Após 50 episódios e alguns altos e baixos (bem mais altos é verdade), a jornada das heroínas de Hirogaru Sky! Precure chegou ao fim.
Essa foi uma temporada que começou em grande estilo, trazendo diversas novidades na formação de seu grupo de precures, embora seu final tenha sido muito parecido com o que os fãs já viram em outras séries.
Apesar disso, os últimos capítulos trouxeram algumas surpresas e foram recheados de acontecimentos empolgantes.
A princesa que cresceu
No final do ano passado, Hirogaru Sky! terminou mostrando uma versão crescida da princesa Ellee. Logo no início de 2024 descobrimos que ela cresceu por ter recebido os poderes de Elleelain e assim poderia assumir a forma de uma adolescente, além de obter novos poderes.
Embora ver Ellee crescida era algo muito esperado, perderam a chance de utilizar essa nova versão da personagem em mais episódios. Imagine como seria divertido ver essa “nova” Ellee interagindo com Sora e suas amigas e os tipos de narrativas que poderiam ser criadas.
Isso nem ao menos interferiria no papel de Ellee como mascote fofo da série, pois o animê firmou que a princesa voltaria a ser um bebê quando ficasse com fome.
No fim, o papel da Ellee adolescente foi relevante apenas para que ela pudesse ajudar o resto do grupo a derrotar Skearhead e assim fazer com que a Imperatriz Subteregu atacasse as heroínas.
A descoberta do verdadeiro vilão
Desde a primeira aparição da Imperatriz estava óbvio que ela não seria a principal antagonista dessa história. Ela já havia mostrado bondade no passado e a ideia de que a Cure Noble, na verdade, era uma precure malvada que matou o pai da vilã parecia ousada demais para a série (nota: ter uma precure do mal como vilã principal pode ser uma ótima ideia, Toei).
Então quando ela foi traída por Skearhead, que revelou se chamar, na verdade Darkhead, não houve grande surpresa. Ainda assim, foi uma boa história e tornou a narrativa que rodeava a Imperatriz ainda mais envolvente.
Uma pena apenas que a luta das cures contra a vilã apresentou uma animação bem mediana. Um embate de proporção tão grande merecia cenas de ação caprichadas, com muitos poderes em tela e momentos de tensão.
Parece que a equipe do anime resolveu que iria apenas se esforçar no “embate final” entre as heroínas e Darkhead.
O protagonismo de Sora
Confesso que, para uma protagonista de uma série Precure, Sora parecia bastante apagada nos últimos meses. A narrativa da personagem não estava boa e muitos episódios eram focados nas outras integrantes do time.
Essa falta de destaque da Cure Sky ficou ainda mais evidente nos episódios finais, nos quais Majesty teve grande relevância, Prism ganhou um novo ataque, enquanto Wing e Butterfly tiveram um episódio inteiro sobre os seus esforços para defender Sky Land (no caso, o de número 48).
Sora parecia esquecida em seu próprio animê, mas Hirogaru Sky! resolveu mudar isso. Assim que o plano de Darkhead de criar um recipiente para seu poder destrutivo foi revelado, o vilão resolveu que a Cure Sky seria uma boa candidata para tal vaga graças ao seu vigor e força.
Nesse momento, Sora recuperou o protagonismo perdido e teve uma das melhores participações na série até agora. Ela não apenas ensinou a Imperatriz Subteregu sobre a importância da amizade, como se esforçou para salvar Mashiro em um momento de crise.
Confesso que achei bem interessante mostrar a heroína principal sucumbindo ao poder das trevas e aceitando a força da destruição oferecida por Darkhead. É uma narrativa interessante de luta contra a tentação que faz sentido nas histórias heróicas.
Muitos heróis são tentados pelos vilões, que buscam levá-los ao caminho da perdição, mas na maioria das vezes eles conseguem vencer o mal sem precisar de qualquer dádiva do antagonista. Sora seguiu um caminho oposto: ela aceita o poder do vilão para salvar a amiga, mas ainda assim consegue se livrar daquela força maligna graças ao seu próprio heroísmo.
Talvez isso possa ir contra a narrativa estabelecida até aqui, pois teoricamente aquele poder das trevas deveria deteriorar toda a luz que existia em Sora. Só que estamos falando de Precure e aqui emoções ligadas ao amor, amizade e carinho sempre vencem as forças malignas.
Adeus e até à próxima
A última batalha das garotas contra a forma final de Darkhead (uma espécie de serpente de energia) foi tudo o que se esperava de um final em uma série de Precure. Teve embates bem animados, muitos poderes, mensagens motivacionais e uma conclusão linda que mostra a importância da união.
