Hiroki Takahashi é uma voz que fez história, sendo o intérprete do primeiro tema de abertura de Dragon Ball, um dos maiores fenômenos culturais do Japão.
À época (1986), o músico focava em sua banda de rock, a Come On Baby, onde era o líder e vocalista. Quando surgiu a oportunidade de gravar o tema, mal sabia ele o fenômeno atemporal em que estava se inserindo. Além de “Makafushigi Adventure”, Takahashi também cantou mais algumas músicas de inserção da série, como “Mezase Tenkaichi” e “Dragon Ball Densetsu”.
Em um retorno ao Brasil em 2024, o cantor foi uma das atrações do evento Anime Summit, em Brasília, onde o encontramos para essa rápida entrevista. Confira a seguir em vídeo e também em texto.
O tema de Dragon Ball é um dos maiores clássicos das animesongs. Como você foi escolhido para gravá-lo?
Estava tendo uma audição para a música, mas nenhum dos cantores estava agradando. Enquanto procuravam, por acaso, surgiu uma oportunidade no escritório em que eu estava, e acabei sendo recomendado e escolhido.
Você já conhecia a equipe responsável pela música? Quem ficou com cada parte dela?
Eu não conhecia nenhum deles antes disso. O maestro Kohei Tanaka cuidou dos arranjos, enquanto Yuriko Mori fez a letra, e Takeshi Ike compôs a música. A parte musical ficou com esses três, e para mim foi algo muito empolgante. Acredito que foi uma oportunidade que me ajudou a crescer ainda mais.
Akira Toriyama, o autor da obra, comentou algo sobre o resultado?
Eu nunca estive com o mestre Toriyama, nem nunca conversei com ele. Mas como ele nunca disse nada, acho que ele não ficou particularmente bravo, o que me deixa aliviado (riso).
Além da música, você também trabalhou com arquitetura, né? Como foi conciliar essas carreiras distintas?
A primeira vez que trabalhei com arquitetura foi porque havia pouco trabalho na música. A música foi sempre a minha prioridade.
Das músicas da trilha de Dragon Ball que você não participou, tem alguma que você gosta de cantar?
Eu gosto bastante da canção “We Gotta Power” [nota: 2º tema de abertura de Dragon Ball Z, cantado originalmente por Hironobu Kageyama]. Em algumas apresentações eu canto essa música, ela é bem gostosa de cantar.
Em meados dos anos 1990, você fez uma pausa na carreira musical que durou quase 10 anos. O que fez com que você fizesse essa retirada e o que o motivou a voltar?
Eu sempre quis estar em uma banda, mas a minha banda [Come On Baby] acabou se dissolvendo e, por causa disso, minhas atividades deram uma diminuída. No entanto, a popularidade de Dragon Ball nunca diminuiu.
Além disso, o Sr. Takeshi Ike ficou curioso para saber onde eu estava e o que estava fazendo, e, no final de 2005, tive a ideia de fazer uma “auto-reinterpretação”. Isso me fez voltar à ativa.
Em 2008, você gravou um mini-álbum chamado Inazuma Challenger, que conta também com algumas regravações. Como surgiu esse trabalho?
Recebi o convite para participar desse álbum que comemora 30 anos de carreira de Takeshi Ike, que é o compositor de meus trabalhos anteriores, e fiquei feliz em aceitar, mesmo não tendo criado nada de novo.
Essa não é a primeira vez que você vem ao Brasil. Comparada com a apresentação anterior, o que você achou dessa nova experiência?
Sim, eu também tive a oportunidade de reestrear e juntar mais experiência, então acho que consegui fazer uma boa performance. Além disso, o clima em Brasília foi muito bom, um clima quente e acolhedor, e eu me diverti bastante durante as apresentações.
Como o assunto é Dragon Ball, não podemos deixar de perguntar: o que você pediria para o Sheng-Long se reunisse todas as esferas do dragão?
Eu já respondi hoje que queria comer coisas gostosas o dia todo, então… Dessa vez eu gostaria de pedir pra crescer 10 centímetros de altura (risos).
Qual mensagem você gostaria de deixar aos fãs de Dragon Ball aqui no Brasil?
Obrigado por amarem tanto a obra Dragon Ball! Espero poder corresponder às suas expectativas cantando por quanto tempo for possível. Por favor, me deixem participar novamente. O Brasil é incrível!