O Anime Friends 2024 ocorreu há poucos dias e uma coisa chamou bastante a atenção – na realidade, uma ausência: a Crunchyroll. No ano passado, a empresa, pela primeira vez em muitos anos de evento, não teve um estande, mas sim apenas um espaço. Neste ano, ela não esteve nem em espaço físico e nem com atrações.
A escolha da Crunchyroll parece um contrassenso. O Anime Friends é um evento no qual ela vinha sendo basicamente o carro-chefe: o maior estande, o mais lotado, a maior marca presente. Sendo assim, é estranho que a empresa abra mão de estar em uma convenção que não é pequena e onde ela é uma das atrações principais.
A única presença da marca ali era a loja licenciada Lojanime vendendo estampas de séries do catálogo da Crunchyroll, como Haikyuu. Mas, a empresa também possui licença para trabalhar com marcas vindas de outros licenciantes (mesmo que algumas também estejam coincidentemente na Crunchyroll). Por tabela, a marca também poderia ser vista em painéis de dublagem, como o da Dubrasil, estúdio paulista que é uma das principais casas a prestar serviço para o streaming.
Poderia ser que a Crunchyroll abriu mão do AF para poder investir em um estande maior na CCXP — essa, no entanto, parece uma estratégia que também não faz muito sentido. Não acredito que a Crunchyroll consiga fazer frente à Netflix, ou mesmo a empresas como Warner, numa CCXP. Ela ainda é nicho.
Ainda poderia ser que a empresa entende que não tem nada a “ganhar” no AF, uma vez que o público otaku já seria cativo dela, e os ganhos seriam irrelevantes. Bem, por essa lógica a Netflix não iria mais na CCXP e nem faria seu evento próprio. Eventos não são sobre ganhos de assinatura, mas sobre fazer barulho e demonstrar alcance. Eventos são marketing. E a Crunchyroll perde uma oportunidade nesse sentido.
Estranha ausência
Não existe hoje um serviço oficial de animê que faça frente à Crunchyroll no Brasil no streaming, isso é verdade. Mesmo concorrentes como a Anime Onegai ainda são muito modestas, embora possam aproveitar o “vácuo” para fazer o barulho que conseguem (que é pouco).
Enfim, talvez haja um motivo que faça bastante sentido e justifique a ausência da plataforma de streaming no maior evento de animê de seu suposto terceiro maior mercado global (o Brasil). Mas, a bem da verdade, pouco importa. A redução de presença da empresa ano passado e a ausência praticamente total neste ano já são o suficiente para deixar uma impressão de que ela simplesmente não se importa.
Soma-se a essa narrativa o fato, acidental, de que no primeiro dia do AF, a Crunchyroll estava mais ocupada apresentando sua nova identidade visual, um tema que é pouco relevante para o público. Para os clientes brasileiros, menos relevante ainda que um Anime Friends com diversas atrações japonesas que nunca vieram ao país. Parece um descaso tão grande que é hilário, embora a escolha da data pela Crunchyroll seja provavelmente mera coincidência.
Mesmo se o evento fosse “caro demais” para os olhos da Crunchyroll, todo mundo sabe que a empresa é estrangeira e a verba internacional é liberada em dólar. E o real é bem barato perto do dólar. Bem, verdadeira ou não, tudo que uma narrativa precisa para se estabelecer popularmente é o mínimo de lastro na realidade e a ausência de uma contranarrativa que faça tanto ou mais sentido.
Declarações na imprensa
Já disse em um outro texto a minha impressão sobre a atuação, ou melhor, a desativação e terceirização da atuação da empresa no Brasil. E agora voltarei a fazer uma reflexão somando a isso o Anime Friends e informações presentes em uma série de artigos publicados há alguns meses no g1.
A jornalista do g1 foi até o Japão conversar com a atual diretora de operações, Gita Rebbapragada (em inglês o cargo é COO) e com Terry Li, vice-presidente executivo de negócios emergentes.
Gita assumiu a posição quando Brady McCollum deixou o cargo no ano passado, após mais de 10 anos trabalhando na empresa — até então, Gita atuava como diretora de marketing. Já Terry foi anteriormente gerente do setor de games da Crunchyroll.