Depois disso, restauram os famosos “adeus” das heroínas umas para as outras, algo que como sempre é cheio de lágrimas e tristeza. Entretanto, o animê resolveu apostar em um fim mais alegre e, após a despedida, as protagonistas logo se reencontraram.
Ainda foi legal ver brevemente o que ocorreu com a Imperatriz e os outros vilões (que como sempre, tiram um sorriso do rosto quando aparecem). Saber que eles estão felizes e em paz é algo realmente agradável.
Por mais que tenha sido um fim esperado, foi bonito ver a última cena que mostra a Cure Sky salvando uma garota em uma floresta (do mesmo modo como ela foi salva no passado). Essa sequência final é como a cereja de um delicioso bolo e coroa Sora como uma verdadeira heroína.
Desse modo, embora não seja possível saber se cada precure atingiu o seu objetivo de vida, a sensação deixada é de que, no fundo, todas estão em boas mãos e alcançarão o sucesso no futuro.
Foi um ótimo final para aquela que provavelmente foi uma das melhores temporadas de Precure dos últimos anos. Quem assistiu à série até aqui se deliciou com a jornada de Sora e suas amigas, uma história que com certeza ficará marcada nas lembranças dos fãs da franquia.
E por fim, quero agradecer a você, caro leitor, que esteve ao nosso lado nesse último ano acompanhando Hirogaru Sky! Precure. O meu muito obrigado e até breve!
Confira as outras resenhas da série:
- Episódio 1;
- Episódios 2 a 4;
- Episódios 5 a 7;
- Episódios 8 e 9;
- Episódios 10 a 12;
- Episódios 13 a 15;
- Episódios 16 a 18;
- Episódios 19 a 21;
- Episódios 22 a 24;
- Episódios 25 a 27;
- Episódios 28 a 30;
- Episódios 31 a 33;
- Episódios 34 a 36;
- Episódios 37 a 39;
- Episódios 40 a 42;
- Episódios 43 a 46.
Soaring Sky! Pretty Cure foi exibido pela Crunchyroll com legendas em português de forma simultânea com o calendário japonês. A empresa fornece ao JBox um acesso à plataforma.
O texto presente nesta resenha é de responsabilidade de seu autor e não reflete necessariamente a opinião do site JBox.
Sim, claro, não nego que Hirogaru Sky! Pretty Cure já pode figurar tranquilamente entre as melhores séries da franquia… No entanto, gostaria de dar atenção a alguns pequenos detalhes (ou não tão assim, dependendo do ponto de vista)… Senão vejamos: No Episódio 22, Battamonda cria um Ranborg a partir da Capitã Shalala, deixando Sora/Cure Sky desesperada… No entanto, no Episódio 41, nos é mostrado o passado de Battamonda; ele era o pior de todos os guerreiros do Império Subterrugu(Undergo, no original).Fraco fisicamente e, mais importante, incapaz de fazer grandes feitiços. A pergunta que não quer calar é: Como foi que um panaca como ele conseguiu realizar um feitiço tão complexo, que era o de criar um Ranborg a partir de um humano ?? Aquela era MESMO a Capitã Shalala, ou era o Skerhead disfarçado? Se for a segunda opção, o que teria acontecido com a verdadeira Shalala durante esse período? Se a Toei tivesse prestado atenção neste pequeno detalhe, isso explicaria melhor como foi que o Skearhead descobriu sobre os planos de Tsubasa de criar um campo de força em Skyland usando a energia Brilha Brilha(Kira kira, no original). Ficou subentendido que eles estariam, na verdade, conversando com Skearhead, disfarçado de Capitã Shalala… Agora, fica a dúvida atroz: foi uma falha da Toei, ou aquela velha mania dos japoneses de deixar perguntas sem respostas, como já vimos em produções anteriores, como Neon Genesis Evangelion, Serial Experiments Lain ou Digimon Tamers, só pra citar alguns exemplos??
Ah, sim… Esse conceito de uma Pretty Cure Do Mal seria uma ideia bem interessante; é fato conhecido que a franquia Precure pega elementos das franquias Super Sentai e Kamen Rider. Esse conceito de “Versão Maligna Do Herói” é amplamente utilizado em Kamen Rider, desde os anos 1970. Se os amigos pensam que o primeiro “Rider Maligno” foi o Shadow Moon do Clássico Kamen Rider Black, erraram! Antes dele, surgiram os Shocker Riders, clones do Mal dos dois Kamen Riders originais, Ichigo e Niigo, da série de 1972, e o Rider Man, da série Kamen Rider V3, de 1973, que começa como vilão, mas depois passa para o lado dos mocinhos. Para resumir, a série mais recente da franquia, Kamen Rider Gotchard, tem um Rider do Mal, o Kamen Rider Dread. Não vamos nos espantar se, no futuro, a Toei Animation inserir uma, ou mais de uma, Pretty Cure Maligna!!