Walter Emanuel Jones formou o primeiro time de adolescentes com garra recrutados por Zordon. A contra-parte ocidental do Mammoth Ranger, da série japonesa Zyuranger, trouxe as suas habilidades da dança para forma o Zack, o primeiro Ranger Preto de Mighty Morphin Power Rangers. O ator esteve no Brasil em janeiro de 2020 para participar do evento Rio Matsuri e concedeu essa entrevista ao JBox.
Confira o papo no vídeo ou na transcrição integral mais abaixo.
O Zack costumava dançar durante as lutas contra os bonecos de massa. Isso foi algum requisito para interpretar o personagem?
Era um requisito para o personagem, porque o que eles queriam era alguém que pudesse criar essa forma de arte marcial chamada Hip-Hop Kido. Então quando eu fui para a audição – bom, você sabe, eu sou ator, por isso eu fui capaz de ir e cheguei lá – e eles disseram “Bom, você sabe dançar?” Eu pensei tá bem, e dancei um pouco – boom boom – sabe, fazendo do meu jeito. “Tá bem, você pode fazer alguma arte marcial?” Eu fiz um pouco de boxe, alguns chutes e outras coisas. E eles disseram “Tudo bem, você pode dar alguns giros? Não tem muito espaço aqui, mas nos mostre o que você sabe.” Eu dei um salto mortal e “boom”, pousei no chão e fiz uma pose. Eles ficaram tipo “isso foi muito bom, legal, legal”. “Agora, você consegue juntar tudo isso?” Tá bem, deixe-me ver. Então eu comecei a dançar, dei alguns chutes e socos, um mortal pra trás. Voltei, me curvei e eles disseram “Muito bom. Gostaríamos que você voltasse amanhã.” Então, no final do dia, eles estavam olhando para todos os candidatos a interpretar o Zack. Um dos caras tinha como uma de suas referências do Hip-Hop Kido alguém como Michael Jackson, o que é legal, mas eu não acho que era muito Hip-Hop Kido. E o outro cara, ele não era muito artista marcial. Então eu era o cara, eu estava na hora certa, no lugar certo, com as habilidades certas.
Um dos produtos de maior sucesso dos Power Rangers foram os bonecos que viravam a cabeça. Qual foi a sensação de se ver nas lojas como esse brinquedo que marcou uma geração?
Quando eu peguei esse brinquedo, eu andava pela casa com ele. Eu ficava olhando e segurando, e era tipo: “É hora de morfar!” (risos). Eu achava tão divertido. Eu acredito que o fato de ter um rosto parecido com o meu em um boneco de ação assim é simplesmente incrível. Eu cresci na minha infância brincando com os Comandos em Ação (G.I.Joe) e agora eu podia brincar com o Ranger Preto e isso foi incrível.
No meio da segunda temporada você, Austin St. John (Jason) e a saudosa Thuy Trang (Trini) saíram da série. Recentemente ficamos sabendo que seus personagens se tornaram os Omega Rangers nos quadrinhos. O que você achou disso?
Eu amo o fato de que agora somos os Omega Rangers! É um final melhor para a nossa história do que ir a uma conferência de paz e nunca mais voltar. Eu achei que era uma maneira ruim de nos tirar do show. Mas, com as histórias em quadrinhos da BOOM! Studios e os Omega Rangers, nós continuamos vivendo. Nós nos tornamos esses Power Rangers de elite e seguimos e ainda estamos lutando contra os caras maus. E eu acho que isso é incrível para nós e incrível para os fãs.
Em Power Rangers Galáxia Perdida (1999) você emprestou sua voz para o vilão Nightmare e em Power Rangers Força Animal (2002) você dublou o vilão Gerrok, um dos capangas do General Venjix no episódio Eternamente Vermelho (Forever Red). Retornar à franquia como dublador foi um processo tranquilo, apesar de sua saída da série original?
Ah sim, é claro que foi amigável. Eu nunca tive nenhum problema com alguém que trabalhava lá. Foi apenas um problema com as condições de trabalho. Eu senti que deveria ser um programa nos termos do sindicato. Para voltar e fazer uma dublagem, basicamente eu fui a uma cabine com o cara do som, Scott, ou um dos outros caras do som, e eles disseram “tá bem, aqui está a voz do monstro”, eles me mostraram as imagens, eu fiz a voz e em meia hora eu tinha terminado. Não demorou muito tempo e não havia mais ninguém lá para interagir, exceto os técnicos de som que gravavam. Então não foi um problema de modo algum. Foi divertido, fiquei feliz por estar de volta porque eu sei que os fãs sentem minha falta. Então, fiquei feliz em lhes dar algo.
Power Rangers teve um episódio piloto que anos mais tarde foi apresentado por você e Austin St. John (Jason) nos EUA. Como foi revisitar esse momento?
Foi realmente muito legal porque Austin e eu éramos colegas de quarto, então moramos juntos, tivemos uma relação muito próxima, éramos amigos. Nós dois saímos do programa juntos ao mesmo tempo, junto com a Thuy, e não tínhamos voltado à série, então foi ótimo dar aos fãs um gostinho de nós novamente e, é claro, tivemos essa brincadeira, essa energia. Então fomos e voltamos, foi muito divertido.
Há alguns anos você conheceu o ator Seiju Umon, que viveu o Ranger Preto original (Mammoth Ranger) em Zyuranger, durante um evento de cultura pop. Conte-nos um pouco sobre esse momento.
Foi surreal porque ali estava o Ranger Preto que começou tudo. Quero dizer, eles fizeram tudo, fizeram todas as acrobacias, fizeram todo o trabalho super duro no Japão, e tudo o que fizeram, que criaram, foi de onde tiramos. Nós os emulamos. Eles foram uma inspiração para nós e, portanto, conhecê-lo e ficar tipo “ah, o primeiro Ranger Preto, o primeiro Ranger Preto de verdade”, e depois ser o primeiro Ranger Preto nos Estados Unidos, ambos com os programas bem-sucedidos que continuam sendo exibidos por mais de 20 anos, foi muito legal. Foi bem legal. Foi um grande momento para termos uma conexão, para dizer “olha o que a gente fez”. Foi demais.
Se o Zack fosse usar algum ritmo brasileiro em suas lutas, qual e como seria?
Algum ritmo brasileiro? Qual é! É fácil. A resposta é capoeira, é claro.