Entrevista publicada originalmente em 20 de março de 2011.
Apaixonado desde pequeno pelos fantásticos heróis da Terra do Sol Nascente, Alexandre Nagado é um dos profissionais que se tornaram referência em cultura pop japonesa no Brasil. Conversamos com ele sobre os bastidores do universo tokusatsu, sua visão sobre o mercado de quadrinhos e até projetos futuros. Confira na entrevista a seguir.
Quando você começou a se interessar por trabalhar profissionalmente com histórias em quadrinhos?
Bom, eu lia quadrinhos já aos 5 anos, desde que fui alfabetizado. Comecei a buscar meios para trabalhar com isso em 1986 (tinha 15 anos), quando fui estudar desenho com o professor Ismael dos Santos, da escola-estúdio Núcleo de Arte. Ele também ensinou o Spacca, Emerson Abreu (do estúdio MSP) além de muitos outros profissionais. Devo muito ao Ismael. Até hoje temos contato e fizemos muitos trabalhos juntos, o que sempre foi motivo de alegria e orgulho pra mim.
E quando nasceu a paixão por heróis japoneses?
Eu assistia muitas séries na TV desde criança e gostava muito de várias delas. Acho que meu gosto se solidificou por volta dos 10 ou 12 anos, quando eu já curtia mais os enredos.
Quais os seus prediletos?
De favoritos de todos os tempos, tem Speed Racer, A Princesa e o Cavaleiro, Sawamu – O Demolidor, Ultraman (as séries originais), Ultra Seven, Robô Gigante… Já na adolescência eu descobri o Yamato – Patrulha Estelar, até hoje meu animê favorito. Os dois primeiros Ultramen e o Ultraseven continuam como os prediletos entre os tokusatsu. Mas o meu mangá favorito não é de heróis. É o Maison Ikkoku, da Rumiko Takahashi, um belo e divertido mangá adulto sobre relacionamentos.
No começo dos anos 1990, eram produzidos no Brasil quadrinhos baseados em heróis japoneses do gênero tokusatsu – que chamávamos de “Toku Comics”, já que o estilo da arte lembrava o das HQs americanas da época. Fale um pouco de sua participação nessas HQs.
Cá entre nós, “Toku Comics” eu acho um nome horrível… A palavra é “Tokusatsu”, que já é uma abreviação de “tokushuu kouka satsuei” (filmagem de efeitos especiais) e acho meio sem noção usar “toku” como prefixo, como muitos fãs fazem, aqui e no exterior, mas enfim… Não me xinguem por isso, mas vejo muita gente bater no peito dizendo que é “fã de toku”, que é “tokufan” (um neologismo horroroso) e não sabe nem o que é essa palavra. Na verdade, 90% dos “tokufans” gostam mesmo é de Kamen Rider e Super Sentai e um ou outro herói fora disso. E tokusatsu ainda tem os Ultras, os kaiju eiga (filmes de monstros) e outros que usam efeitos especiais ostensivamente pra contar uma história, sem terem necessariamente monstros e super-heróis.
Bom, mas voltando ao que me perguntou: No começo, tinhas os gibis do Jaspion e Changeman produzidos pelo Ataíde Braz, Neide Harue e Roberto Kussumoto para a Editora EBAL. Eu tinha 19 anos e queria desenhar alguma coisa relacionada. Daí, depois de pesquisar no expediente da revista, entrei em contato com a Alien International, que licenciava o produto e ficava perto de casa, no bairro de Pinheiros. Fui até lá e o diretor, o Takeo, disse que eu poderia tentar fazer um teste para o Studio Velpa, que iria assumir a produção da revista Jaspion, que estava sendo transferida para a poderosa Editora Abril. Mas pra desenhar 20 páginas de teste, eu precisava ter o quê desenhar. Daí eu criei uma história e fiz todo o lápis. Dias depois, me ligaram. O desenho foi considerado muito fraco, mas o roteiro tinha agradado.
O roteirista principal era Rodrigo de Goes e foi ele quem me incentivou a escrever cada vez mais, generosamente abrindo espaço para que eu desenvolvesse meu trabalho. Fiz 3 histórias do Flashman (uma delas co-escrita com o Rodrigo de Goes), 2 de Changeman (uma com o Rodrigo) e 3 de Maskman, todas para a Abril, nas revista Jaspion e Heróis da TV. Também escrevi Goggle V, Machine Man e Sharivan para a EBAL. Goggle 5 vendeu mais de 50 mil exemplares, o que o faria ser um best-seller hoje em dia.
Ah, e o primeiro número do Jaspion na Abril, do qual participei com um roteiro pra Flashman, vendeu 100 mil exemplares. Além disso, houve 3 histórias de Cybercop, uma de Spielvan e uma de Metalder que nunca foram publicadas, mas todas devidamente pagas. Foi uma época em que aprendi a lidar com prazos (algo para o qual eu havia sido preparado pelo Ismael dos Santos, meu professor) e desenvolvi narrativa, diálogos, etc. Criar histórias fechadas de 20 e poucas páginas foi um exercício e tanto. Quando fui fazer Street Fighter em 1993, já estava com alguma experiência e pude escrever com um pouco mais de desenvoltura.
Falando nisso, os quadrinhos de Street Fighter II fizeram bastante sucesso, não? Na época parecia haver uma maior valorização do artista nacional e o número de material “Made in Brazil” era mais alto que hoje em dia. É mesmo mais barato pagar licenças para publicar material importado que investir na produção nacional?