As declarações dadas se somam a fatores importantes que ajudam a entender melhor a relação da empresa com o Brasil após a compra pela Funimation/Sony – algo também já pincelado no texto anterior.
Além disso, não é tão comum a imprensa brasileira conseguir acesso a funcionários do alto escalão da matriz operacional, então as falas também têm valor pelo ineditismo das entrevistas, apesar de, infelizmente, parecerem bastante protocolares e institucionalizadas.
Segundo a série de artigos do g1, o Brasil é o terceiro maior mercado consumidor de animês, se excluirmos Japão e China do cálculo, ficando atrás de EUA e Índia. A fonte desta informação, no entanto, não está clara: ao longo da matéria acerca do tema, são citadas a Crunchyroll e a Parrot Analytics. Uma outra reportagem traz a MUSO, que assim como a Parrot, analisa consumo de pirataria digital.
Logo, a fonte é uma empresa de streaming de animê que não atua no Japão e na China, ou é de empresas que estipulam o consumo pirata em sites ilegais de streaming? Não é absurdo supor que essa informação, na verdade, significa que o Brasil é o terceiro maior mercado da Crunchyroll (embora, como está redigida, só esteja claro que é terceiro maior em mercado potencial). Se for isso, na verdade, também deixaria evidente o investimento da empresa na Índia.
A Crunchyroll passou a investir mais pesado no território indiano em 2022, o que implicaria que, antes desse foco, o Brasil provavelmente era o segundo maior mercado da empresa. Isso considerando o país sozinho, dissociado do bloco América Latina.
E aqui percebemos algumas coisas interessantes. Nas matérias do g1, temos o seguinte trecho:
Há muita celebração da cultura japonesa no Brasil, por isso é tão importante para nós nos envolvermos em projetos no país”, diz Gita Rebbapragada, diretora de operações da Crunchyroll. Principal plataforma on-line para consumo de animes no mundo, a empresa montou uma equipe em São Paulo, tem investido na tradução de títulos para o português e ampliado a participação em eventos de fãs, como a CCXP, que acontece na capital paulista.
Note que a palavra usada para a atuação da Crunchyroll no Brasil é equipe, e não escritório. Isso porque a Crunchyroll nunca montou um escritório no seu agora provável terceiro maior mercado global. Já na Índia, onde investem pesado há apenas dois anos, já foram abertos dois escritórios.
Gita também cita apenas a CCXP como evento de fã, talvez já dando a pista do novo foco da empresa. Mas a Crunchyroll não tem um histórico tão longo assim com o evento. Se ausentar do Anime Friends e não estar presente em nenhum outro evento de animê também não é bem uma “ampliação de participação”.
Mas, qual o motivo?
Há quase 12 anos no Brasil, a Crunchyroll começou a atuar por aqui quando ainda tinha uma atuação geral muito módica. Mesmo crescendo, até 2021, a empresa não era uma presença tão regular na CCXP, por exemplo (participou só em 2017 e 2018), e mesmo sua atuação no Anime Friends ainda era bastante limitada. Isso tudo indica que havia pouco recurso para um investimento mais robusto, como seria abrir escritório ou ter presença forte em muitos eventos.
Não dá para dizer que dinheiro é um problema na situação atual, o que torna pouco compreensível o motivo de o provável terceiro (e possivelmente ex-segundo) maior mercado da empresa não ter um escritório, quando mesmo um mercado que não era foco até há dois anos já recebeu dois. E menos compreensível ainda é não estar num evento do porte do AF (que tem problemas, eu sei, mas ainda é o maior do nicho no país).
A abertura de um escritório significa interesse em atuação mais localizada no mercado, e é um bom sinal de investimento, já que tanto abrir quanto fechar um escritório implica custos consideráveis, então a falta de um no Brasil indica que há ou algum tipo de “pé atrás” ou descaso com o país (pensando no clima político por aqui, certa insegurança é até justificável, mas economicamente não faz tanto sentido). Some a isso o que andamos vendo recentemente, e o panorama parece distante de “investimento”.
Como dito já no texto anterior, não há problemas em focar na Índia. É um mercado grande, que tem se tornado cada vez mais importante para os EUA no cenário geopolítico de disputa com a China e a Rússia. Além de ser também um país com leis trabalhistas cada vez mais sucateadas, onde empresas americanas enxergam vantagens financeiras e fiscais de atuação (nós também estamos em processo de sucateamento da força de trabalho, mas ainda não somos tão “vantajosos” assim).
