Faz algum tempo que Hirogaru Sky! Precure não apresenta ao seu público algum grande acontecimento. Pelo menos desde a chegada de Cure Majesty e do Majestic Chroniclon há dez capítulos atrás, nada realmente significante para a história ocorreu.
O foco nesse período tem sido o desenvolvimento de personagens, e sempre tem seus altos e baixos, como foi possível ver nas últimas semanas com episódios estrelados por Tsubasa, Mashiro e Sora.
O casamento de Ellee
O primeiro dessa mais recente leva de capítulos foi focado no casamento fictício de Tsubasa e Ellee com aquela dose de bom humor. De fato, é muito engraçado ver o garoto precure passando por dificuldades para agradar Ellee. Isso só reforça o quanto ele valoriza a princesa e leva a sério seu papel como um “cavaleiro” real.
O lado negativo é que não há benefício nenhum para a construção de personagem de Ellee. Por mais que seja compreensível as atitudes da garotinha, que causou uma confusão na vida do amigo para chamar sua atenção, a impressão que ela passa é de ser apenas uma criança mimada e não uma bebê fofinha.
É fato que crianças muito pequenas costumam ser bastante possessivas e individualistas, então Ellee estaria apenas agindo como alguém de sua idade. Entretanto, as personagens de Hirogaru Sky! sempre passam a mão na cabeça da personagem quando ela atua dessa forma, reforçando a impressão de que ela é uma princesa bastante egoísta.
Com isso, ao invés de parecer “bonitinha”, começa a ficar “enfadonha”. Se no início da série poderia ser divertido ver Ellee agindo assim, atualmente ela se tornou uma criança chata que parece só trazer problemas aos seus amigos.
No fim, o saldo do episódio é positivo para o desenvolvimento de Tsubasa, mas nada bom para Ellee, o que demonstra a fragilidade da série em conseguir criar situações com uma protagonista bebê que sejam realmente envolventes.
Battamonda e Mashiro
Já falei mais de uma vez aqui o quanto gosto dos episódios com a participação de Battamonda. A série tem acertado em cheio em torná-lo um pseudo antagonista atrapalhado que sofre com problemas do dia a dia comum. Então toda vez que surge na tela, é possível dar uma risadinha. Foi um acerto também aproximá-lo de Mashiro.
Por mais que a história da Cure Prism tentando se tornar uma ilustradora fosse algo interessante, não chegou a ser bem desenvolvida e no passado houve episódios bem mornos focados nessa subtrama. Entretanto, a adição de Battamonda como pessoa que tenta atrapalhar os planos da heroína deu um novo vigor a essa narrativa.
Além disso, há uma amizade um tanto quanto bonita sendo construída aqui e é muito provável que Mashiro ainda conseguirá levar Battamonda para o “lado do bem”. Nesse episódio 41, cheguei até mesmo a acreditar que ela já sabia de toda a verdade por trás do teatro do vilão, mas infelizmente em Precure as personagens são tão inocentes que nunca suspeitam de seus amigos. Ainda assim, essa “amizade” tem sido bem construída.
Ponto positivo ainda pelas passagens mostrando o passado de Battamonda que inclusive levam a diversas reflexões: quem nunca se sentiu meio deslocado por não conseguir atingir as expectativas impostas dos outros para atingir certos objetivos? Não se trata de ser medíocre, mas de entender que nem todos têm a mesma habilidade e terão a mesma facilidade de lidar com algumas situações.
Parece que Battamonda começou a entender isso, enquanto Mashiro já entendeu, por isso ela sabe que não precisa ser perfeita para ser uma boa ilustradora, basta se esforçar o suficiente.
Os problemas de Sora
Para uma líder/protagonista de uma temporada de Precure, fazia tempo que Sora não tinha um episódio focado especificamente nela. O capítulo 42 tenta corrigir esse atraso, com uma narrativa focada nas dúvidas de Sora em relação a lutar contra Skearhead. Só que aqui é demonstrado um ponto fraco na história da Cure Sky.
Veja bem: o sonho de Sora é se tornar uma verdadeira heroína. É um objetivo bem mais fantasioso que os de Mashiro (ser ilustradora), Ageha (ser professora) e até de Tsubasa (que basicamente se importa em ler tudo sobre aerodinâmica).
Com base nisso, os episódios focados em Sora acabam girando em torno da ideia do que é ser uma heroína e suas dificuldades. Isso foi bem trabalhado no início da série, mas parece que agora, enquanto a grande vilã final não surge de fato, essa narrativa se esgotou.
A ideia de Sora “vacilar” em batalha é difícil de aceitar depois de tanto tempo de luta contra o mal, assim como é difícil se envolver por uma trama tão tola e fora do comum. Sora é uma personagem maravilhosa e muito gostosa de acompanhar, mas parece que chegamos no ponto em que o anime não sabe bem para onde direcioná-la.
Nesse episódio, o mais interessante acabou sendo as descobertas de Tsubasa em torno da Energia Brilha Brilha. Tenho quase certeza que esse será um ponto altamente relevante para a conclusão da história e a derrota da vilã final.
Por fim, vale falar da comandante Shalala. Sei que no passado ela foi usada por Battanmonda como isca contra as precures, mas não estou totalmente convencido que ela seja totalmente “do bem”. As aparições da personagem têm sido misteriosas e além disso, quando Skearhead atacou, ele sabia da pesquisa de Tsubasa sobre Energia Brilha Brilha, algo que poucas pessoas tinham conhecimento (e Shalala era uma delas).
Não duvidaria que Shalala fosse a vilã final de alguma forma, até porque a identidade dessa vilã continua um mistério e um último inimigo misterioso merece uma revelação de identidade de fazer cair o queixo, igual aconteceu em séries passadas como Star Twinkle e Delicious Party.
Agora é esperar que, com a chegada de dezembro, as coisas fiquem mais movimentadas em Hirogaru Sky! Precure.
Confira as outras resenhas da série:
- Episódio 1;
- Episódios 2 a 4;
- Episódios 5 a 7;
- Episódios 8 e 9;
- Episódios 10 a 12;
- Episódios 13 a 15;
- Episódios 16 a 18;
- Episódios 19 a 21;
- Episódios 22 a 24;
- Episódios 25 a 27;
- Episódios 28 a 30;
- Episódios 31 a 33;
- Episódios 34 a 36;
- Episódios 37 a 39.
Soaring Sky! Pretty Cure é exibido pela Crunchyroll com legendas em português de forma simultânea com o calendário japonês. A empresa fornece ao JBox um acesso à plataforma.
O texto presente nesta resenha é de responsabilidade de seu autor e não reflete necessariamente a opinião do site JBox.
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