Street Fighter II vendia mais de 20 mil exemplares por edição, mais do que muitos dos sucessos recentes do quadrinho nacional. Sobre a publicação de material estrangeiro, sim, é proporcionalmente mais barato. Basta pagar tradutor e letrista e não há a preocupação de se encomendar material criativo que precise ser trabalhado e desenvolvido conforme resposta de público. O editor apenas seleciona material já pronto e cuida de supervisionar como esse produto chegará ao consumidor.
Claro que há custos, mas nem se compara ao risco de se investir muito em material que não se sabe se terá retorno. Em contrapartida, um material que já foi consagrado em outro país já dá mais segurança ao editor. Esse também já foi pago em seu país e os direitos autorais acabam ficando mais em conta na proporção custo/benefício. Os direitos de publicação têm seus custos, alguns são muito caros e a editora assume riscos, mas é um investimento com mais garantias de retorno, até pela estrutura que já vem pronta. Falta vontade nas editoras, que pensam no lucro mais imediato. Claro que parte da culpa também é dos autores (eu incluso), mas é difícil se dedicar a projetos duvidosos tendo contas a pagar mensalmente.
Por que tais quadrinhos seguiam o estilo americano no traço e não algo mais ligado ao mangá? E porque algumas histórias destoavam tanto do universo dos personagens da tevê?
Eu sempre quis puxar para o lado mangá na época das revistas de heróis de Tokusatsu, mas era só eu. A maioria dos desenhistas lá era totalmente influenciada por heróis Marvel. Tanto que o excelente Aluir Amâncio, que desenhou as primeiras histórias do Jaspion, fez Jaspion e Anri como se fossem Peter Parker e Mary Jane. Eu não gostava dessa abordagem, mas a arte era realmente muito boa e foi uma pena o Aluir não ter continuado até o final, indo produzir pra Disney, Marvel e DC Comics.
Em Goggle V (que saiu em 1991 pela EBAL), o desenhista Roberto Martins usou um traço mais estilizado e acabou se aproximando do mangá. Em termos de roteiro, apesar do formato mais “super-heróis Marvel/ DC”, eu tentava colocar elementos de narrativa mais orientais, ao menos em cenas de batalha. Pelo menos era assim na minha cabeça ingênua da época (risos). Não estou justificando nada, mas se lembrar que comecei a fazer esses roteiros com 19 anos, não dá pra esperar muita maturidade mesmo.
Depois você chegou a lançar um herói próprio chamado Blue Fighter. Fale um pouco de sua criação e porque “aposentou” o personagem?
Eu sempre achei um personagem despretensioso e que devia ser divertido. Mas tive críticas raivosas demais e criei inimigos rancorosos que se sentiram ofendidos quando o Blue Fighter apareceu. Sinto muito por essas pessoas, que, na falta do que fazer, ficam martelando a mesma tecla, como se eu fosse um deslumbrado que achasse Blue Fighter uma obra-prima. Até hoje, tem pessoas em fóruns que não se cansam de dizer como aquilo era ruim, que era imitação tosca de Kamen Rider, que até tinha nome em inglês, como se os japoneses protestassem contra o uso de inglês em One Piece, Dragon Ball, Ultraman…
Acho que o Blue Fighter traumatizou muita gente que não se conforma de nunca ter publicado nada enquanto eu publiquei tanta coisa criticada. Mas fico feliz de ter publicado a fase 2 na revista Mangá X (em 2000, pela Ed. Escala), podendo concluir a série como eu queria. Resumindo: não penso mesmo em fazer novas histórias, a menos que seja convidado e ganhe por isso.
O maior referencial para muitas pessoas sobre você é a revista Herói. Antes dela, já havia participado de alguma outra revista escrevendo matérias?
Sim, em 1993 e 94, escrevi pequenas matérias, notas e resenhas sobre personagens japoneses pra revista Set – Cinema e Vídeo. Esse foi o meu começo, na imprensa “mainstream”, bem antes de existir uma imprensa especializada em produções japonesas. E quem deu minha primeira chance foi o Carlos Eduardo Miranda (um dos jurados do programa Qual é o Seu Talento?, do SBT), com quem falei oferecendo referências sobre Ultraman pra ajudar num artigo que eles haviam anunciado. Fiz um teste de redação e acabei fazendo o texto. Com relação a minha participação na revista Herói, fui mais um coadjuvante com seus momentos de destaque, sem falsa modéstia. Por isso acho legal ser tão lembrado quando se fala na Herói. Algumas edições da revista venderam mais de 400 mil exemplares. Isso explica a tamanha exposição que nós tivemos – eu e o Del Greco.
A Herói foi um marco editorial nos anos 1990. Nenhuma publicação voltada ao público “nerd” existia no Brasil até então, correto? Como você foi convidado para trabalhar nela e por quanto tempo permaneceu?
Os editores e sócios da ACME, André Forastieri e Rogério de Campos, eu havia conhecido na revista Set. Foram eles que me chamaram. Me lembro até hoje o dia em que, no final de 1994, o Forastieri me contou sobre o projeto da Herói e dizia que não fazia idéia do resultado daquilo. Foi sempre num esquema de free-lancer, ganhando por lauda de texto. Por um tempo, havia uma cota de produção. Em 1996, por conta de minha relação com a Editora Escala (onde também era free-lancer), um editor contratado me “fritou” e cortou minha participação. Foi um lance bem político e meio pessoal, pois o cara achava que eu não era de confiança, trabalhando pra uma concorrente. Quando esse editor caiu fora, me chamaram de volta, mas sempre como colaborador free-lancer. Entre idas e vindas, acho que foram uns 5 ou 6 anos de colaborações. Participei da muitas edições, mas nunca fui fixo da revista, como o Marcelo Del Greco foi na maior parte do tempo.
