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imagem: foto de Eduardo Dascar em painel do Festival do Rio

Eduardo Dascar – Digimon 02 e Power Rangers (2023)

Entrevista publicada originalmente em 16 de novembro de 2023.


Após mais de 20 anos da primeira série, a equipe de Digimon 02 está de volta em um filme só seu. Digimon 02: O Início estreia nos cinemas brasileiros no próximo dia 30 de novembro, em cópias dubladas e legendadas, com distribuição da Paris Filmes.

Sobre a dublagem, por questões contratuais, ainda não temos muitas informações. Porém, o primeiro trailer divulgado revelou a voz inconfundível de Eduardo Dascar de volta ao personagem Ken Ichijouji — que começa na série como o vilão Imperador Digimon, mudando mais tarde para o lado dos mocinhos.

Conversamos brevemente com o ator, que este ano já havia retornado a outro “boneco” consagrado, o Billy dos Power Rangers, para contar um pouquinho desse novo trabalho carregado de nostalgia.

Confira a seguir.

 

imagem: cena de David Yost, o Billy, em Power Ranegrs Agora e Sempre

Billy, o Ranger Azul. | Imagem: Reprodução/Netflix/Hasbro

Esse ano você retornou a dois personagens que há muito tempo não se encontrava: o Billy, em Power Rangers, e agora o Ken de Digimon 02. Como foi a emoção no estúdio no momento desses dois reencontros e o quão significante é este retorno?

Neste ano completo 34 anos na dublagem — em paralelo, continuo realizando meus trabalhos como ator no cinema, teatro e TV — e reencontrar o Billy (Ranger Azul) no especial de 30 anos de Power Rangers, e logo na sequência em Fúria Cósmica, foi catártico… Na primeira cena que dublei o ator David Yost, 30 anos depois, pedi ao diretor Henrique Canalles para regravar o loop/anel. Fiquei com minha voz embargada e os olhos marejados d’água. Passou um filme na minha cabeça num frame. Foi emocionante.

Com o Ken, em Digimon 02, o impacto foi igual. E poder compartilhar essa experiência com os fãs, esse revival, é profundamente significativo para mim.

 

Há um peso maior em dublar novamente personagens que já estão consagrados? Já houve outra experiência semelhante com tanto distanciamento?

imagem: cena de Ken Ichijouji em Digimon 02 O Início

Ken em ‘Digimon 02: O Início’. | Imagem: Reprodução/Paris Filmes/Toei Animation

Com tanto distanciamento assim, não. Foi a primeira vez que aconteceu comigo e acredito ser uma situação rara na dublagem brasileira. Neste caso, não foi um peso maior, ao contrário, foi um prazer imenso. Foi como se um gatilho adormecido despertasse.

 

Para esses trabalhos específicos, de retorno a um personagem, o convite costuma ser direto ou existe um novo teste para o papel? Como foi o caso do Ken?

Para retornar ao Ranger Azul, o convite veio direto dos estúdios da UniDub, em São Paulo. O produtor me contactou e agendamos as datas de gravação. No caso do Ken, no longa-metragem de Digimon 02, por força de um contrato eu ainda não posso comentar.

 

Quando você dublou o Ken pela primeira vez, em 2001, sua idade era bem distante da do personagem. Agora, com ele adulto, é mais confortável de se adaptar à interpretação?

A importância da dublagem profissional, realizada por atores profissionais com seus respectivos DRTs, nos dá essa expertise… Tanto faz se for jovem, adulto ou idoso. Esse tempo de “estrada” nos facilita a encontrar o tom certo.

 

imagem: cena do Imperador Digimon

Imperador Digimon. | Imagem: Reprodução/Toei Animation

Ainda lembrando da série antiga, você interpretou dois momentos distintos do personagem, sendo o primeiro como Imperador Digimon, um vilão. Tentando puxar na memória, entre as duas personalidades, você tinha alguma preferência como ator?

Personagens são como filhos… Todos são feitos com amor. É claro que fazer um vilão sempre será libertador. Ele nos tira da zona de conforto. No cinema atuei no longa Meu Pé de Laranja Lima, de Marcos Bernstein (disponível no catálogo da Netflix). Meu personagem era o pai alcoólatra e agressivo do garoto Zezé. Um crítico falando sobre o filme disse que eu consegui “dar alma para um carrasco”. Fiquei bastante lisonjeado! São todos feitos com amor… são filhos!

 

Os digiescolhidos cresceram, mas mantiveram os Digimons com eles. Tem algo da sua infância que você traz consigo até hoje?

imagem: foto de Eduardo Dascar

Eduardo Dascar no Festival do Rio de 2023. | Foto: Arquivo Pessoal

Tenho sim! Guardo até hoje numa prateleira os bonecos da minha infância: Homem-Aranha, Thor, Hulk, Homem de Ferro, Príncipe Namor e Capitão América. Todos na cor azul monocromática. Relíquia!

Nota do editor: Ele se refere à antiga coleção Super Heróis Gulliver, que começou a ser produzida no Brasil nos anos 1970, com miniaturas monocromáticas (também existiam edições pintadas à mão, mais caras).

 

Sem muitos spoilers, o que os fãs podem esperar da aventura do Ken para este filme?

Kkkk… sem spoiler! Mas aproveito aqui este espaço do site JBox para convidar seus leitores, seguidores e todos os digifãs para irem ao cinema assim que Digimon 02: O Início estrear. Não percam!


JBox agradece ao ator Eduardo Dascar pela disponibilidade.

Reportagem: Rafael Jiback, Igor Lunei e Teke | Edição: Rafael Jiback
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