Mesmo sem as duas variáveis citadas (disputa geopolítica e leis trabalhistas), ainda seria um mercado enorme o suficiente para tornar qualquer atuação (de qualquer empresa) por lá bastante válida e atraente. O mercado indiano é sim um mercado que tem importância no cenário mundial. A questão aqui é que o Brasil também é, e tende, por enquanto, a se tornar cada vez mais, um mercado-chave na situação geopolítica atual.
Talvez alguns iludidos pensem que os problemas são qualquer bobagem como encargos fiscais e trabalhistas, que “ter empresa no Brasil é caro” e qualquer outra coisa que se diga em senso comum.
Vale pontuar, no entanto, que leis nunca impediram a Crunchyroll de atuar na Europa, e lá a legislação é muito mais severa com tudo, desde direitos trabalhistas até dados digitais, do que no Brasil.
A Crunchyroll EMEA tem escritórios na França (Paris) e na Suíça (Lausanne), e pode apostar que a lei nesses países é mais restritiva que aqui. Esse discurso de que os encargos não compensam é só uma desculpa cômoda pois as empresas sabem que é feio dizer “não ligamos o suficiente”, e, neste caso, tenho poucas dúvidas de que o Brasil deve ter mais assinantes do streaming que toda a zona do euro (antes que algum chato fale, eu sei que a Suíça não é parte da zona do euro!).
Não só isso, mas com a saída da coordenadora brasileira de mídias sociais, a questão de gerência de redes e comunidade da Crunchyroll foi, ao que tudo indica, repassada para uma empresa terceirizada, o que geralmente aumenta o número de desencontros entre a ponta (quem posta) e a matriz, uma vez que os gaps comunicacionais são amplificados. Além disso, dificilmente, nesses casos, há uma comunicação clara sobre o modo como o profissional anterior trabalhava. Terceirização é geralmente a escolha de quem prefere cortar custos operacionais, mas isso faz sentido em um dos mercados centrais (segundo o que a própria empresa tenta dizer em entrevista)?
Investimento e pirataria
O que tudo isso indica é que a Crunchyroll está investindo na Índia, e está reduzindo o investimento no Brasil. Pode ser que a empresa acredite que o mercado indiano ainda tem um grande potencial, enquanto o brasileiro atingiu um certo limite. Embora isso justifique o motivo de investir forte na Índia, não justifica o motivo do aparente sucateamento operacional em nosso país.
Acredito que existe certa ilusão do mercado num geral com o potencial lucrativo do nicho de animês, mas não me parece que as ações da Crunchyroll são um simples “desencanto” com os números do Brasil, e sim relacionadas a posições de políticas comerciais dela como empresa.
Tem uma outra fala, essa do vice-presidente executivo de negócios emergentes da empresa, que me interessa nas reportagens:
Não dá para dizer que os animes ainda fazem parte de um nicho, mas eles ainda não têm um fluxo super incrível. Estamos tentando descobrir formas de ampliar isso.
É um pouco difícil entender como a empresa pretende ampliar o fluxo dos animês em uma região quando ela está aparentemente cortando custos e fazendo pouco caso do trabalho que vinha sendo construído por pessoas centrais na atuação e crescimento da marca no país.
Por exemplo, nas temporadas mais recentes, tivemos inclusive o “retrocesso” dos títulos localizados: nenhuma das novas séries está recebendo nome traduzido em nosso idioma, política que vinha acontecendo desde pelo menos o final de 2022.
Voltamos aos títulos em inglês para novas séries (só as que entraram localizadas anteriormente seguem com os nomes em português), outro indício do descaso da empresa. Pode parecer bobo, mas sequer se preocupar em traduzir títulos para a língua do mercado consumidor traz um sinal claro da disposição que a Crunchyroll anda tendo com o Brasil.
Como há pouca concorrência de nicho para o serviço, ele deve se manter bem financeiramente por aqui. E mesmo que haja perdas, o provável é, como outro artigo da série do g1 já canta a bola, que a Crunchyroll aponte a pirataria como seu maior vilão no Brasil.