Como era fazer uma revista como aquela nos anos 1990, com a internet engatinhando e o Japão tão distante em termos de acesso a informações?
Engatinhando nada. Em 1995 eu nem sonhava em acessar informações pelo computador. Os caminhos eram os seguintes: assistir fitas japonesas em locadoras da colônia (com senhores mal-educados que detestavam atender quem não dominava o idioma), procurar livros e revistas caríssimos (e que levavam meses pra chegar quando eram encomendados), comprar revistas americanas em lojas de quadrinhos (o que nos levou a muitas informações equivocadas publicadas em revistas gringas) e falar com colecionadores.
Era um trabalho de garimpo, onde cada informação, cada imagem conseguida, era uma vitória. Hoje em dia é tudo muito fácil, mas naquela época, conseguimos desbravar muita coisa. Lembro que em matérias pra Herói, eu ficava congelando a imagem do vídeo e copiava os créditos das séries. Daí, levava pra meu professor de japonês pra que ele ajudasse a traduzir os kanjis para os nomes mais prováveis. Isso nem sempre dava certo, já que kanjis têm leituras diferentes possíveis e nem sempre o artista escolhe para seu nome a leitura mais comum. Daí, com nomes que iam aparecendo com mais freqüência, eu ia citando isso nas matérias.
Por exemplo, o roteirista Shozo Uehara havia escrito a maior parte de Kaettekita Ultraman (O Regresso de Ultraman, de 1971). Depois, vi que ele escreveu os primeiros episódios de Kamen Rider Black (1987) e praticamente toda a série do Jaspion. A esse tipo de informação eu dava ênfase, tornando certos nomes conhecidos do público. Eu não percebia na época, mas começava a dar um toque mais sério aos assuntos de bastidores, coisa que até hoje interessa a muitos leitores.
Tal como os leitores, a revista aos poucos foi amadurecendo, e em um dado momento ela se transformou em várias. De todas as Herói, quais a que você mais gostou?
Acho que a Herói 2000, onde colaborei pouco, tinha o formato mais legal. Na época da Herói 2000 eu tinha um texto um pouco melhor também. A Super também era interessante, pois permitia explorar uma linguagem mais elaborada.
Como era o ritmo de trabalho com tantas “Heróis” e a periodicidade semanal?
Era bem puxado. Os Cavaleiros do Zodíaco eram o carro-chefe, claro, mas a revista chegou a ter 48 páginas saindo duas vezes por semana. Cavaleiros ocupavam em média 8 páginas por edição. O resto eram outras pautas, como filmes e quadrinhos dos EUA. Nesse embalo, pude sugerir (e ser pago) para escrever muitas pautas sobre séries que eu gostava, tanto de animês quanto de tokusatsu. Às vezes, tinha que redigir mais de 10 páginas de matérias por semana. Mas redigir era a parte mais fácil. Tinha que pesquisar, ligar pra muita gente, procurar imagens em livros e revistas. Antes da internet, tudo era muito difícil de se conseguir e cada imagem era um achado precioso. E quem diz com desdém que a Herói “era só Cavaleiros”, certamente na época não procurava outra coisa mesmo. Se procurasse, teria visto muita coisa legal na revista.
Como você analisa essa explosão dos quadrinhos brasileiros que são feitos “em estilo mangá” que existe hoje nas bancas? Acha que esse nicho tem um “prazo de validade” ou continuará crescendo?
O Brasil foi o primeiro país a produzir quadrinhos com influências japonesas, isso lá da década de 1960, com pioneiros como Cláudio Seto, Minami Keizi, Fernando Ikoma e outros. Depois, houve tentativas nas décadas de 1980 e 90 e algumas outras no começo do século. Tirando Holy Avenger, não vingaram.
Vez por outra, alguém mais tenta. O material mais bem-sucedido sem dúvida é Turma da Mônica Jovem, que não pretende ser um mangá nacional, mas que tem influências óbvias. A mais recente empreitada divulgada é a Ação Magazine, capitaneada pelo Alex Lancaster. Não sei se o mercado vai responder bem à ela, mas espero que sim. Não sei se há um prazo de validade, mas com certeza sempre haverá alguém tentando. O mangá faz parte da história da HQ nacional e está sempre se renovando.
Qual sua opinião acerca do atual quadro dos animês nas emissoras de tevê aberta? Os fãs estão mais exigentes ou a censura está mais incisiva?
Aqui, não há exatamente uma censura, mas sim adequação de horários. Acontece que muita coisa vem via EUA e é lá que cortes acontecem, pra “adequar” um produto juvenil ao infantil, o que é lamentável. Acabamos herdando a censura dos EUA. O que acontece é que os programadores (aqui e lá) continuam não entendendo o produto que têm em mãos. É melhor passar em outro horário do que passar de manhã e ter que cortar trechos pra não espantar anunciantes, obviamente. Se ainda assim cortam, é paranóia pura e é o que acontece nos EUA. E os fãs estão mais exigentes, sim. Em parte, pelo acesso à informação e pela imprensa especializada.
Como grande fã de tokusatu, o que você pensa a respeito dos Power Rangers?
