Goggle Five
[div coluna1]Goggle Five
Dai Sentai Goggle Five (Grande Esquadrão Goggle Five)
Produção: Toei Company, 1982
Episódios: 50 p/ tv
Criação: Saburo Hatte
Exibição no Japão: Tv Asahi (06/02/1982-29/01/1983)
Exibição no Brasil: Band – Record
Distribuição: Oro Filmes
Última Atualização: 29/07/2009
Por Larc
Quem está acostumado a ler as matérias do JBox já sabe do que se trata o gênero tokusatsu que atende pelo nome de Super Sentai. Mas se você é um novato na coisa e assim que bateu o olho no nome dessa série pensou logo em “Power Rangers da Google”, se faz necessária uma rápida explicação.
Criados por Shotaro Ishinomori, os esquadrões sentais foram apresentados ao público a partir de 1975 e a fórmula é seguida até hoje: jovens com roupas coloridas e uma série de armamentos lutam contra algum clã, império, organização ou bando, mal intencionado contra o planeta ou a humanidade. O esquadrão pioneiro foi o gozado Go Ranger (os vilões são um espetáculo de bizarrice à parte :P) e fez bastante sucesso batendo a marca de 84 episódios para tv. Dois anos depois, Ishinomori resolveu dar um tom mais sério nos roteiros da série Jacker e o esquadrão carta de baralho (que usava um cafona canhãozinho para explodir os monstros da semana :P) rendeu apenas 35 episódios, apontando para a Toei Company que o público alvo não podia ser diferente do infantil.
Em parceria com a Marvel Comics (!) foi lançado em 1979 Battle Fever J, que deu um upgrade nos conceitos de Ishinomori e introduziu a figura do robô gigante nas séries – graças ao sucesso do, pasmem, robô gigante do Homem-Aranha (!), na obscura produção japonesa. A partir de então, religiosamente, a Toei Company apresenta ao público uma nova produção todos os anos, raramente aplicando alguma variação significativa nas tramas (se conta nos dedos aquelas que apresentaram alguma inovação). Depois de Battle Fever J, foram lançados Denziman, Sun Vulcan – o primeiro trio do gênero – e por fim, o foco dessa matéria – Goggle Five.
Visualmente, Goggle Five já se mostra superior a todos seus antecessores e o acabamento de efeitos especiais, embora lembre bastante os vistos em Sun Vulcan (como o efeito da câmera lenta na hora dos golpes), é sensivelmente melhor. As coreografias e poses que você assiste nas produções mais recentes (via Power Rangers, claro) surgiram com mais ênfase em Goggle Five, assim como as grandiosas explosões coloridas – que detonavam a coitada da pedreira da Toei – e closes na cara dos heróis (que nos permitia ver até as presilhas do capacete XD). No elenco, destaque para a participação do ator Junichi Haruta que alguns anos depois encarnaria o vilão Macgaren em Jaspion. Dispensando dublês, o cara dava um ar de “fodão” para o Black de seu uniforme – cor usada pela primeira vez aqui.
O Goggle do título se justifica pelo visual dos capacetes dos heróis, com visores gigantescos e seguindo o padrão das séries antecessoras, os heróis tinham ao redor do pescoço um misterioso lenço branco. Se os vilões não fossem tão tontos, podiam matar eles enforcados =D. O tema da série foi os esportes olímpicos e os armamentos dos heróis eram aparelhos de ginástica rítmica. Era um tanto ridículo ver o Blue usando um bambolê como arma, ou a Pink com uma inútil fita de cetim cor-de-rosa. O Red bate nos soldados do mal com uma corda (dessas de alpinismo) enquanto o Yellow usa uma… bola, que as vezes incha e parece a do Kiko®.
