Desde o fim de semana passado, o streaming +SBT exibe dentro do canal linear +Saudade a série Guerreiras Mágicas de Rayearth. A primeira exibição registrada ocorreu às 6h11 do último dia 11, com mais reprises ao longo do sábado e exibições também no domingo.
A transmissão faz parte da programação especial “De Volta à Infância”, que exibe pelo canal +Saudade programas infantis antigos do SBT, como Festolândia (Eliana), Casa da Angélica e Programa Sérgio Mallandro. Para suprir as vezes em que os apresentadores chamam por um desenho, séries de diferentes épocas são intercaladas (mesmo que nem tenham passado no SBT, como é o caso de Sonic X), e é assim que as Guerreiras Mágicas aparecem.
Para este sábado (18), momento em que essa publicação vai ao ar, o animê está previsto para ir ao ar às 17h15. Amanhã, as transmissões são às 4h37, 13h10 e às 21h43. Ainda não há previsão de que seja disponibilizado no catálogo sob demanda (para assistir quando quiser).
Mas que imagem é essa?
Quem acompanhou as exibições de Rayearth pelo aplicativo do SBT pode ter se decepcionado com a qualidade. Acontece que a versão transmitida é a mesma que também está na Amazon Prime Video e pelo canal oficial da produtora TMS no YouTube: uma imagem semelhante a um VHS, escurecida, sem nitidez.
Ainda sobre imagem, vale lembrar que o animê já possui há tempos uma versão remasterizada em HD (feita de forma decente, e não com filtros automáticos de IA como o próprio SBT vem aplicando em algumas de suas produções recentemente…), que inclusive está disponível via streaming pela Crunchyroll atualmente — mas apenas legendada.
Quanto ao áudio, a dublagem é sim a original gravada pela extinta Gota Mágica e exibida no SBT nos anos 1990. Entretanto, como ventilado à época que Rayearth estreou no Prime Video, em 2020, diversos indícios levam a crer que a TMS pegou esse áudio de gravações caseiras que circulam pela internet — inclusive, há falhas no áudio e partes faltantes. Uma matéria do UOL daquele período chegou a contatar Mário Lúcio de Freitas, dono do estúdio que fez a dublagem, que afirmou não ter sido contatado para seu uso (um acerto de direitos conexos deveria ser feito com o elenco de dublagem para reprodução de suas vozes).
A abertura e o encerramento são exibidos em japonês, em uma matriz claramente diferente do “miolo” do episódio, explicitando uma montagem, já que o arquivo de áudio de fãs da internet cortava esses segmentos. Vale lembrar que Guerreiras Mágicas de Rayearth ganhou temas exclusivos no Brasil, que divulgavam um CD da trilha sonora composto inteiramente por aqui.
Também temos que frisar que sendo o próprio SBT a exibir o material, há uma aparente má vontade de vasculhar o próprio acervo em busca de cópias melhores. Não sabemos os detalhes de contrato supostamente impostos pela TMS, mas o canal criado por Silvio Santos preserva bem as suas fitas, então é possível que um áudio em qualidade mais decente esteja disponível nos corredores da videoteca da emissora para uma melhor mixagem — bastaria vontade.
Histórico e nova produção à vista
Com 49 episódios, Magic Knight Rayearth foi produzido pela TMS Entertainment de 1994 a 1995, adaptando com bastante liberdade o mangá do grupo CLAMP (autoras também de Cardcaptor Sakura), publicado originalmente na revista feminina Nakayoshi entre 1993 e 1996.
Na história somos apresentados às estudantes colegiais Hikaru, Umi e Fuu (que na versão dublada viraram Lucy, Marine e Anne), que durante uma excursão de suas escolas à Torre de Tóquio são transportadas misteriosamente para o mundo mágico de Cefiro. Lá, elas descobrem por intermédio do Guru Cleph que foram convocadas pela Princesa Esmeralda para resgatá-la das mãos do feiticeiro Zagard (Zagato) e que, para voltarem ao seu mundo, precisam se tornar Guerreiras Mágicas (Magic Knights) e despertar os lendários gênios (Mashins) adormecidos.
Em 1997, um especial animado direto para vídeo foi lançado no Japão em 3 partes. Inédito por aqui, esse OVA apresenta uma versão bem diferente da história, sem ligação com a versão da TV.
A série animada de 94 estreou no Brasil em 1996 pelo SBT, quando ganhou o título nacional que é um tanto quanto “equivocado” em relação à história (Rayearth é o nome de um guardião, ligado a apenas uma das três guerreiras). Guerreiras Mágicas de Rayearth foi uma grande aposta da distribuidora Alien International, que no mesmo ano trouxe Dragon Ball e Fly – O Pequeno Guerreiro, também transmitidos na emissora.
O mangá original foi publicado em duas ocasiões no Brasil pela Editora JBC — que prepara uma nova edição “premium” para breve.
Em julho de 2024, a TMS anunciou a produção de um novo animê, comemorando 30 anos da obra. Ainda não há detalhes sobre como será essa produção (prévia abaixo).
Fonte: +SBT
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