A Crunchyroll atualizou os lançamentos da temporada, confirmando a presença do remake de Samurai X (Rurouni Kenshin) na lineup — a série chegará dublada e legendada na surdina, quase sem divulgação pelo serviço.

O autor da obra, que lucra com licenciamento e também pelo equivalente japonês a royalties em alguns casos, foi detido em 2017: Nobuhiro Watsuki — cujo nome real é Nobuhiro Nishiwaki — possuía vídeos pornográficos de garotas menores de idade, e teria dito aos policiais que “estava interessado na nudez de garotinhas”, segundo o Japan Times. O material foi encontrado no escritório do autor, em Tóquio.

Segundo matéria do jornal Asahi, foram encontrados em torno de 100 DVDs com material pornográfico envolvendo garotas no começo da adolescência — dada a quantidade enorme, encontramos comentários que diziam que a polícia investigou a possibilidade do autor distribuir material à época, mas nossa apuração não conseguiu fontes confirmando a informação.

imagem: novo pôster de Rurouni Kenshin

Novo pôster de ‘Rurouni Kenshin’ | Divulgação: Shueisha

Em busca de reportagens da época para a produção desta pauta, notamos que boa parte dos sites japoneses tiraram do ar as notícias sobre a prisão do autor — isso dificulta a apuração das informações. Felizmente, foi possível consultar algumas fontes via WebArchive.

Desde 2014, é proibida a simples posse de pornografia infantil, como é de praxe na legislação dos países que se comprometem internacionalmente com a causa — antes dessa revisão, era apenas proibido possuir o material com intuito de distribuí-lo.

A posse de pornografia infantil sem intuito comercial é passível de prisão de um ano e multa de até 1 milhão de ienes (33 mil reais na cotação atual) — quando há intenção de comercialização, a pena sobe para até 3 anos de prisão e multa de 3 milhões de ienes (99 mil reais).

Em comparação, baixar conteúdo ilegal no Japão é passível de multa de até 2 milhões de ienes (66 mil reais) e prisão por até dois anos — vale lembrar que baixar material pirata não é um crime que envolve per se estupro ou importunação sexual de vulnerável, como ocorre na produção de material pornográfico infantil — e a ideia de punir quem consome esse tipo de conteúdo é justamente porque isso indiretamente endossa e estimula o sofrimento de mais crianças (para a produção de mais pornografia), além de facilitar o processo de investigação da indústria de pornografia infantil.

A nova animação é um remake produzido pelo estúdio LIDEN FILMS, readaptando o mangá. A direção é de Hideyo Yamato (Cells at Work! Code Black), com roteiro de Hideyuki Kurata (Girls’ Frontline), desenho de personagens de Terumi Nishii (JoJo Parte 4). Soma Saito e Rie Takahashi assumem os papéis de Kenshin e Kaoru. A série fica no ar por meio ano.

Não sabemos ainda se a adaptação incluirá o arco de Hokkaido, cuja seriação foi interrompida em 2017 quando o autor foi detido pelos motivos citados acima — o mangá retornou em 2018, após o pagamento de multa de 200 mil ienes (em torno de 6 mil reais na época).


Fonte: Crunchyroll