O Gênio Maluco – Bob, O Gênio
[div coluna1]O Gênio Maluco – Bob, O Gênio
Hakushon Daimaoh (Gênio Atchim)
Produção: Tatsunoko, 1969
Episódios: 52 p/ tv (com 2 histórias por eps.)
Criação: Tatsuo Yoshida
Exibição no Japão: Tv Fuji (05/10/1969 – 27/09/1970)
Exibição no Brasil: Rede Record – SBT – TV Corcovado – Globo
Distribuição: Network (1ª) – Saban International (2ª)
Última Atualização: 09/06/2007
Por Larc Yasha
Com quase meia década de existência, a Tatsunoko Productions é uma das empresas que mais teve animes lançados no exterior desde a década de 60. A cada 5 animes feitos pela empresa até meados dos anos 70, uns 4 chegavam aos Estados Unidos e, pra nossa sorte, uns 3 apareciam no Brasil. Ás do Espaço, Speed Racer, O Judoka… Todos grandes clássicos da infância de muito marmanjão, produzidos e exportados com sucesso para o ocidente.
Entre animes de todos os tipos (contos de fadas, esporte, ficção), desenhos de comédias curtas, com historinhas cheias de humor rápido e uma média de 13 minutos por episódio, agradavam em cheio a audiência americana. Os roteiristas não tinham muito trabalho pra recauchutar, além do formato de programa se assemelhar aos cartoons da poderosa (na época) Hanna-Barbera.
Entre os animes desse formato, o dinossaurinho Guzulla e o mudo Tic–Tac (Kaba Totto, que a Rede Glóbulo exibiu nas madrugadas como tapa furo – só tem 3 minutinhos cada episódio @_@) não chegavam aos pés do divertido Hakushon Daimaoh. Ou melhor: Gênio Maluco (o nome mais popular no Brasil). Produzido no finzinho dos anos 60 e criado por Tatsuo Yoshida (um dos fundadores da Tatsunoko), o anime foi exibido com grande sucesso na Espanha, Itália e… Brasil!!! Poizé… Nem nos EUA o anime conseguiu atingir a popularidade que a série teve em nosso país. Mas por que será?
“Você me chamou, e aqui estooou!”
Sinceramente acho que o jeitão espalhafatoso daquele gênio horroroso gerou identificação aqui no Brasil. O cara é balofo, beiçudo, tem cara de cachaceiro, só faz confusão e tem um bigodinho irritante (dá vontade de arrancar só de ver). Vai falar que você não tem um tio com essas carcterísticas ou conhece alguma figura assim?
Fora o fato dele morar numa garrafa tremendamente psicodélica que lembra um bocado a gatinha Jeannie (de Jeannie é um Gênio). Só que enquanto a espivetada gênia do Major Nelson saía quando bem entendesse de sua ânfora, Bob (Daimaou no Japão e que já foi chamado de Atchim numa dublagem brazuca @_@) tinha uma forma bem original de aparecer para seu amo: apenas quando o fedelho soltava um espirro é que Bob aparecia ante ele. Ai a confusão tava armada…
Além do Bob, moravam na garrafa sua filhota e sua esposa (igualmente despirocados). A garotinha saía com um bocejo e a matriarca com um soluço. Podem falar… Bem criativa essa ideia, né? Ainda mais criativa era a forma como a confusão do episódio se provocava: espirrando, bocejando ou soluçando uma segunda vez, os gênios mais burros dos desenhos animados voltavam imediatamente para a sua morada – deixando sempre um pepino nas mãos do garoto Zeca.
