Segundo as agências de notícias Asahi e Kyodo, as quatro maiores editoras japonesas – Kadokawa, Kodansha, Shogakukan e Shueisha – pretendem processar a empresa Cloudfare, que oferece serviços para sites, em Tóquio.

No processo, eles vão acusar a Cloudfare de fornecer dados para sites piratas de mangá, e assim contribuir com a pirataria. A indenização pedida será de 400 milhões de ienes (18,6 milhõres de reais).

De acordo com os portais, a Cloudfare possui contratos com grandes sites de pirataria, que distribuem dados de servidores no Japão, mesmo com os administradores residindo em outros países. Esses sites teriam em torno de 4 mil séries, incluindo os hits One Piece e Ataque dos Titãs, e cerca 300 milhões de acessos mensais.

Em declaração ao Asahi, a Cloudfare alega: “Não estamos diretamente envolvidos em infrações a direitos autorais. Nossa empresa não é a raiz do problema”.

Entre os serviços da Cloudfare, está redes de fornecimento e distribuição de conteúdos, com proteção a ataques de hackers e ataques DDoS por meio de firewall. Ela age como um proxy reverso para o tráfego (repassando o tráfego para servidores, sendo a ponte entre eles e as requisições externas).

As mesmas editoras já entraram com ações contra a Cloudfare em 2018 para não oferecerem mais serviços a esse tipo de site, e elas haviam entrado em acordo sobre a empresa americana não guardar conteúdo de cache de certos sites em servidores japoneses. A empresa enfrenta outros processos por motivos parecidosdesde 2020.

Uma organização internacional antipirataria deve começar atividades em abril.

Entenda mais

A antropóloga Andressa Soilo, com doutorado em pirataria digital, fez há um tempo um artigo tentando entender fatores relacionados a como os japoneses lidam com pirataria. Nós também temos uma matéria sobre os impactos da pirataria no chamado “mercado oficial”, feito com base em uma entrevista com Andressa. Buscando fechar cada vez mais o cerco contra a pirataria, o Japão vêm criando leis cada vez mais restritivas.


Fonte: ANN