Solbrain

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Tokkyu Shirei Solbrain (Polícia de Resgate Solbrain)
Produção: Toei Company, 1991
Episódios: 53 p/ tv
Criação: Saburo Hatte
Exibição no Japão: Tv Asahi (20/01/1991-26/01/1992)
Exibição no Brasil: Manchete
Distribuição: Tikara Filmes

Última Atualização: 01/07/2007

Por Larc Yasha

Mesmo com Winspector não tendo feito muito sucesso, a equipe criativa da Toei Company (que atende pelo pseudônimo de Saburo Hatte) já tinha decidido que no ano de 1991 lançariam uma continuação. Essa continuação atendeu pelo nome de Tokkyu Shirei Solbrain. A tentativa de reeditar o êxito da trilogia de policias do espaço lançada no início da década de 80 (Gaban/Sharivan/Shaider) já dava sinais de que não daria muito certo. Aliás, depois da série Shaider, nenhum Metal Hero conseguiu atingir um sucesso expressivo no Japão. Tal situação apenas culminou alguns anos mais tarde com o fim do gênero mais popular dos tokusatsus, aqui no Brasil.

Solbrain apostou num acabamento mais arrojado de vestuário e há uma sensível melhoria de efeitos especiais – tinham de chamar atenção da gurizada de alguma forma, né?! Infelizmente os roteiros não acompanharam a evolução visual que a série teve. Se o Winspector tinha casos bem toscos pra resolver, a gestão do Solbrain na Central de Polícia de Tokyo atraiu os tipos mais estranhos de cientistas loucos e bandidos com planinhos igualmente cafonas. Aliás… A figura do “bandido” propriamente dito é visto poucas vezes na série. Geralmente a equipe se envolve em algum acontecimento e no desenrolar da trama sempre explodem um galpão e os caras precisam se transformar pra salvar as vítimas.

Talvez essa “fórmula” de Solbrain é que seja o ponto fraco da série. Em quase todos os episódios rola um grande incêndio pra equipe apagar! Até o 10º episódio até que é tudo legal, mas depois vira uma rotina bem boba e desinteressante. Afinal de contas, Eles são policiais ou bombeiros?

Os protagonistas são ainda mais sem sal que os de Winspector. Se os personagens já não são lá grandes coisas, a interpretação (qual?) dos atores “ajuda” mais ainda… Se Ryuma ganhava patrocínio da Revlon pra fazer aquela propaganda depois que tira o capacete (meus dentes continuam os mesmos, mas os meus cabelos… XD), o protagonista de Solbrain, Daiki, era patrocinado por uma empresa de gomalina. A quantidade de gel que o moço usava no topete era absurda. E a filha perdida da Sônia Abraão?! A atriz Mitsue Mori (Leiko Higuchi/Soljeine) é praticamente um clone rejuvenescido da apresentadora da Rede TV! e sua interpretação consegue ser pior que a dos figurantes da escolinha do Professor Girafales (já notaram aqueles descendentes de incas e maias que ficam lá no fundão da sala de aula?).

Mas o que a série tem de bom? Olhando por alto não tem lá grandes coisas não. Parece um “Winspector mais rico”. As armaduras e carrões são bem bacanas e o ator Hiroshi Miyauchi reprisa o papel de chefe Massaki e sustenta o pepino. A trilha sonora é boa (com destaque pra abertura martelante), e as histórias ficam ligeiramente mais legais depois do esperado encontro da equipe com a turma do Winspector. A inclusão do personagem Knight Fire (o Ryuma outra vez) mostra a nítida tentativa de tentar melhorar o angu. Pena que as pelotas já eram muitas até esse ponto… :P.

Help… Help…
Após a partida do Winspector para Paris, o chefe Shunsuke Massaki se prontificou de formar um novo grupo onde além do combate ao crime, teriam que resgatar o coração perdido dos homens (usando raios de carinho dos Ursinhos Carinhosos? XD). Essa nova perspectiva de ação surgiu mediante as atitudes impulsivas do próprio chefe Massaki nos dois últimos episódios do Winspector.

A nova equipe é bem mais armada que o Winspector e até a muié da turma tem armadura pra ajudar nas “batalhas”. O líder da equipe é o topetudo Daiki Nishio e ao seu lado está sua parceira Leiko Higuchi (que atua na mesma linha da inexpressiva Junko do Winspector). Também fazem parte: o detetive esquentadinho Jun; o robô transformer Soldozer e uma equipe de operações liderada pelo capitão Takeshi Yasawa, que opera o trunfo máximo (e mais tosco) do Solbrain: o Solid Saver.

O Solid Saver é um tipo de “nave-caminhão-de-bombeiro-gigante” que sempre que explodem com a casa do Issamu Minami (notem que em toda explosão, a Toei usa o mesmo galpão!) ou o prédio de papelão do dia, é acionado e apaga o foguinho. Dentro do galpão, estão os heróis correndo de um lado pro outro pra resgatar as vítimas (que podiam sair sozinhas tranqüilamente, mas abafa :P) e saírem bem nas fotos. Estranhamente, todos conseguem sair ilesos no último instante da explosão e aparecem bem posudos caminhando ao som da música tema.

