Os espectadores que viram a mais recente prévia de episódio de Hirogaru Sky! Precure tiveram uma boa notícia: na próxima semana algo “grande” deve acontecer com Elle e desenvolver a narrativa principal da temporada.

A má notícia, porém, é que tivemos novamente um conjunto de episódios pouco interessantes e que, mesmo não desenvolvendo a história geral da série, também derraparam nas narrativas próprias que apresentaram.

 

Isso é moda?

imagem: desfile de moda com ageha.

Reprodução: Toei/Crunchyroll.

O capítulo 28 foi o mais forte dessa leva recente. Focado em Ageha, ele mostrou alguns detalhes interessantes sobre a vida da garota, que ainda não haviam sido revelados para o público.

Primeiro, temos o fato de Ageha ter duas irmãs famosas e com forte influência no mundo da moda. Depois, vem a questão de que elas foram criadas por pais separados, o que obviamente influenciou a relação que possuem entre si.

Por mais que a história das irmãs na indústria fashion tenha ficado um pouco desconexa das ambições da Cure Butterfly em ser uma professora infantil, é compreensível que vê-las se destacar em suas profissões possa ter seu grau de influência no otimismo de Ageha.

Como o próprio episódio deixou claro, ter família (e amigos) por perto é um fator importante para superar desafios. Seria apenas interessante que isso ficasse um pouco melhor amarrado com os objetivos da heroína.

Entretanto, isso não é um problema. Na realidade, talvez o único problema aqui seja a noção de “moda” que os designers da Toei parecem ter, pois a roupa usada por Ageha no desfile era bem peculiar.

 

O bichinho perdido

imagem: um gatinho fofinho.

Reprodução: Toei/Crunchyroll.

A trama do capítulo 29 é bastante “conhecida”: Sora encontra um bichinho de pelúcia esquecido (e possuído) em uma mansão abandonada e decide ajudá-lo a encontrar sua antiga dona.

Digo que é uma trama conhecida porque tentar fisgar a atenção do público com a história de alguém (ou algo) excluído e esquecido por uma pessoa que considerava amá-lo já se tornou bastante comum. Pokémon já fez isso algumas vezes (na verdade, Mestre Pokémon: A Série tem um episódio quase idêntico ao que é mostrado aqui). Até Toy Story já utilizou essa história em sub-tramas (e mais de uma vez).

Ainda assim, ver um bichinho de pelúcia procurando por sua dona é algo eficiente. Mesmo sabendo que jamais o veremos novamente, torcemos por ele e ficamos tristes quando ele fica triste. Por isso, a primeira parte do episódio não foi ruim.

Digo a primeira parte porque, assim que Minoton aparece com o monstro da semana, as coisas mudam de cenário. O capítulo perde seu apelo para uma luta que acaba tão desinteressante que nem ao menos chega a ser divertida como algumas lutas passadas.

Para piorar, a história do ursinho de pelúcia acaba sendo resolvida de maneira tão rápida que chega a ser uma pena notar que a sensação deixada é que os roteiristas não se esforçaram nessa questão, mesmo tendo investido nela desde o começo. Uma verdadeira tristeza!

 

Problemas na praia

imagem: tsubasa, sora e mashiro no mar, em praia.

Reprodução: Toei/Crunchyroll.

Chegamos ao famoso “episódio obrigatório na praia”. Todo animê tem o seu e com Hirogaru Sky! não seria diferente.

O capítulo 30 até começou com uma ideia espirituosa de mostrar Sora aprendendo a nadar. Os primeiros minutos com cada um dos amigos da heroína tentando ajudá-la foram divertidos.

Uma pena que o roteiro demonstrou sua fragilidade logo em seguida e a ideia inicial chegou a ser substituída. O que foi mostrado em seguida seguiu a linha do episódio do bichinho de pelúcia: tentou evocar emoção de maneira simplória, mas não desenvolveu eficientemente sua ideia inicial.

Ao menos esse capítulo utilizou bem Minoton pela primeira vez em todo o anime, sabendo caçoar da obsessão do vilão por treinar seu físico “escultural”.

Embora os episódios recentes não tenham sido relevantes para a trama central, esse não é o verdadeiro problema. A questão aqui é que, fora o capítulo de Ageha, as histórias nem mesmo se conectam de forma eficiente com as aspirações dos protagonistas do animê. E mesmo quando tentam trazer o foco para outros personagens, as tramas acabam sendo tão falhas que não parecem durar 20 minutos de forma eficiente.

É verdade que isso ocorre com frequência com séries como Precure, que precisam por cerca de 50 episódios para desenvolver uma narrativa basicamente pautada em monstros da semana. Entretanto, a primeira metade de Hirogaru Sky! parecia contornar tão bem essa dificuldade que a impressão deixada era que esse tipo de problema não iria acontecer.

Como adiantei lá em cima, isso deve mudar na próxima semana com a chegada do que parece ser um novo inimigo e um perigo maior para Elle, mas ainda há muitos capítulos por virem. Fica a dúvida de se a temporada voltará a manter a qualidade de seus primeiros episódios.


Confira as outras resenhas da série:


Soaring Sky! Pretty Cure é exibido pela Crunchyroll com legendas em português de forma simultânea com o calendário japonês. A empresa fornece ao JBox um acesso à plataforma.


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