Bem, a pirataria é de fato a segunda maior fonte de consumo dos animês, de acordo com o Lojanime, atrás apenas da própria Crunchyroll.
Levantamentos da MUSO também indicam que pirataria é ainda muito forte no nicho de animês, ao menos nos streamings ilegais, mas ainda apontam que, em termos gerais, a pirataria no Brasil está em queda (e pode apostar que a Crunchyroll não vai culpar a pirataria por baixa performance no Canadá, onde ela está em alta).
Os números do Torrent Freak, que mapeia downloads via torrent, não trazem animês com tanta prevalência, mas podem ser diferenças em comportamento geracional ou de nicho. Há muitos sites piratas de streaming especificamente de animê, em comparação a outros nichos, o que já é indício de que o público otaku tem maior preferência por esse modelo.
Não há mais muito que se tirar das matérias do g1 porque as declarações são repetidas entre os textos. No mais, segue cada vez mais forte a impressão de que a empresa vem, ao contrário de suas declarações protocolares, deixando o mercado brasileiro de lado (o que é, no fim das contas, uma escolha que a gestão tem liberdade para fazer).
A debandada de funcionários nos últimos meses faz crer também que isso faz parte de um sucateamento geral, que poderia ter levado a uma crise institucional — uma crise financeira não parece estar inclusa, ao menos por enquanto, mas quem conhece a Sony em outros setores sabe que esse conglomerado pode trabalhar com projeções de crescimento e lucro otimistas até demais (e às vezes tem coisas estranhas, como um caso recente bem esquisito de supostas falsificações de falas em entrevista).
Como já dito anteriormente, a Índia é uma das queridinhas dos EUA dentro do tenso panorama internacional atual. Uma escolha de “sucatear” mercados-chave para poder investir mais por lá tem, como toda escolha em momentos sensíveis, seus riscos, e pode tanto ter resultados melhores que o esperado quanto ter um custo caro.
A venda de séries importantes do catálogo para a Netflix, se for realmente uma parceria com a Crunchyroll (algo não anunciado oficialmente, mas provável pela presença de dublagens que, até onde se sabe, são de posse exclusiva da “empresa laranja”), funciona ao mesmo tempo como uma tentativa de popularizar as séries (além de um acordo provavelmente bastante lucrativo).
Se essa pode parecer a única ação mais recente da empresa para crescer o nicho no Brasil, também parece um investimento que traz pouco retorno de assinantes, uma vez que o consumidor da Netflix (o “otaku ocasional”, que acessa o que streamings grandes oferecem) provavelmente responde a um perfil diferente do consumidor da Crunchyroll.
Quem vai assistir a toda a série de OVERLORD com anos de atraso dificilmente se interessa por animês da temporada, embora haja uma possibilidade de conversão de público aí, já que a base de assinantes da Netflix é bem mais ampla. Mas a venda ainda poderia ser uma negociação com alguma das empresas donas da Crunchyroll, como a Sony Pictures.
Por aqui, fica a expectativa de que a atuação da empresa torne-se cada vez mais protocolar. A Crunchyroll deve seguir com presença em eventos grandes, com eventuais eventos pontuais de estreia de filmes, propagandas no metrô de SP, e talvez em outros lugares, mas nada muito além de uma presença meramente institucional, talvez até um tanto “fria”. No fim das contas, a escolha é dela.
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"Talvez alguns iludidos pensem que os problemas são qualquer bobagem como encargos fiscais e trabalhistas, que “ter empresa no Brasil é caro” e qualquer outra coisa que se diga em senso comum."
Não é mentira e muito menos "qualquer bobagem". Ademais, algo ser senso comum não é implica que seja necessariamente errôneo ou falso. É verdade que o senso comum não costuma passar por reflexões críticas quando repetido pela maioria das pessoas. Mas em diversos casos, ele simplesmente se faz correto, em razão de empirismo e experiências prévias de outrem. Empreender no Brasil é sim difícil, em especial pro pequeno e médio empreendedor, e esta é uma verdade.