Ahn… Preciso dizer que o Solid Saver é feito descaradamente de brinquedo? Sua “garagem” fica num estacionamento cercado de carrinhos miniaturas e quando a garagem sai do subsolo, nenhum carrinho é esmagado. Só queria saber como um caminhãozão daquele conseguia ser dirigido pelas ruas estreitas de Tokyo (nem sempre ele voava). E porquê diabos ele era imenso voando e do tamanho de uma besta quando parado?! Dispositivo Nanicoltech® do professor Xapatin?

Como já mencionado, o Winspector participa da série mais ou menos na metade dela e ouvir os dois excelentes temas de abertura sendo executados é demais! Os personagens mereciam roteiro bem mais interessante, mas fizeram um crossover meia boca, mas que agradou o espectador. Depois, Ryuma passa a fazer parte do time com uma armadura de fazer inveja ao Solbraver e a Soljayne: a Knight Fire. Infelizmente não importaram o Winsquad junto e deram um carrinho vermelho bocó pra ele usar. Sinais de verba acabando, né?

Nos finalmentes da série (que surge de supetão, como o de Winspector) o chefe Shunsuke Massaki comunica a todos que o Solbrain recebeu uma ordem de dissolução. A razão dessa decisão, os altos custos de manutenção (seria das maquetes?) que o esquadrão dá ao governo japonês. A idéia a partir de então passa a ser a produção em massa de trajes de combates mais baratos para defender todo país, não deixando tudo nas costas de uma só equipe. Desculpa esfarrapada, mas bem bolada!

Depois de mais um caso típico do dia, a Super Equipe de Resgate Solbrain se desfaz e cada um dos seus integrantes segue um novo ruma na vida: Daiki vira sócio de uma fábrica de gel pra cabelo, Leiko vira apresentadora de um programa chamado “A Tarde é Sua” e o Soldozer vai pra Hollywood esperar o início da produção do filme dos Transformers pra tentar aparecer fazendo uma pontinha. Hehehehe… Brincaderinha, viu?!

Inédito: Resgate Especial Exceedraft
Fechando a nova trilogia de policiais enlatados (chamada de Police Rescue) existe a série Tokuusou Exceedraft, que DEVERIA ter sido exibida no Brasil. Acontece que a Tikara Films não ficou muito entusiasmada em vista da popularidade crescente dos animes na época e o fracasso comercial dos produtos da Patrine e as baixas vendas de bugigangas do RX e do Solbrain. A distribuidora optou então por comprar Shurato e Yu Yu Hakusho deixando os tokus em 2º plano. Posteriormente, foi divulgado que a mesma Tikara (e por fora, a Sato) estaria negociando a série Janperson – produção Metal Hero de 1993 parecida com Jiban – mas a Manchete estava numa pindaíba financeira braba e não fechou contrato para exibir.

Mas porquê o interesse no tal Janperson e não na continuação do Winspector/Solbrain; Exceedraft? Não dá pra adivinhar, mas provavelmente o potencial comercial de Janperson passou a impressão de ser melhor na mente do senhor Toshihiko Egashira. No que vocês apostariam? Mais do mesmo ou em uma novidade que se assemelha mais de certa forma a um sucesso do passado (Jiban, no caso)?

Da mesma forma como Shaider, Exceedraft foi a “ovelha desgarrada” da trilogia. Não rolou encontro especial e apenas no último episódio o chefe Massaki aparece, criando assim o elo com as duas séries anteriores. O visual de Exceedraft é inferior ao de Solbrain, mas a desculpa pra isso foi dada no final de Solbrain (espertinhos né?). Saem os vilões e entra agora uma organização criminosa que tem treta com o capeta (!). Com isso, as histórias conseguem ganhar um pouco mais de movimento.

A forma de transformarem-se chama um pouco de atenção: os heróis (um trio outra vez, só que formado 100% por homens) vestem as armaduras com as mãos! E que armaduras feinhas, hein? Só o líder, Draft Reeder, é que ganha uma nova no meio da série para enfrentar seu irmão gêmeo maligno capeta (!).

Fica difícil apontar Exceedraft como sendo uma série boa ou ruim, uma vez que poucos tiveram oportunidades de assistir. Dizem que apesar da simplicidade no quesito arsenal e visual, a série consegue ser mais cativante que as anteriores. A trilha sonora apresenta um tema de abertura interpretado por Takayuki Miyauchi que ficou no mesmo nível dos temas de Winspector e Solbrain, também por ele interpretados.O roteiro aparentemente conseguiu ousar um pouco para não haver uma repetição de situações já vistas em Winspector e Solbrain e isso já é algo muito bom de se saber. Uma pena que ficamos na vontade de assistir para podermos tirar melhores conclusões.

Solbrain no Brasil: O fim dos Metal Heroes
Solbrain foi uma das últimas séries tokusatsus lançadas no Brasil. A série foi importada pela Tikara Filmes juntamente com outra “continuação”: Kamen Rider Black RX. Exibida na Manchete entre 1995 e 1997, a série não fez tanto sucesso como Winspector, por disputar atenção com os animes que a emissora exibia nos fins de tarde.

