que Tsubasa ficaria incomodado com a presença da nova precure e foi natural ele ver Ageha como uma rival na hora de cuidar da sua querida Elle. O apego do garoto pela princesa, aliás, tem sido um elemento muito bem trabalhado de sua personalidade.
Essa rivalidade entre os dois, porém, parte apenas de Tsubasa, já que Ageha é totalmente alheia a isso e esse é justamente um ponto forte do episódio 19. A comicidade inerente da situação de ver alguém irritado e querendo superar alguém que não percebe o que está acontecendo sempre pode trazer boas cenas quando bem trabalhada, e aqui não foi diferente.
Teria sido até mesmo interessante se essa relação fosse estendida por mais algum tempo. Só que o roteiro precisava que Tsubasa aprendesse uma lição de companheirismo com Ageha o mais rápido possível, para que Cure Wing e Butterfly liberassem seu novo poder conjunto.
Interessante notar também a diferença no modo como o animê trata Ageha em relação às outras heroínas. Por ser uma adulta, faz sentido ela ser a mais cuidadosa do grupo e muitas vezes se esforçar demais de maneira desnecessária. Tem coisa mais comum que um adulto que trabalha muito ou se preocupa com seus amigos de forma demasiada?
Entretanto, se a relação dos personagens foi bem desenvolvida, o mesmo não se pode dizer da luta contra o monstro da semana. O embate com Battamonda está longe de ser ruim, mas a estratégia do vilão de separar as heroínas para ter mais chances de vencê-las era boa demais e merecia ser aplicada em um episódio focado somente nisso.
No fim, foi apenas uma luta simples para apresentar o novo acessório das precures. Ao menos o ataque especial de Wing e Butterfly é muito divertido (Tsubasa virando um passarinho gigante no final me pegou de surpresa).
O sonho de Mashiro
Uma das partes mais empolgantes de Precure é ver o desenrolar das histórias pessoais das protagonistas e como elas evoluem para alcançar sonhos e objetivos. Entretanto, Hirogaru Sky! havia nos apresentado pouco disso em relação a Mashiro.
O episódio de número 20 pareceu querer corrigir esse “problema” e deu à Cure Prism uma meta para a vida: se tornar uma ilustradora de livros. Acontece, porém, que o modo como esse desejo da protagonista foi apresentado acabou sendo um tanto quanto repentino.
Havia pouquíssimos detalhes de capítulos anteriores que nos levasse a crer que ela gostaria de seguir essa carreira quando crescer. Seria até mesmo mais fácil acreditar que ela teria algum sonho relacionado ao mundo da moda e maquiagem, já que ama coisas do tipo.
O sonho de se tornar ilustrado pareceu mais uma vontade do roteiro de fazer com que parte dos desejos da protagonista tivesse alguma conexão com cuidar de crianças e assim pudesse girar em torno de sua relação com Elle.
Isso é notável porque o relacionamento com a princesa de Skyland também afeta de alguma forma os objetivos de outros personagens: Sora quer ser uma heroína e seu primeiro ato heroico foi salvar Elle; Ageha está fazendo faculdade para ser professora infantil, então tem ótimas habilidades para cuidar de bebês; e Tsubasa só aprendeu a voar porque queria ajudar a princesa.
Tornar Mashiro uma ilustradora de livros permite que o animê faça com que ela crie diversas histórias infantis que obviamente serão direcionadas a Elle (assim como ela fez nesse capítulo). Entretanto, seria interessante vê-la seguindo um sonho que parecesse mais natural a ela e não causasse uma sensação de estranheza.
Essa falta de naturalidade comprometeu a subtrama, que curiosamente só se salvou na divertida luta das precures contra um monstro em forma de farol.
Pelo menos agora que esse novo objetivo de Mashiro foi fundamentado, talvez quando ele volte a ser citado a sensação de ser algo estranho desapareça.
O conhecimento de Tsubasa
Seguindo um caminho quase oposto ao do capítulo anterior, o episódio 21 mostrou um herói “perdendo” um de seus sonhos. No caso, me referi ao fato de Tsubasa ter notado que não tem mais objetivos de vida, já que agora ele consegue voar como precure e não precisa mais estudar aerodinâmica para realizar esse desejo.
Ao lado de Sora, Tsubasa é o protagonista que tem tido o melhor desenvolvimento de toda a temporada e também é o mais divertido. Ver ele entrando em “surto” e sem saber ao certo que rumo tomar por “perder o seu sonho” é divertido e, ao mesmo tempo, causa bastante identificação.
Talvez isso não ocorra tanto com crianças, mas como adulto digo que não há coisa mais comum do que mudar de objetivos e se sentir um tanto quanto desorientado em meio aos diferentes rumos da vida. É interessante ver a série tratando desse ponto com Tsubasa e dando mais camadas de humanidade ao jovem herói.
Além disso, o capítulo trouxe ensinamentos importantes quanto ao fato de que o conhecimento adquirido em vida nunca é perdido. Foi bem interessante ver o Cure Wing utilizando tudo o que sabia sobre os céus ao criar estratégias para derrotar o monstro da semana.
Vale ainda ressaltar que é inteligente da parte dos roteiristas mostrar que o personagem sabe “prever o clima”, já que essa é uma característica muito comum dos pássaros em geral, que conseguem identificar mudanças na atmosfera para evitar chuvas ou tempos frios.
Como pode-se notar, as últimas semanas foram relativamente calmas para as heroínas de Hirogaru Sky! Precure. Entretanto, as coisas devem mudar em breve, já que Battamonda demonstrou ter uma “carta na manga” guardada para derrotar as precures no futuro.
Será que teremos uma “luta final” contra Battamonda? Será que isso significa que novos vilões vão tomar o lugar desse antagonista em breve? Isso, somente o futuro poderá dizer.
Confira as outras resenhas da série:
- Episódio 1;
- Episódios 2 a 4;
- Episódios 5 a 7;
- Episódios 8 e 9;
- Episódios 10 a 12;
- Episódios 13 a 15;
- Episódios 16 a 18.
Soaring Sky! Pretty Cure é exibido pela Crunchyroll com legendas em português de forma simultânea com o calendário japonês. A empresa fornece ao JBox um acesso à plataforma.
O texto presente nesta resenha é de responsabilidade de seu autor e não reflete necessariamente a opinião do site JBox.
Sim… Battamonda tem uma carta na manga… E é uma PESADA!!! o ep. 22 apresenta aquele já clássico clichê: O momento no qual o herói( ou, no caso, heroína) protagonista perde a sua autoconfiança e tem aquela crise de fé, diante um grande problema ou um terrível impasse… não direi mais, para não estragar a surpresa daqueles que ainda não viram. Estou no aguardo da resenha!!
Confesso que sou um analfabeto parcial em Pretty Cure… Só assisti, até hoje, as duas primeiras temporadas(Futari Wa Pretty Cure e Pretty Cure Max Heart), e olhe lá! Até que eu estava de bobeira, decidi conferir Hirogaru Sky! Pretty Cure, e estou gostando do que estou vendo até agora!!
Se os frequentadores do JBox puderem me indicar outras séries da franquia Pretty Cure que valem a pena serem vistos, agradeço desde já!
Olha, EU SUPER MEGA EXTRA recomendo vc assistir pela ordem de lançamento, para que assim, vc possa acompanhar a evolução da franquia aos poucos (mesmo que vc encontre coisas ruins no caminho).