A Variety soltou com exclusividade a lista de 10 séries de TV mais pirateadas em 2022 e, entre elas, metade são animês, sendo um deles o famoso Chainsaw Man, na segunda posição — a reportagem diz que a série foi a mais pirateada no último trimestre nos EUA.
O veículo não informa ou estima a quantidade de vezes que cada série foi baixada, apresentando apenas uma porcentagem, na qual os 10 programas juntos somam 100%.
Confira:
- A Casa do Dragão T1 (17%);
- Chainsaw Man T1 (13%);
- Running Man T1 (12%);
- Ricky and Morty T6 (12%);
- Cavaleiro da Lua (9%)
- BLEACH T1 (9%);
- Kage no Jitsuryokusha ni Naritakute T1 (8%);
- O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder T1 (8%);
- SPY x FAMILY T1 (7%);
- Shield Hero T2 (6%).
Dentre os animês, apenas Kage no Jitsuryokusha ni Naritakute não está disponível oficialmente por aqui pois é um exclusivo do HIDIVE. Chama a atenção que os animês somam 43% da amostra, ou seja, quase metade do total.
A Variety pontua que séries da Netflix não aparecem no ranking, mesmo as mais famosas, como Stranger Things (a mais assistida nos EUA segundo alguns levantamentos). Isso deve ocorrer porque, ao invés de recorrer a serviços ilegais, as pessoas “pirateiam” a Netflix dividindo contas, saindo do escopo do rastreamento da empresa americana Muso, que fez a pesquisa.
Espera-se que a Netflix entre na lista de 2023 caso tome as medidas anticompartilhamento de senhas que vem desenhando. Também é notável que as séries pirateadas tendem a ser conteúdos exclusivos ou presentes apenas em plataformas de nicho.
Sobre SPY x FAMILY e Shield Hero, a reportagem alega que possivelmente foram títulos pirateados por chegarem “com atraso” no Hulu (em relação à exibição original). Porém, as duas chegaram em simulcast na Crunchyroll, o que as coloca no caso de disponíveis em serviços de nicho e pouco acessíveis nos streamings maiores (nas quais chegam com atraso) — a pirataria é maior durante a exibição japonesa, o que indica certa dificuldade da Crunchyroll em atingir parte do público que gosta de animê e acompanha lançamentos de temporada.
O panorama indica que, no mundo do streaming, a forma mais eficiente de combater a pirataria é tornar uma série de fácil acesso em mais de um serviço grande, além de plataformas de vídeo sob demanda.
Leia mais
A antropóloga Andressa Soilo, com doutorado em pirataria digital, fez há um tempo um artigo tentando entender fatores relacionados a como os japoneses lidam com pirataria. Nós também temos uma matéria sobre os impactos da pirataria no chamado “mercado oficial”, feito com base em uma entrevista com Andressa. Buscando fechar cada vez mais o cerco contra a pirataria, o Japão vêm criando leis cada vez mais restritivas.
Fonte: Variety
É curioso ver como animes que estrearam no último trimestre, como Chainsaw Man, Bleach e até o Eminance in Shadow conseguiram lugar no top 10 nos EUA, o que mostra como o interesse em animes vem crescendo. Só discordo de uma coisa no texto: É dito que a forma mais eficiente de combater a pirataria seria o ato de colocar seus produtos em serviços mais acessíveis. Bom, a série mais pirateada da lista, o House of the Dragon, pode ser visto via HBO Max. Também há séries do Disney Plus, como Cavaleiro da Lua. Podemos tirar o seguinte: O excesso de serviços de streaming. aliado a uma perda de renda por parte das pessoas num mundo pós pandemia, leva o aumento da pirataria. Então, essa ação de aumentar os locais onde posso acompanhar a série, sem criar formas de baratear o serviço, acaba sendo inútil.
Sobre animes: Toda a cultura otaku foi feita através de assistir animes e ler mangás por “meios alternativos”, desde ver animes por fitas vhs (e depois DVDs) e/ou fansubs e ler mangás por scans. Hoje em dia, é até mais cômodo assistir via Crunchyroll, já que é possível assistir determinado anime poucas horas depois do Japão. É até a Crunchyroll meio que se acomodou, seja pela demora em adicionar os conteúdos da Funimation (até hoje tem muito anime dublado por lá que não apareceu no “streaming da Hime”), seja por colocar muito anime sem legenda em português (Trigun 98, por exemplo) ou até deixar que “certos serviços alternativos” continuem existindo, inclusive cobrando assinatura por algo que tem na própria Crunchy (curioso, pois nos States, a Funimation vivia derrubando qualquer “site alternativo”).
Oi! Não é dito para colocar séries em serviços mais acessíveis, e sim “tornar uma série de fácil acesso em mais de um serviço grande” (ou seja em MAIS de um): a ideia seria justamente que as pessoas tendem a assinar poucos serviços, então se estiver em vários, diminui a chance de pirataria. As duas séries que você citou e estão no ranking são exclusivas.