Quanto a Crunchyroll não investir no Anime Friends, a burocracia pode ser uma das causas, mas possivelmente existe uma série de outras questões relacionadas que vão além da burocracia brasileira. Até porque a empresa é relativamente grande. Talvez eles apenas pensem mesmo que uma Comic Con Experience da vida seja um lugar mais apropriado para expor seus produtos, o que também não compartilho de concordar, mas paciência.
eu sempre que vejo a sony dos dias atuais atuando me faz pensar como eles desceram tão baixo em questão de gestão…
o descaso com o público é algo recorrente já no mundo dos games e a piora pós compra da crunchyroll é notável em relação a gestão e atenção com os fãs, principalmente brasileiros.
a questão q fica é: eles me parecer seguir uma metodologia do tipo "se eu domino, pra que me preocupar, vão seguir consumindo mesmo", algo que se vê mto no Play 5 e agora replicado na crunchyroll
agora é aguardar o efeito do anime onegai, que ainda é mto tímido em questão de grandes títulos no seu catálogo, mas que de acordo com o trabalho feito no streaming, pode conseguir crescer
e fica uma curiosidade, no caso do AF, a Anime Onegai entrou como patrocinadora de destaque no evento musical da Bandai Namco, então parece que eles realmente estão buscando entrar forte aqui (o que é ótimo, precisamos de concorrência)
Esperar o Anime Onegai crescer pra ver se dá um apavoro no laranjinha. Deve ser descaso com o consumidor, um monte de animes sem legenda ou dublagem, falta de títulos, legendas com vários erros. Só vai piorando.
impressionado com o texto,colocaram ate geopolica,discordo do q foi dito,mas irei reler o texto,oq falta é o balanco comercial da crunch tanto a nivel br como o total,como foi dito a crunch pode ter planos para a ccxp ou ate mesmo,estagnou nao cresce mais independete de gastos,entao tira do investimento em pubs eventos pra usar em outras coisas,com o balanco do ultimo ano poderiamos ter tendecias ou ate identificar alguma estrategia,mas creio q uma vez q a crunch chegou no limite da bolha otaku os gestores sabem q o unico meio p/aumentar os ganhos deve sair da bolha,sem balaco fica dificil de imaginar o q houve ou q esta em andamento
É óbvio que a Crunchyroll vem pouco a pouco deixando a América Latina de lado, enquanto foca em outros mercados como a Índia. E ela vem dando sinais desde 2023, com o fim das "Quintas de Dublagem", com a saída de profissionais como o Yuri Petnys (gerente regional) e a Malu Arantes, que coordenava as redes sociais, a redução de títulos dublados a cada temporada (o que afeta também o mercado de dublagem), entre outros sinais. Ora, dentro de seu nicho, a Crunchyroll reina sozinha. A Anime Onegai não é ameaça (ainda), a Funimation se fundiu ao streaming laranja e o HiDive se mandou do Brasil após fazer um serviço porco por anos. Toda a atenção que eles deram entre 2019 e 2022 para o mercado latino americano se dá unicamente pra responder as ações que a Funimation tomou entre 2020 e 2021. E sinceramente, culpar a "burocracia", o "risco Brasil" ou pirataria é patético. Os países europeus são conhecidos por terem uma carga tributária ainda maior, além de leis mais rígidas quanto ao conteúdo. E não vejo uma falta de investimentos da Crunchyroll ao mercado europeu. Pirataria? Os States são um dos países com o maior número de sites pirata. O histórico de animes no mercado norte americano se confunde com a indústria dos fansubs. E lá a Crunchyroll participa de qualquer evento de anime, além de dublar diversas produções por temporada. A realidade é essa: Eles reinam sozinhos em seu nicho e não precisam/não querem focar tanto na América Latina. Perde o público.
Quem ainda liga para Anime Friends em 2024? A propósito, Anime Friends já teve algum destaque fora da sua bolha algum dia?
Pode ser de nicho, mas tem muito menos visibilidade na mídia tradicional que a CCXP — lá tudo que é "coisa de nerde" é posto no mesmo pacote e ganha seu momento. Não estou dizendo que foi um decisão acertada, mas está demorando até mesmo para outras empresas voltadas a esse nicho perceberem que o presencial já não é essencial.