Bom, eu gosto de tokusatsu pra caramba, mais do que mangá e animê, mas não gosto da palavra fã, que me lembra fanático. Fã, nerd e otaku pra mim são palavras que não me definem nem um pouco, pois tenho múltiplos interesses, gostos multifacetados e não coleciono rigorosamente nada. Quanto aos Power Rangers, não vejo lá nada de original e nada que me atraia a atenção. Mesmo o gênero que deu origem a eles, o Super Sentai, não é dos meus favoritos. Gosto de alguns títulos de Sentai, como Changeman, Jetman, Maskman, Dairanger… Ainda assim, gosto de certos episódios, não das séries inteiras.
Você tem alguma coleção? Que títulos você tem o hábito de acompanhar?
Ah, tenho várias minisséries completas. Se eu gosto, compro todas as edições. Atualmente, não estou lendo mais nada regularmente. Entre as séries que gostei muito de ter lido estão Watchmen, Cavaleiro das Trevas, Ronin, Liga da Justiça x Vingadores, O Reino do Amanhã, Liga da Justiça do Grant Morrison, Homem Animal (também do Grant Morrison), Demolidor – Ano Um…
Sempre li muito super-heróis, mas diminuí a dose nos últimos anos. Também gosto muito de Asterix, Tintin, Mortadelo e Salaminho (esse poucos conhecem), algumas coisas da Turma da Mônica, o Tio Patinhas do Carl Barks, Spirit e praticamente qualquer coisa produzida pelo Laerte, Fernando Gonsales e Spacca. Sempre li muita HQ de qualquer gênero, mas gosto de humor e super-heróis. De mangá, gostei muito de Dr. Slump, Video Girl, Onegai Teacher, Lobo Solitário, Crying Freeman, Sanctuary, Oh My Goddess…
Acha que o mercado brasileiro pode um dia chegar a ser metade do que o mercado norte americano para animês e mangás?
Na verdade o que eu sonho é com um mercado de produções nacionais de quadrinhos e animações que permita o sustento de muitos profissionais. Pode parecer estranho isso vindo de um cara que escreve sobre seriados japoneses, mas eu preferiria mil vezes mais poder falar sobre um mercado de produções nacionais que tivesse espaço para muitos autores e trabalho pra todo mundo, em qualquer estilo.
E os tokusatsus?! O que achou do lançamento de séries como Jaspion e Changeman em DVD?
Acompanho de longe tudo isso. Acho bom que esteja saindo esse material e espero que haja sempre respeito com os fãs (o que nem sempre ocorre), mas não adquiri ainda nada disso. E dificilmente o farei, pois tenho muitas outras prioridades.
Fale-nos um pouco sobre seu trabalho em sites como o Omelete e Bigorna.net.
O Omelete apareceu em 2000 e fui convidado pelo Jotapê Martins, tradutor de quadrinhos que era um dos editores fundadores do projeto. Fui chamado pra escrever sobre heróis japoneses, claro, mas tive a oportunidade de fazer muito mais. Tem artigos e notas que escrevi sobre música (Beatles, rock nacional…), cinema “normal” e livros ligados à cultura pop. Fã de animê/mangá/tokusatsu deve achar Beatles a coisa mais estranha do mundo, mas tenho um razoável acervo de pesquisa sobre eles e adoro conversar sobre música, que é meu hobby e que estudei a sério.
Aos poucos, o Omelete foi se consolidando como site focado em cinema e fui vendo que não tinha muito o que fazer lá. No Bigorna, onde fui convidado pelo então editor Eloyr Pacheco, eu fiz pouca coisa, mas pude escrever alguns artigos bem incisivos sobre a situação do mercado brasileiro de quadrinhos, a lei de cotas de mercado e alguns assuntos de HQ sobre os quais achei pertinente escrever. De vez em quando, ainda sai alguma coisa escrita por mim, mas minha prioridade é meu blog, o Sushi POP.
Fale um pouco sobre seus trabalhos envolvendo comunicação empresarial e institucional. O mangá é a melhor forma de chamar atenção de crianças e jovens atualmente nesse tipo de trabalho?
Não exatamente. Usei a linguagem do mangá poucas vezes nesse tipo de trabalho. Normalmente, traços mais cartunizados funcionam bem e são mais pedidos, por serem mais universais. Esse tipo de trabalho é bem técnico, no sentido de que preciso usar a linguagem dos quadrinhos e da ilustração para comunicar um conceito que o cliente precisa passar. Ainda assim, é possível tirar alguma diversão desse trabalho. Certamente não é um trabalho autoral, mas é tão digno quanto.
Acha que há esperanças para a produção nacional de quadrinhos, animação ou mesmo live-actions?
Se eu tivesse uma resposta, já estaria colocando em prática. Produzir e mostrar o trabalho é relativamente fácil, ainda mais com a internet. Difícil é tornar isso uma atividade lucrativa que permita continuidade e evolução em todos os sentidos. Tem que ser mais profissional e menos fã, buscar uma identidade própria no trabalho e batalhar por isso. Apenas reproduzir o que é feito lá fora não basta. Isso eu aprendi a duras penas. Até hoje leio gente que usava fraldas enquanto eu dava a cara à tapa dizendo como eu não sei de nada. Quem não se arrisca a errar nunca fará nada interessante e nunca ganhará experiência.
Sua família sempre aceitou na boa seus hobbys? Já ouviu algum tipo de “crítica” da parte deles…?
Na minha frente, nunca, eu devo parecer meio psicótico (risos). Brincadeiras à parte, eu sempre fui muito incentivado por meus pais, que são bem corujas, a trabalhar com o que gosto. Não é fácil, nunca foi e felizmente aprendi a ser persistente. Inclusive, o meu Almanaque da Cultura Pop Japonesa é dedicado a eles. O apoio deles foi fundamental. O gosto pela arte – seja música, pintura, fotografia, design – faz parte da minha família.
