Battle Skipper

Battle Skipper
Lighting Attacker Battle Skipper

[youtube:http://www.youtube.com/watch?v=1_rtzaXJshg 480 320]

Produção: Artmic, Tomy, 1995
Episódios: 3 p/ vídeo
Criação: Baseado na linha de brinquedos da Tomy
Exibição no Brasil: Manchete
Distribuição: Premiere

Última Atualização: 21/11/2007

Na década de 90, não existiu um ano mais feliz pros fãs de animação japonesa que o de 1996. No decorrer do mesmo, foram lançados na tevê e no mercado de vídeo mais de 20 séries diferentes. Pode parecer pouco, mas naquela época Seiya & cia enlatada eram a única coisa em termos de anime que a galera conhecia, e isso era uma verdadeira overdose. Ok… Tinha Street Fighter passando de forma “tímida” nos domingos do SBT (e trocando de horário toda semana), Speed Racer na MTV e até G-Force no canal pago Tele Uno (onde ?_?), mas os Cavaleiros ainda eram os “deuses”.

Graças a esses investimentos (todos pensando no lucro rápido e garantido em cima dos fãs) conhecemos um mundo além do santuário de Atena. Veio Sailor Moon, Fly, Rayearth, Dragonball… E no final do “ano do anime” chegou a coisa mais delirante que se poderia imaginar: o US Mangá Corps do Brasil.

Não vou entrar em detalhes sobre o que foi o US Mangá, porque aqui no Jbox já explicamos o que foi essa viagem na maionese da Rede Manchete em conjunto com a Premiere Films (mais precisamente na matéria do Detonator Orgum). E contrariando o que alguns pensavam, vamos falar absolutamente de TODOS os animes exibidos na sessão, um por um. E esta matéria é sobre o último título inédito a ir ao ar, antes do início da sessão reprise, que culminou na extinção do programa: Battle Skipper (quem O_o?).

Sailors Tecnológicas
Que Sailor Moon fez um sucesso gigantesco no Japão e no mundo, você já sabe. E também já é (praticamente) obrigação sua saber que no Japão pouco se cria e tudo se copia. Tal como Cavaleiros tem um Shurato e um Samurai Warriors, Sailor Moon ganhou clones que variavam da cópia descarada (desculpem-me fãs de Wedding Peach… Ahn… Se bem que nem passou no Brasil – embora devesse XD) até às cópias maquiadas obscuras como é o caso de Battle Skipper.

Lançado diretamente no mercado de vídeo, a produção data de 1995 e foi feita pelos estúdios Artmic (que numa coincidência incrível, assina a produção de mais da metade dos animes que foram exibidos no US Mangá @_@) e a Victor Entertainment com grana investida da fabricante de brinquedos Tomy. Desnecessário dizer qual o objetivo da série né?

Uma linha de brinquedos chamada MRV (Multipurpose Robot Vehicle) da Tomy precisava de uma injeção marketeira para desencalhar (eram muito feinhos…) e a empresa teve a brilhante e original ideia (x_x) de pôr estudantes colegiais com poderes mágicos para pilotar os tais MRV. Só que esqueceram de um detalhezinho na hora de fazer o anime: focar as centrífugas high-tech (hehehe parecem). Resultado: O que é MRV mesmo hein?

Foram feitos 3 capítulos com direção de Takashi Watanabe (responsável por coisas muito boas como Patlabor Movie, Jin Roh e as três séries de tevê de Slayers…) e designer de personagens assinado por Takashi Kobayashi (que desenhou os personagens do 2º Ova de Fatal Fury… Aquele com o Krauser).

Dadas informações que mudaram para sempre sua vida (XD), vamos ao que interessa… O roteiro! Bom… Como já comentado, esqueceram de focar o produto principal – os MRV – e se preocuparam em fazer uma coisa mais “original” baseada em… Sailor Moon! Tá legal, deve ser meio difícil fazer um anime onde o foco precisa ser brinquedinhos bem tronchos (as Beyblades são mais interessantes, pra você ter uma noção…) XD.

História furada
No colégio para meninas Santo Ignácio (@_@), existem os típicos “clubes” nos quais as estudantes podem desenvolver em grupo seus hobbies e interesses. No Clube da Etiqueta, a líder Reika e seu braço direito – Rie – estão à procura de novas integrantes para uma importante missão… Acontece que o clube é só uma fachada! As meninas à noite se transformam em combatentes do crime da cidade de Neo Tokyo (não é a do Akira não hein…). Pilotando modernos MRV militares (os Battle Skippers), as meninas se autointitulam as “Exstars” e fazem justiça com suas parafernálias.

Com a chegada de novas estudantes à escola, chega a oportunidade para o grupo das Exstars aumentar. E assim, se juntam à dupla Shinoko, Kanami e Saori (uma espécie se Serena, inclusive com um penteado parecido…). Através de uma passagem secreta na sede do clube, as meninas vão se transformando (a la Sailor Moon também) até chegar ao esconderijo dos MRV. Adaptando-se rapidamente à operacionalização das máquinas, as três novas integrantes já estão prontas para encarar o maior desafio das Exstars: o Clube das Debutantes, que quer dominar o mundo (fazendo festas de 15 anos, talvez ?_?)!

Como é que esses “clubes” possuem tanta tecnologia? Simples… As cabeças de cada um são de famílias que estão envolvidas na indústria produtora de MRVs. Os MRVs são comuns em todo o mundo e utilizados em diversas aplicações. A existência de uma certa rixa entre tais famílias faz com que exista a rivalidade nos clubes da escola…

Qual será o plano do Clube das Debutantes para dominar o mundo e como o Clube da Etiqueta o impedirá? A Manchete só exibiu dois episódios e o 3º e último que responde a essa questão nunca foi ao ar! Se bem que quem conseguiu ter disposição pra aturar os dois primeiros, sairia com um AVC (Derrame Cerebral, tá Cloud?) se conseguisse encarar o 3º até o final…

No Brasil… Você viu?
Como já mencionado, Battle Skipper foi o último anime inédito exibido pelo US Mangáááááá (lembram da música apocalíptica?), antes do programa começar a reprisar o que já tinha exibido e sair fora da programação da Manchete para dar espaço para programas potencialmente ruins como o Magdalena Manchete Verdade (uma espécie de Márcia Goldsmith) e WMAC Masters (nem vou dizer o que é, porque só de lembrar dá ânsia de vômito…).

Como comentei, o mais “legal” é que dos 3 episódios de Battle Skipper que a Manchete tinha, apenas dois foram exibidos. E mais legal ainda é notar que os dois primeiros episódios não fazem sentindo algum sem o 3º (que deve fazer menos sentido ainda… Mas pelo menos daria uma unha e um fio de cabelo à traminha sem pé nem cabeça).

O anime foi dublado na Gota Mágica (que dublou TUDO do US Mangá…) que escalava o mesmo elenco todas as vezes para dublar os animes. A série veio dos EUA e por lá foi lançada em DVD e posteriormente juntaram os 3 episódios e fizeram um “Movie” – também lançado em DVD. Pra chamar atenção, os gringos puseram um “do mesmo diretor de SLAYERS” na capa… Como se desse pra comparar tamanha tranqueira com as aventuras de Lina Inverse…

Battle Skipper pode ter um animação bonitinha e até ser tolerável de se ver… Mas isso apenas na falta de algo realmente interessante de se fazer. E nesse caso, até mesmo contar as nuvens passando no céu é mais interessante…