A mangaká Hinako Ashihara foi encontrada morta pela polícia hoje (29), na região de Tochigi, no Japão. Nascida em 25 de janeiro de 1974, ela tinha 50 anos — seu nome real é Ritsuko Matsumoto.

Ontem, um parente foi à polícia e informou que não conseguia contato com Ashihara, e foi iniciada uma busca pela autora, então considerada desaparecida. Ao que parece, a causa da morte foi suicídio.

Ashihara seriava, desde 2017, o mangá Sexy Tanaka-san, com 7 volumes, que foi recentemente adaptado em dorama pela NTV. A série foi ao ar de outubro a dezembro, ficando com 10 episódios, e sabe-se que, para a mangaká, a produção foi conturbada.

A autora aceitou a produção da adaptação sob os termos de que a NTV mantivesse a série fiel ao mangá e aos personagens — os roteiros passariam por aprovação e, caso estivessem destoantes, revisão. Ashihara também queria escrever o final original da série, já que o mangá não estava finalizado.

A produção, no entanto, era desencontrada, e a autora aparentemente teve que insistir para que os termos contratuais fossem respeitados. Ao que parece, ela sequer teve contato direto com a roteirista, Tomoko Aizawa, falando apenas com os produtores (sem saber o que eles repassavam para a equipe). Apesar de tudo, o dorama teve boa audiência na TV.

Todo esse processo teria sido desgastante, e pode estar relacionado com a morte da autora. No dia 26 de janeiro, ela contou nas redes que escreveu os scripts dos episódios 9 e 10, mas deletou o comentário no dia 28, quando deixou a mensagem “Não queria atacar ninguém. Me desculpe”.

A NTV deixou uma nota oficial sobre o caso:

Gostaríamos de deixar nossas sinceras condolências pela morte de Hinako Ashihara. Quando propusemos uma adaptação em dorama de Sexy Tanaka-san, recebemos a opinião da autora por meio de seu agente na Shogakukan, e discutimos os scripts até ser finalmente aprovado, e assim a série foi ao ar. Agradecemos Ashihara por seu esforço na produção.

Ashihara é também autora do mangá premiado Sunadokei (2003-2006, 10 volumes), publicado por aqui pela Panini. Infelizmente, suas outras obras são inéditas no Brasil.

Deixamos aqui nossos sentimentos.

 

Quando a vida está por um fio, falar é a melhor solução

O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone (188), email e chat 24 horas todos os dias. Mais informações em www.cvv.org.br


Fonte: NTV