Falando no Almanaque, podemos esperar algum novo trabalho seu nessa área de animê-mangá-tokusatsu para um futuro próximo?
Sim. Vou lançar em e-Book (livro virtual) focado em curiosidades e fatos marcantes envolvendo vários aspectos da cultura pop japonesa. Além de mangá, animê e tokusatsu, a obra vai falar sobre anime songs, comportamento, moda, games e será bem abrangente. Foi escrito em parceria com mais dois amigos e espero que seja bem recebido pelo mercado. É uma produção independente, sem vínculo com editoras e é uma aposta bastante pessoal. Falta acertar alguns detalhes, mas a venda irá começar em breve.
Pra encerrar: como você guarda sua edição 61 da revista Herói? Aquela “pequenininha” com os Power Rangers na capa?
Poxa, você guardou aquela “edição de bolso” (bolso do Galactus, claro)! Eu tenho ela numa pasta que comprei para guardar folhas de desenho grandes. Nem tem como acomodar aquele trambolho na estante. Aquilo foi um exagero numa época de exageros. Mas tenho saudades daquela época, sem que isso signifique que eu seja apegado ao passado. Meus melhores trabalhos eu ainda vou fazer.
Ah, e deixa eu fazer um “merchan” pra encerrar: quem quiser conhecer melhor meu trabalho profissional, veja meu site. Também tenho um blog, o Sushi POP. E no Twitter, procurem por @ale_nagado.
Obrigado pelo convite e sucesso pra vocês!
poxa nagado,tinha como vc collocar na net esse trama do metalder que vc fez??deve ter ficado muito boa,tenha praticamande todas as revistas que vc fez.abraços!!
Só falta é lançar um Super Herói nascional, Alexandre…
Olá. Infelizmente esse material se perdeu. A história chegou a ser esboçada por um desenhista do Studio Velpa, mas nunca foi finalizada por causa do cancelamento da publicação pela Abril. Uma cópia do roteiro ficou comigo, mas se perdeu em uma mudança do estúdio. Uma pena. Mas obrigado por ter acompanhado. Abraços!
Bem legal a entrevista! :D
Antes de mais nada, parabéns ao Jbox pela entrevista. A possibilidade de comentarmos e o entrevistado responder dá uma dinâmica muito boa! Alexandre, gostaria que você falasse um pouco do seu envolvimento com o lançamento de Kamen Rider Black RX e Solbrain, já que há fotos na net de você novinho ao lado do Solbraver com o Raio Delta na mão! O que você exatamente fez? É verdade que outros tokusatsus chegaram a ser negociados na época mas por causa da Manchete estar financeiramente péssima nada foi ao ar?!
Yuri, é o seguinte: a foto em que apareço ao lado do Solbraver saiu na Herói em 1995 ou 96, na Abrin, evento de licenciamento de brinquedos, o qual fui visitar representando a revista. Na mesma época, eu e o Marcelo Del Greco fomos convidados pela Glasslite a prestar uma consultoria remunerada (na forma de reuniões explicativas) para ajudar a campanha de lançamento das séries. Com isso, foi enfatizado que RX era a evolução de Black e Solbrain era o sucessor de Winspector. Escrevemos rótulos das embalagens de vídeo (era VHS na época) e fizemos várias sugestões. Foi bem profissional e éramos vistos como profissionais cujos conhecimentos sobre os personagens, e não como fãs. Na época, o retorno foi satisfatório.
Eu soube que havia interesse da Tikara Filmes em trazer mais séries, mas a saturação que o gênero sofreu nas TVs prejudicou os planos. Abraço!
Puxa, que grande prazer em ler essa entrevista! Sou um grande admirador do Alexandre Nagado, desde época da Herói. Tenho todos os números guardados até hoje lá em casa e apesar da facilidade da internet, ainda de vez em quando folheio alguma revista para tirar uma dúvida! Também tenho algumas HQs do Jaspion, changeman, Kamen Rider Black, Cybercops lançada pela Editora Abril… Além do Twitter, será que o Nagado tem orkut? Seria uma imensa honra em tê-lo entre os meus amigos…
Bem interessante essa entrevista. Lembro bem do Nagado na época da Herói, quando ele falou que achava A Princesa e o Cavaleiro melhor que Cavaleiros do Zodíaco e um pessoal não gostou. :laughing:
Mas sinceramente, insistir em racionalizar o uso do termo “tokusatsu” é algo um pouquinho bitolado. Se for assim, vamos reclamar que mangá recebe acento na língua portuguesa e que anime não se refere apenas aos japoneses. Ou seja, no Brasil não é lá muito lógico seguir o significado literal do nome.
Oi. Olha, eu não uso orkut. Até registrei um perfil uma vez, mas não uso, não posto nada lá. Sou avesso a redes sociais. As exceções são o Twitter e o LinkedIn.
abraços!
Sobre ser bitolado, eu acho bom que as pessoas saibam de onde vêm as palavras, o que elas significam ou significaram. Isso é cultura. A palavra “mangá” já foi dicionarizada e sua grafia oficial aqui é acentuada (um acento diferencial, pra não confundir com “manga”, a fruta), veja no Aurélio. Acho que “animê” uma hora vai acabar sendo também.
Eu, como redator especializado na área, tenho obrigação de saber os significados dos termos ligados à minha área e divulgar esse tipo de informação. O público não tem obrigação de saber nada e fala o que quiser, mas eu procuro divulgar informação, o que eu acredito ser bom. O resto, sobre gostar ou não de como as pessoas usam termos, é só minha opinião, nada mais.