Vejam o que aconteceu com a E3: muito dinheiro gasto em apresentações que nem sempre impressionavam, só para anunciar jogos que demoravam anos para serem lançados ou eram lançados com qualidade aquém da esperada. Vale mais a pena fazer uma live. O mundo acompanha do mesmo jeito. Só deve fazer falta para quem morava perto…
Fãs já não precisam de um evento presencial para se encontrar, saber das novidades das empresas em primeira mão ou consumir o que gostam. Há alternativas, e as mídias anime e mangá já não dependem tanto da TV e do papel impresso para serem conhecidas por novos públicos.
Doerá menos quanto mais cedo perceberem que a "mística AF" ficou nos anos 2000.
Carga tributária é maior em países da Europa por se concentrar na renda, mas em termos de consumo ela é bem inferior a nossa. Lançar um Bluray de qualquer produção que seja, ou qualquer iniciativa empreendedora em geral, fica infinitamente mais barato/compatível com a renda média da população lá em termos de investimento, do que aqui. Quanto as leis rígidas sobre conteúdo, isso varia de país para país.
Por outro lado, concordo com você quanto a pirataria, na verdade ela pode servir até mesmo como termômetro de consumo.
Este talvez seja um ponto verdadeiro. Eventos como o AF advém de uma dinâmica antiquada de consumo e relacionamento entre fã e produto. Pode ser triste e melancólico, mas é provavelmente verdadeiro.
Se a Sony está vendo que o mercado brasileiro atingiu um certo limite, acredito que já esteja perto o dia do reajuste de assinatura.
sobre a dublagem Se for para eles ficarem dublando esses animes chatos e genéricos que ninguém quer ver dublado, é melhor que fique assim
os únicos animes que eu tava gostando de acompanhar dublado lá era apenas alguns de esportes, que eu sou um grande fã de anime de esporte
Tomara Deus que essa bosta desse serviço vai embora do Brasil e da América Latina. e que Parem de ficar derrubando os nossos sites de animes, eu não vou assinar esse serviço é um lixo e não tem todos os animes que um site pirata tem.
amigo eu já estou rezando e pedindo a Deus que esse serviço vai é embora do Brasil
Acho dificil pois como ta no texto, somos o terceiro maior mercado deles.
Amigo, se a Crunchyroll supostamente fosse embora do Brasil, pode ter certeza que a nossa cena de fansubs não voltaria a ser o que era antes. A maioria dos animes não ganhariam legenda, a comunidade de tradução no Brasil está bem fraca, 90% dos animes atuais que todo mundo consome hoje em dia é com legendas da Crunchyroll e Netflix. Sou defensor da democratização do consumo cultural, mas nunca que um site oficial vai ter a mesma quantidade de conteúdo que um pirata, um está pagando contratos caríssimos e o outro só faz pegar o trabalho dos outros, postar e ganhar dinheiro em cima.
na minha opinião A
Crunchyroll
não tem mais futuro no Brasil, eles não querem saber de dublar animes antigos que a galera tanto Pede, só querem saber de dublar animes chatos e genéricos da temporada. Tomara Deus que esse serviço vá é embora do Brasil eu me conformo com o Legendado e também eu nem gosto de anime dublado prefiro o áudio original japonês.
se somos o maior terceiro mercado deles por que que eles não investem tanto por aqui tipo porque eles não procuram dublar algum anime antigo que a galera tanto pede, Como faz a Anime Onegai E para piorar eles nem tentam melhorar a qualidade do serviço deles que é horrível, e depois eles querem vir ainda reclamar da pirataria né.
Nossa como se a Legenda da Crunchyroll fosse uma maravilha né? Eu já vi muitos Fans subs fazendo um trabalho mil vezes melhor do que ela, primeiro eles não traduzem direto do Japonês, e sim do inglês caso você não saiba.
Quem pede para derrubar os site pirata são a CODA, se a crunchyroll sair do Brasil, a CODA vai continuando indo atrás dos site pirata.
não é à toa que muitas pessoas estão deixando de assistir Anime, porque nós que somos pobres que não podemos ter acesso a esse conteúdo, então é melhor ficar sem assistir, a pirataria por um lado ela prejudica e pelo outro ela ajuda, só que isso é algo que essas empresas nunca vão entender.
Outra coisa que o pessoal vem Reclamando Bastante é na Total Falta de Legendas IMPORTANTES nas Versões Dubladas dos Títulos Atuais e de Catálogo também ….