Mas nada supera a estranha arma usada pelo Goggle Black, que parecem pinos de boliche adaptados para combate @_@. Tão estranho quanto essas armas, era observar a formação do robô da equipe. Qualquer pessoa conseguia ver que a união dos três veículos menores, jamais conseguiria render o mecha do jeito que era apresentado. Aparentemente proporcionalidade não era um conceito bem visto nos anos 80 pela equipe de produção da Toei…
A organização maligna Desdark, tinha como chefe uma criatura esquisita que atendia pelo nome de chefe Taboo. Com um olho gigante, ele vivia mexendo seus braços atrás de um mosquiteiro (desses de berço para neném), o que faz qualquer um se perguntar o que aconteceria se um cisco caísse nele… A armada inimiga era liderada por um tipo de barão com um capacete que qualquer um vê outra funcionalidade em guerra – um tanto higiênica, digamos assim. Mas o pior de tudo na série era ver os monstros com algum tipo de doença mental, pois os mesmos ficavam repetindo o sobrenome (sempre com o sufixo mozu) repetidamente! E o que eram aquelas botas? Ainda bem que o designer Yutaka Izubuchi limou isso a partir do ano seguinte…
Só a título de curiosidade, um dos moleques do Computer Boys & Girls, o que atende pelo nome de Tatsuya e cuidava do Goggle Red, seria visto anos mais tarde interpretando o policial Jun em Solbrain. Já o fedelho que auxiliava o Goggle Blue também apareceu em Machineman, como o irmão da Gunko – interpretada pela atriz Kiyomi Tsukada, que fez a Anri do Jaspion. Por pouco a série não foi chamada de Miraiman e a atriz escolhida para fazer o papel de Goggle Pink originalmente, saiu fora antes do início das gravações (vai ver ela notou o mico que pagaria XD). Aliás, uma das ajudantes do professor Hongo misteriosamente também desapareceu da série o_o…
O empolgante tema de abertura foi entoado pelo cantor Mojo, que chegou a se apresentar no Brasil em 2007 durante um grande evento de animes. Ele também gravou aquele tema chiclete do Machineman (Alewá! Aí Aí x_x). Especialista em temas para seriados trash o carinha, né?
Ciência Maligna x Ciência do Futuro
Em algum lugar da Alemanha existe um castelo em que os cientistas mais malignos do mundo se reúnem para pensar em formas eficazes de dominar o planeta. Depois de reunir conhecimento e criar uma horda de monstros, o castelo Destopia se mostra para o mundo causando pânico e destruição. Sabendo que um dia isso aconteceria, o professor Hongo (sempre tinha de ter um professor ou doutor nos anos 80 XD) reuniu um grupo de pirralhos e vestiu eles com uma lycra bem apertadinha (professor tarado?) pondo-os para apertarem lâmpadas pisca-pisca de natal e ver uma televisãozinha na parede. A esse ambiente, ele deu o nome de Instituto de Pesquisa da Ciência do Futuro e aos pirralhos pagadores de mico, Computer Boys & Girls.
Cada um dos Computer Boys & Girls seleciona um jovem que, ao receber braceletes de transformação, viram os Gigantes Guerreiros Goggle Five. Cada um dos 5 heróis representa uma civilização antiga e possuem em seu capacete uma joia fonte de poder. Trabalhando em conjunto com um guri, a ideia que a série tenta transmitir é que o futuro da humanidade está nas mãos das crianças, mas que não devemos deixar os conhecimentos dos povos antigos para trás, pois nos dão a força para construir o mundo ideal.
Lutando contra a ameaça do terrível império Desdark, os Goggle Five não fazem muita coisa além de dar sopapos em soldados palermas e encarar monstros retardados – chamados de monstros compostos e que pelas cenas de criação, aparentemente são feitos da mistura de guache com kisuko em tubo de ensaio @_@. Para liquidar a ameaça do dia, os heróis dispõem da formação Goggle Victory e posteriormente da Golden Lança (que mais parecia uma lapiseira gigante x_x). Após o ato, um estranho robô parte do castelo inimigo e ressuscita o monstro morto. Este fica então manipulando manivelas e consegue fazer milagre em termos de movimento com o mecha – que estranhamente sempre tinha as mesmas pernas XD. A Goggle Nave é invocada e vemos uma engenhosa cena onde um gigantesco cargueiro sai debaixo de um estádio de beisebol enquanto rola um jogo x_x. Pergunta cretina: como os vilões não conseguiam sacar onde era base dos heróis?
No decorrer da série, surge Desmark, que tem cara de estar com crise renal e possui unhas de fazer inveja ao Zé do Caixão. O novo comandante dá cabo de dois cientistas inúteis chamados Sazoria e Igana e até consegue dar um pouco mais de trabalho pros heróis, mas nada que faça você sentir aflição. Perto do final da série, surge uma tal super energia (que estranhamente parece bastante com purpurina x_x) que é cobiçada pelos vilões. De posse dela, o general Desmark resolve tocar o terror e começa enfiando uma bomba dentro de Mazurca (uma das vilãs mais sem graça dos tokusatsus). Armando uma emboscada, ela consegue entrar na base dos heróis e explode tudo – modinha nos anos 80, diga-se de passagem :P. Na explosão, o general Desguiler (o grande inimigo dos heróis, que usa um capacete que mais parece um pinico) acaba entrando de gaiato. Burros, os heróis ainda ajudam o vilão a se reestabelecer e depois ainda precisam matá-lo ¬¬’.