Sobre esse lance de comparar as séries como eu fiz lá na Herói, foi em termos de variedade de roteiros, mas teve gente que se ofendeu de verdade.
Abraços!
Oi, Nagado, só uma correção boba. Mangá não é “dicionarizado” com acento para diferenciar manga (a fruta ou parte da blusa). Palavras quando incluídas no nosso idioma são regidas por leis ortográficas, por isso alteradas. Mangá é mangá por ser uma oxítona, assim como Oxalá, Obatalá, Abará, Você, Cajá, Lá, Tá, Também, Sabiá, Nós, Curió, Maná. E, principalmente, mangá também não é oficial porque o Aurélio a contém, o dicionário é um reflexo da língua que existe.
No caso do anime, existe duas formas faladas. Há quem fale “aníme” e quem fale “animê”. Logo ambas anime e animê são “corretas”. Até porque não tem como se esperar que um brasileiro fale da mesma forma que um japonês, como nós falaremos uma palavra é algo que apenas o tempo dirá. Rotular como “correto” ou “incorreto” é uma grande perda de tempo.
Quanto a usar “toku”, os próprio japoneses fazendo isso com a língua inglesa, como anime = animation. Qual a diferença de fazermos isso com a deles? A língua é livre para se divertir com as palavras, se os fãs curte “toku”, que assim seja. Duvido que fale a pronúncia certa de “tokusatsu” em todo caso.
Bom registro sobre a regra gramatical. Eu me esqueci mesmo. Pena que o mesmo não foi feito aqui com “sakurá” e “yakuzá”. A maioria fala mesmo “yakuza” e “sakura” como paroxítonas.
Sobre o dicionário ser um reflexo da língua que existe, dá pra debater longamente (o que não farei, você conhece gramática muito melhor do que eu), mas acho que não me expressei bem. Sim, o dicionário não inventa palavras, ele as registra. Porém se relativizarmos demais o “correto” e o “incorreto”, dicionários deveriam conter as formas erradas de ser falar também, e isso não acontece. Aliás, tanto não é relativo o “correto” e o “incorreto” que você bem lembrou sobre normas ortográficas. E estrangeirismos sofrem mesmo modificações quando incorporados a uma língua, o que não torna perda de tempo vez por outra lembrar de onde vêm as palavras.
O Prof. Pasquale uma vez disse que a língua é um instrumento dinâmico e tenho que concordar. Sempre digo que “otaku” tem um significado diferente no Brasil em relação ao Japão. Talvez “anime” como paroxítona seja falado somente aqui. Mas é falado por tanta gente que a forma ficou igualmente correta.
Em geral, o que tenho visto em referências japonesas é que lá ainda falam “animation” para designar produções de outros países. E animê para sua produção local (mas nem sempre é assim). “Animê” é uma forma de aproximar mais da pronúncia e intenção original da palavra. E isso dito por gente como Sonia Luyten e Cristiane Sato, que enfatizam muito isso em textos e palestras. Alguma coisa elas devem entender.
Bem, sobre “tokusatsu”, você tem toda a razão do mundo de discordar, mas minha opinião é apenas isso, minha opinião. Posso estar errado, nadar contra a maré, mas tenho o direito de ter minhas opiniões. Como alguns amigos usam muito a palavra “toku”, estou acostumado. Não gosto, mas minha opinião é irrelevante frente aos fatos.
Finalmente, debater origens e significados de palavras não é perda de tempo. Pode ser para o público comum. Quem pesquisa tem que procurar a essência.
E ficar imaginando se eu falo certo ou errado pra ver se eu tenho alguma base de conhecimento (ou se não entendo nada), não invalida minhas opiniões anteriores. São opiniões.
Abraço.
É exatamente isso, só não me venha falar do Pasquale. LOL
Não digo que “animê” é “incorreto”. Mas a língua portuguesa é uma lígua parotítona e nós transformamos tudo em paroxítona algum dia. Por exemplo: Xícara = Xícra; Abóbora = Abóbra, Chácara = Chácra, Gratúito = Gratuíto (acentos para demonstrar o som). Se você fala japonês é importante falar o que eles falam. Mas em português é como “a gente” quer.
Não quis dizer que é inútil discutir significado, história ou origem; expressei-me mal. Quis dizer que é inútil tentar impor o “correto” fazer “campanha” para falarem “certo”, quando no fundo no Brasil falar errado é o certo, sentiu o drama? xD
Tem um exemplo claro disso que eu acho hilário, uma contra regra. Brasileiro fala “rúbrica e “púdico”, quando na gramática “normativa” isso é paroxítona, deveria ser pudíco e rubríca. Quem tá certo? xD
Meu ponto inicial era apenas que você tem o seu estilo e é livre para isso. Mas não é muito legal que tente justificá-lo se dizendo o certo ou que os outros são “horrorosos”. Pode ser ofensivo usar um termo como esse só porque não é como você gosta ou está acostumado, entende? É diferente, segue uma diferente lógica, que você não gosta. Que, para ser honesta, também odeio. ;)
Ah, sim, e obrigada pela resposta.
Hum, tem razão sobre a forma como me expressei. O site Tokufriends usa “tokucomics” e afins e já comentei com o editor de lá sobre o que penso. Isso não impede que a gente sempre se fale e se divulgue. Mas é porque somos amigos, não sei de outros.