Shangri La Frontier a Segunda Parte ainda está 100 Legendas na Versão Dublada e outros títulos como Our Last Crusade T02 , Alya Hide his Fellings in Rússian, Log Horizon etc etc etc …
Brother a dublagem de KUROKO BASQUETBALL está Chegando no ANIME ONEGAI ….
Sim. Já não era lá grande coisa, depois que a Sony assumiu tá piorando cada vez mais.
Então a Crunchyroll se fosse Esperta Observando o Sucesso que o Anime Onegai esta tendo com suas dublagens poderia no Mínimo dublar uns 3 Títulos Clássicos como Zillion HD Remaster, Mospeada e Marmelade Boy e também começar a dublar com a ALCATÉIA RJ e quem sabe MGE Studio 🙄
Sim Alisson desde que a Sony Pictures assumiu o controle simplesmente TUDO começou a entrar em Queda Livre ….
As dublagens então tipo 90% dos animes vão tudo para Dubrasil e ainda insistem em usar Atma e Marmac 🤮
O Fim das Quintas de Dublagem também foi algo BASTANTE Desanimador e eu imagino que se a Funimation ainda fosse Viva a gente teria Vários Títulos Antigos ganhando dublagem Exclusiva como por exemplo:
Red Squadron Zillion ❤
Mospeada
Bofuri
Space Dandy
DIMENSION W
BOOGEYPOP AND OTHERS
Basilisk Ouka Nippou Chou
Soul Hunter (Remake)
Sorcerer Staber Orphen (2018) ❤
Cautios Hero
Astra Lost in Space ❤
Exato! Não entendi a lógica de falarem de geopolitica aqui. A ideia do autor deste artigo é que "isto é um grande plano dos EUA para dominar o mundo! O EUA Não tem interesse no Brasil e resolveu se voltar para a Índia e, por isto, resolveram emplacar a cultura japonesa lá!!!" Aiai.
o impressionado q falei é de q o texto tem qualidade,por isso fiquei impressionado"nao foi um impressionado por falta de qualidade",colocar geopolitica acrescenta conteudo ao texto,discordo da afirmacao q o eua nao tenha interresse no brasil,a um interresse na america latina,brasil faz parte da america latina,nao é possivel ser a referrencia e dominar o nicho anime-stream por engano ou sem esforco se nao houve interresse a crunch nem teria vindo pro brasil,ou estaria dublando animes brasil tem uma populacao de 200 milhoes é um potencial consumidor muito grande,mesmo com a baixa renda em relacao a outros estados,pensando em mercado falante de portugues é melhor q portugal ainda q portugal opere em euro
A Crunchyroll com as ações dela esta só esta se degradando lentamente em seus serviços. Até chegar um momento oportuno de ela anunciar o fim de suas atividades aqui no Brasil. Mas a culpada no final é dela mesma. muito ruim e vergonhoso isso.
Ela não que voltar atrás nos erros, ignora as criticas, rompe o contato nos comentários e interage menos com os assinantes. Ela simplesmente ligou a chave Fãs OFF para Desafetos ON!
Se existe uma remota chance dela se acertar com os assinantes esse tempo já passou. ela precisaria trabalhar em dobro. reconquistar a confiança dos assinantes e ao mesmo tempo trazer os novos. Mas no momento atual dela é ver seu sucateamento que pra mim esta mais para uma praga atingindo uma plantação e não correr atrás de uma solução positiva eficaz.
A Crunchyroll também tem que correr atrás e trazer as Várias Dublagens da Funimation que estão Ausentes do catálogo como por exemplo Sword Art Online, Steins Gate 🤮 , Seraph of the End entre muitas Outras …..
Gostaria de parabenizar o autor do artigo pela qualidade do texto e de tentar investigar a fundo o tema trazendo questões além, coisa rara de se ver em artigos de sites de anime. Eu estive no AF em um dos dias e realmente estranhei a CR não ter uma forte presença lá. Vamos ver na CCXP. É sempre uma meleca quando uma empresa compra a outra, o risco de não honrar com parte do antigo trabalho como o investimento no mercado brasileiro no caso, é enorme. Espero que o Anime Onegai cresça cada vez mais. Mais concorrência, mais disputa pelo publico, mais variedade de consumo e o publico agradece.