No último episódio, Desmark sai na porrada com os Goggle e é derrotado. Invandindo o castelo Destopia, os heróis ficam de frente com o chefe Taboo que, sentido-se ameaçado, resolve sair de trás do mosquiteiro que o protege para lutar com sua roupa de mendigo (é sério o_O). E de forma bem boba, os Goggle Five derrotam o grande vilão de forma surpreendente: acertando o olhão dele. Pena que o nome forte da série (Gigantes Guerreiros Goggle Five) não remeta a nada grandioso. E essa impressão fica clara depois de ver poucos episódios…
Goggle Five no Brasil
Em 1990 a Band resolveu entrar na farra dos seriados japoneses que rendiam um ótimo ibope para a Rede Manchete e pegou junto à obscura distribuidora Oro Filmes (que ninguém sabe a origem ou qualquer outra coisa que tenha lançado no Brasil) as séries Sharivan, Machineman e Goggle Five. Enquanto o policial do espaço teve suas matrizes vindas direto do Japão, as outras duas séries tiveram o azar de terem sido mandadas da Itália. Azar porque não vieram com as BGMs de fundo da série, e a Álamo teve que se virar nos trinta, usando como referencial para a dublagem o áudio que as fitas continham. Provavelmente o estúdio responsável pela dublagem italiana havia comido uma pizza estragada e tomado muita cachaça, pois as séries receberam a mais medonha edição de áudio de todos os tempos.
Em várias cenas, era possível ouvir sons vagabundos de um chaverinho do Paraguai que era moda no final dos anos 80. Isso sem contar que usaram as mesmas BGMs encachaçadas do Machineman. Outro detalhe: aparentemente, editavam cenas de ação, fazendo a continuidade ir pro espaço. Tirando esses detalhes fedorentos, a Álamo apresentou um trabalho no mesmo nível dos apresentados no período. Detalhe: o dublador Francisco Brêtas (Hyoga de Cisne) foi escalado para ser o Goggle Red, sendo que algum tempo depois, o mesmo estaria fazendo o Red Mask de Maskman e antes já tinha feito o Red Flash. Sorte que a gurizada nem conseguia distinguir as vozes, porque se fosse hoje em dia…
Quem conseguia sintonizar a Band na época (cujo sinal era muito ruim diga-se de passagem) até que foi com a cara da série, que foi exibida em horário nobre no canal, tendo sido lançada em março de 1990, junto de Machineman (eca XD) e Metalder. Sob o selo Videoban, foram lançadas algumas fitas com os primeiros episódios do programa. Tais fitas seriam vistas anos mais tarde sendo vendidas em lojas de 1,99 – da mesma forma que muitos DVDs hoje são vendidos em piscinas a preço de banana. Goggle Five ganharia uma projeção maior com a reprise na Record por volta de 1993 – onde também chegou a ser exibida em horário nobre, mas como tapa buraco na programação.
Ironicamente, dizem que a série fez sucesso no Japão, mas por essas bandas o público só conseguia ver os gigantes guerreiros como um Changeman de terceira categoria. Mas como a lembrança da infância fala mais forte, tem neguinho que acha o máximo e até sonha que um dia lancem em DVD. Se bem que já lançaram, mas é pirata e tem até mais qualidade que o Jiraiya da Focus Filmes =/.
Checklist de Episódios
01 – O Ataque da Ciência Maligna
02 – Lutem! Guerreiros do futuro
03 – O ataque do Destopia
04 – A planta melão
05 – O demônio se esconde na Lenda
06 – O amor de um Lutador sujo
07 – Papai é um fantasma
08 – O alvo é a Bela jovem
09 – A plantação do Cogumelo infernal
10 – O Estranho Vegetal
11 – A terrível Guerra Magma
12 – A fantasia do Inferno Aranhoso
13 – A Fúria do Enguia Mozoo
14 – O afundamento da Terra
15 – O Renascimento do Diabo
16 – Red! O perigo por um fio
17 – A lágrima do Kappa
18 – O Homem invisível
19 – O segredo da Mansão
20 – O cacto venenoso
21 – A petrificação dos peixes
22 – O ataque das Bonecas amaldiçoadas
23 – Operação bolha de Sabão
24 – A guerra contra o Inimigo invisível
25 – Dinossauro, O menssageiro do mal
26 – A grande farsa do Black
27 – A Selva de Humanos
28 – O Renascimento do Espírito
29 – Terror na cidade do sonho
30 – A espada de ouro
31 – O grande ataque Blue
32 – O Homem sem osso
33 – Tentativa de Explosão
34 – A espada de ouro fatal
35 – O ataque dos Humanos que comem ferro
36 – Um duelo de 30 segundos
37 – O Enigma do grande ataque
38 – Os sentimentos de amizade
39 – O Diabo mora dentro do livro
40 – A Base secreta está em perigo
41 – A grande aventura de papai
42 – A armadilha do Escorpião
43 – O roubo do tesouro
44 – A transformação dos alimentos em areia
45 – O falso e o verdadeiro Black
46 – O aparecimento da super energia
47 – A última arma
48 – O último dia da base secreta
49 – O último desafio
50 – O Futuro brilhante
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