Mas se alguém se incomodou com alguma colocação, peço desculpas. Estou sempre aprendendo. (posso ser chato, mas se me convencem, reconheço e mudo)
Sabe que beeeem lá no comecinho (uns 15 anos atrás) eu até fazia “campanha” nas minhas palestras pra explicar sobre “otaku” e “animê”? Fui vencido pelos fatos, me senti um Dom Quixote. Mas eu acho legal explicar e debater esses assuntos mais teóricos de vez em quando, sinto falta disso porque gosto de aprender. E a gente sempre aprende muito ouvindo outras opiniões e seus porquês. Valeu!
Abraço!
Parabéns JBOX! Boa entrevista com o Nagado!
Esta aí um cara com pé no chão sobre cultura pop (não só japa). A gente curte seriado porque acha divertido, tem bom roteiro e pode ter uma boa montagem de personagens, independente de ser japa ou não, fanatismo não é saudável.
Acompanho os trabalhos do “Ale” desde essas edições de heróis japas com traços de comics. Na época eu estrannhava o ambiente diferente do seriado da TV nos quadrinhos, mas vários roteiros são legais. Tenho um que os Changeman enfrentam um robô que veio se vingar da derrota do Gôsma e no final o Satâ Goss estava observando a batalha (muito divertido).
Considero muito bom o trabalho dele nas revistas “Heróis” dos anos 90, e pode-se observar o amadurecimento dos textos no Almanaque da Cultura Pop. Em entrevistas p um site tentaram puxar a brasa p Ultras (que também curto bastante) mas o Ale procurou deixar claro que tem um mundo bem maior que aquele universo.
As edições de Blue Fighter (inclusive em uma revista com paga do Great) eu guardo ensacadas no meu baú com minha coleção de Heróis, Henshins e similares).
O blog Sushi Pop é muito bom! Recomendo!
JBox continue com boas entrevistas e Nagado com o excelente trabalho!
Obs: Esta faltando uma matéria do Ultraseven no JBox! :wink:
Quando o Blue Fighter foi lançado(ou continuado), eu vi o anúncio em uma revista, e fiquei muito curioso… Mas nunca encontrei nas bancas… Fiquei só na curiosidade mesmo…
KENJIGAMOU, obrigado por acompanhar meu trabalho.
Rodrigues, aqui neste link você encontra scans da série desenhada pelo Arthur Garcia:
http://www.tokufriends.net/br/2009/09/10/blue-fighter/
Aliás, no site vocês podem encontrar HQs minhas com heróis de toksuatsu e também com Street Fighter.
Abraços!
Gostaria de fazer uma correção na minha entrevista:
Eu errei ao citar o nome de Fernando Ikoma ao falar dos pioneiros do mangá no Brasil, pois ele não fazia mangá. No entanto, ele publicou um livro nos anos 70 sobre técnicas de desenho e HQ. Lá, ele usou mangá como uma das referências, o que, para muita gente (inclusive para mim), o faz como um dos primeiros divulgadores do mangá em nosso país, apesar de nunca ter produzido exatamente nada do tipo. Espero ter sido claro.
E aproveitando, já está à venda o meu livro digital escrito junto com Michel Matsuda e Rodrigo de Goes.
http://nagado.blogspot.com/2011/03/cultura-pop-japonesa-historias-e.html
Abraços!
Alexandre na sua opinião qual foi o seu melhor trabalho?
Melhor trabalho em termos de pesquisa foi (por enquanto) o que gerou meu novo livro (digital), o Cultura Pop Japonesa – Histórias e Curiosidades. Mas foi feito com mais dois colaboradores. Uma matéria específica eu não saberia dizer, mas tenho carinho especial pelas postagens em meu blog no marcador “Dicas para desenhistas”, pois narram experiências pessoais no mundo profissional do desenho.
Com HQ, minha favorita até hoje é “Dani – Pequenos gestos”, que saiu no Mangá Tropical. Das de aventura que fiz, seria “Street Fighter – O Demônio Caolho”, história do Dan Hibiki contra Sagat. Acho uma história simples, narrada de forma correta e com uma mensagem bastante pertinente.
Acho que é isso. O melhor trabalho, ou um grande trabalho eu ainda espero fazer um dia.
Abraços!
Não vejo nada de “sem noção” em usar “toku” como prefixo, uma vez que os próprios japoneses o fazem, e muito. Inclusive há alguns anos saiu oficialmente uma compilação de temas de tokusatsu chamada “TokuBalla – Otokonaki! ~Tokusatsu Hero Ballads~”, abreviando evidentemente ‘Tokusatsu’ e ‘Ballads’. Caso queira conferir, a capa do disco tem um desenho do herói Gingaroid Cosmo-X e o código de catálogo é COCX-33661.
Blue fighter eh legal sim , mas eh a fusao de guyver e kamen rider black; isso o nagado nao pode negar. Talvez nos anos 80 este tipo de plagio/homenagem colasse pq o pessoal nao tinha acesso ao material original mas dos 90s em diante nao cola mais… Todo mundo viu guyver. Bem, a critica eh so para a atitude, que eh quAse a mesma coisa que copiar um quadrinho estrangeiro sem criar nada de novo.
Tino: Termos entram e saem de moda e posso mudar pontos de vista, como já cansei de dizer. Não sou dono da verdade. De qualquer forma, como vocês mesmo apontou, “TokuBalla” é a abreviação de Tokusatsu Ballads. Não me recordo de ter visto em algum lugar usarem “toku” só para abreviar “tokusatsu” sem que o termo esteja combinado com outra palavra. Acredite se quiser. Quer uma comparação? Existe o programa AniPara, que é a combinação de “anisongs parade” (se não me engano). Ninguém fala que assiste “ani” (animê) ou que ouve “ani” (anisongs), mas a palavra fica assim na combinação com outra palavra. Se os japoneses falam “toku” pra abreviar “tokusatsu”, pode ser que eu não tenha reparado, mas acho que só aparece assim em contrações. Enfim, isso é uma questão meramente semântica. Cada um chama como quiser. Inclusive eu.
