Quem acompanha a franquia Pretty Cure sabia que Hirogaru Sky! Precure seria uma temporada diferente das demais. Afinal, essa é a primeira série com uma líder de cor azul e um garoto na equipe principal. Entretanto, o que o animê tem apresentado está fugido bastante da “fórmula Precure” do qual algumas temporadas mais recentes pareciam reféns.
Primeiro, temos a demora para a aparição de Cure Butterfly. Apesar de estar na abertura, o que teoricamente significa que ela não é uma “cure de meio de temporada”, em 15 episódios a heroína ainda não deu as caras na série (com exceção de sua forma civil).
Além disso, em capítulos mais recentes, Hirogaru Sky! deixou seu cenário habitual na cidade de Sorashido e levou as heroínas para algumas aventuras em Skyland, quase resolvendo a trama principal de Elle na história. Fazer isso é seguir por um caminho muito diferente do que é geralmente visto na franquia.
Mas antes de falarmos sobre esse arco em Skyland, vamos voltar um pouco no tempo e falar do capítulo 13, que por si só já mostrou como o roteiro da temporada trilha caminhos incomuns.
Sobre sapatinhos e despedidas
Embora o conceito inicial desse episódio, que envolvia a compra de novos sapatos para Elle, nada tivesse de especial, ele logo mostrou que os roteiristas dessa temporada estão empenhados em entregar uma experiência prazerosa ao espectador.
Primeiramente, toda a situação dos sapatinhos soube ser aplicada de forma eficiente para evidenciar o melhor da personalidade de cada protagonista. Nesse ponto, devo citar como é bom ver um personagem como Tsubasa sendo mostrado como o mais “maternal” do grupo.
Apresentar um menino como alguém altamente cuidadoso e gentil não costuma ser o normal em histórias de qualquer tipo, de modo que o Cure Wing fica ainda mais interessante assim que comparado com heróis masculinos do passado.
O capítulo, porém, não ficou refém de sua ideia inicial. Logo ele evoluiu para uma história de despedida assim que Sora e Mashiro se viram na situação de dizer adeus uma à outra graças a abertura do portal para Skyland. Ao mesmo tempo, essa trama se entrelaçou com a história de uma avó que se despedia do filho e da neta que foram morar em outro país.
Confesso que acho apressado tratar tão cedo de uma despedida entre as duas amigas. Isso é algo que provavelmente já iria acontecer nos capítulos finais de Hirogaru Sky!, então para que adiantar?
Entretanto, foi muito bonito ver o modo como as duas heroínas se esforçaram para ajudar a senhora avó e levá-la ao aeroporto — um episódio sem lutas (algo bem raro), mas que mostrou que aquilo que torna uma pessoa um verdadeiro herói é sua capacidade de ajudar os outros e não de simplesmente enfrentar monstros.
Parece uma trama simples, mas que no fundo combinou bem com a temática geral da temporada.
A heroína de Skyland
Chega enfim o momento de voltar a Skyland em um episódio cheio de acontecimentos. Aqui se forma um arco narrativo que se desenrola completamente em torno de Sora e começa com a apresentação de uma importante personagem ao público: a capitã Shalala.
Contrariando quem (como eu) achava que Yoyo seria a heroína que salvou Sora no passado, o capítulo nos mostrou que na verdade essa pessoa é Shalala e foi por causa dela que a jovem resolveu se tornar heroína. Há ainda um ponto muito interessante de como todos esses acontecimentos conseguem se entrelaçar para definir o futuro da jovem como precure, uma vez que, antes de encontrar Elle, o objetivo de Sora era ser parte da equipe de guardas de Shalala.
Há mais o que se falar sobre Shalala e sua relação com Sora, mas como os capítulos 14 e 15 foram um conjunto só, é interessante tratar disso melhor depois. Por enquanto, vamos focar em outro novo personagem dessa temporada: o enigmático Battanmoda.
O plano de Battanmoda
Apesar de não ser tão divertido como Kabaton, o novo general do Império Undergu tem um jeito de vilão inconsequente e inteligente que o torna bem interessante. Como é comum, em seu episódio de estreia ele não fez muita coisa além de subestimar o poder das precures.
Entretanto, logo em seguida ele criou um plano realmente muito eficiente ao desenvolver uma bomba que acabaria com o reino de Skyland. Além disso ter sido um grande problema para as precures, o vilão ainda conseguiu colocar uma espécie de “feitiço” do sono no rei e na rainha de Skyland, obrigando Sora e suas companheiras a voltarem para a Terra com Elle.
A batalha para desarmar a bomba ainda foi tão importante que “levou” a capitã Shalala consigo. Ficou em aberto se a heroína teria morrido (o que eu duvido) ou apenas “sequestrada” (já falo mais disso), pelos vilões, mas o acontecimento foi realmente marcante para Sora.
Durante todo esse período em Skyland, a protagonista aprendeu diversas questões relacionadas a “ser uma heroína”. Desde respeitar a vivência dos outros, até mesmo de ajudar a todos nos mais diferentes problemas, creio que cada lição passada a Shalala para ela foi muito importante para o crescimento da nossa Cure Sky.
Justamente por isso, ainda que vencendo a batalha, essa vitória contra Battanmoda deixa um gosto amargo de perda.
O episódio 15 termina com Sora mostrando-se otimista, algo que faz sentido para a heroína de um programa infantil. Entretanto, a verdade é que toda a situação do desaparecimento de Shalala dificilmente seria digerida com facilidade e por isso quem assiste a temporada não deve ter compartilhado dos mesmo sentimentos de felicidade da protagonista. De certo modo, isso é bom, uma vez que alimenta uma tensão necessária em uma história de super-herói.
Com tudo isso dito, agora me dou a liberdade de fazer uma especulação: não creio que Shalala tenha sido sequestrada. Na realidade, sabendo da importância da personagem e que a principal antagonista da temporada é uma mulher (pela voz que conversava com Kabaton), creio que talvez Shalala seja a verdadeira mente por trás do Império Undergo.
Como disse, essa é apenas uma suposição, mas caso se confirme, será interessante entender o que levou a chefe da guarda real a se tornar uma vilã — e mais ainda ver como Sora reagiria a isso.
Confira as outras resenhas da série:
Soaring Sky! Pretty Cure é exibido pela Crunchyroll com legendas em português de forma simultânea com o calendário japonês. A empresa fornece ao JBox um acesso à plataforma.
O texto presente nesta resenha é de responsabilidade de seu autor e não reflete necessariamente a opinião do site JBox.
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