A Intermovies lançou episódios em vídeo (com capinhas altamente transadas!), mas não concluiu a coleção como fez com Winspector.
A versão brasileira foi feita na Master Sound, que realizou um trabalho muito bom, inclusive se preocupando em escalar o mesmo elenco para dublar os personagens de Winspector quando os mesmos reapareceram. Adaptaram os temas de abertura e encerramento e o intérprete dos temas aportuguesados da série foi o mesmo cantor das músicas em português de Yu Yu Hakusho – Luis Henrique. As letras não ficaram torturantes como as que fizeram pro Black Kamen Rider por exemplo (Moto que voa e flutua, da lua nua ao arranha céééééééuuuuuu x_x).

No elenco de dublagem, várias vozes populares no mundo do animes (nem tinha como não ser né? Em sampa sempre escalam os mesmos dubladores pra tudo que é japonês XD). Destaque para Letícia “Saori” Quinto que conseguiu tirar leite da pedra na dublagem da atriz que interpreta a Leiko. Uma coleção MUITO bacana e grande de brinquedos foi lançada pela Glasslite (que ganhou muita grana enquanto existia tokusatsu na tevê…) que tinha 90% dos produtos lançados no Japão. E tinha versões econômicas (aquelas de borracha mal feitas ^^) e de Luxo (como o Solbraver com luz e som). A fim de promover a série, o senhor Toshi trouxe na bagagem as armaduras da série (!) que viram a luz num evento paulista da Abrademi em 1995.

Solbrain marcou também o fim do reinado dos Metal Heroes na tevê brasileira. Desde 1986 – com o lançamento de Jaspion em VHS – todas as produções do genêro foram lançadas no Brasil. Infelizmente, tudo ocorreu fora de ordem e numa correria só, impedindo os fãs de acompanharem a evolução desse gênero que veio a se extinguir no Japão em 1997. Após Solbrain, Exceedraft, e a já citada Janperson; foi lançada no Japão outra série policial: Blue Swat, de 1994. Em 1995 surgiram os Betle Fighters que teve uma seqüência em 1996 com BF: Kabuto. Essas duas últimas foram recicladas no ocidente pela Saban como a tenebrosa série Bettle Borgs, que foi uma das piores coisas do planeta em se tratando de “tokusatsu sabanizado”

Em 1997 foi lançada uma série voltada para o público infantil chamada “Kabutack”. Para alguns fãs, o teor altamente infantil da produção conseguiu manchar toda trajetória que os “verdadeiros” representantes do genêro Metal Hero conseguiram criar desde a estréia de Gaban em 1982.

Explicar a razão pela qual os Metal Heroes acabaram rende altas discussões entre os fãs de tokusatsu. É lamentável e triste saber que não fazem mais produções que divertiram nossa infância. Tá legal que hoje em dia ia ser dose de “gostar” de novos Jaspions ou Jibans (Jiraiyas nem tanto :P) em vista da tendência da industria do tokusatsu de se infantilizar tudo quanto é roteiro desses programas. Mas quem sai perdendo é essa nova geração que só sabe o que é “tokusatsu” por meio do divisor de águas dessas produções: os Power Rangers. E bem que a Toei podia reinvestir no gênero né?! Afinal, até um “remake” da Patrine foi lançado (SIM x_x).

Checklist Episódios
01 – Tóquio em perigo
02 – As irmãs espiãs
03 – Anjo ou monstro
04 – O vídeo game dos sonhos
05 – Ele me deu coragem
06 – A bomba e o contista cômico
07 – A máquina renovadora
08 – O desaparecimento da roupa especial
09 – Os laços que unem pai e filha
10 – Os velhos incendiários
11 – Amor e vingança
12 – Um novo Soldozer
13 – O assassino playback
14 – Atirei por amor
15 – A boneca da paz
16 – O desaparecimento do Solid-Saver 1
17 – Os fugitivos algemados
18 – Esperança de poder pedalar
19 – Kamekiti e a detetive
20 – A triste algema
21 – A volta do Winspector
22 – O insensível Fire
23 – Do Winspector para Solbrain
24 – Salvem o falcão
25 – Responda, nave gigante!
26 –
27 – O segredo do vegetal falante
28 – Pânico no Solid-Saver
29 – A rebelião do império das crianças
30 – Não é fácil ser Deus!
31 – O carro do futuro
32 – Adeus, amigo
33 – Quando o herói chora
34 – O novo herói (1ª Parte)
35 – O novo herói (2ª Parte)
36 – O seqüestro
37 – O triste final de um homem
38 – Convite à morte
39 – O mágico extraterrestre
40 – Armadilha para os heróis
41 – A máquina veloz
42 – A vingança
43 – A falsa e a verdadeira
44 – O ladrão e o velho
45 – A pequena testemunha
46 – Eu sou um gênio
47 – A falsa vidente
48 – A ausência do pai
49 – Adoro criança maldosa
50 – O cachorrinho da esperança
51 – Ordem de dissolução
52 – Ordem de explosão
53 – Super-equipe de resgate Solbrain – Até o próximo encontro

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