Saulo: Esse conceito de copiar/plagiar/homenagear já vi que depende muito da opinião de cada um. Respeito sua opinião.
Abraços
Pessoal, como a entrevista rolou já faz um tempinho, é natural que eu não fique passando regularmente pra ver se há mais alguma questão.
Caso alguém ainda queira fazer mais alguma pergunta ou comentar algo comigo, peço que, depois de postar aqui, me avise por email: [email protected]
Continuarei respondendo normalmente.
Abraços!
Bela entrevista
Nagado é muito bom!!!
Bem acho que aqui vai um comentário bem grande e quem ler (se lerem) vão odiar bastante.
Eu acho que não era nem nascido quando essa revista herói foi publica, então não posso falar muito, mas algo que me entristece profundamente é a situação atual dos desenhistas, principalmente de mangá, simplismente não há qualquer oportunidade de trabalharem em alguma editora (somente em concursos, onde você deve submeter um one-shot por exemplo pra caso você ganhe tenha sua história publicada em uma revista impressa, a exemplo da revista barca negra que tinha feito um concurso -que infelizmente perdi-, mas há também o de criação de mascotes). Por exemplo, o meu professor, Joe Bennett só consegue trabalhar desenhando HQs porque trabalha pra DC, quer dizer, agente só pode trabalhar como desenhista se for trabalhar pra editoras estrangeiras!?
Há sim pessoas com talento aqui, eu poderia citar várias pessoas, aliás acho que melhor que isso, vou mandar o link pra vocês lerem seus trabalhos. Leiam embaixo o mangá Demom Hammer, da dupla de paraenses Wal Souza e Eliton Lima (inclusive eu também sou paraense, aí fica até estranho falar assim..):
http://online.pulomensal.com/2010/09/manga-demon-hammer.html
Há bem mais historias independentes, como o caso de Gangues (que é o meu “mangá” brasileiro -zine é muito estranho de falar- favorito):
http://mangas.desenheepublique.com/search/label/gangues/
Eu treino todos os dias com os meus amigos para um dia conseguir publicar nossas histórias, mas é muito mais fácil ir pro Japão e tentar lá ou mandar pra alguma editora estrangeira ou até criar sua própria editora do conseguir algo aqui (algo mais do que uma publicação em algum site na internet). Duvidam que eu desenhe alguma coisa? Eu vou mandar o link pra que olhem minhas ilustrações:
http://dpzine.forumeiros.com/t23-galeria-do-fewiip
Hoje estou bem mais amadurecido, sei que ainda posso evoluir bastante, infinitamente mais, que tenho que aprender muito com os japoneses, pra entenderem o meu sentimento, não vou mandar o deviantart, mas sim um site onde vocês vão entender melhor o que digo:
http://www.pixiv.com/
Mas o que me entristece ainda mais são pessoas que não possuem o amadurecimento necessário, tanto pra desenho e pra roteiro que conseguem ser publicados, então quando tento convencer o meu colega que é um esforço que vale a pena tentar, ele diz que isso não trás retorno no Brasil. É quase como o mercado de jogos, eu também sou programador de jogos, mas simplismente, no Brasil, este é outro mercado que está longe do ideal se você quer trabalhar com isso, acho que o máximo é a TecToy (me corrijam se eu estiver errado). Como é que eu vou conseguir defender a camisa? Ainda li que vão lançar a HQ do Restart, pelo amor de deus!! Alguém me salve!!
Mas vou trabalhar o máximo possível pra conseguir, porque com a minha alma indestrutível, vou conseguir romper os seus com a minha caneta! Esse é o caminho dos fortes! Se cair nove vezes, levantarei nove!
Sayonara My friends!!
vixiiiiiii
que saudades dessa revista herói e eu ñ vdd ñ me lembro da edição numero 1 publicada no fim do ano de 1994 (eu comprei ela apenas em uma sebo no ano de 2001) mas a edição 2 e eu lembro bem e iso foi nos primeiros dias de janeiro de 1995 com o hyoga de cisne de saint seiya na capa e dali por dainte eu comprei se ñ todas ou quase todas
marcelo del greco (que escreveu tudo que se podia imaginar naquela época de cdz) alexandre nagado que escreveu tudo sobre animes, tokusatsus (menos cdz que era a função desde a 1a. edição).
eo elvis ricardo na saudosa sessão “correio galatico” e tinha cada barraco naquela sessão
shshuaashuashuashuashu
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
brigas a parte (o que ao meu ver era super normal) era bacana demais ler aqueal sessão :)
bons tempos aqueles da década de 1990
saudades daquele temp oque ñ volta mais…
Assim como o Marcelo Del Grecco, Alexandre Nagado se acha muito especialista em tudo, mas que ele gosta em anjunto com o del Grecco é menosprezar o trabalho que outras pessoas fizeram na época pois achavam aquela trabalho limitado da revistinha herói de boa qualidade, outras pessoas tiveram acesso e teabalharam muito no meio tokusatsu, quanto à assessoria para a glasslite acredito que como Nagado e Del Grecco a informação é “FAKE”!!!! Assim como é o Del Grecco, copiando materias de revista estrangeiras e se dizendo dono. FAKE, FAKE, FAKE, FAKE!!!! Kkkkkkk!!!