Os coadjuvantes da história deixam a coisa toda mais insana ainda: o pai e a mãe de Zeca parecem viver à base de Gadernal® de tão malucos que são. O Gênio é perseguido por um buldogue invocado que sempre morde sua buzanfa, e ainda tem um gordo marrento que atazana a vida do pobre garoto. Quem disse que vida de criança é fácil? Com gênios fugidos de um hospício então…
Historinha
Não tem como falar muito da história do desenho, pois os episódios não formam nenhuma novela como a maioria dos animes. Um dia o garoto Zeca (Kan no Japão) acha em seu porão uma estranha garrafa com cara de palhaço (e que qualquer hippie adoraria ter na estante de tão psicodélica que é :P). A poeira local faz o garoto espirrar e de dentro da garrafa pinta o antepassado árabe (?) do Faustão. :P
O que poderia dar uma guinada na sorte do garoto se torna seu maior problema da noite pro dia. Bob não consegue realizar um desejozinho direito e ainda some sempre que o garoto dá outro espirro (e isso geralmente é bem no meio de um problemão!). Como se um não fosse o bastante, Zeca descobre que dentro da garrafa também reside a Geniazinha (filha do balofão e que se chama Akubi no Japão) e sua esposa (Eppah em japa :P).
Zeca é apaixonado pela garota Júlia (tudo nome brasileiro, né? XD), que nunca dá bola pra ele e vive sendo azucrinado por um gorducho mala sem alça. Mas não é só o pivetinho que passa por apuros não. Como já dito, merecidamente o gênio precisava fugir de um buldogue safado que adorava morder sua retaguarda – e que eu torcia para ele matar aquela coisa gorda idiota… Sim! Eu odiava aquele gênio gordo e nem me perguntem o porquê!
Nota do Tio Cloud: Adivinhem do que chamavam o Larc na escola? Huahuahua!!! Que maldade a minha, entregar o segredo mais secreto da vida do rapaz!!! ]:)
Maluquice no Brasil
Não posso precisar ao certo, mas Hakushon Daimaoh chegou ao Brasil ainda na década de 70 na Rede Record. A exibição provavelmente se estendeu até os 80, quando o anime passou a ser exibido pelo SBT e ganhou popularidade. A série era vendida dentro de um dos pacotes de desenhos da distribuidora Network que se encarregava também da dublagem. Nessa primeira dublagem, aliás, o balofo só era chamado de Gênio… Antes da série ser “relançada” por essa bandas via Saban na Globo, a TV Corcovado do Rio de Janeiro (uma emissora filiada do SBT e que pertence à CNT) passou a série por volta de 91 ~ 93.
A última exibição do anime na tv brazuca foi por volta de 98/99 na Rede Globo, mas antes disso, a série teve uma passagem relâmpago pelo intanfil Tv Colosso. Mas a série dessa vez tinha sido adaptada pela Saban (com o nome de Genie Family nos EUA, e Bob – O Gênio, no Brasil) que não consegue deixar passar um anime sem cortes ou modificações. Na redublagem, Zeca ficou com a voz do Tai (Luis Sérgio… O Fábio Lucindo/Ash carioca). Ah… E foi aí que o gênio finalmente ganhou o nome bocó de Bob (precisava dizer?) e a Geniazinha virou Yahm Yahm (isso num é o barulho que fazemos quanto estamos com fome e prestes a comer um prato delicioso ?_?).
E tem mais?
Tem sim… Mas não veio pro Brasil (ainda?!). Em tempos de vaca-magra, a Tatsunoko resolveu começar a fazer remakes de animes de sucesso no passado. Daí surgiram o novo “Gatchman” (vulgo G-Force/A Batalha dos Planetas) e o novo “Casshern” (disponível em DVD no Brasil)… Hakushon ganhou um “spin-off” (série derivada) em 2001 estrelada única e exclusivamente pela Geniazinha (Akubi-chan no Japão). Agora por que uma nova série só com a Akubi e não com o balofo? Simples: o que venderia mais cacarecos? O Faustão cosplayado ou uma menininha meio SD com um panderinho que lembra a Sumomo do Chobits? Hehehe…
O Gênio Maluco é um desenho que muita gente assistiu e se divertiu sem sequer saber que se trata de um anime. Hoje, infelizmente, a animação japonesa está com um status besta que os próprios fãs criaram que faz com que animes mais simples, antigos e ingênuos – mas divertidos – não consigam mais chamar atenção suficiente para acreditar que um (re)lançamento seria uma boa ideia. Sorte de quem tem memória para não tirar da cabeça o que realmente deixa saudades…
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