Em 4 de setembro de 2007…

imagem: recorte da notícia sobre censura de Naruto… O JBox noticiava sobre um caso que chegou ao Ministério da Justiça: Éder Roberto Momm, na época comissário da Infância e Juventude de Ibirama (SC), fez uma denúncia devido à violência de Naruto, que estava sendo exibido no SBT desde julho do mesmo ano. A denúncia tinha sido feita em 7 de agosto de 2007, mas só foi a público em setembro, e o Ministério da Justiça instaurou processo.

O comissário pedia que a animação fosse considerada “imprópria para menores de 12 anos”, e ficasse com exibição restrita às faixas horárias após às 20h00 (na época, a lei era diferente: hoje não é mais obrigatório, apenas recomendado, que uma atração “imprópria” seja exibida à noite) — o Ministério concordou que o desenho era violento.

Em resposta à denúncia, o SBT passou a editar cenas mais violentas — a boa audiência da série, que chegava a atingir 8 pontos no Ibope, afastava a emissora da possibilidade de retirar o programa do ar ou colocá-la no horário noturno (conhecido como o “horário nobre” e tradicionalmente dedicado a outros produtos).

Vale lembrar que a versão exibida naquele momento (e que ainda vai ao ar em algumas plataformas de streaming) já vinha com edições promovidas pela VIZ Media, que atenuou cenas violentas nas primeiras temporadas e foi deixando os cortes de lado gradativamente com a pressão de fãs nos Estados Unidos (afinal, na época já era conhecida a versão original por meio da internet).

imagem: cara do Asuma com edição do SBT

Chiclete ou cigarro? | Imagem: Reprodução/Fórum Pokémon Mythology

Ou seja, o SBT realizou edições em cima de edições. Uma das mais “emblemáticas” vinha na tentativa de remoção do cigarro do personagem Asuma, com um borrão que destoava do tom de pele e fazia parecer que ele tinha um chicletão na cara. Cortada ou não, a série seguiu fazendo sucesso e se manteve na grade nacional da emissora até 2010.

Hoje é possível acompanhar o ninja loiro em diversos streamings: HBO Max, Netflix, Crunchyroll, Pluto TV e onde mais a VIZ resolver colocar. Todos eles possuem as versões dubladas — ou seja, todo o Narutinho clássico e parte do Shippuden (na HBO Max é uma versão sem cortes). Por possuir a versão legendada, a Crunchyroll transmite também a série completa sem cortes com áudio original.

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Matéria original: Naruto na Justiça, por Fábio Soares

Fonte adicional: Folha de São Paulo