O Fundo Público de Investimento da Arábia Saudita agora possui 8,26% das ações da Nintendo, tornando o país o maior acionista exterior da empresa.

Para recapitular, em maio de 2021, o FPI comprou 5,01% da ações; em janeiro deste ano, compraram mais, ficando com 6,07%, logo antes da última compra, adquiriram mais algumas ações, ficando com 7,08% e, agora, com 8,2% — segundo a AP News, os investimentos somam 52 bilhões [presume-se que de dólares, mas poderia ser ienes e não foi especificado na notícia].

A Arábia Saudita bem investindo em empresas de jogos: eles possuem ações que valem 2,9 bilhões [de dólares?] na Blizzard, 1,7 bilhão na EA, 1,2 bilhão na Take-Two e são donos de quase 100% das ações da SNK. Essa tem sido uma estratégia do atual príncipe regente, Mohammed bin Salman, que, segundo dizem, é um ávido gamer.

Vale pontuar que isso não significa muita coisa no momento, embora seja algo a ser observado: a Nintendo mantém total autonomia de seus negócios e, na verdade, não pode impedir a compra de ações — qualquer pessoa ou empresa pode comprar ações da empresa desde que seguindo os protocolos adequados da Bolsa de Tóquio.

8% de ações significa que o FPI da Arábia Saudita detém 8% dos votos em decisões, quantidade insuficiente para ter alguma grande influência — além disso, acionista não gerenciam o conteúdo dos jogos. Até onde se sabe, a maioria das ações da Nintendo são da própria Nintendo e de investidores privados confiáveis, como forma de impedir que alguém controle a empresa via ações.

De qualquer modo, essas compras sempre geram controvérsias por serem comuns da Arábia Saudita ligadas ao desrespeito dos direitos humanos.

Em 2019, por exemplo, o país executou publicamente 37 civis acusados de terrorismo, com confissões um pouco definidas como “estranhas” por alguns veículos jornalísticos. O príncipe também é suspeito de ter ordenado o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, crítico ao governo – ele nega as acusações.


Fonte: AP News, NintendoEverything, Eurogamer